Fanfic: Amor por acaso

Minha aula era junto com o Jean, o que foi divertido. A professora velha maluca nos passou um trabalho que tínhamos que fazer para apresentar para ela, com o valor de zero. Não estava valendo nada e éramos obrigados a fazer. Eu inclinei a cabeça para trás e o Jean me olhou. Iríamos fazer o trabalho juntos. Tínhamos que montar uma cidade inteira. Com prédios, casas, tudo perfeito, como se ela fosse construir as coisas com base no que apresentássemos. 
Jean: Só tem um único problema. – ele disse me olhando. – Eu não sei desenhar muito bem, então acho que meus prédios podem ficar meio... Tortos. – a velha louca queria o desenho a mão. 
Laís: Eu me viro bem com desenho, não se preocupe. – eu mostrei o que estava desenhando ontem, um tigre e ele ficou de boca aberta. 
Jean: Você desenha muito bem, me dê umas aulas. – eu dei risada e nós começamos montando tópicos para a nossa cidade. Mas o pior é que a velha não tinha explicado nada da matéria ainda e queria que fizéssemos uma cidade. Ela devia ser daquelas velhas que gostam de ver os outros se foderem. Acabamos nem começando a montar nossa cidade, já que começamos a conversar sobre bandas. 
Laís: Por incrível que pareça eu gosto de bandas mais antigas. – disse fazendo careta. 
Jean: Vou dar uma festa amanhã, topa ir? Conheço algumas pessoas que vão adorar te conhecer. 
Laís: Eu já combinei de sair com uma amiga, aliás, eu ainda tenho que ver se eu posso sair. – ele fez beicinho e concordou com a cabeça. – Mas deixa pra próxima. – ele concordou novamente. 
Jean: Oportunidades não vão faltar. Sempre estou fazendo festas. De qualquer maneira, você vai acabar indo à uma festa comigo.

As aulas se passaram rapidamente, mesmo sem ter Jean sempre ao meu lado para me fazer conversar. Eu levei o “projeto” que havíamos feito. Eu o deixei de lado e liguei para a minha mãe. Ela não reclamou, disse que estava com saudades da Iasmin, então agora só precisava ver com a Iasmin se ela iria querer ficar com a minha mãe ou não. Fui buscar a Iasmin, que não voltou tão animada hoje. Mas se animou quando eu perguntei se ela queria ir pra casa da avó dela. Eu terminei de contar pra ela a estória e fui dormir. Eu estava sem sono nenhum, então demorei para dormir, de novo. Quando eu acordei já eram quase dez horas. Iasmin ainda estava deitada na cama. Eu ia deixá-la dormir, mas quando eu abri a porta, ela me olhou. 
Laís: Está acordada faz tempo? – ela assentiu. – O que foi? – ela se sentou na cama e eu me sentei ao seu lado. – O que foi meu amor? – perguntei novamente quando ela me abraçou forte e se sentou de lado no meu colo. 
Iasmin: To com saudades de você, mamãe. – ela me soltou e ficou me olhando. – Faz tempo que a gente não fica juntas. 
Laís: Já que você perdeu a escola hoje e eu a faculdade, porque a gente não vê se ta passando um filme legal no cinema hoje? - ela sorriu e concordou com a cabeça. 
Iasmin: E a gente pode comer lá? – eu concordei. – Eu vou pedi uma batata mem grandooona. – ela disse animada e eu sorri. – Eu posso levar minha moneca pra assistir? 
Laís: Boneca? – ela assentiu. – Eu acho sua boneca não vai querer fazer compras depois, ou vai? – ela concordou com a cabeça. – Eu acho que não vai não.

Iasmin: Minha moneca gosta de ver filme e fazer compras, mamãe. – eu neguei com a cabeça e sorri. – Então vamos só nós duas? – eu assenti. – Podemos ir agora? Podemos? – eu concordei com a cabeça e ela deu um gritinho, saltando do meu colo e indo direto para o banheiro. – Vem lavar meu cabelo, mamãe. Anda, a gente não pode atrasar. – ela falava rápido. Eu dei risada e ela ligou o chuveiro. Lavei o cabelo dela e a coloquei dentro da banheira, para poder tomar banho enquanto a olhava. Tomei um banho rápido e consegui tirá-la rápido da banheira também. Eu coloquei um short jeans e uma regata. Iasmin colocou um vestidinho roxo e uma sapatilha preta que ela havia ganhado do pai dela de natal. Eu passei um pouco de maquiagem e nós saímos. O filme não ia demorar para começar, então eu comprei os ingressos e as pipocas. Deu uma coca-cola para ela segurar e nós entramos. Um homem me ajudou, pegando as almofadas para ela poder ver o filme. Eu agradeci e nós nos sentamos. Iasmin ficava quieta no cinema, sempre ficou. O filme acabou e nós saímos. 
Laís: O que vai querer comer? – ela escolheu o Burguer King e eu pedi um lanche do Bob’s. Iasmin comeu as batatas e metade do seu pequeno sanduíche. Ela estava com a coroa do BK, arrumando-a na sua cabeça o tempo todo. 
Iasmin: Mamãe? – eu a olhei. – Podemos ir pra casa? Estou com soninho. – eu assenti, semicerrando os olhos. – Podemos? 
Laís: Claro. – eu peguei minha bolsa e nós fomos embora. Iasmin foi direto para a cama. Eu estava começando a ficar preocupada com ela. Estava quase na hora marcada para levá-la pra casa da minha mãe. Ela estava quase pronta. – Tem certeza que não quer ficar aqui?

Iasmin estava determinada a ir pra casa da minha mãe. Então eu a levei lá e conversei com a minha mãe. Disse pra ela que qualquer coisa ela poderia me ligar que eu corria e levava a Iasmin para um médico. Minha mãe disse que não tinha problema e eu voltei para o meu apartamento. Deixei meu celular no volume máximo e pouco tempo depois a Hanna estava batendo na porta. 
Hanna: Então ela está doente? – ela gritou enquanto tomava banho. Eu estava começando a me arrumar. 
Laís: Eu não sei. Ela esteve bastante pra baixo hoje, sem animo. Nem quis fazer compras comigo. – ela saiu enrolada na toalha. 
Hanna: Não deve ser nada, só uma indisposição. – eu coloquei minha roupa. 
Laís; Eu sei, mas você já viu a Iasmin pra baixo? Estou preocupada com ela. Então já sabe, se eu sumir, você pega um taxi ta bem? – Hanna concordou com a cabeça. Depois de duas horas eu fiquei pronta. Hanna vestia uma saia preta curta e uma blusinha florida. 
Hanna: Eu vou mostrando o caminho para você. – ela disse quando nós entramos no elevador. Hanna ficou se olhando no espelho do elevador enquanto descíamos. Nós entramos no carro e ela continuou olhando no espelho. 
Laís: Você não ficou desarrumada só de andar alguns metros. – eu revirei os olhos e ela fez careta pra mim. Hanna não era o tipo de garota com que você gosta de ficar, ela gosta de chamar atenção e isso às vezes me deixa desconfortável, mas quando eu fiquei grávida, ela foi a única que ficou do meu lado e era a minha melhor amiga. 
Hanna: Então você começou a fazer faculdade? Me conte sobre os homens que você já conheceu.

Hanna era uma idiota e por um momento, me fez esquecer que eu estava preocupada com a Iasmin. Em pouco tempo eu já estava procurando algum lugar para estacionar. A casa do amigo dela era enorme e estava cheia. Consegui achar uma vaga e a Hanna pulou do carro. Eu neguei com a cabeça e peguei minha bolsa. 
Hanna: Você vai adorar ele. Estou tentava ficar com ele faz dois anos já e ele nem aí pra mim. – ela fez beicinho e eu comecei a rir. – Não ri não, vagabunda. – eu neguei com a cabeça. 
Laís: Nojenta. Bem feito, ele deve achar você feia. – ela me mostrou o dedo do meio o que me fez rir ainda mais. Ela entrou na casa e eu fui seguindo-a. Ela passava pelo meio das pessoas e quando eu vi, ela correu e pulou no colo de um garoto. Que logo eu descobri que era o Jean. 
Jean: Podia me apresentar sua amiga, não é? – eu sorri e ele me abraçou. Hanna ficou com cara de bunda, foi divertido. – Eu disse que uma hora ou outra você iria acabar parando em uma das minhas festas? Mas essa é a sua amiga? Você deveria escolher melhor suas amizades. 
Hanna: Vocês se conhecem? – eu assenti e ele explicou que fazíamos faculdade juntos. – E você nem pra me falar, vagabunda? 
Laís: Como se eu tivesse que te falar alguma coisa. – ela revirou os olhos e me deixou sozinha com o Jean. Vadia. Volta aqui. 
Jean: Ainda tenho uns amigos que preciso apresentar pra você. – ele me puxou pela mão. Jean abria espaço facilmente entre as pessoas, apesar de ser quase do meu tamanho. Eu não era alta, então ele também não era. Ele parou na frente de algumas pessoas e por incrível que pareça, Hanna estava lá já.

Eu arqueei a sobrancelha pra ela e ela fez careta, me fazendo sorrir. Hanna era uma palhaça, quando queria é claro. Jean me fez ficar parada ao lado dele. Ele passou um braço pelo meus ombros. 
Jean: Essa é a Andressa, Junior, Thiago e essa aí não é importante. – ele disse apontando para eles. A garota me olhou de cima a baixo e desviou o olhar logo em seguida. – Gente linda essa é a Laís, está fazendo faculdade comigo. – ele sorriu e o Tal do Thiago ficou me olhando. Cadê um buraco? Thiago sorriu pra mim e o Junior me abraçou com toda intimidade, me dando um beijo na bochecha. 
Hanna: Alô, é da policia federal? Queria denunciar uma zoeira aqui. – eu comecei a rir e ela me puxou para um abraço. – Eu disse que teria um pessoal legal aqui não disse? 
Junior: Sim, claro, somos divertidos. – ele disse olhando para todas as direções, como se estivesse mentindo. Eu sorri e concordei. – Não é de falar, não? 
Hanna: Ela fala muito, só está tímida. Mas então, Ju, essa aqui é a minha melhor amiga que eu falei pra você, gata, sensual e solteira. 
Laís: Não começa, Hanna. Não é porque eu to namorando que você vai ficar me jogando pra cima de todo mundo. – eu olhei para o Junior. – Nada pessoal. – ele sorriu de lado e concordou com a cabeça. 
Hanna: Claro, vai falando. Agora vem aqui, preciso da sua ajuda. – ela me puxou pelo meio da multidão e pegou um copo de bebida. Eu olhei para trás e quando voltei a olhar para frente, ela já não estava mais lá. É delicioso ficar sozinha porque sua amiga simplesmente te abandonou em um local com desconhecidos. Só que não. Eu comecei a andar sem rumo e depois de quinze minutos ainda não havia achado a Hanna. Eu achei um lugar mais calmo e liguei para a minha mãe. Ela não atendeu então eu lhe mandei uma mensagem perguntando se estava tudo bem. Senti uma mão no meu ombro e me assustei. Era o... o... T... Thiago? 
Thiago: Se eu fosse você não ficava aqui sozinha com esse pessoal que o Jean chamou pra festa. – ele colocou as mãos nos bolsos da frente da sua calça jeans. – Eu estava procurando você... – ele soltou e ficou meio vermelho. – Não, quer dizer... Hanna me mandou procurar você... Ah, esquece vai. – eu dei risada e ele sorriu, abaixando a cabeça rapidamente. 
Laís: Só estava... – eu mostrei o celular e ele concordou com a cabeça. – Hanna falou pra você me procurar então? – ele concordou com a cabeça. 
Thiago: Ela falou e o Jean me empurrou. Ele acha que eu tenho que arranjar uma namorada, mas... – cafajeste, querido? – Nunca tenho tempo. – tempo? Ok. Sei. – Faculdade... Entende? 
Laís: E você faz faculdade de medicina pra ocupar tanto tempo assim? – ele concordou com a cabeça. 
Thiago: É. Medicina. Trabalho de graça. – eu fiz careta e ele riu, negando com a cabeça rapidamente. – Não. Não. Eu faço com o maior prazer. Mas falando nisso, tenho plantão hoje, então o que acha de falar para o Jean que eu fiquei conversando com você um bom tempo? 
Laís: Tudo bem, eu vou ver o que eu faço por você. – ele sorriu e eu retribuí o sorriso. Ele se afastou e acenou quando entrou no seu carro. Eu mandei mais uma mensagem pra minha mãe e depois de cinco minutos, ela respondeu, dizendo que estava tudo bem e que a Iasmin já estava na cama. Depois de meia hora eu voltei para o lugar onde o Jean havia me apresentado para aquelas pessoas. Hanna estava lá também. Ela me puxou e eu sentei ao seu lado. Ela estava com um copo na mão e me ofereceu. Eu neguei com a cabeça e cruzei as pernas. 
Hanna: Thiago estava te procurando sabia? 
Laís: É, eu estava falando com ele agora, mas ele disse que estava de plantão hoje e tinha que ir. – Jean revirou os olhos. 
Jean: Foi por isso que eu saí do curso. Você trabalha, trabalha, trabalha e não recebe nada. Estuda, estuda, estuda e não passa. É uma desgraça isso. – eu sorri. – Sem contar que tem que ficar estudando o resto da vida. 
Junior: Se você não pensasse só no dinheiro... – Jean partiu para cima do Junior, segurando-o pela cintura e o empurrando para trás. Os dois acabaram caindo na piscina. Hanna, a loira e eu corremos para a borda da piscina. Eu estava com uma mão cobrindo a boca. Ele era louco? Jean emergiu dando risada e chamando todo mundo para entrar na piscina. Eu me virei para sair da borda, quando Hanna pulou e me puxou. Eu não sei nadar, tenho pavor que me joguem na água, ainda mais quando eu não sei o quão fundo é aquilo, então eu consegui puxar a minha mão e não caí na água, mas foi impossível não cair quando um garoto me empurrou para pular na piscina também. Eu gritei e senti minhas costas batendo na água. Só tive tempo de prender a respiração e fechar com força os olhos. Eu tentei ficar de pé, mas meu pé escorregava. Senti uma mão na minha cintura, me puxando para cima. Eu levantei e coloquei o rosto no pescoço daquele homem que eu nem sabia quem era. Eu respirava rapidamente, como se tivesse água nos meus pulmões. Eu comecei a tremer de frio, então me afastei um pouco. Era o Thiago. Ele estava molhado e com os olhos arregalados. Ele tirou o cabelo do meu rosto. 
Thiago: Você está bem? – ele sussurrou e eu assenti devagar. Eu tentei sair, mas estava de salto, sem estabilidade nenhuma naquela piscina movimentada, cheia de gente e com o chão liso. Ele me segurou e me ajudou a sentar na borda. 
Laís: Obrigada. – eu sussurrei quando ele se aproximou das minhas pernas. Eu ainda estava ofegante e às vezes tossia um pouco. – Mas o que... 
Thiago: Eu voltei, o cara vai fazer o plantão pra mim hoje, aí eu te vi caindo. A Hanna apontou e eu vi que você não levantou. Aí eu pulei e te puxei. – eu concordei com a cabeça e ele se sentou do meu lado. Eu olhei para onde estava sentada e a minha bolsa ainda estava lá. Respirei fundo. – Não sabe nadar? – eu neguei com a cabeça e coloquei todo meu cabelo para trás.
Laís: Tenho... Pavor que me joguem na água. E a vadia da Hanna me puxou ainda. 
Thiago: Foi ela que te jogou na água? – eu neguei com a cabeça e disse o que tinha acontecido. Ele negou com a cabeça e me ajudou a levantar e ir até a minha bolsa. Eu estava com muito frio, comecei a tremer ainda mais. 
Laís: Acho... Acho melhor eu ir embora. Mas obrigada, de novo. 
Thiago: Eu estava te devendo uma, já que você falou pro Jean que eu tinha falado com você. Está paga a minha divida. – ele sorriu. – Você disse não disse? – perguntou arqueando uma sobrancelha. Eu só peguei a minha bolsa.