Fanfic: Amor por acaso

Eu sabia que ela não tinha gostado da foto, não sei porque eu postei, mas eu adorei a foto e queria postá-la, então coloquei a legenda da primeira música que tocou quando a gente saiu pra jantar, com a Iasmin. 
Thiago: Eu vou excluir. – eu cocei a nuca e ela sorriu, negando com a cabeça. – Não o que? Não quer que eu tire? 
Laís: A foto ficou ridícula, todo mundo viu, a sua amiga ficou com ciúmes, todo mundo ficou falando lá das minhas pernas, mas eu gostei da foto, tenho que admitir. – eu sorri e ela fechou os olhos, abrindo-os devagar pouco tempo depois. Ela estava morrendo de sono, dava para ver. 
Thiago: Mas se me permite dizer, você tem umas pernas lindas. – ela deu risada e balançou a cabeça. – Eu vou ver como estão as coisas por aí, e tenho que ir para a faculdade daqui a pouco, então... Eu volto mais tarde. – ela assentiu e fechou os olhos. 
Laís: Aposto que a Iasmin vai ficar esperando. – eu sorri, mas é claro que ela não viu. Eu saí de lá, mas não antes de deitar direito o Josh na maca. Eu estava cansado, com muito sono, então não fui para a faculdade, fui direto para casa, dormir. Lila, como sempre, correu para todos os lados quando eu cheguei e antes de ir dormir, eu verifiquei se ela tinha ração. Dava a impressão de que ela estava muito gorda, tinha que levá-lo ao pet-shop logo para tomar banho. Ela já estava começando a ficar cinza. 
Thiago: Você precisa muito de um banho, Lila. Me lembre de te levar lá assim que sobrar um tempo. – ela latiu e eu fechei a porta. Eu tirei a calça jeans, a camisa e me joguei na cama. Estava cansado, então dormi logo. Acordei com o meu celular tocando. Só quem me ligava para me acordar era a Andressa, então eu atendi sem animo nenhum. 

Laís: Oi. – eu me sentei na cama ao ouvir a sua voz. – Estava dormindo? Desculpa, ligo mais tarde. – porque ela sempre estava pedindo desculpa ou agradecendo? 
Thiago: Não, tudo bem. – eu olhei para o relógio. – Já devia ter acordado. Está tarde. Aconteceu alguma coisa?
Laís: Não, só liguei porque sei lá, não queria ficar sozinha aqui e a Hanna sumiu desde que você saiu. 
Thiago: Que bela amiga essa Hanna. Vou dar na cara dela. – ela deu uma risadinha. – Se eu der na cara dela porque ela deixou você lá, você me tira da cadeia depois? 
Laís: Você vai bater e eu vou matar, vou estar presa também, não vou ter como ajudar você... O que?... Não, não vi. – ela estava falando com alguém por lá. – Oi, desculpa. Entrou uma mulher aqui. 
Thiago: Tudo bem. Como está a Iasmin? – ela passou o telefone para a Iasmin. – Oi Bela, como você está? 
Iasmin: Não to bem. Meu bracinho ta doendo, vem tirar a gulha que eles colocaram em mim? – senti sua voz falhar. – Vem? 
Thiago: Estou indo aí falar com eles pra ver porque seu bracinho está doendo, vou aí brigar com eles porque você não pode sentir dor, não é? – ela murmurou um “uhum” e fungou. – Estou saindo de casa, chego aí daqui a pouco pra brigar com todo mundo. – eu a ouvir rir e logo em seguida, brigar com a Laís. 
Laís: Olha, a culpa disso é sua. Ela está apaixonada por você, está fazendo birra. – eu dei risada. Thiago: Daqui a pouco eu estou aí. 

Quando eu estava saindo de casa, Andressa apareceu no portão, com os braços cruzados, me olhando feio. Eu respirei fundo e abri o portão para ela, que entrou pisando fundo. Lila foi se esconder na casinha dela. 

Andressa: Que palhaçada foi aquela lá no facebook? – ela disse alto e eu entrei em casa, ela entrou atrás de mim e eu me joguei no sofá. Aquilo iria demorar. – Você está namorando? Quem é ela? Você conhece alguém e nem me conta? Depois diz que eu sou sua melhor amiga? Estava saindo pra ir ver ela? Me responde. – ela gritou. 
Thiago: Não foi palhaçada, foi uma foto. Não estou namorando. É uma garota que eu conheci. Você conhece ela. Você é minha melhor amiga, não minha esposa. E sim, estava indo ver ela. – disse devagar. Ela gritou e jogou sua bolsa em cima de mim. Eu segurei a bolsa e quando na coloquei de lado, vi que a Andressa estava vermelha. – Olha, quando você aceitou ficar comigo, você estava sabendo que era só no momento, Andressa. Você nunca ficou com ciúmes antes, o que foi que deu em você hoje? 
Andressa: Eu quero saber que foto foi aquela? A mão na perna dela, Thiago, em um local publico. 
Thiago: Você nunca teve ciúmes, começou a ter ciúmes hoje porque? Eu sempre fiquei com as garotas na sua frente e você estava pouco se fodendo. 
Andressa: Você só pegava vagabunda, Thiago, não ficava desfilando com elas por aí. Não saía pra ver elas. Eram só... Vagabundas que você achava por aí. 
Thiago: Está com ciúmes? – ela cruzou os braços e eu me levantei. – Está com ciúmes de uma garota que você nem ao menos conhece? Quem é você e o que você fez com a minha amiga? 

Andressa: Olha, vai tomar no olho do seu cu, ta? Nem sei por que eu vim falar com você. – ela pegou sua bolsa e saiu batendo a porta. Eu dei risada e neguei com a cabeça. Eu tirei o carro e dei tchau para a Lila. Quando encontrei com a Andressa na rua, buzinei e vi pelo espelho que ela fechou a cara. Antes de ir para o hospital, eu passei em uma loja de pelúcias e comprei a Dory menos feia que tinha ali. Ela era grande e a Iasmin me disse que gostava mais dela do que do outro peixe. A vendedora achou que eu estava comprando pra minha filha. Eu entrei no hospital carregando aquele peixe azul, chamativo, em baixo do braço. Eu abri a porta do quarto da Iasmin e ela arregalou os olhos, abrindo um largo sorriso e correndo na minha direção. Eu a abracei e entreguei pra ela. Laís fez cara feia. 
Iasmin: Ela é linda. – eu arqueei a sobrancelha. Não era linda. – Brigada. – ela me abraçou forte e eu retribuí o seu abraço. Eu a peguei no colo. – Olha, mamãe, é a Doris, é a Doris do Nemu lá, do peixinho. 
Laís: É, amor? Ela é linda. – Laís sorriu pra ela. – Não precisava... 
Thiago: Não precisava, mas eu comprei, só porque eu ouvi dizer que você não chorou, que você ficou lá bem forte. – disse olhando para a Iasmin, que sorriu pra mim. 
Iasmin: Chorei só um pouquinho – ela disse gesticulando com as mãos, segurando o peixe pela barbatana enquanto falava. – Mas depois eu parei, né mamãe? – ela se virou para olhar a Laís, que concordou com a cabeça. – Mas a mamãe me deu uma sopinha sem gosto pra comer e eu não consegui comer. – ela fez beicinho. Iasmin queria porque queria o outro peixe que eu havia dado para ela, o Nemo, e ela entrou em uma discussão com a Laís, porque ela tinha que ir buscar lá no apartamento delas e ela não iria, aí a Iasmin começou a ficar brava. As duas estavam bravas pouco tempo depois. Iasmin ficava igual a Laís quando estava brava. Eu fiquei parado, esperando a discussão terminar. 
Laís: Eu sou a sua mãe e eu estou dizendo que não. E engole o choro. – Iasmin começou a chorar. Ela cruzou os braços e se jogou na cama. – Cansei, Iasmin. – ela revirou os olhos e me puxou do quarto, fechando a porta em seguida. – Desculpa por isso. Ela anda muito manhosa e teimosa. 
Thiago: Toda criança passa por essa fase da teimosia. – ela respirou fundo e eu sorri. – Então não queria ficar sozinha? – antes de ela responder Hanna chegou ali. 
Hanna: Porque é que você não está com a Iasmin? – Laís lhe deu um tapa de leve no ombro. 
Laís: Você é uma péssima amiga. Fica lá com ela pra eu poder comer? – Hanna assentiu e entrou no quarto. – Come alguma coisa comigo? – eu assenti e nós fomos até a lanchonete. – O que você tinha perguntado? 
Thiago: Nada. Esquece. – ela assentiu. – O médico disse quando vocês vão voltar pra casa? – nossos refrigerantes chegaram e eu agradeci a garota.
Laís: Amanhã logo depois da próxima quimioterapia. – eu assenti. – Mas ela já está enjoada hoje, imagine amanhã? Vou morrer se ela ficar doente porque não está conseguindo comer. – nossos sanduíches chegaram. – Você não precisava ter comprado aquilo. 
Thiago: Ela é mais minha amiga do que você e ela tinha dito que gostava mais daquela azul, então eu dei o bicho certo pra ela. 

Laís: Mas você não devia dar, está mimando muito a Iasmin. – ela pegou o sanduíche, mas não o mordeu. – Ela está... Ela sempre fica esperando que você... Apareça. O tempo todo, ela só fala de você. Às vezes eu acho que ela prefere ficar com você do que comigo. 
Thiago: Se você me deixasse dar as coisas pra ela sem ficar se intrometendo, talvez ela gostasse de ficar com você também. – ela sorriu de lado e mexeu no canudo. – Não vai comer? – ela negou com a cabeça. 
Laís: Eu posso confessar uma coisa? – eu assenti levemente com a cabeça. – Eu acho que me sinto melhor quando estou com você. – ela disse num sussurro. – Principalmente agora, eu sinto como se você fosse sempre me ajudar... 
Thiago: Eu vou te ajudar. – disse rapidamente, mas ela sorriu, mexeu no canudo novamente e continuou falando. 
Laís: Não é isso que eu estou falando, sabe. É como se eu me sentisse segura com você. O que é estranho porque a gente se conhece não tem um mês e você já postou uma foto nossa, que eu tirei, nós já nos beijamos, duas vezes... 
Thiago: Selinho não é beijo. 
Laís: Não interrompa meu raciocínio. – eu sorri e levantei as mãos. – Onde eu estava? Ah, é. Os beijos. Já nos beijamos e eu me sinto melhor com você, como se nada de ruim fosse acontecer enquanto eu estou com você. E sem contar que você se tornou o melhor amigo da minha filha e fica dando coisas pra ela... 
Thiago: Ela é um amor. – Laís revirou os olhos. – Foi mal. – disse quando percebi que havia a interrompido novamente. 
Laís: Ela é um amor e você também é um amor, Thiago, um príncipe sabia? - Eu não sabia onde ela queria chegar com isso, mas eu queria ouvir até o fim. Eu estava gostando de sair com a Laís. Na festa, quando eu bati os olhos nela, pensei que ela fosse uma das piranhas que tem em toda a festa, como a Hanna. A Hanna é legal, mas não é o tipo de garota que um cara quer namorar e eu achava que a Laís era assim, mas me enganei. Ela era boa com a filha dela, sabia conduzir uma conversa legal, era agradável, inteligente, engraçada e até um pouco safada. Tudo na medida certa. Eu a chamaria para sair todos os dias. É claro que eu não a conheço, mas... O que mais eu preciso aprender sobre ela? Já sei praticamente toda a sua vida. Mas ainda sim, era pouco tempo. 
Laís: Eu só... Não sei. Ao mesmo tempo que eu me sinto segura, sinto também que isso está indo muito rápido. A gente se conhece bem, mas... Eu não acredito em coisas rápidas sabe? Daquelas coisas de “Ah, te olhei e senti que te amava” aí eles se casam e morrem felizes. Desculpa estar te metralhando de palavras assim, que não devem estar fazer o menor sentido, mas eu estou com sono, acho que é por isso que eu estou falando que nem uma louca. – ela disse tudo muito rápido, como se não respirasse mais. 
Thiago: Se acalma. – ela parou de falar. – Respira, dá um tempinho pra eu saber o que foi que você quis dizer e você começa a falar de novo, ta bem? – ela deu risada e assentiu. – Você sente que perto de mim nada vai dar errado, que nada vai machucar vocês e eu sinto que tenho que ficar perto de vocês pra proteger vocês. Não tem sentido, mas... Não posso fazer nada. Vou continuar te chamando pra sair e vou continuar dando as coisas pra Iasmin, porque eu gostei de fazer isso. Laís: Ela está começando a associar você com um pai. Fica dando presentes pra ela... – Laís parou de falar. – Eu só... – eu fiquei esperando ela concluir a frase, mas ela não o fez. Laís respirou fundo, pegou o refrigerante e saiu. Eu deixei uma nota em cima da Mesa, peguei meu sanduíche e mordi enquanto me levantava para ir atrás dela. Eu estava a alcançando, mas veio um carro e eu tive que esperar para poder atravessar a rua. Eu atravessei correndo e quando a alcancei, mordi novamente meu sanduíche e parei na sua frente. 
Thiago: Porque você foi embora? – pelo menos eu tentei falar, mas acho que não saiu como eu queria. Estava com a boca cheia. 
Laís: O que? – ela perguntou sorrindo. Eu repeti. – Ah, eu não sei. 
Thiago: Aquela parada de ser imprevisível novamente? – ela concordou. – Não faz isso de novo não, garota. Você me assustou. – ela deu risada. – Não ri. É sério. 
Laís: Desculpa. 
Thiago: Você tem que parar de se desculpar também. – eu entreguei meu sanduíche para ela, que deu uma mordida. Eu passei o braço pelo seu ombro, a puxando para entrar no hospital. Ela foi comendo o sanduíche até quando paramos na porta do quarto. Josh estava lá, brincando com a Iasmin. 
Laís: Ele estava lá na sala não estava? – ela não o conhecia. 
Thiago: O nome dele é Josh, acho que ele já está aqui a bastante tempo. – ela mordeu o cantinho do lábio inferior e a Iasmin nos viu. Josh levantou a cabeça e sorriu, envergonhado para a gente. 
Laís: Oi amor. Quem é seu amiguinho? – ela perguntou entrando no quarto. 
Josh: Eu sou o Josh. Ela me chamou pra brincar com ela. – ele disse tudo rapidamente.

Josh Müller, 5 anos. Tem leucemia e faz tratamento à três anos.