Fanfic: Mentes Criminosas : a doce vingança | Tema: Alfonso Herrera, Anahí, Christopher Uckermann, Dulce María, Originais

Assim que sua roupa acabou de secar, Dulce as vestiu. Penteou seus fios rebeldes com as pontas dos dedos. Checou que horas seriam. Alarmou-se, precisava ir embora naquele momento. Estava para anoitecer e estava quase atrasada para o jantar.

Teria de acordar Christopher e lhe avisar que iria partir. Entrou em seu quarto, o garoto se encontrava envolto em seu cobertor. O rosto pressionado contra uma almofada. Ficou com pena de incomodá-lo, então decidiu por escrever um bilhete breve e curto, o qual deixou em cima do criado mudo de Uckermann. Foi embora de modo silencioso, trancando a porta com sua cópia da chave.

Tentou ir o mais rápido que pode para casa. As ruas estavam desertas, o que a deixou um pouco preocupada. E por falar em preocupada, havia se esquecido de ir almoçar mais cedo com Anahí. E nem sequer lhe pediu desculpas por isso. Precisaria arrumar uma boa de uma desculpa. Especialmente após o assassinato. Teria de falar que estava ocupada demais.

Temia que alguém suspeitasse dela, afinal, ela e Zoraida mal deram as caras depois da escola. Porém, tinha algo a seu favor: ninguém tinha provas concretas. Ou seja, as acusações seriam todas em vão.

Precisava se distrair um pouco. E ficar remoendo o que fizera não iria ajudá-la em nada. Assim que chegou em casa, tentou disfarçar a cara apreensiva que tinha. Tentou se forçar um sorriso de canto de lábios. E deu certo.

Dulce María nem ao  menos tocou em sua janta. E tampouco estava atenta á conversa de seus pais. Viajava para longe. Sua mente em Christopher. E ela então retornava ao sangue. Ainda podia ver o brilho nos olhos de Zoraida se extinguindo. Aquele último suspiro desgarrado. Aquilo deixara as barreiras da mente de Dulce María frágeis. Mas não ia acabar por ali.

E quando chegou a hora de ir para a cama, a garota fechava os olhos, porém, o sono não lhe chegava. Abria os olhos para a escuridão do quarto. E toda a vez que fixava o olhar em um ponto, podia jurar ver sombras destorcidas.

Devia estar ficando doida, porém, conseguia ver Zoh através de tudo. Podia vê-la se movimentando em seu cômodo. Os olhos afiados de espectro a perfurando. Aquelas duas esmeraldas grandes zombando dela. Enrolou-se em seu cobertor, deixando apenas os olhos para fora. Precisava esquecer aquela assombração. Podia ouvir uma risada macabra ao pé de seu ouvido. Era como e o espírito de Zoraida Gomez estivesse tirando sarro dela.

Escutava barulhos de passos se arrastando. Um vento gélido como os dedos da morte tocavam sua nuca. Estava começando a sentir o sangue ferver. Era ingênua a ponto de acreditar que tinha um fantasma a seguindo. Decidiu por fim, deixar seu abajur ligado. Enfiou a cabeça no travesseiro e logo tratou de dormir.

E foi aí que seus sonhos chegaram de modo manso, ocupando sua mente. Dulce María via-se parada como uma anja da Justiça diante de todos que a magoaram. Suas feições lembravam á de uma estátua: petrificadas, com um olhar congelado e lábios inexpressivo.

Ela estava imersa na escuridão. As sombras cercavam seu corpo, cobrindo-a como um manto. Seus cabelos voavam junto á uma brisa suave. Em uma de suas mãos, uma adaga negra pendia. A lâmina cintilando sobre a luz de um fogo parco que surgia de uma pequena lareira.

Os rotos agoniados e de olhos arregalados miravam a figura de Dulce. Ela deu um sorriso retorcido, frio e cruel. Deu alguns passos, os saltos de suas botas de couro afundando-se na terra amaciada coberta de grama seca. Caminhou ao redor da fogueira. As chamas pareciam lamber sua pele exposta pelo vestido curto.

Dulce María jogou seus cachos para trás, empinando o queixo. Baixou o olhar, como se estivesse repreendendo crianças com um péssimo comportamento. Todos recuaram. Os corpos colados um ao outro. Dulce podia ver o suor brotar neles. Sentia o cheiro do medo deles.

Eles queriam fugir, porém estavam amarrados pelas pernas e pelas mãos. As bocas grudadas com fita isolante. Não podiam se mover e nem sequer gritar. Era engraçado vê-los se contorcendo e dando gritos mudos. Anahí era a mais desesperada. Os olhos inchados de tanto chorar.

Dulce María parou de frente para a garota, abaixando-se. Seus olhares se cruzaram, Dul sorriu com doçura. Passou as mãos nos cachos de Anny, como se quisesse fazê-la dormir. Então, tocou sua testa com seus lábios frios, deixando-lhe recuar.

- Desculpe-me meu bem. – Dulce murmurou a voz fria, distante. – Mas é para seu próprio bem. Você precisa aprender a não ser tão vaidosa. Utilizou sua beleza de modo errado. – Ela meneou a cabeça com um gesto de repulsa. – Você é o Pecado da Vaidade em pessoa. – Bufou e revirou o olhar agudo de uma felina. – Vai ter de se acostumar com sua nova cara.

E então Dulce começou a cortar a cara de Anahí com a ponta da lâmina.