Fanfic: Amor por acaso

Pelo menos eu estava achando que o Guilherme iria me deixar em paz depois de tudo aquilo e que a mãe dele também iria fazê-lo parar com tudo. Eu nunca tive raiva dela, ela sempre soube, o problema sempre foi o filho dela, um idiota crianção que sempre fez birra. Quando eu estava entrando no elevador, esbarrei em alguém que estava saindo. Por algum acaso com o Thiago, que estava junto com o Junior. 
Junior: Oi, Laís, quanto tempo. – ele me abraçou e o Thiago sorriu de lado pra mim. 
Laís: Oi. Preciso subir, deixei a Iasmin sozinha. – disse olhando para o Thiago, que assentiu e puxou o Junior para fora do elevador. Eu fui até o quarto e o Josh estava sentado no colo do pai dele, enquanto a Iasmin estava sentada na cama. 
Iasmin: Mamãe, mamãe. – ela pulou da cama. – Josh ta dodói. – ela disse fazendo beicinho. 
Laís: E o que ele tem? – ela levantou os ombros e eu olhei em seguida para o pai dele, que se levantou, segurando-o. 
Antonio: Ele só não está passando bem. Sua filha é um amor. – eu sorri fraco para ele. –Vou por ele na cama. – eu assenti e dei passagem para ele. Iasmin ficou me olhando, enquanto fazia biquinho. 
Iasmin: O que a gente faz, mamãe? Eu... Eu... Eu não quero fica aqui. – ela disse dando um suspiro alto no final. 
Laís: Porque... – eu olhei pela janela. – Porque a gente não vai pela primeira vez no parquinho ali atrás do hospital? – ela pulou, concordando. 
Iasmin: Eu quero, mamãe, eu quero. Leva eu mamãe, leva eu. – eu sorri e ela foi trocar de roupa. Eu troquei de roupa também e nós fomos até o parquinho que tinha atrás do hospital, para as crianças, mas estava deserto, exceto por nós. Eu brinquei um pouco na areia com a Iasmin e depois, ela foi brincar em outro negocio para as crianças, Não era tão divertido brincar sozinha, mas era a única coisa que ela tinha agora e por sorte, Iasmin era bem criativa e brincava tranquilamente sozinha. Pouco tempo depois, uma criança passou correndo por mim e para a minha surpresa, Andressa vinha logo atrás. Ela parou e arregalou os olhos quando me viu, parecia tão surpresa quanto eu. Ela andou lentamente até o banco onde eu estava sentada e se sentou ao meu lado. 
Andressa: Não esperava ver você... aqui. – ela disse tanto sorrir, forçado. – Minha prima. – ela disse sorrindo mais... sincera, olhando para a garotinha que agora estava falando com a Iasmin. – Sua irmã? – eu balancei a cabeça negativamente. 
Laís: Minha filha. – ela arregalou os olhos. Ao contrario do que muita gente achava, eu não sentia vergonha de dizer que tinha uma filha, sentia vergonha de dizer que tinha uma filha com o Guilherme, mas não de ter uma filha. 
Andressa: Sua... Filha... – eu assenti. – Ela é linda. Tem quantos anos? – ela disse depois de um tempo, como se estivesse voltando do choque. 
Laís: Quatro. – Andressa perguntou o que ela tinha e eu falei, sustentando seu olhar de pena por um bom tempo, até ela começar a falar da prima, que estava brincando com a Iasmin. Qual é? Era o dia de encontrar os amiguinhos do Thiago no hospital? Andressa foi embora, pouco tempo depois. 
Andressa: Ah, Laís. – eu me virei para olhá-la. – Não vou contar pra ninguém que você tem uma filha. 
Laís: Não me importo. – disse com o tom de voz firme, acho que fui até um pouco grosseira. Mas eu não me importava, ela poderia falar pra quem quisesse. Eu fiquei duas semanas sem ver o Thiago, mandava mensagem pra ele todos os dias, mas conversávamos pouco, sem contar os dias que ele simplesmente não me respondia. Ele devia estar trabalhando bastante e a faculdade havia recomeçado então eu não o culpava por não me responder, então quando ele não me respondia, eu não ficava insistindo. Eu sentia falta dele, sentia muita falta, mas o que eu poderia fazer? Iasmin estava bem, ela estava fazendo um tratamento mais forte e as falhas no seu cabelo já estavam bem visíveis, então eu havia marcado para ela, bom, raspar o cabelo, já que a peruca que eu pedi para a mulher fazer do meu cabelo já estava pronta e seu aniversário estava chegando, então esse seria um dos meus presentes, não que eu achasse que raspar o cabelo dela fosse um presente, mas a peruca era, não era? Josh estava piorando cada dia mais, o que era horrível, mas Antonio me disse que o transplante dele já estava marcado, o que era muito, muito bom. Fiquei feliz por ele. Iasmin ficou feliz por ele também, apesar de não saber o que significava. Agora, eu estava tentando dormir por mais de duas horas e ainda não havia conseguido. Eu me levantei e fui andar pelo hospital. Eu fazia aquilo com frequência, então já conhecia todos os enfermeiros e médicos que estavam sempre por lá, mas é claro, só não encontrava o Thiago. Quando eu voltei para o quarto, Iasmin estava acordada, chorando. 
Laís: Ei, amor, o que foi? – ela me abraçou forte. 
Iasmin: Pensei que tinha me abandonado, mamãe. Tive pesadelo, mamãe. – ela continuou chorando. Eu a abracei meu forte e me deitei ao seu lado. 
Laís: Eu nunca vou abandonar você, meu amor, eu nunca vou deixar você. 

Iasmin: Mamãe, eu não quero mimir, o bicho vai me pegar. Tinha um bicho, meeeem grandão vindo atrais de mim, mamãe, pra me pegar. – ela se aninhou ainda mais ao meu abraço. Eu fiquei fazendo carinho na Iasmin, até ela pular da cama e invocar que queria porque queria ver o Thiago. 
Laís: Já está tarde, ele deve estar dormindo ou deve estar trabalhando. Você precisa dormir então, amanhã eu vejo se ele pode vir ver você. – ela assentiu. 
Iasmin: Eu posso falar com ele? – eu assenti e finalmente, Iasmin fechou os olhos para poder dormir. Iasmin não dormiu, ela estava muito mais acordada do que eu. Eu peguei Harry Potter pra ler pra Iasmin e acabei ficando com ainda mais sono. Iasmin, por fim, acabou dormindo. Eu dormi logo em seguida. Acordei com alguém batendo na porta, era o café da manhã que havia chegado. Eu pedi para ela colocar a bandeja em cima da mesa e resolvi não acordar a Iasmin, já que ela havia acordado tarde e demorado para dormir. Eu tomei café da manhã e depois saí rapidamente, para perguntar para algumas enfermeiras se poderia fazer a festa de aniversário da Iasmin no hospital. Todas elas adoraram a ideia, mas eu precisaria de ajuda para fazer tudo. Quem melhor do que seus amigos para fazerem uma festa? Eu voltei para o quarto e ela ainda estava dormindo. Mandei uma mensagem para a Hanna, que logo respondeu que só estava esperando eu pedir ajuda para ela. 
Laís: Ias... Ias... – ela abriu os olhos quando eu chamei. – Acorda. – assim que eu terminei de falar, meu celular vibrou, era uma mensagem do Thiago ”Passo pra pegar vocês duas daqui a uma hora. Se arrumem que eu levar vocês pra saírem desse hospital um pouco.” Iasmin ficou animada em sair, ainda mais com o Thiago. Eu tive que brigar com ela, porque estava frio e ela não podia ficar tomando friagem e queria ir de vestidinho. Eu acabei colocando nela uma meia calça, e só aí ela colocou um vestidinho, mas ainda estava frio, então eu fiz ela colocar uma jaquetinha preta por cima. Iasmin escolheu sua sapatilha e escolheu minha roupa. Uma calça jeans preta de cintura alta, uma regata branca e por cima, uma camisa, meio transparente, verde, com uma sapatilha igual a dela. Uma hora depois, Thiago entrou no quarto e pegou a Iasmin no colo. Ela gritou quando o viu e ele começou a rodá-la. 
Thiago: Que saudade que eu estava de você, princesa. 
Iasmin: Porque você não veio me ver? – ela disse fazendo beicinho, tão sutil quanto um elefante. 
Thiago: Estava estudando muito, princesa, e não estou mais trabalhando aqui. – ele fez biquinho e ela o abraçou, afundando o rosto em seu pescoço. – Desculpa quase não falar com você. – ele disse, finalmente me olhando. 
Laís: Tudo bem. Achei mesmo que estivesse ocupado. 
Thiago: Tive varias provas, trabalhos da faculdade, sem contar que me tiraram daqui e me colocaram em outro hospital. – eu assenti. Não estava brava com ele por isso, nem chateada, eu só estava com saudades. 
Laís: Eu entendo, tudo bem. – ele balançou a cabeça e sorriu pra mim, de lado. – Mas então, como e pra onde você vai levar a gente? 
Thiago: Por falar nisso, as duas estão lindas e eu já falei com alguns amigos, sabe, vou sequestrar vocês e vou levá-las para casa primeiro, pra eu poder trocar de roupa e tomar um banho, porque acabei de vir lá da faculdade. – ele fez careta. – E depois, a gente pensa pra onde vai. - Thiago ficou com a Iasmin no colo o tempo todo, até chegarmos ao carro. Ele a colocou no banco de trás e eu fui na frente com ele. A cadeirinha ainda estava no carro dele, para a minha surpresa. Thiago não ligou o som, o que era estranho, já que ele sempre ligava, pelo menos quando eu estava com ele. Assim que o Thiago estacionou na frente da casa dele, Lila, que parecia estar ainda maior, latiu no portão e pulou no mesmo, fazendo barulho. 
Thiago: Lila. – ele fez cara feia e ela parou, indo para a casinha dela em seguida. Thiago abriu o portão, com a Iasmin no colo, para variar. Ela sorriu quando viu a Lila. Lila abanou espanadorzinho que era seu rabo, para a Iasmin. Thiago a colocou no chão e chamou a Lila. 
Laís: Pode me dizer como foi que a gente saiu assim? 
Thiago: Lila, devagar. – ele disse alto e a Lila parou de pular. – Eu já disse, falei com umas pessoas. Eu sou um cara muito influente. – eu dei risada. Ele abriu a porta. – Eu já volto, fiquem a vontade, só vou tomar um banho rápido e vou trocar de roupa, pra gente sair. – eu assenti. 
Laís: Vou ficar brincando com as duas aqui fora. – ele assentiu e foi tomar banho, enquanto eu me sentei no chão para brincar com a Lila e com a Iasmin. Eu fiz um pouco de carinho na Lila e logo depois, Iasmin saiu correndo e a Lila foi atrás dela. – Cuidado com ela, Iasmin. – Iasmin assentiu e continuou correndo. Thiago voltou uns dez minutos depois, com uma calça jeans escura e uma camiseta preta que ficava grudada no seu corpo. Thiago não podia estar mais bonito. Ele sorriu pra mim e se sentou ao meu lado. 

Thiago: Eu só queria saber por que sempre que você vem aqui, você se senta no chão ao invés de entrar e sentar no sofá. A maioria das meninas tem nojinho de sentar no chão por causa da roupa. 
Laís: A calça é preta, sujeira não aparece. – ele deu risada e assentiu. – Já sabe pra onde você vai levar a gente? – ele negou com a cabeça. 
Thiago: Não faço ideia. Só queria tirar vocês de lá de dentro por um dia e ficar com vocês o dia todo, se possível. – eu assenti. – Mas como ela está? – ele perguntou baixinho, enquanto olhava para a Iasmin. Eu a olhei também 
Laís: Eles vão fazer mais exames depois, mas aparentemente ela está bem. – ele concordou com a cabeça e eu senti meu estomago dar um nó. – Quero só ver como eu vou fazer pra convencê-la a cortar o cabelo novamente. – Thiago segurou minha mão e me olhou nos olhos. 
Thiago: Só me dizer o dia e o horário que eu vou lá. – eu assenti. – Vou lá dar um beijinho em vocês pra vocês não chorarem. 
Laís: Ela ficou morrendo de saudades de você. Disse pra eu ligar pra você de noite. – ele sorriu. – Ela é apaixonada por você. – disse revirando os olhos. 
Thiago: Qualquer pessoa em sã consciência se apaixonaria por mim. Até você já se apaixonou por mim, só ainda não assumiu isso pra você mesma. 
Laís: Já assumi isso até pra você. – disse revirando os olhos. Thiago deu risada e me abraçou de lado, me dando um beijo no topo da cabeça em seguida. – Mas então, pra onde a gente vai? Precisa pensar logo. – Iasmin parou de correr e ficou pulando na nossa frente gritando “cinema! Cinema!” Acabamos indo parar no shopping. Estava passando um desenho no cinema, então nós compramos os ingressos, mas o filme só começava depois, uma hora mais ou menos, então nós compramos um milkshake pra Iasmin e pedimos uma porção de batata frita com bacon para passar o tempo ali, comendo na praça de alimentação. Thiago comeu quase tudo a batata e a Iasmin comeu o resto. Eu pouco comi da batata. Iasmin não aguentou tomar o milkshake pequeno, então eu tomei e usei isso como desculpa para não comer batata. O filme iria começar então nós entramos na sala. O filme era em 3d, então pegamos os óculos. Iasmin levou os três óculos enquanto eu pegava duas almofadas para a Iasmin e o Thiago pegava mais duas almofadas. Nós fomos até nossos acentos e a Iasmin ficou no meio. Thiago se levantou, sem dizer nada e saiu da sala. 
Iasmin: Onde ele vai, mamãe? Ele vai deixar a gente aqui? Eu quero ir junto. 
Laís; Ele já volta, fica aqui. Ele não vai deixar a gente. – ela se acalmou. Ele tinha que voltar, para sua própria segurança, ele tinha que voltar. Pouco tempo depois ele voltou com dois sacos de pipoca e três garrafas de refrigerante. 
Thiago: Não sabia o que vocês queriam, então eu trouxe esse, coca-cola, você tomou isso com a pizza aquele dia. – eu arregalei os olhos, como ele podia lembrar do refrigerante que eu havia tomado tal dia? 
Laís: Se você tivesse falado pra gente onde você ia, nós poderíamos ter falado o que queríamos. – disse brava. 
Thiago: Isso foi tipo uma surpresa, não fica brava comigo. – ele fez beicinho e me entregou um saco de pipoca. – Você fica com esse que eu divido o grande com a Iasmin. Come tudo. – eu revirei os olhos, não queria comer pipoca. Não queria comer um saco médio de pipoca. Iasmin ficou cinco minutos com os óculos e logo o tirou. Eu o coloquei na cabeça e continuei comendo a pipoca, obrigada. Ela ficou quieta durante todo o filme, diferente das outras crianças que estavam ali na sala. Quando o filme acabou, nós saímos da sala e fomos andar pelo shopping. Iasmin ficou de mãos dadas com o Thiago e eu fiquei ao seu lado. Eu vi uma loja de chocolates e entrei. Queria um chocolate. 
Laís: O que? – Thiago me olhava, no corredor do shopping. – Fiquei com vontade ué. – ele balançou a cabeça e entrou com a Iasmin. Eu fui escolhendo alguns chocolates enquanto a Iasmin olhava para alguns e conversava com o Thiago. Eu coloquei os chocolates no balcão e a atendente foi passando e calculando quanto dava. Iasmin pegou mais uma barra para ela e a moça me disse o total. Enquanto eu abria a minha carteira Thiago levou a mão para pagar. Eu lhe dei um tapa e fiz cara feia. 
Atendente: Que linda a filha de vocês. – ela disse sorrindo e olhando para a Iasmin. Nossa. Filha? Foi então que eu percebi que estávamos parecendo um casal, com a filha ou a irmã bem mais nova de um de nós, mas acho que ela tinha ouvido a Iasmin me chamando de mãe, então... 
Thiago: Ela é não é? – ele não desmentiu e que era eu pra desmentir? Eu apenas sorri e lhe entreguei o dinheiro. Ela me devolveu o troco e nós saímos. – Viu? Já temos uma filha juntos. 
Iasmin: Mas... Você disse que não era meu papai. – eu gelei. Ela havia perguntado se ele era seu pai? 
Thiago: Mas se a sua mãe deixar, ninguém precisa saber não é? – ela sorriu e balançou a cabeça negativamente. Iasmin nunca teve um pai e eu entendia porque ela relacionava o Thiago como o pai dela, mas aquilo tudo era constrangedor. Iasmin ficou me enchendo o saco falando “deixa, mamãe” o tempo todo, já estava começando a me irritar. Eu estava comendo chocolate para não precisar responder. 
Laís: Ta bem, Iasmin. – disse ríspida, o que a fez ficar quieta. Iasmin ficou toda lambuzada de chocolate pouco tempo depois de fechar a boca. Eu peguei um guardanapo em alguma lanchonete e a limpei. Quando eu terminei, Iasmin gritou e saiu correndo, me assustando. 
Iasmin: Olha mamãe. – ela disse parada na frente de uma vitrine, cheia de brinquedos, bonecas e várias outras coisas. – Uma moneca. Grande, mamãe, olha, mamãe. – ela pulava na frente da vitrine. 
Laís: Que linda a boneca. – eu me aproximei e ela ficou olhando, todas as bonecas. – O que acha de virmos aqui um dia e comprar uma pra você como presente de aniversário? – ele assentiu. 
Thiago: Falta muito para o seu aniversário? – ela me olhou e eu assenti. Iasmin não tinha noção nenhuma de tempo. 
Laís: Não vai ficar comprando presentes pra ela, Thiago. – eu sussurrei quando ela se afastou um pouco. – Você está parecendo a minha mãe, estragando a Iasmin. 
Thiago: Eu não ia estragar ela, eu só queria saber quando é o aniversário dela. – ele disse baixinho. Eu não acreditei, mas não falei mais nada. – Está irritada? 
Laís: Não, não estou não. – eu sorri e ele assentiu. – Iasmin. – eu a chamei quando vi que ela estava se afastando de mais. Ela voltou correndo e pulou no colo do Thiago, que a pegou no colo e a rodou um pouco. 
Thiago: Andressa disse pra mim que viu vocês duas no hospital. – ele perguntou como quem não queria nada. “Náh, porque eu não vou falar pra ninguém”. Então você tinha falado com ela e não comigo?