Fanfic: Amor por acaso

Hanna havia chegado no clube sozinha, depois de dizer que iria levar a Laís junto. Ela disse que tentou de tudo, mas que ela não queria vir. Eu realmente senti falta dela no clube. Jean ficou perguntando da Laís o tempo todo e a Andressa ficou grudada em mim, como sempre. Eu não reclamei daquilo. Nós nos divertimos juntos. Quando estava de dia, eu estava com muito sono, mas resolvi ir até o hospital saber se eu havia feito alguma coisa para a Laís, já que ela visualizou minhas mensagens e não respondeu nenhuma. Se estivesse ocupada, ela não iria nem ver as mensagens. Ela estava estranha, mas eu não iria discutir com ela, não na frente da Iasmin. Hoje era feriado, mas não dava para sair, eu tinha plantão de noite, mas ainda sim, marquei de ir conversar com o Jean em uma lanchonete. Eu estava acostumado a ir dormir depois de muito tempo ou nem dormir. Eu saí do hospital ouvindo a Iasmin indo brincar pelo corredor com as outras crianças. Aquela ala virava um parque quando todas elas decidiam sair dos quartos e irem brincar, todas juntas. Eu fui para casa e tentei dormir um pouco, mas não consegui. A imagem da Laís ficava rodando na minha cabeça, o tempo todo. Ela estava diferente comigo e eu nem sabia o porquê daquilo. Eu resolvi levantar e ir fazer alguma coisa para comer. Quando terminei, a campainha tocou e antes de começar a comer, me levantei e fui ver quem era. Andressa. 
Andressa: Achei mesmo que não estava dormindo. – ela estava com cara de sono quando veio me abraçar. 
Thiago; Quem disse que eu preciso dormir? – eu a abracei e quando soltei, ela estava sorrindo. – Ao contrário de você não é? Porque não está dormindo?

Andressa: Meus pais estão brigando muito hoje. – ela fez careta. Sempre que os pais dela brigavam, ela vinha ficar comigo, eu era tipo o irmão mais velho que protegia a irmã mais nova quando os pais brigavam, tampando as orelhas e essas coisas. Eu a abracei de lado e nós entramos. 
Thiago: Fiz strogonoff, quer? – ela negou com a cabeça e eu revirei os olhos. – Você é muito chata com comida, Dessa, precisa parar com isso. 
Andressa: Quando eu emagrecer mais dois quilos, eu paro, aí a gente sai pra comer alguma coisa. 
Thiago: Sanduíche natural? – ela assentiu. – Não, muito obrigado. Fico com pizza. – ela sorriu e se sentou ao meu lado. Andressa fechou os olhos e inclinou um pouco a cabeça para o lado, abrindo os olhos em seguida. 
Andressa: Posso ir deitar? – eu assenti. – Você vem? – a minha casa, era como se fosse a casa dela. 
Thiago: Só vou terminar de comer e já vou lá. – ela assentiu e saiu da cozinha, subindo a escada lentamente. Eu terminei de comer e joguei tudo em cima da pia, depois eu levava. Coloquei meu celular para despertar para poder encontrar com o Jean e fui para o meu quarto. Andressa já estava deitada, estava de bruços na cama, com o cobertor cobrindo suas pernas. Eu me deitei lentamente ao seu lado e ela virou, me olhando. Automaticamente eu olhei para seus lábios, avermelhados e grossos. Ela sorriu. 
Andressa: Você fica com cara de maníaco assim. – eu sorri e neguei com a cabeça. Ela ficou de lado e eu passei um braço por baixo da sua cabeça. Ela se aninhou mais perto de mim, passando seu braço por cima da minha barriga, fechando os olhos em seguida. Acabei não acordando com o celular tocando, então estava muito atrasado para ir encontrar com o Jean. Tão atrasado que ele havia me mandado mensagens, me xingando e dizendo que eu era um péssimo amigo. Jean sempre foi meio dramático. Eu respondi, dizendo que iria encontrá-lo e ele concordou. Então eu me levantei lentamente e saí de casa. Jean estava comendo alguma coisa quando eu cheguei. Ele me olhou feio e eu tentei sorrir para ele. 
Jean: Você está com uma cara horrível. 
Thiago: Já experimentou ficar sem dormir por tanto tempo? Foi mal, acabei dormindo de mais. – ele assentiu e arqueou a sobrancelha pra mim. 
Jean: Dormiu de mais ou demorou muito pra dormir? – eu fiquei olhando pra ele. – A mãe da Andressa ligou pra mim. Você disse que iria parar de ficar com ela. – ele disse bravo e eu levantei as mãos. 
Thiago: Eu parei. Ela foi lá em casa porque os pais dela estavam brigando. – ele continuou me olhando. – Eu estou falando sério. 
Jean: Ontem vocês não ficaram? – eu neguei com a cabeça. – Porque eu não consigo acreditar em você? 
Thiago: Porque você é um idiota. Eu já falei pra você que não fiquei com ela. O que custa você acreditar em mim? Idiota. 
Jean: É difícil acreditar quando se sabe que nem você e nem ela aguentam ficar muito tempo separados. Mas eu estou contando com essa garota nova que mexeu com você. Que eu não faço ideia quem seja, o que é estranho porque eu conheço todo mundo que você conhece. – ele arregalou os olhos. – É alguém que a gente conhece não é? – eu comecei a rir, o que o irritou. – Me conta logo, Thiago. Até parece que eu não sou seu melhor amigo. – ele disse revirando os olhos. Eu acabei não contando quem era a garota, o que começou a deixar o Jean louco, e o que me fazia dar muita risada. Jean me fez prometer que ele seria o primeiro a saber quem era a garota, então eu prometi, mas sem saber se realmente cumpriria. Eu nem sabia se iria falar que já tínhamos ficado ou não. Eu nem sabia por que ela estava brava comigo para começo de conversa. Eu disse que tinha que ir. Tinha marcado com a Iasmin, iria levá-la para sair comigo. Só eu e ela, eu acho. 
Jean: Não se esqueça do que eu falei. – ele gritou enquanto eu me dirigia para o carro. Eu assenti e entrei. Fui para o hospital, Iasmin estava saindo, estava na porta para falar a verdade. 
Thiago: Cheguei bem na hora. – Iasmin soltou um gritinho e correu para me abraçar. 
Iasmin: Mamãe disse que você não viria, e eu disse que você viria. – ela disse sorrindo e eu a peguei no colo. 
Thiago: Mas é claro que eu viria, eu não disse que iria vir? – ela assentiu. – Está fazendo um dia lindo hoje. Porque nós não vamos lá pra sua casa, pra você se trocar e nós irmos para a praia? – ela assentiu rapidamente e olhou para a Laís, que estava com os braços cruzados, no mesmo lugar ainda. 
Laís: Venha, Iasmin. – ela pegou a Iasmin e seguiu em direção ao seu carro. – Fica quieta. Você vai com ele, mas nós vamos para casa primeiro. – ela disse brava e a Iasmin parou de se espernear no seu colo. Eu passei a mão pelo rosto. 
Thiago: Eu vou seguindo vocês então. Fico esperando do lado de fora. – ela levantou os ombros, sem me olhar e entrou no carro. 

Eu fiquei esperando no carro, enquanto a Iasmin trocava de roupa. Antes de elas entrarem, eu finalmente consegui convencer a Laís de ir junto com a gente, então ela também foi se trocar. Quando elas voltaram, Iasmin estava com um vestidinho roxo e trazia uma sacola, provavelmente com brinquedos. Laís estava logo atrás, com uma regata transparente, mostrando a parte de cima do seu biquíni preto e um short curto jeans. Ela estava muito, muito bonita. Elas entraram no carro e eu dirigi até a praia. Não era longe, então chegamos em menos de cinco minutos. Nós descemos do carro e a Iasmin segurou a minha mão para atravessarmos a rua. A praia estava deserta, não havia ninguém ali, exceto nós. Iasmin se soltou de mim e foi correndo na frente, com a sacola de brinquedos balançando loucamente na sua mão. Iasmin espalhou os brinquedos e eu parei, segurando o pulso da Laís. Ela me olhou nos olhos, não parecia feliz. 
Thiago: Eu preciso que me fale se eu fiz alguma coisa que magoou você. 
Laís: Por que você não pergunta pra sua “melhor amiga” – ela disse fazendo aspas com as mãos. 
Thiago: Ela postou as fotos. – eu bati na minha própria testa. – Eu falei para ela não postar. Espera aí. – ela havia começado a andar novamente e eu a puxei. – Não aconteceu nada entre a gente de noite, é sério. – ela revirou os olhos. – Você sabe que está com ciúmes não sabe? – ela bufou. – Porque as mulheres nunca assumem que estão com ciúmes? Ciúmes não é uma coisa horrível e de outro mundo, sabia – ela me olhou feio e eu levantei as mãos, como se estivesse me rendendo. Porque ela tinha que ser tão difícil? Era só acreditar no que eu estou falando e pronto. Ultimamente as pessoas não têm acreditado muito em mim. Eu fiquei olhando para a Laís, fazendo beicinho para ver se ela finalmente abaixava a guarda e falava normalmente comigo, o que, é claro, não iria acontecer assim tão rápido. Eu continuei fazendo beicinho, até ela sorrir e me mandar parar. 
Thiago: Por quê? Estou te incomodando fazendo isso? – ela colocou a mão no meu rosto e o empurrou sem muita força, só para me fazer olhar para o outro lado. – Acredita em mim? 
Laís: Mas é claro que não. – ela se sentou perto da Iasmin, que já estava sem o vestido roxo, apenas com seu maiô rosa cheio de babadinhos e toda cheia de areia. – Eu vi as fotos, Thiago, da para saber exatamente o que aconteceu lá. 
Thiago: Foram só umas fotos. Eu não dei nem um selinho nela. Como disse para o Jean que faria e... Ah, deixa de ciúmes idiota, Laís. – ela jogou areia em mim e eu me sentei ao seu lado. 
Laís: Não me importo. – mas ela se importava, eu sabia que se importava. Qualquer um sabia que ela se importava. Eu neguei com a cabeça e a Iasmin se levantou. 
Iasmin: Mamãe, vamos na água, mamãe. – ela disse pulando na frente da Laís. – Só no rasinho mamãe, bem ali na pontinha. Senta ali comigo. – ela fez beicinho e a Laís fez careta. – Você vem comigo? – eu assenti e ela sorriu, pulando em seguida. Eu me levantei e fui até a água com a Iasmin. Estava gelada, mas eu não me importava muito e pelo jeito, ela também não se importava. Iasmin “nadou”, pulou ondas e ficou pulando de um lado para o outro, rindo o tempo todo. Ela estava feliz ali. Eu olhei para a Laís, que nos olhava, com um sorriso nos lábios. Pelo menos ela já estava sorrindo.  Iasmin saiu correndo da água depois que viu um peixe nadando no meio de uma onda grande que veio. 
Iasmin: Vem ver mamãe, vem ver o peixinho. – ela disse puxando a Laís, que continuava resistindo. – Mamãe. – ela fez beicinho e a Laís se levantou. Eu me sentei onde ela estava antes e fiquei olhando para as duas. Elas obviamente estavam procurando peixes. Eu sorri e meu celular vibrou. Era a Andressa perguntando onde eu estava. Eu ignorei a mensagem dela. Laís ficaria furiosa se soubesse. Mas a Andressa também ficaria furiosa por eu estar ignorando ela. Porque as duas tinham que ser tão ciumentas e complicadas? Elas podiam se dar bem e facilitar o meu trabalho. Eu peguei as coisas da Iasmin e comecei a tentar montar um castelo de areia. Eu estava sem nada pra fazer, então o que melhor pra fazer do que um castelo de areia na areia? Eu tentei fazer, mas ficou desmoronando o tempo todo. 
Laís: Tem que molhar um pouco a areia. – ela disse rindo. Eu nem tinha visto que as duas estavam ali. – Ou bater bem a areia dentro do balde. – eu larguei o balde, cruzando os braços. 
Thiago: Nunca brinquei disso. – ela começou a rir e a Iasmin veio me ajudar a montar o castelo. Laís acabou se juntando e fazendo o castelo com a gente. Iasmin queria voltar para a água e queria que nós dois fossemos lá. Laís foi com ela e se sentou na beirada, onde não estava vindo água. Eu juntei as coisas da Iasmin e coloquei ao lado da Laís, me sentando atrás dela. Ela pareceu se assustar, mas não saiu. 
Laís: Ainda estou brava com você, Thiago. – eu beijei seu pescoço e ela se arrepiou. Eu sorri – Thiago. – ela disse rindo. Vi que ela estava apontando para uma onda, que acabou chegando na gente 

 

Laís começou a rir e eu consegui ouvir a Iasmin rindo também. Estávamos molhados. Eu sorri e vi as coisas da Iasmin flutuando com a onda. 
Thiago: As coisas. As coisas. – então começou uma correria para pegar as coisas da Iasmin, que ficaram espalhadas por todos os lados. Umas duas coisas foram mais para o fundo e eu tive que ir buscar. Eu voltei com as pazinhas da Iasmin e as coloquei na sacolinha de brinquedos dela. Iasmin começou a rir por eu estar molhado. Eu peguei minha blusa com a Laís e a coloquei no ombro. 
Iasmin: Nós podemos tomar sorvete? – ela perguntou animada e a Laís me olhou. Eu assenti, então nós saímos da praia. Iasmin colocou as coisas dela atrás do carro e a Laís ficou atormentando a Iasmin para que ela passasse protetor. No fim, ela acabou passando ainda sim. Nós fomos até uma sorveteria e a Laís pegou um sorvete para a Iasmin. 
Thiago: E você? – perguntei olhando para a Laís, que estava se sentando com seu short molhado no banco. – Você fica linda molhada sabia? – disse mordendo o canto do lábio inferior. 
Laís: Só não quero sorvete hoje. Mas e você? E eu sei. Fico muito sexy molhada e toda grudenta por causa do sal. – ela jogou o cabelo para o lado, me fazendo dar risada. Eu peguei um pouco de sorvete no Buffet e voltei para a mesa. Iasmin já estava toda suja de sorvete. Laís estava tirando uma foto da Iasmin. 
Iasmin: Mamãe, você não vai comprar um pra você? – ela negou com a cabeça. – Porque mamãe? Você adora veveti. Não vai ficar doentinha se tomar um pouquinho de veveti. 
Laís: Você ta querendo que eu compre pra dar mais sorvete pra você que eu te conheço. - Laís acabou pegando um pouco de sorvete para ela e dividiu com a Iasmin. Depois de tomarmos sorvete, fomos andar um pouco pela praia e a Iasmin queria voltar para a água. Eu queria que aquele dia durasse um pouco mais, mas não durou e eu tinha que ir para o hospital. Eu dirigi lentamente até o prédio delas. 
Laís: Obrigada. De novo. 
Thiago: Vou sempre levar vocês para tomar sorvete. Iasmin fica linda e bom... Você fica... – ela deu risada e negou com a cabeça. – Até amanhã então. – disse mais suave. Ela sorriu e abriu a porta, saindo em seguida. Iasmin me deu um beijo e saiu também. Eu fiquei parado ali até as duas entrarem pela porta da portaria. Era escura, mas eu consegui ver a Laís segurando a Iasmin no colo e acenando pra mim. Iasmin acenou em seguida e eu sorri, acenando também, mas sem saber se elas estavam ou não me vendo ali dentro, com os vidros escuros. Eu fui para casa e a Andressa ainda estava lá. Como eu disse, a casa era praticamente dela também.
Andressa: Oi. – ela disse, simplesmente, sem surtar como eu achei que faria. Ela estava deitada no sofá, vendo alguma comédia romântica que estava passando na TV. Esse era o único problema com a Andressa. Ela só assistia aquilo. 
Thiago: Oi. – ela me olhou e sorriu. Eu sorri de volta. – Eu vou tomar um banho e vou ter que ir... – eu tive que parar de falar para bocejar. – Que ir para o hospital. – ela assentiu. 
Andressa: Junior pediu para você passar na casa dele para pegá-lo, que era pra lembrar você disso. – eu havia esquecido que o Junior iria comigo hoje. Às vezes a gente conseguia pegar um plantão juntos no hospital.