Fanfic: Cretino Irresistível (Vondy) | Tema: Vondy/Comédia/Adaptada
Enquanto as pessoas começavam a sair para o almoço, eu fiquei colada na minha mesa com meu café e um pacote de salgadinho que peguei na máquina. Normalmente, eu trazia comida de casa ou saía junto com os outros estagiários para almoçar, mas naquele dia o tempo não era meu amigo. Ouvi a porta abrir e olhei com um sorriso no rosto enquanto Anahí Portilla entrava. Any e eu fazíamos parte do mesmo programa de estágio para MBA da Uckermann Media Group, mas ela trabalhava no setor financeiro.
– Pronta para almoçar? – ela perguntou.
– Vou ter de pular o almoço. Hoje está sendo um dia infernal – eu disse, como quem pede desculpas, e o sorriso dela mostrou um pouco de malícia.
– Dia infernal ou chefe infernal? – ela sentou na beira da minha mesa. – Ouvi dizer que ele estava meio bravo hoje de manhã.
Respondi com um olhar de cumplicidade. Any não trabalhava para ele, mas sabia tudo sobre Christopher Uckermann, afinal, com seu conhecido pavio curto, ele era uma lenda viva no escritório.
– Mesmo se existissem duas de mim, não seria possível terminar tudo isso a tempo.– Não quer mesmo que eu traga alguma coisa? – seus olhos se moveram em direção à sala dele. – Tipo, um assassino de aluguel? Ou um pouco de água benta?
Tive de rir.
– Não, tudo bem.
A loira sorriu e saiu. Eu tinha acabado de terminar meu café quando me inclinei e percebi que minha meia tinha rasgado.
– E ainda por cima – comecei a falar quando ouvi Any voltando –, consegui rasgar a meia. Na verdade, se tiver chocolate no restaurante, você pode me trazer uns vinte quilos para eu poder aliviar minha tensão?
Olhei para cima e vi que não era Any parada ali na minha frente. Meu rosto ficou vermelho e abaixei a saia de volta no lugar.
– Desculpa, sr. Uckermann, eu...
– Srta. Saviñón, já que você e as outras secretárias têm tanto tempo para discutir suas lingeries problemáticas, além de preparar a apresentação da Papadakis, preciso que você também vá até a sala do Alfonso e me traga a análise de mercado e segmentação da Beaumont – ele ajeitou a gravata, olhando para seu reflexo na minha janela. – Você acha que consegue fazer isso?
Será que eu estava ouvindo direito? Ele tinha acabado de me chamar de “secretária”? É verdade que parte do meu estágio era fazer um pouco do trabalho básico de um auxiliar, mas ele sabia muito bem que eu tinha trabalhado para essa empresa por vários anos antes de conseguir minha bolsa da JT Miller na Northwestern University. Agora, faltavam apenas quatro meses para eu conseguir meu diploma em administração.
Quatro meses para pegar meu diploma e dar o fora daqui, pensei. Olhei para cima para encontrar seus olhos.
– Pode deixar, vou pedir para a Sam trazer...
– Isso não foi uma sugestão – ele me interrompeu. – Quero que você vá pegar os documentos – ele olhou para mim por um instante com o queixo apertado antes de se virar e voltar para sua sala, batendo a porta atrás de si.
Qual é a merda do problema dele? Era realmente necessário bater a porta como uma adolescente temperamental? Peguei meu casaco e comecei a andar até o escritório adjunto, que ficava em outro prédio.
Quando voltei, bati à porta dele, mas ninguém respondeu. Tentei girar a maçaneta. Estava trancada. Ele estava provavelmente dando uma rapidinha com alguma princesa da diretoria enquanto eu corria por Chicago que nem uma louca. Enfiei o envelope pardo na abertura do correio, esperando que os papéis se espalhassem por toda a parte e ele tivesse de se abaixar para arrumar tudo. Seria merecido. Até gostei dessa imagem dele de quatro no chão, juntando os documentos. Por outro lado, conhecendo a pessoa, ele provavelmente iria me chamar naquele buraco estéril para limpar a bagunça enquanto ele assistia.
Quatro horas mais tarde, eu tinha terminado a atualização das contas, meus slides estavam praticamente em ordem e eu estava quase rindo histericamente pensando no quão terrível o dia tinha sido. Mas tive de passar um tempo planejando o assassinato sangrento do garoto do xerox. Um trabalho simples, foi tudo que pedi. Faça umas cópias, encaderne umas folhas. Era para ter sido uma coisa fácil. Entrar e sair. Mas não. Levou duas horas. E agora eu estava atrasada!
Corri através dos corredores escuros do prédio, que já estava vazio, com o material da apresentação quase caindo debaixo do braço, e olhei para o relógio. Seis e vinte. O Christopher ia me comer viva. Eu estava vinte minutos atrasada e, como aprendera naquela manhã, ele odiava atrasos. "Atraso" era uma palavra que não existia no dicionário para cretinos de Christopher. Também não havia "coração", "bondade", "compaixão", "pausa para almoço" ou "obrigado".
Então, lá estava eu, apressada pelos corredores vazios, correndo com meus saltos gigantescos para encontrar o carrasco.
Respire, Dulce. Ele pode sentir o cheiro do medo.
Quando me aproximei da sala de conferências, tentei acalmar minha respiração e diminuí o passo até voltar a andar. Um rastro de luz brilhava debaixo da porta. Ele definitivamente estava lá, esperando. Com cuidado, tentei arrumar o cabelo e as roupas enquanto alinhava o maço de documentos nos meus braços. Respirando fundo, bati na porta.
– Entre.
Entrei no espaço bem iluminado. A sala de conferência era enorme. Ficava no 18º andar e uma das paredes era coberta por janelas que iam do chão ao teto, oferecendo uma visão espetacular de Chicago. O anoitecer escurecia o céu lá fora, e arranha-céus pontuavam o horizonte com suas janelas iluminadas. No centro da sala ficava uma grande e pesada mesa de madeira e, na ponta mais distante, encarando na minha direção, estava Uckermann. Estava sentado lá, com o casaco do terno pendurado no encosto da cadeira, a gravata solta, as mangas branquíssimas da camisa enroladas até o cotovelo, o queixo apoiado nas pontas dos dedos. Seus olhos pareciam penetrar os meus, mas ele permaneceu calado.
– Eu peço desculpas, sr. Christopher – eu disse, minha voz ainda ondulando por causa da respiração entrecortada. – A impressão levou... – parei. Desculpas não iriam ajudar nessa situação. Além disso, eu não deixaria ele me culpar por algo que estava fora do meu controle. Ele podia ir para o inferno. Com minha coragem recém-descoberta, ergui o queixo e caminhei até onde ele estava.
Sem olhar em seus olhos, eu arrumei meus papéis e coloquei uma cópia da apresentação diante dele na mesa.
– Posso começar?
Ele não respondeu, apenas ficou encarando minha postura, que tentava mostrar coragem. O que seria bem mais fácil se ele não fosse tão lindo. Em vez de dizer alguma coisa, ele fez um gesto em direção aos papéis, pedindo que eu continuasse.
Limpei a garganta e comecei a apresentação. Enquanto eu passava pelos diferentes aspectos da proposta, ele se manteve em silêncio, olhando fixamente para sua cópia do texto. Por que estava tão calmo? Eu sabia lidar com seu mau humor, mas aquele silêncio ensurdecedor? Aquilo estava me deixando nervosa.
Eu estava inclinada sobre a mesa, explicando um grupo de gráficos, quando aconteceu.
– O cronograma deles para o primeiro resultado é um pouco ambici... – parei no meio da frase, com meu ar preso na garganta. A mão dele pressionou gentilmente a parte de baixo das minhas costas e então começou a descer até parar na curva da minha bunda.
[...]
Autor(a): melindrosa
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Nos nove meses em que trabalhávamos juntos, ele nunca havia me tocado intencionalmente. E naquele momento fora definitivamente intencional. O calor de sua mão queimou através da minha saia e chegou até a pele. Cada músculo do meu corpo ficou tenso, e senti como se minhas entranhas estivessem virando água. Que diabos ele estava fazen ...
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