Fanfic: Amor por acaso

Thiago: A comida estará na mesa em poucos segundos, amor. – ele disse irônico e eu bufei, sentando na cadeira. Thiago voltou com as sacolas e as colocou em cima da mesa. Ele tirou meu sanduíche e o meu refrigerante, tirando os seus em seguida. – Está parecendo uma criança. Come logo isso aí. 
Laís: Eu já disse que não quero. – ele empurrou o sanduíche na minha direção e eu tirei da caixinha. Era um sanduíche natural. Eu dei uma mordida pequena, para ele parar de me olhar. Eu comecei a ficar enjoada. Não queria comer. Não estava com fome e nem com vontade. 
Thiago: Quer parar de ficar girando isso aí e comer logo? – ele estava parecendo meu pai. Eu dei mais uma mordida pequena e peguei um pedacinho de cenoura. 
Laís: Você não tem plantão hoje? – ele negou com a cabeça e eu coloquei o pedacinho de cenoura na boca, mordendo-o pela metade. – Nem faculdade? 
Thiago: Se ficar me enrolando eu vou fazer mais coisas pra você comer. – eu fechei a cara e joguei o pedacinho de cenoura, que estava na minha mão, no Thiago, que revidou com uma azeitona. 
Laís: Não jogue azeitonas em mim. – eu disse brava, jogando mais um pedaço de cenoura nele. 
Thiago: Pára de ficar jogando cenoura em mim então. – ele jogou outra azeitona. – Não começa porque você está na vantagem agora, minhas munições acabaram. 
Laís: O problema é seu. – eu mostrei a língua para ele e fiquei procurando mais cenouras no meu sanduíche, mas elas também haviam acabado. – Ah, droga. – fiz beicinho e ele começou a dar risada. 
Thiago: Agora a criancinha precisa comer tudo pra ganhar sobremesa. – eu cruzei os braços, como uma criança mimada, fazendo-o dar risada. Eu acabei enrolando o Thiago e comendo só um pedaço do meu sanduíche. No fim, não tinha sobremesa nenhuma, então eu o fiz sair comigo para comprar um pote de sorvete. Ele voltou o caminho inteiro reclamando e me chamando de criança, dizendo que eu não poderia tomar o sorvete, já que não comi todo o sanduíche. Eu abri a porta do apartamento e fui para a cozinha abrir o pote. Eu peguei alguns canudos que estavam na prateleira e calda de chocolate. Eu peguei duas taças de sobremesa e uma colher. 
Thiago: Só vou deixar você tomar, porque dizem que sorvete trás felicidade. – ele disse cruzando os braços. Eu revirei os olhos e enchi as duas taças de sorvetes, calda e canudos de chocolate. 
Laís: Você tinha que estar me ajudando, e não me julgando. – ele revirou os olhos e bufou. Eu neguei com a cabeça e lhe entreguei uma taça, enquanto pegava a outra. Fui para a sala e ele veio atrás de mim. Eu me sentei e ele se sentou ao meu lado. Eu liguei a televisão e ele ficou prestando atenção em mim. Eu virei o rosto, com vergonha. 
Thiago: Acha que eu estou forçando de mais? – eu o olhei, confusa. – Eu não sei, acho que estou forçando você a fazer alguma coisa, forçando... isso. – ele apontou para nós. 
Laís: Não. Você não está forçando nada. Eu que pedi para você vir não pedi? – ele assentiu. – Então. Se alguém está forçando sou eu e não você. Mas porque perguntou isso? 
Thiago: Eu sei lá. – disse levantando os ombros. Nós falamos poucas coisas, antes de irmos deitar. Eu pedi para ele dormir comigo. Eu ainda estava apavorada. Parecia que tinha medo de escuro, eu não sei, estava meio perdida hoje.  Acordei no outro dia muito mais tranquila. Olhei para o lado e ele estava lá, dormindo tranquilamente. Fiquei olhando para ele por um tempo. Sua expressão estava tão suave... Balancei a cabeça e me levantei lentamente. Fui até o banheiro e fiz minha higiene. Saí do quarto e fui para a cozinha. Comi algumas bolachas com chá e me sentei no sofá. Iasmin devia estar na escolinha uma hora dessas. Eu olhei para a televisão e a liguei. Deixei em um canal de desenho e fiquei assistindo, mas sem prestar muita atenção no que estava passando. Thiago apareceu por tempo depois, com cara de sono. 
Thiago: Estava esperando acordar com beijos e não sozinho na cama enquanto você fica vendo desenho. – eu arqueei a sobrancelha e ele sorriu. – Como você está? – ele se sentou ao meu lado. 
Laís: Estou bem, apesar de também não acordar com beijos e tal. E você? 
Thiago: Disposto a ir dormir de novo pra acordar com beijos ou te acordar com beijos. – eu sorri e voltei a olhar para a televisão, que ainda estava no canal de desenhos. Eu senti que ele estava me olhando e quando o olhei, ele estava bem perto. 
Laís: Pára de ficar me olhando. – eu o empurrei dando risada. – Eu fico com vergonha. 
Thiago: Não deveria ficar com vergonha. – eu arqueei a sobrancelha. – Você é linda. – eu devo ter corado muito, já que ele começou a dar risada. – Você comeu? 
Laís: Ta pior que a minha mãe hein Thiago? Credo. Eu comi sim. – ele olhou no relógio. – Quer que eu faça alguma coisa pra você comer? – ele negou rapidamente com a cabeça. 
Thiago: Não. Estou pensando em te levar na melhor cafeteria do mundo pra me acompanhar enquanto eu tomo café. - Thiago me obrigou a ir até a cafeteria com ele. No carro, ele colocou algumas músicas para tocar pelo pen drive. Não tocou nenhuma música que eu conhecia, mas não me importei muito com isso. Ele ficava lindo quando estava concentrado e ainda mais lindo quando estava concentrado no transito, cantando baixinho a música e batucando no volante com os dedos. Não sei se ele percebeu que eu estava olhando para ele várias vezes, mas se percebeu, não falou nada. Nós entramos na cafeteria e o Jean estava na primeira mesa, com outro garoto. Ele me olhou e arregalou os olhos, soltando a mão do garoto logo em seguida. Ah. Meu. Deus. Eu fiquei parada ao lado do Thiago e ficou aquele momento constrangedor, ninguém falou nada e ficamos parados, olhando um para o outro. 
Jean: Ah, meu Deus. É com ela que você está saindo? – eu arregalei os olhos. 
Thiago: “Ela” está aqui, Jean. – ele sorriu, nervoso e eu sorri também. – Mas não é pra você ficar abrindo essa sua boca grande. – ele me puxou pela mão e nós saímos de lá, indo para uma mesa mais no fundo. 
Laís: Mais ninguém vai ficar sabendo, não é? – perguntei assim que sentamos. 
Thiago: Você deveria ficar orgulhosa se todo mundo soubesse que você está saindo comigo. – eu neguei com a cabeça. – Só saio com as garotas mais bonitas da cidade. – você sai com a Andressa, querido. 
Laís: Não acredito em você. Mas é sério, eu... Eu não estou no momento de ficar saindo com alguém e sei lá mais o que. – disse abaixando a voz. 
Thiago: Todo momento é o momento certo para você sair com alguns amigos, se divertir. Não importa o que está acontecendo, você sempre pode sair. Eu mordi o lábio inferior e o Thiago suspirou, balançando a cabeça lentamente. Thiago pediu um café e sei lá mais o que e eu pedi apenas um café, mas Thiago disse que eu iria querer a mesma coisa que ele, então a garçonete anotou dois. Antes dos cafés chegaram, Jean sentou-se bruscamente ao lado do Thiago, nos assustando. 
Jean: Como é que vai? – ele perguntou sorrindo. Thiago fechou a cara e foi mais para o lado. – Olha o que você viu... 
Laís: Não é da minha conta. – eu disse rapidamente e ele parou de falar, arregalando os olhos. – Não falei com grosseria, desculpa. 
Jean: Só estou surpreso. A maioria das amigas do Thiago iria ficar tipo “Ah meu Deus” e iria começar um escândalo. 
Thiago: Quem disse que ela é minha amiga? – ele perguntou sério, arqueando a sobrancelha. – Estou brincando. – disse rindo algum tempo depois. Eu lhe dei um tapa na mão e olhei feio para ele. Thiago sorriu e o Jean revirou os olhos. 
Jean: Eu estava simplesmente louco pra conhecer a garota de quem ele vivia falando. – eu olhei para o Thiago, que estava olhando para o Jean, com um sorriso nos lábios. – E esse idiota nem me avisou que eu já conhecia. Mas ele vivia dizendo que a culpa era sua, que você não queria ser vista com ele e sei lá o que, mas eu te entendo, também ficaria envergonhado de ter beijado o Thiago. 
Thiago: Você sente tesão só de olhar para os meus lábios Jean. – Jean revirou os olhos e eu sorri. – Mas eu não disse que ninguém iria se importar Jean? Você quem é o idiota aqui agora. – eu sabia de alguém que iria se importar se ele fosse gay ou não. Hanna. Nossa comida chegou e o Jean pediu um café para ele e a garçonete deu uma revirada básica nos olhos antes de sair. Eu dei risada junto com o Jean. Quando ela voltou com o café dele, sorriu para o Thiago, que sorriu de volta pra ela. Será que ele não conseguia parar de ficar dando sorrisinhos para todo mundo e... Eu não iria comer a porcaria da comida. Havia ficado brava. Idiota! 
Thiago: Come. – ele apontou para o prato, que eu havia empurrado um pouco para longe. – É bom, sério. 
Laís: Se é tão bom, porque você não aproveita e come os dois? – eu cruzei os braços e ele fechou a cara. – Não adianta fazer cara feia pra mim não. 
Thiago: Vai, me diz o que foi que eu fiz agora? – ele cruzou os braços e ficou me olhando. Eu arqueei a sobrancelha. 
Laís: Quem foi que disse que você fez alguma coisa? Nem tudo gira em torno de você. 
Jean: É a primeira briga do casal ou isso já está virando rotineiro? – Thiago revirou os olhos e voltou a comer. – Pelo jeito é a primeira, mas pelo jeito que ele falou parece que já é rotineiro e se for, vocês estão praticamente namorando. – ele bateu palmas e nós o olhamos. – Vocês estão muito nervosos, credo. – eu tomei um gole de café e fiquei olhando para os lados. 
Thiago: Porque nós não vamos ao clube hoje de tarde? – ele perguntou me olhando e eu dei risada, como se ele estivesse falando para me tirar do sério. – Vamos? – Jean concordou rapidamente. – Qualquer coisa, eu salvo você de novo. – ele sorriu. – Sem contar que eu nunca te vi de biquíni. – eu revirei os olhos e os dois riram. Dois idiotas. Minha mãe disse que buscaria a Iasmin na escolinha e disse que estava com muitas saudades, de nós duas. Thiago me levou de volta para o apartamento e foi se trocar, enquanto a Hanna corria para se arrumar junto comigo. Eu realmente não queria ir, mas estava um dia lindo e fazia anos que eu não ia para o clube. Hanna chegou e foi tomar banho enquanto eu terminava de me arrumar. Eu me joguei na cama e fechei os olhos até a Hanna resolver ficar pronta. Ela estava usando um biquíni quase igual o meu, só mudando que ela estava toda de preto, com um short branco. Nós saímos do apartamento e fomos andando até o clube, colocando a conversa “em dia”. Eu não contei sobre o Jean, apesar de ela ficar me perguntando o tempo todo o que a gente conversava, se ele falava sobre alguma garota pra mim, e sei lá mais o que. Eu sempre mudava de assunto, mas ela acabava voltando para o Jean. 
Laís: Porque você não chega lá e conversa com ele? – disse irritada. 
Hanna: Eu chego lá e dou um beijo nele se me prometer que vai ficar com o Thiago na frente de todo mundo se ele tentar alguma coisa. – ela mordeu o lábio inferior e eu revirei os olhos. – O que acha? Se não falar que sim eu vou ficar enchendo seu saco para você me falar o que o Jean fala com você. Qual é, Laís, eu gosto dele e ele fala mais com você do que comigo. – ela fez beicinho. 
Laís: Thiago não vai tentar nada, mas se tentar, eu fico com ele ta bem? – ela bateu palmas e assentiu, sorrindo. – Você vai me deixar em paz? – ela assentiu novamente. – Ótimo, então pare, por favor, de ficar me fazendo perguntas sobre o Jean.