Fanfic: O início de tudo... | Tema: William Bonner Fátima Bernardes
Quarta feira, maio de 1989. A semana que se passou foi bastante agitada. No dia seguinte da festa, William conseguiu encontrar um flat compatível com sua rotina e seu orçamento, assinou o contrato e logo retornou pra São Paulo pra acertar os últimos detalhes de sua mudança. Os pais ajudaram a encaixotar tudo, alguns pertences acabaram ficando pra trás para serem levados aos poucos. William se apresentaria a redação do JG na sexta feira, mas começaria apenas na segunda feira. Estava muito ansioso, mas muito otimista que rapidamente conseguiria entrar no ritmo da equipe. Ele era um ótimo profissional e muito apaixonado pela sua profissão. Mas existia um motivo especial para que a ansiedade de William aumentasse ainda mais.
Não houve um único dia daquela semana que se transcorreu após a fatídica festa que William não tenha pensado na Fátima. Todos os instantes ele lembrava da sua voz, do seu cheiro e do seu sorriso e mal podia esperar pra retornar ao Rio e vê-la novamente. A essa altura, ela já estaria sabendo que ele seria o novo colega de trabalho dela. Como será que ela reagiu? Ficou feliz? O que exatamente ela sentia por ele? Será que em algum momento, ela sentiu o magnetismo que havia entre os dois? Mas ela era casada. E esse fantasma de esse marido que William nem sabia se existia o assombrou em todos os momentos em que ele pensava nela.
***
- Fátima, o que está acontecendo com você? – disse Ricardo, aos berros.
- Comigo, Ricardo? Olha pra nós! Faz um ano que nos casamos e brigamos todos os dias por motivos ridículos! Eu não quero ir a essa festa, to cansada, to estressada, quero tomar banho e dormir, só isso! Porque você tem que dar esse piti?
- Porque você é minha esposa e eu quero que me acompanhe! O que os meus colegas de empresa vão pensar?
- A mesma coisa que os meus pensaram semana passada quando você não quis ir a festa de confraternização comigo!
- Mas eu trabalhei o dia inteiro, tive que pegar rodovia pra chegar em casa, eu tava morto! Mas claro que pra você isso não importa, você nunca se importa comigo né?
- Ai, Ricardo, vai logo pra essa festa, eu preciso muito ficar sozinha e descansar minha cabeça.
- Não, eu não vou mais pra festa, vou ficar aqui com você.
- Não, não vai. Eu não quero você aqui, caso você desista de ir na festa, não tem problema, eu durmo lá nos meus pais.
- Meu Deus Fátima... Então tá certo, eu vou, já que você não quer minha companhia. Mas amanhã nós vamos conversar, heim?
- Amanhã, Ricardo. Amanhã.
Fátima entra no quarto e bate a porta. Em silêncio, ela ouve a porta da sala se fechando. Ele foi. – “Graças a Deus!” – ela pensa. Afunda a cabeça no travesseiro e chora, sem saber exatamente o motivo.
***
Quinta feira, maio de 1989. Em uma choperia com os amigos, ex-colegas de faculdade, colegas da redação do SPTV, William festeja sua despedida.Porém, tinha um clima alegre, de muitos votos de sorte e felicidades a ele. No dia seguinte, ele tinha um dia longo pela frente. Viajaria até o Rio de Janeiro dirigindo, descarregaria três malas com as roupas e sapatos que levava e mais duas caixas com livros e CDs favoritos. Era o suficiente até ele voltar a São Paulo para buscar o resto, que seria em breve.
Ao sair da choperia, pegou carona até em casa com um amigo. Quando abriu a porta, olhou pra cada canto daquele apartamento, que ele tinha tanto apego. Viveu tantas coisas lá... Mas sabia que estava dando um passo pra viver coisas ainda melhores. Algo dizia a ele que a felicidade dele estaria lá, no Rio de Janeiro. Tomou um gole de água, deitou-se na cama e ficou olhando pro teto por alguns minutos. Colocou o despertador pra 5 da manhã, virou pro canto e adormeceu. Pensando nela.
***
Sexta feira, maio de 1989. Depois de estender todas as suas camisas sociais nos cabides do guarda roupa, William deixou calças, cuecas e meias emboladas dentro de uma mala e foi tomar banho. Já estava em cima da hora pra ir pra redação e não queria se atrasar no seu primeiro dia.
A redação do JG estava uma loucura. Muitos acontecimentos importantes, telefones tocando ininterruptamente, pessoas andando de um lado pro outro e vozes falando mil coisas ao mesmo tempo. Era uma rotina que William conhecia bem. Assim que chegou, conversou com o chefe, que o levou pra conhecer cada setor da redação, apresentando as pessoas que trabalhariam lado a lado com ele a partir de então. Sentados em uma sala de reuniões, o chefe explicava pra William alguns detalhes, quando ela entrou na sala. William sentiu a presença de alguém na porta, atrás dele, mas não sabia de quem se tratava. – “Boa tarde pra vocês!” William sentiu um arrepio quando ouviu sua voz. Fátima se aproximou dos dois, pegou na mão do chefe e sorriu pra William, que correspondeu. Sentou-se na cadeira ao lado e participou com ele de uma rápida reunião de pequenos ajustes. William preferiu manter seu olhar voltado para o chefe, sabia que perderia a concentração se olhasse pra ela. Assim que terminaram, os dois saíram da sala juntos e, com duas batidinhas nas costas dele, ela disse:
- Seja bem vindo, William! A equipe aqui do JG é incrível, muito amiga, muito unida e muito coesa. Você vai gostar bastante! E pode contar comigo para o que precisar, viu?
- Puxa, muito obrigado! Tenho certeza de que vou gostar muito! Tô muito ansioso, mas acho que vou me sair bem!
- Claro que vai! Vem, vou te levar na sua sala!
William não pôde deixar de reparar na aliança. Mas espantou aquele pensamento, naquele momento o foco era seu trabalho.
***
Se passaram duas semanas desde que o William começou no novo emprego. Como era de se esperar, ele se saiu muito bem e agradou a todos os superiores e ao público. A relação com Fátima ia de vento em popa. Os dois tinham se aproximado muito, se tornaram muito amigos e muito parceiros, sempre ajudando um ao outro. Durante o expediente, se permitiam falar apenas do que fosse relacionado ao trabalho. Mas caminhavam juntos até o carro quase todos os dias, riam e se divertiam muito. O pessoal da redação estavam combinando de tomar um chopp no sábado após o trabalho. William não resistiu em perguntar:
- Você vai sábado?
- Não, acho que não vou poder... Tenho um aniversário de um sobrinho do meu marido.
William sentiu o chão se abrindo abaixo dos pés dele. Ela nunca havia mencionado esse marido. E a esperança dele de que aquilo na mão esquerda dela fosse apenas um anel, acabou naquele momento. Ela era casada. Ela tinha um marido. Ela tinha alguém que chegou primeiro que ele. Será que ela o amava? Eram felizes? Porque ela nunca fala dele? Mil perguntas pairavam sobre a mente de William e uma decepção tremenda invadia o coração dele. Ele gostaria de perguntar várias coisas a ela, mas não faria isso. Não tinha coragem pra tanto. Preferiu se resumir a uma perguntinha apenas, para não assustá-la:
- Ah, sim... Bacana! Você é casada há muitos anos? – sentia o coração disparado, com medo da resposta, mas não sabendo exatamente o que gostaria de ouvir.
- Há 1 ano.
- Hum... E vocês tem filhos?
- Não, não... Não temos.
William percebeu uma certa melancolia nas repostas de Fátima. Tinha um tom muito estranho por trás da voz dela. Ficou sem saber se era uma criação da cabeça dele ou se de fato ela não demonstrava empolgação ao falar do marido.
- Eu não sabia que você era casada. Acho que eu nunca tinha ouvido você falar do seu marido. – William se arrependeu de ter dito isso, mas já era tarde.
- Ah... Bom, sei lá, eu não costumo falar muito sobre ele mesmo, mas nem sei porquê, é involuntário. Bom, meu carro tá bem aqui, já vou indo! Até amanhã, hein? Boa noite pra você! – ela sorriu um pouco sem graça.
- Opa, boa noite! Vá com cuidado... Até amanhã.
Ao entrar no carro, William quase não acreditava no que tinha ouvido. Precisou sentar e esperar até digerir. Ele se pegava pensando: - “Meu Deus, que bobagem a minha, porque eu to assim?”, mas no fundo ele sabia o motivo. Estava com ciúmes. Estava com inveja. Estava com raiva. Estava apaixonado. Apaixonado por uma mulher casada.
***
Fátima entrou em casa silenciosamente. As luzes apagadas, só o abajur aceso. Ricardo já estava dormindo. Ela foi até a geladeira, tomou um copo de água e pensou. Pensou em tudo o que estava acontecendo em sua vida. Pensou em William. Ele era um cara incrível! Lindo, charmoso, inteligente e muito atencioso com ela. E tinha um cuidado extremo com ela, o que a preocupava um pouco. Lembrou-se do olhar dele quando ela mencionou que era casada. Ela conseguiu notar um olhar de desapontamento, mas fingiu que não percebeu. Sentia levemente, bem no fundo, que havia algum sentimento dele por ela. Mas não queria pensar nisso, procurou pensar em outra coisa. Caminhou vagarosamente até a mesinha de canto da sala. Nela, um porta retrato com uma foto de seu casamento com Ricardo. Lembrou-se de quanto estava feliz naquele dia. Lembrou-se de quando se conheceram, nos últimos anos de faculdade. Quando decidiram se casar, estavam apaixonados. Ricardo sempre a tratara muito bem, como uma princesa. Mas ela não era feliz com ele. Não plenamente. Gostava de estar com ele, mas faltava alguma coisa. Alguma coisa que ela não sabia exatamente o que era, mas gostaria tanto de viver um dia... Uma vontade de estar com alguém pra fazer planos, pra sonhar juntos... Sorriu tristemente e foi pro quarto. Vestiu a camisola, deitou-se bem devagar pra não acordar o marido e adormeceu.
***
Passaram-se alguns dias. A rotina na redação seguia igual, frenética e agitada como sempre. Fátima e William, cada vez mais próximos, lanchavam juntos na cantina da redação e amavam a companhia um do outro. Fátima percebia as cantadas que as mulheres sempre passavam em William e sentia uma pontada de ciúmes, mas é lógico que não deixava transparecer. E percebia que ele ficava muito sem graça e ela, no íntimo, achava um charme ele ficando vermelho de vergonha ao receber uma investida feminina. Eventualmente, ela estava atarefada demais pra descer para a cantina, então ela mandava avisá-lo que não iria lanchar com ele naquele dia. E para a surpresa dela, poucos minutos depois ele aparecia com a torta de palmito que ela amava e um suco de acerola na mesa. Era comovente o quanto ele era atencioso. Como retribuição, ela o levava uma caixa de chocolates, o doce preferido dele. E adorava vê-lo devorando os chocolates, um a um. Aos poucos, Fátima sentia uma relação de dependência com ele. Notava que sentia muita falta dele quando, por algum motivo, ele precisava se ausentar do trabalho.
As caronas pra casa começaram a ficar cada vez mais comuns. William se preocupava com Fátima voltando sozinha pra casa todas as madrugadas e começou a se oferecer para levá-la, já que moravam perto. Ela continuava falando muito pouco no marido, mas agora William já sabia que ele se chamava Ricardo. Certa vez, o viu levando Fátima no trabalho. Por sorte dele, ela desceu do carro sem beijar o marido na boca. William não suportaria ver essa cena. A cada dia que passava, o amor dele crescia. Fátima, por sua vez, sentia-se cada vez mais infeliz com Ricardo. As brigas eram recorrentes, ela não sentia mais tesão por ele. Já faziam algumas semanas que os dois não transavam e ela não sentia a menor vontade. Ao lado de William, Fátima se sentia plena. Se sentia amada, se sentia valorizada, se sentia afagada. Ele sempre com uma palavra de carinho, uma atitude cordial, isso quando não vinham os bilhetes repentinos na mesa dela, que a faziam morrer de rir. Os convites para saírem pra beber alguma coisa no fim do dia eram frequentes. E ela sempre recusava alegando que não podia naquele dia. William sabia que era por causa do marido, mas continuava insistindo. Um dia, Ricardo precisou viajar para um congresso de engenharia civil, ficaria uma semana fora. No primeiro dia sozinha em casa, era sábado e ela estava entediada, Fátima criou coragem e ligou pra William.
- Alô? – ele atendeu.
- Te acordei? – William sentiu seu coração parar por um segundo quando reconheceu a voz dela.
- Oi! Não, lógico que não, to vendo TV aqui... O que houve, meu bem? – ela se derretia quando ele a chamava de “meu bem”.
- Nada... Só estou um pouco entediada, vamos fazer alguma coisa? Sair pra comer, por exemplo?
- Opa, claro! 15 minutos é suficiente pra você se arrumar?
- Sim! Você me pega aqui ou a gente se encontra em algum lugar?
- Eu te pego, claro!
- Tá bom, te espero lá embaixo daqui 15 minutos! Beijo!
- Tá ok, beijo!
Fátima se perguntou onde estava com a cabeça de ter feito o que acabara de fazer! –“Nossa Deus, eu sou casada e to saindo com outro homem... Um homem que me atrai totalmente, que mexe um pouco comigo... Ai meu Deus!”, mas decidiu não desmarcar. Quando desceu, ele já estava esperando. O coração dela disparou quando olhou. Ele estava estonteantemente lindo, de camiseta branca por dentro de uma calça jeans clara, um tênis e óculos escuros. Estava encostado no capô do carro, olhando o movimento dos carros na rua. Quando ele notou a presença dela, virou-se e sorriu com um sorriso que a fez trepidar. –“O que está acontecendo com você, Fátima?” ela perguntou a si mesma. Ele a beijou no rosto e abriu a porta do carro pra que ela entrasse. Fátima começou a reparar em coisas que ela nunca antes havia reparado. Ele era muito cheiroso!
- O que você quer ouvir? Tem Beatles, U2, Pearl Jam e MPB. Meus outros CDs ficaram em Sampa. – disse William.
- Qualquer uma! – disse ela, um pouco desconcertada.
- Não tem qualquer uma, tem Beatles, U2, Pearl Jam e MPB! – os dois riram.
- Ai, pode ser... MPB! Sei lá!
William colocou um CD do Djavan. No caminho, foram conversando.
- O que tá afim de comer? – William questiona.
- Eu tinha pensado em pizza... Mas se você quiser outra coisa, por mim tudo bem.
Foram a uma pizzaria indicada por Fátima, uma das preferidas dela.
Tudo fluía muito naturalmente entre os dois. Fátima tinha a sensação de que, quando estava com ele, o tempo parava. Dentro do carro quando William levava Fátima de volta pra casa, ela sentia uma liberdade que não se lembrava de ter sentido antes. Quando foram se despedir, ele tocou a mão dela de forma muito sutil, mas muito intensa. Ela respirava fundo e ele percebeu. Ela também percebia os olhos dele faiscando. Lentamente, ele se aproximou, segurou a nuca dela e sussurrou em seu ouvido com a voz mais sexy que ela já tinha ouvido em toda a sua vida. –“Boa noite, meu bem. Sonhe comigo.” e abriu um sorriso de lado, muito mal intencionado. Fátima desceu do carro petrificada. - “Puta merda, ele é muito sexy!” Entrou no prédio sem olhar pra trás, entrou no elevador rapidamente. Olhou-se no espelho e estava vermelha. Um pouco trêmula de estupefação, ela quase não acreditava que aquilo tinha acontecido. “Mas não aconteceu nada.”, pensou. Mas a forma com que ele havia falado e tocado a nuca dela foi muito intrigante. Deitou-se na cama e por um momento desejou que ele estivesse ali com ela. Se assustou com o que estava desejando, mas não se arrependeu. Ela queria aquele homem. Nem que fosse uma única vez, ela queria sentir as mãos dele tocando nela novamente. Ele tinha muito mais que um charme. Ele era muito sexy. Dormiu com um sorriso nos lábios, desejando com todas as forças que o dia amanhecesse logo pra poderem se encontrar novamente.
No dia seguinte, Fátima pulou da cama cedo. Não conseguiu dormir direito, estava acesa, muito agitada. Pensou em ligar pra ele, mas achou melhor não. Ficou em um misto de hesitação em prosseguir com essa loucura absurda de ter um caso extraconjungal com seu colega de trabalho e vontade louca de vê-lo denovo. Achou melhor esperar.
William estava em transe. Nunca havia chegado tão perto dela daquela forma. Nem ele próprio sabia como tinha tido coragem. Mas teve e não se arrependeu. Não conseguiu se esquecer do cheiro dela. Era uma mistura deliciosa de perfume com o cheiro do cabelo dela. Ele sentia que ela estava ofegante e gostou de ter provocado nela essas sensações. William nunca havia se envolvido com uma mulher casada. E sempre foi contra isso, nunca achou honesto roubar a mulher de alguém. Mas dessa vez, todo vestígio de peso de consciência foi abolido da mente de William. Ele sentia que entre ele e Fátima não se resumiria em um sexo casual. Ainda tinham muito o que viver. E ele precisava se arriscar pra isso. Por ela.
***
O domingo amanheceu ensolarado. Havia um churrasco da equipe do JG e William estava ansioso pra vê-la, ela com certeza iria. Tentou ligar pra ela, mas o telefone chamou até a ligação cair. Temia que Ricardo tivesse voltado, mas algo dizia a ele que não. Ela provavelmente estaria lá. E estava.
A festa estava bem animada. William chegou e já a viu. Sozinha. Sentiu um pequeno alívio. Ela estava sentada à beira da piscina, de shorts jeans com as pernas que enlouqueciam William a mostra. Alguns já estavam bêbados, pulando na piscina. Tinham algumas nos quiosques, mas a maioria na grama dançando e bebendo.
Já escurecia quando William chamou Fátima pra dançar com ele. Tinham bebido uma cota relativamente alta de caipirinhas. Não estavam bêbados, mas estavam alegres. Um clima começou a pairar entre os dois. William passou o braço ao redor da cintura de Fátima e a puxou pra si. Quando Fátima se encostou em William, sentiu o cheiro dele. Ficou inebriada com aquele perfume misturado com o cheiro da pele dele. William olhava fixamente dentro dos olhos dela e ela retribuía. Ele deslizou a mão subindo pelas costas dela até alcançar a nuca. Acariciou seus cabelos e com a outra mão, passava os dedos levemente pelo seu rosto. Fátima não conseguia reagir, apenas curtia aquela sensação única e excitante. William deslizou o olhar por todo o rosto de Fátima, como se analisasse criteriosamente. Mas ele fazia isso de uma maneira tão sensual que ela palpitava. Olhou fixamente pra boca dela e mordeu os próprios lábios. Voltou a olhar no fundo dos olhos dela, completamente extasiado de desejo. Deslizou as mãos pelas costas dela até o quadril, firmando os dedos no cós do shorts dela. Fátima abaixou a cabeça tentando se esquivar do olhar penetrante dele, mas ele tocou o queixo dela e levantou seu rosto, virando-o pra si e a obrigando a olhar pra ele.
- Queria que você soubesse o tanto que eu te quero. – ele disse firmemente.
Fátima ficou arrepiada. Não sabia o que dizer, preferiu ficar calada.
- Eu te quero de todas as formas que um homem pode querer uma mulher. Sou louco por você, Fátima. Desde a primeira vez que te vi.
Fátima engoliu seco. Se desvencilhou dele e correu pra dentro da casa, que estava vazia e escura. Ela se apoiou em uma bancada, passou as mãos nos cabelos atordoada com o que havia acabado de ouvir. Logo, ela ouviu que ele entrou atrás dela. Ela se virou pra ele rapidamente e disse:
- William, me desculpa! Me desculpa ter saído correndo desse jeito, mas eu não tava preparada pra ouvir isso. Eu não sei o que te dizer, eu não sei nem o que pensar, eu... William, eu... – e abaixou a cabeça, confusa.
William se aproximou dela, segurou em seu queixo novamente e levantou seu rosto, fazendo com que ela olhasse nos olhos dele novamente.
- Não precisa se desculpar, meu bem. Eu entendo você. Entendo de verdade. Não quero te pressionar, eu só quero que você tome conhecimento de tudo o que eu sinto. Eu amo você desde que te conheci, desde aquela festa que conversamos e dançamos juntos, há semanas atrás. Você é a mulher mais incrível que eu já conheci em toda minha vida, linda por dentro e por fora. Você merece toda a felicidade desse mundo. Me deixa ficar perto de você! Seja lá como for...
Fátima não sabia o que pensar. Só queria digerir tudo aquilo que acabara de ouvir. Olhou pra William com os olhos marejados e passou a mão no rosto dele, com carinho. O que havia entre os dois era muito, infinitamente maior do que o que ela imaginou. Naquele momento, ela estava em meio a um turbilhão de dúvidas e incertezas. - “Eu sou casada!” – Em alguns momentos, ela se esquecia disso. Era estranho como ela conseguia se sentir tão livre, mas tão presa quando se lembrava de Ricardo. Que espécie de casamento era esse que ela insistia em manter? Ela refletia em milésimos de segundos. William a observava mudo. Se sentia aliviado em ter contado. Mas ao mesmo tempo, se sentia inseguro em como ela reagiria. - “Será que vou perdê-la?”.
Fátima abraçou William longamente. Pediu perdão novamente e disse que queria ficar um pouco sozinha pra colocar a cabeça no lugar. William concordou, se ofereceu pra levá-la em casa, mas ela não aceitou a carona, preferiu pegar um táxi. Já em casa, Fátima enterrou o rosto no travesseiro e chorou. Chorou até dormir.
Autor(a): bonemerlove
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m dia se passou. Fátima amanheceu com a cabeça explodindo. Não conseguiu chegar a nenhuma conclusão. Passou o dia sem atender telefonemas, exceto os da mãe preocupada com o sumiço dela. Não queria falar com Ricardo. Não queria sequer ouvir a voz dele. Temia que isso fosse embaralhar mais ainda suas idéias. Sentia ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 7
Para comentar, você deve estar logado no site.
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vfsv Postado em 18/08/2014 - 00:38:13
Vai escrever mais ou agora foi o fim???? Já pensou em escrever uma fic dos tempos atuais, presente, com as idades e ocupações atuais de cada um? ;)
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vfsv Postado em 09/08/2014 - 23:37:20
Mais capitulos , please!
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vfsv Postado em 05/08/2014 - 18:37:20
Perfeitoooooo
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vfsv Postado em 04/08/2014 - 00:26:37
Muito perfeita essa fic! Que talento, menina! Devia escrever um livro. Continua por favor!!!!!!!!!!!!!!!
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neucj Postado em 03/08/2014 - 22:54:06
Quero o próximo cap logo,ta muito boa.
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vanessatocha Postado em 20/07/2014 - 22:14:05
Amando a fic. vc escreve tão bem... Aguardando os próximos capítulos!
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mibonner Postado em 16/07/2014 - 16:19:35
Parabéns sua fic é ótima.Anciosa para ler os próximos capítulos .