Fanfic: Amor por acaso

Iasmin: Estava chorando, mamãe? Porque cê ta chorando? – eu a abracei e quando a soltei, ela segurou meu rosto. – Não chora mamãe, vai ficar tudo bem. – eu dei risada, enquanto segurava o choro. 
Laís: Eu sei que vai ficar tudo bem. – ela sorriu pra mim e eu a abracei novamente.
Iasmin: A gente já pode ir embora, mamãe? Eu já estou bem. – eu sorri pra ela e mexi no seu cabelo. 
Laís: Eu vou ver com o médico se a gente pode sair ta bem? – o Thiago voltou, dizendo que ela faria os exames seguintes assim que o médico que fazia isso chegasse. Daqui a umas três horas e que se eu quisesse esperar, eu podia ficar aqui com ele, que ele ficaria comigo se eu quisesse. 
Iasmin: Mamãe, estou com fome. – então eu o chamei para ir comer alguma coisa com a gente. Ele disse que precisava ficar aqui, então eu fui com a Iasmin até um lugar que eu havia visto que estava vendendo cachorro quente. Pedi um e nós duas fomos para dentro do carro. Ela comeu e eu guardei o resto, não iria conseguir comer. Meus olhos estavam ardendo, minha cabeça doendo, meus braços estava pesados e eu estava com enjoo, meu estomago estava retorcido. Iasmin comeu e nós ficamos no carro por mais duas horas e meia, foi quando eu vi o Thiago saindo e olhando para os lados. Eu peguei a Iasmin no colo e fui até ele. 
Thiago: Ele chegou mais cedo. Está esperando... – Iasmin ficou me olhando e meu coração diminuiu pela metade. Eu assenti e o segui com a Iasmin. 
Iasmin: Eles vão me espetar de novo, mamãe, eu não quero. – meus olhos arderam novamente e eu segurei o choro. Ela passou os braços pelo meu pescoço e escondeu o rosto no meu ombro.

Eu fiquei com a Iasmin até sedarem ela, depois eu saí. Não iria ficar ali, vendo aquilo, não iria conseguir mesmo se me deixassem ficar. Eu fui para a sala de espera e o Thiago estava ali, segurando o peixe de pelúcia. Eu comecei a chorar e ele me abraçou. 
Thiago: Vou ficar aqui com você, eu posso? – eu assenti, ainda o abraçando e chorando. Ele me fez sentar no banco e eu deitei a cabeça no seu ombro. Eu tentei me recompor diversas vezes, mas sempre que eu abria os olhos, via que eu estava ali no hospital e começava a chorar novamente, porque não era só um sonho ruim, ela estava mesmo fazendo exames para ver se estava com leucemia ou sei lá o que. Meu celular tocou e eu o peguei, eu estava tremendo. Era uma mensagem da Hanna, dizendo que estava com ressaca e que estava na frente do meu prédio e o porteiro disse que eu não estava. 
Laís: Você pode escrever pra ela? – eu entreguei meu celular para o Thiago, que viu que eu estava tremendo muito. Ele digitou e ficou ali, esperando comigo. Aquilo pareceu ser horas. Eu já havia andado de um lado para o outro. Sentado. Ficado em pé perto da parede. Escorada na parede. O médico disse que a Iasmin estava no quarto e eu corri para onde ele havia me indicado e entrei no quarto. Ela estava dormindo. Parecia estar tranquila. 
Thiago: O peixe. – ele disse entrando devagar no quarto. – Eu vou... – ele parou de falar e apontou para a porta.
Laís: Eu sei que está cansado, mas eu não vou conseguir ficar quieta aqui, sozinha. – ele assentiu com a cabeça. – Você tem me salvado muito nesses últimos dois dias. Vou ficar devendo pra você pelo resto da minha vida. 

Thiago: Eu fiz isso porque eu gostei de você, já lhe disse isso, não disse? Sem contar que é pra isso que eu estou fazendo faculdade, para ajudar essas crianças e a sua filha, é a criança mais linda que eu já atendi aqui, e olha que não foram poucas. – eu sorri fraco e olhei para o chão. – Não estou mentindo, ela é linda. 
Laís: Ela é minha vida, Thiago. Eu devia ter protegido a Iasmin de tudo e olha onde ela está agora. – minha voz saiu falhada e ele me abraçou novamente. 
Thiago: Sabe como você pode me agradecer por tudo que eu to fazendo por você? – eu o olhei, esperando que ele continuasse. – Fica tudo bem se você aceitar ir jantar comigo no outro final de semana, com a Iasmin. Eu não vou ter que ficar de noite no hospital, então estou livre. 
Laís: Você está querendo ir jantar com a gente? 
Thiago: Claro, eu adoraria. – ele sorriu e eu arqueei a sobrancelha, sorrindo também. 
Laís: Já lhe falaram que é muito abusado? – ele riu e negou com a cabeça. – Você é extremamente abusado, mas a gente vai sim se estivermos bem. 
Thiago: Se não tiver, eu sou médico, esqueceu? Posso resolver o problema. 
Laís: Você ainda não é médico. Você é residente. – ele murmurou um “detalhe” e eu neguei com a cabeça, sorrindo. Olhei para a Iasmin e parei de rir imediatamente. 
Thiago: Não fica se culpando. – ele disse baixo, com a voz calma. – Como você poderia tê-la protegido disso? – eu levantei os ombros. 
Laís: Eu não sei, mas... Ela é minha filha, eu devia ter... – minha voz começou a falhar novamente. Thiago me fez olhar para ele, segurando meu queixo.

Thiago: Eu aposto que você é uma mãe maravilhosa e sei que faria de tudo para protegê-la de qualquer coisa, mas confie em mim, você não poderia ter feito nada. Mas você ainda pode salvá-la, você precisa cuidar dela agora. – eu não percebi quando, mas eu já estava chorando novamente. – Você precisa ficar do lado dela agora, mas a gente ainda não tem uma confirmação não é? Então ainda tem uma possibilidade de não ser, ainda tem. – eu assenti e funguei. – Agora, por favor, pare de chorar? Você consegue ficar menos linda enquanto está chorando.
Laís: Está me elogiando só pra me fazer sorrir? 
Thiago: Se der certo, porque não tentar? Mas não, fica tranquila, estou te elogiando porque você é mesmo muito bonita. – eu o empurrei de leve e olhei novamente para a Iasmin. – Você deve estar com fome, vou pedir para trazerem o café da manhã... 
Laís: Não. – eu o interrompi. – Não vou conseguir comer nada para falar a verdade. Estou... Sei lá. Mas não precisa, obrigada. – ele sorriu de lado e a Iasmin começou a acordar. Eu corri para a beira da sua cama. Ela abriu os olhos e tentou se sentar. – Ei, calma. – eu disse com a voz baixa e o mais suave que eu consegui. Ela fez cara de choro. – Estou aqui, meu amor, fica calma, não precisa chorar. Olha quem ficou aqui. – eu saí um pouco do seu campo de visão e o Thiago apareceu na beira da sua cama. 
Thiago: Como está pequena sereia? Dormindo bastante? – ela o olhou e deu risada. – O que foi? Não é a pequena sereia que fica dormindo? – ela deu outra risada gostosa e negou com a cabeça, levando a mão na boca para cobrir sua risada. 
Iasmin: É a Bela Adormecida que fica dormindo. – ele deu um tapa de leve na testa, fazendo-a rir novamente. 

Thiago: E sabe o que é melhor, Bela Adormecida? – ela ficou olhando para ele. – Você já pode sair daqui, mas só se quiser. – ela assentiu rapidamente. – Vou falar com a enfermeira para dar alta pra você, ta bem? Ah, e você esqueceu seu peixinho lá na minha sala. Eu o trouxe pra você. – ela esticou os braços e ele entregou o peixe à ela. – Eu já volto. – eu concordei com a cabeça e acariciei os cabelos da Iasmin, que bocejou. 
Iasmin: Ele pode ir pra casa com a gente, mamãe? Ele é legal. – eu neguei com a cabeça. 
Laís: Ele vai pra casa dele, descansar. Porque ele passou a noite toda acordado cuidando de você junto comigo. – ele assentiu e fechou os olhos, segurando o peixe. Thiago voltou pouco tempo depois, Iasmin já estava dormindo novamente. Ele a pegou no colo e nós fomos andando lentamente até o meu carro. 
Thiago: Está mesmo em condições de dirigir? – eu assenti e ele a colocou na cadeirinha, fechando a porta com cuidado. – Tem certeza? 
Laís: Você está acordado a mais tempo do que eu. Você vai mesmo as festas e depois para o plantão? – ele sorriu e coçou a nuca. 
Thiago: Faço isso desde sempre, então já acostumei com isso. Mas me liga, ou manda uma mensagem quando você chegar em casa? – eu assenti, ele acenou e deu alguns passos para ir embora, mas eu o chamei. 
Laís: Muito obrigada, por tudo. Você foi... incrível hoje. Me ajudou e nem mesmo sabe quem é que eu sou. 
Thiago: Seu nome é Laís, o nome da sua filha é Iasmin, sua melhor amiga é a Hanna, você faz faculdade com o Jean, eu sei praticamente tudo da sua vida, até quantas vezes você vai no banheiro por dia. – eu dei risada e ele sorriu. Eu corri até ele e o abracei, fechando os olhos em seguida.