Fanfic: Mentes Criminosas : a doce vingança | Tema: Alfonso Herrera, Anahí, Christopher Uckermann, Dulce María, Originais

Eles olhavam para ela como se pertencesse á um Planeta muito distante. Como se sua pele fosse de um tom pútrido de verde e possuísse dois enormes pares de antenas em sua cabeça.E a garota não fazia a mínima ideia do motivo oculto por de trás das risadinhas abafadas das suas colegas e da repulsa dos homens. Não sabia por que todos viraram a cara para ela, fingindo que era alguém invisível. Como se fosse uma barata nojenta que precisava ser eliminada do planeta.

Queria entender por que a excluíam, isolavam-na. E principalmente: tratavam-na com um desprezo explícito. Ela era uma garota plenamente normal, no auge de seus doze anos, pequena e ainda descobrindo o mundo á seu redor. Ingênua, mas muito ingênua mesmo.

Era como todos. Pelo menos era o que pensava Dulce María ao fitar as cabeças dos colegas de turma lá do fundo da sala de aula por sob seus imensos óculos de garrafa que insistiam em deslizar para a ponta de seu pequeno nariz, atrapalhando-a imensamente.

Suas pernas tremelicavam e ela mordia o lábio inferior, quase se ferindo. Só estava esperando pela próxima pegadinha. Eles não lhe davam sossego nem um só segundo. E nos últimos meses as agressões só aumentaram de nível.

Eles já chegaram á trancar no armário, tacá-la em uma lata de lixo; também jogaram pedras contra Dulce durante a saída. Já bateram nela sem motivo algum. Grudaram chiclete em seus cachos, rasgaram sua jaqueta. Foram tantas coisas que Dul mal podia contar nos dedos.

E o pior que ela não conseguia se abrir com os pais, pois tinha medo de parecer uma menina fraca e tola. Soltou um suspiro, observando as meninas de sua sala. Todas eram muito parecidas.

Todas usavam o mesmo corte de cabelo, as mesmas unhas compridas, a mesma maquiagem. Pareciam clones. Usavam coisas só de marca para exibir o dinheiro que tinham. Falavam com o mesmo tom de voz e tinham a mesma risada forjada. Tão falsas.

E aquelas adolescentes tinham os meninos á seus pés e tinham status. Pareciam bonecas cobertas de rosa da cabeça aos pés. Ao passo em que Dulce María usava roupas normais, folgadas até demais, deixando-a semelhante á um menino.

Dul nunca gostara de seguir o padrão de suas colegas. Seu cabelo era rebelde, era extremamente tímida. Era vista como uma nerd, que usava óculos gigantes e era magra. Era atrapalhada e não conseguia falar em público.

Já “As Clones” eram desinibidas e atraiam olhares. Eram consideradas o modelo de perfeição. Mas não tinham cérebro. Pareciam apenas robôs que seguiam a líder. Não tinham uma personalidade forte, nem sequer assuntos bons. Eram nojentas, metidas. Sempre pisavam nas pessoas que achavam ser inferior á elas.

Dulce María era plenamente autêntica. Amava ler, ouvia todos os tipos de música, ia á lugares diferentes. Enquanto as suas colegas amavam saltos, Dul preferia seu All Star surrado. Gostava das suas blusas de bandas de Rock. Amava poder pensar por si própria, ser livre. Era um doce de garota, simpática e também podia ser divertida. Pena que ninguém via este lado dela.

A garota virou levemente a cabeça para o lado, vendo os meninos. Eles prestavam atenção em qualquer coisa, exceto no coitado do professor que precisava berrar. Ninguém tinha interesse pelo conhecimento.

Dulce fixou o olhar em Alfonso Herrera. Ele era o mais bonito de todos, porém, só tinha olhos para a mimada da Anahí Portilla, a “ Barbie humana” . Ela era a líder das patricinhas e ficava com quem queria. E era a que mais machucava Dulce María.

Dul gostava de Alfonso, acreditava que era um cara legal, mas após certo tempo, percebeu o quão vazio ele era. O Herrera era o tipo de menino que ligava mais para o corpo do que para o coração ou o cérebro. Ficou com o coração partido, mas o que podia fazer?

E enquanto estava distraída, encarando ao garoto mais desejado da escola, escutou sussurros vindo de duas meninas. Apurou os ouvidos, pois tinha certeza que iriam falar maldades sobre ela. Estava acostumada á comentários sobre sua vida. Acostumou-se aos boatos.

- Ela estava olhando para o Alfonso de novo. – Era Angelique Boyer , a melhor amiga de Anahí. – Até parece que está apaixonada por ele.

- Como se ele fosse ficar com ela... – Replicou Maite dando uma risadinha irônica. – Ela não é boa para o Poncho.

- E nem para ninguém. -  Zoraida que ouvia a conversa acrescentou enquanto mexia pela vigésima vez em seu cabelo. – A Dulce é feia e estranha. Do jeito que é nunca vai arrumar um namorado.

Dulce María cerrou os punhos, controlando a repentina vontade de chorar. Sua garganta estava seca e apertada. As lágrimas ameaçavam á cair de seus olhos á qualquer momento. Seus lábios tremiam.

Mais comentários vieram, enchendo seus tímpanos, fazendo-a querer soluçar. Aquilo estava impossível.

- Ela parece um E.T . – Comentou Maite Perroni retocando seu brilho labial, fazendo um beicinho.

- As roupas dela são uma verdadeira catástrofe! – Zoraida sorriu, dando uma discreta olhada em Dul, que desviou o olhar, tentando manter uma expressão neutra. – Tem uma cara de sonsa! Me dá raiva até.

- Bem, só podemos orar por ela. Afinal, nunca será como nós. – Vangloriou-se Angelique com um sorriso de triunfo. Parecia satisfeita consigo mesma. – Nunca chegará á nossos pés.

E as três riram tão alto que todos se viraram para elas, os rostos transmitindo curiosidade. Apenas o professor tinha uma expressão amarga, como se agüentar aqueles alunos fosse um verdadeiro fardo. Mal sabia ele o que acontecia com Dulce María.

- Calem-se você três. – Pediu o Sr. Gandía, o rosto ficando igual á um tomate maduro. – Agora, prestem atenção. Isto é muito importante!

As “ clones da Anahí “ se calaram diante do professor. Todos voltaram ao que faziam antes. Porém, nem cinco minutos se passaram ao certo e alguém tacou uma bolinha de papel bem na cabeça de Dulce.

A garota pegou o papel amassado com os dedos trêmulos. Sua vista já estava turva. Sabia que era um bilhetinho. Não precisava ler. Não queria saber daquilo. Não precisava.

Com determinação, ergueu-se de seu lugar, evitando os pés das colegas que queriam fazê-la cair perante toda a sala. Já aprendeu o truque e não caia mais na delas. Tacou a bolinha no lixo, voltou-se ao professor, que ficou um tanto quanto zangado por ser interrompido. Pediu a permissão dele para sair e foi ao banheiro.

Com  coração batendo feito as asas de um pássaro, trancou-se em uma das cabines. Porém não chorou. A vontade havia ido embora. Também não vomitou como era de costume. Ficou lá em um estado de inércia profundo.

O mundo parecia congelado, os segundos se arrastavam. Sentia-se entorpecida, como se estivesse fora do próprio corpo. Pela primeira vez em seis anos, Dulce sentiu um outro sentimento dar lugar á tristeza.

Era algo que crescia dentro de seu coração feito raízes profundas de uma árvore. Algo que se emaranhava em sua alma, fazendo-a dar uma risada diabólica. Estava parecendo uma louca.

Ria sem parar, os pulmões ardendo. O ar lhe escapava em grandes soluços. Fechou os olhos e riu até a barriga dar pontadas; até as faces arderem e ficarem avermelhadas e até lágrimas molharem suas bochechas.

Quando o acesso de loucura acabou, a garota deu um de seus melhores sorrisos demoníaco. Um sorriso de uma verdadeira psicopata. Ela estava cansada de ser humilhada. De ser tratada como um lixo. Precisava dar uma lição naqueles cretinos.

Ainda com um sorriso largo, jurou á si mesma que iria destruir á todos que haviam lhe machucado...