Fanfic: Amor por acaso

Eu fui pra casa depois que o Thiago saiu para ir ver a melhor amiga dele, que nos atrapalhou ontem e pelo jeito, nos atrapalhou hoje de novo. Sem contar que já estava tarde, então minha mãe já estava preocupada comigo. 
Susana: Vou ter que falar de novo pra você, Laís? Quando for passar a noite fora, você me liga avisando. – ela estava brava. Iasmin ouviu que eu cheguei e saiu do quarto correndo para me abraçar. Eu me agachei e a peguei no colo.
Iasmin: Eu estava com saudades mamãe. – ela disse fazendo beicinho e eu levantei a sacola. Eu havia passado em uma lanchonete e comprado algumas porcarias pra gente comer, já que eu estava com muita fome. Iasmin pegou a sacola e correu para a cozinha. 
Laís: Eu sinto muito mãe. Acabei nem pensando em ligar pra você. – ela me olhou feio. – O que foi? – perguntei rindo. 
Susana: Você o conhece? – eu assenti. – Menos mal então. Usaram camisinha? 
Laís: Claro mãe. – ela concordou com a cabeça e foi para a cozinha também, mas não, nós não tínhamos usados. Mas eu tomava pílula, então não tinha tantos problemas assim. Eu acreditava que ele não tinha doença nenhuma e eu sabia que não iria engravidar, mas ainda sim... Devíamos ter usado. Droga. Eu afastei esse pensamento e fui para a cozinha também. Iasmin já estava comendo. Eu peguei uma coxinha e comi junto com elas. Minha mãe se despediu da gente quando já eram quase três horas da tarde. 
Iasmin: Mamãe, você dormiu em alguma amiguinha? – ela perguntou assim que a minha mãe saiu. – Você não dormiu em casa. Não leu pra mim. 
Laís: Mas a vovó não leu pra você? – ela assentiu. – Então meu amor. Mas hoje eu leio o que você quiser o tempo que quiser, ta bem? - Thiago me mandou uma mensagem e a Iasmin ficou reclamando que estava entediada, que queria sair e fazer alguma coisa. Eu sorri e mandei uma mensagem para o Thiago, para ele nos encontrar na pracinha. Ele disse que iria adorar encontrar a Iasmin e ela disse que iria adorar ir na pracinha. Ela se arrumou e eu coloquei um short jeans, uma blusinha branca e uma sapatilha. Nós saímos e eu tive que parar para ela ir buscar a Bianca, que iria junto. As duas foram gritando e cantando até a pracinha. 
Laís: Mas como sempre, não saiam da areia, ta bem? – elas assentiram e correram para os brinquedos. Eu me sentei no banco e fiquei olhando para os lados para ver quando o Thiago iria chegar. Para a minha surpresa ele não demorou. Estava lindo vestindo uma camiseta branca, colada no seu corpo, uma calça jeans de lavagem escura e um all star branco. Ele levantou os óculos de sol e sorriu pra mim. Eu cruzei as pernas e ele se sentou do meu lado. 
Thiago: Não acha que esse short está curto de mais? – ele perguntou sério e eu dei risada. – Porque você fugiu de mim? Me instigou e depois sumiu. 
Laís: Eu não fugi de você. Minha mãe estava me enchendo o saco. – eu não podia tirar os olhos das meninas, então falei tudo, olhando para frente. Ele segurou meu queixo e me fez olhar para ele. 
Thiago: Foi só por causa disso? – eu assenti e ele soltou meu queixo. Eu sorri e olhei para as meninas, que estavam brincando na gangorra. Iasmin viu o Thiago e puxou a Bianca para vir vê-lo. – Olá Bela. – ele disse sorrindo para ela, que o abraçou. 
Iasmin: Essa é a minha amiga, Bianca. – ela empurrou Bianca para frente. Iasmin ficou apresentando os dois e falando sem parar, praticamente sem nem respirar e eu percebi que eu fazia aquilo e que ela estava começando a fazer também, e que era bem engraçado. Thiago usou uma voz mais suave pra falar pra ela respirar do que usava comigo. Eu cruzei os braços e fiquei olhando para os três. 
Bianca: Vem, Iasmin. – ela disse irritada. Ela puxou a Iasmin. – Eu quero brincar. – Thiago deu risada quando a Iasmin puxou bruscamente o braço. 
Thiago: Por algum motivo, ela me lembra você. Eu já disse que ela se parece muito com você? 
Laís; Já e eu já disse que ela se parece com o pai dela. – ele balançou a cabeça negativamente. – Você só o viu no escuro ontem. Ela é a cara dele. 
Thiago: Eu já tinha o visto antes. 
Laís: Você não os viu juntos. Sério, ela é a cara dele, acredite em mim. Eu preferia que ela se parecesse mais comigo. Eu olho pra ela e lembro o cara horrível que ele é. 
Thiago: Eu olho pra ela e lembro da pessoa incrível que ela é e da mãe ainda mais incrível que você é. – eu provavelmente estava corando. – Está ficando vermelha novamente. – ele sorriu e eu sorri também, balançando a cabeça negativamente. – Você fica ainda mais linda corada. – eu dei risada e um tapa no ombro. 
Laís: Já falei para você parar de ficar me olhando assim e ficar me elogiando. – ele deu risada e eu olhei para a Iasmin. Elas estavam correndo, brincando de pega, até a Iasmin tropeçar e cair. Eu me levantei rapidamente quando ela começou a chorar. Quando eu me abaixei para ver seu joelho ralado, Thiago estava do meu lado, se ajoelhando para vê-la. Bianca se aproximou para ver o que estava acontecendo e disse pra Iasmin parar de chorar. Eu fui comprar uma água para jogar no seu joelho e tirar qualquer grão de areia que tenha entrado ali, recomendações do médico. Eu comprei a água e voltei para a pracinha. Thiago pegou a água e ficou acalmando a Iasmin enquanto limpava o ralado. 
Laís: Acho melhor brincarem em casa... – Iasmin concordou com a cabeça e em seguida, me olhou com os olhos marejados, seu nariz estava muito vermelho. – Pode ser, Bianca? – ela também concordou. Thiago levou a Iasmin no colo e eu segurei a mão da Bianca. Ela era igual a Iasmin pulava o tempo todo, não importava onde nós estávamos naquele momento, ela estava pulando enquanto eu segurava seu pulso. Nós chegamos no prédio e eu chamei o elevador, que demorou muito para descer. Eu apertei o botão e a Bianca foi trocar de roupa antes de ir lá pro meu apartamento, brincar com a Iasmin. 
Thiago: Você tem alguma coisa para fazer curativo? – eu assenti e corri para o banheiro. Eu sempre tinha as coisas para fazer curativo na Iasmin, já que ela sempre estava com alguma coisa ralada. Eu voltei para a sala e com agilidade, ele fez um curativo no joelho dela. 
Iasmin: Não doeu quando ele fez mamãe. – ela disse como se estivesse falando “aprenda com ele, por favor, ele faz isso melhor do que você”. Meu amor, o que você queria? Ele faz faculdade pra isso. 
Laís: Sinto muito se faço doer. – ela fez beicinho e eu me sentei ao seu lado. Bianca bateu na porta e eu a ouvi falando que a mãe dela tinha feito bolo e que era para elas irem para lá. Iasmin me perguntou rapidamente se poderia ir e eu concordei com a cabeça. Eu estava sozinha com o Thiago, novamente, e isso era constrangedor. A gente havia transado na noite anterior e agora estávamos ali, com o apartamento inteiro para a gente, sem saber o que realmente fazer. Eu estava morrendo de vergonha, mas ele parecia bem confortável, como se fizesse isso todos os dias. Não, pera. Ele faz isso todos os dias com a Andressa. Ela abre as pernas para ele e no dia seguinte, agem como se nada tivesse acontecido. Eu não estava acostumada com isso. Agora estava começando a pensar loucamente, sem respirar também? 
Thiago: Não gostei de ter fugido de mim hoje de manhã. – eu o olhei e sorri, meio envergonhada. – Agora, que estamos sozinhos e você não tem mais que ficar olhando as meninas no parquinho, você vai me responder porque fugiu de mim? 
Laís: Eu já disse por quê. E eu não fugi, eu só saí sem você ver porque você tinha saído para cuidar da sua melhor amiga. Isso não é fugir. E eu não iria ficar sozinha lá na sua casa. 
Thiago; Você tirou toda a minha concentração de manhã. Quase apanhei por isso, acho que você ouviu, então não acha que eu mereço alguma coisa em troca? – eu neguei com a cabeça. 
Laís: Quem diria que você iria ficar dando em cima de mim tão descaradamente? – ele deu risada e eu sorri, o olhando nos olhos. 
Thiago: Eu gostei da noite anterior, Laís. Muito mais do que as minhas ultimas noites. – você foi melhor do que as ultimas que eu peguei, querida, fique feliz. – Eu adorei, mesmo. 
Laís: Eu também gostei. Mas eu havia bebido um pouco de mais ontem e sou obrigada a falar aquela frase horrível e clichê, mas não era pra isso ter acontecido. 

Thiago: Não era pra ter acontecido, mas acabou acontecendo e você não estava bêbada. Eu conheço uma garota bêbada e você não estava... Se estava bêbada, então eu me aproveitei de você. – ele arregalou os olhos. Parecia culpado. 
Laís: Olha, não foi isso que eu quis dizer. – disse rapidamente. – Ai, droga. – eu disse bem baixo, mas acho que ele ouviu. – Não quis dizer que você se aproveitou de mim, só estou dizendo que realmente não era pra ter acontecido. 
Thiago: Tudo bem. Eu entendi. – ele sorriu fraco e eu me senti muito culpada por aquilo. O silencio tomou conta do ambiente. Não era pra isso ter acontecido também. 
Laís: Thiago... – eu sussurrei e ele não me respondeu. – Thiago. – ele me olhou e eu mordi o lábio inferior. – Não faz assim, eu me sinto culpada agora. – ele continuou me olhando, sem falar nada. – Thiago. – eu disse manhosa. 
Thiago: Eu não estou fazendo nada. – ele disse rindo. – Só estou... Deixa quieto. Mas então, você está bem? – eu assenti. – Só estava te enchendo o saco. – ele disse rindo e me abraçando de lado. 
Laís: Idiota, eu achei que tinha magoado você. – eu o empurrei e ele voltou a me abraçar. Eu mordi seu braço e ele me soltou. – Idiota. Idiota. – eu comecei a bater nele. Thiago estava dando risada, e quanto mais ele ria, mais tapas eu distribuía pelo seu braço. 
Thiago: Pára. – ele disse rindo. Era como se eu estivesse fazendo cócegas nele e depois de um tempo, eu parei de lhe bater e comecei a rir também. Eu me deitei no sofá, ainda rindo. Era estranho porque eu não sabia do que estava rindo, só... Estava rindo. Nós fomos parando de rir aos poucos. Thiago parou de rir e ficou me olhando, me deixando envergonhada. Eu me sentei bem a tempo, já que assim que eu me ajeitei no sofá, Iasmin abriu a porta e a bateu com força, indo para o quarto pisando fundo. Eu arqueei a sobrancelha e me levantei para ir falar com ela. Ouvi a porta do seu quarto batendo. Ela estava parecendo uma adolescente chata. Eu abri a porta e coloquei a cabeça para dentro. Ela estava jogada de bruços na cama. Eu entrei e fechei a porta. 
Laís: Ei, adolescente. O que foi que aconteceu? – eu perguntei baixo. Ela se sentou na cama, estava de cara feia e eu tive que segurar o riso. 
Iasmin: Bianca é uma boba. – eu fechei a cara. – Ela disse que eu sou muito criança, mamãe. E ela não me deixou brincar com a moneca dela, ela pegou tudo pra ela e não me deixou brincar, mamãe. Eu não gosto maisi dela. 
Laís: Calma, criatura. Respira. – droga, estou parecendo o Thiago. – Mas já passou não passou? Você está em casa e todas as suas bonecas estão aqui e você pode brincar com elas a vontade. 
Iasmin: Será que o Thi brinca comigo, mamãe? – ela perguntou animada. – Posso ir lá pergunta pra ele? – eu assenti e ela saiu correndo, batendo a porta do quarta novamente. Eu revirei os olhos – Desculpa mamãe. – ela gritou e eu me sentei na cama, esperando. Pouco tempo depois ela voltou. – Ele vai brincar, mamãe, ele vai brincar. – ela pulou na cama e depois correu para pegar todos os seus brinquedos. – Me ajuda mamãe. – ela fez cara feia e eu revirei os olhos. Eu a ajudei com a caixa dos brinquedos, levando até a sala. 
Thiago: Tudo isso é brinquedo? Quantos brinquedos você tem, Bela. – ele disse com os olhos arregalados. Enquanto eles brincavam, eu fui para a cozinha, preparar alguma coisa pra gente comer. Eu não sabia o que fazer. Olhei as coisas que tinha ali e resolvi fazer macarrão, maionese, arroz e frango frito. Coloquei as coisas no fogo e fui fazer o molho do macarrão. Quando eu estava picando o tomate, Iasmin me empurrou para pegar água para o Thiago, que estava parado perto do balcão, me olhando. 
Laís: Espero que goste de macarrão, é o que vai ter hoje. – ele deu risada e assentiu. 
Iasmin: Com carne moída, mamãe? – ela disse animada e eu neguei com a cabeça. – Mas eu gosto com carne moída. – Iasmin estava começando a ficar muito manhosa. Eu a olhei e ela fez beicinho. – Mamãe, não dá pra fazer com carne moída? 
Laís: O macarrão já esta cozinhando e a carne vai demorar para fazer. Hoje vai ser sem carne moída. – ela assentiu e entregou o copo de água para o Thiago, que bebeu a água me olhando. Depois, ela colocou o copo em cima da pia e foi puxando ele até a sala novamente. Enquanto as coisas não ficavam prontas, eu fui até o balcão e olhei os dois brincando. Thiago não tinha jeito nenhum para vestir as bonecas, Iasmin tinha que ensiná-lo a fazer as coisas e dizer se estava bom ou não a roupa. 
Iasmin: Vestido não se põe com calça. – ela disse rindo da boneca dele. Ele entortou os lábios. 
Thiago: Acho que não sei combinar peças de roupas em bonecas. – ela deu risada, cobrindo a boca com uma das mãos. – Está rindo de mim? – ela parou de rir rapidamente e eu a deitou no tapete, começando a fazer cócegas nela em seguida, fazendo-a gritar e rir ao mesmo tempo. Iasmin começou a me pedir ajuda no meio dos seus gritos. Eu estava sorrindo e o Thiago estava rindo junto com ela. Ele parou um segundo e ela saiu correndo, vindo atrás de mim. Ela ficou segurando minhas pernas e ele se levantou, vindo atrás dela. Iasmin empurrou minhas pernas e correu para trás da mesa. Eles começaram a correr em volta da mesa e eu comecei a rir. A idade do Thiago havia reduzido mais da metade. 
Laís: Vão correr pra lá, na cozinha não. – Iasmin correu pra sala e ele foi atrás dela, então ela correu para os quartos e eu não os vi mais, mas ainda conseguia ouvir os gritos da Iasmin. Os vizinhos deviam estar achando que eu estava matando a Iasmin. Eu neguei com a cabeça e fiquei olhando as coisas. Logo a Iasmin veio rindo para a cozinha e o Thiago parecia estar morrendo. 
Thiago: Preciso voltar pra academia. – ele disse colocando a mão na costela. – Cansei. – eu dei risada. 
Laís: Só vim pra cá mais vezes que uma hora você pega resistência. – ele deu risada e a Iasmin pegou água e queria puxar o Thiago para brincar com ela novamente, mas ele recusou, disse que estava cansado. – Pára, Iasmin. Vão lavar essas mãos sujas aí e venham comer. 
Thiago: Eu não... 
Laís: Vai lavar a mão. – eu o ameacei com o pano de prato. Eles foram lavar as mãos e eu peguei os prato e um pacote de batata palha para a Iasmin. 
Iasmin: Mamãe, mamãe. – ela veio correndo, gritando. – Ele disse que tem uma cachorrinha, mamãe. Eu também quero e quero ir lá ver. – eu arqueei a sobrancelha e ela se sentou na mesa. – Mamãe, porque não a gente não tem um cachorrinho?