Fanfic: Mentes Criminosas : a doce vingança | Tema: Alfonso Herrera, Anahí, Christopher Uckermann, Dulce María, Originais

Mais tarde no mesmo dia, Christopher e Dulce estavam deitados na frente da lareira. A cabeça de Uckermann repousava no peito da ruiva, enquanto a mesma fazia carinho em seus cabelos.

O garoto se encontrava em cima da namorada, o corpo dele cobrindo o dela. O cobertor envolvia á ambos, dando-lhes calor. O por do Sol se anunciava do lado de fora. O céu ficando em tons quentes de rosa, amarelo e laranja, enquanto a luz ia se esvaindo. Nuvens espessas salpicavam o horizonte, banhando as árvores em uma luz toda de crepúsculo.

Chris observava o fenômeno diante de si após ter feito amor com Dulce, que dormia agora. A garota encontrava-se cansada, em estado frágil após o assassinato. Eles tinham tido trabalho com Christian e Angelique. E o trabalho de Christopher não havia terminado.

Chavez sobrevivera aos atos de crueldade. Ficara cheio de cicatrizes e coberto pelo sangue imundo e seco. Estava sem consciência, mas assim que voltasse, Uckermann o mataria mais um pouco.

O corpo de Boyer fora deixado exposto de modo totalmente proposital, para que Christian pudesse vê-lo. E Uckermann queria presenciar o momento. Queria vê-lo se retorcer.

Com cuidado, saiu de cima de Dulce, cobrindo-a. Recolheu sua roupa toda amassada e vestiu-a. Esfregou os olhos. Estava de certo modo sonolento, mas nada que uma dose de cafeína não pudesse acertar. Enfiou a camiseta pela cabeça e despenteou o cabelo com os dedos. Serviu-se de apenas um copo de refrigerante, saindo da casa. Deu a volta por fora, contornando quase toda a construção. Abriu a portinhola escondida e entrou. O ar cheirava á sal, ferro e cobre. Acendeu a luz. A lâmpada, porém, recusou-se á acender. Ucker bufou de raiva. Que ótimo! Teria de pegar uma lanterna.

Falando uma série quase que interminável de palavrões, apanhou o objeto em uma de suas gavetas. Colocou as pilhas, batendo na lateral da lanterna até que uma luz amarelada e difusa formasse um círculo.

Entrou no porão, iluminando seu caminho. Pingos escarlates salpicavam o plástico. Eram manchas imensas, gordas como pingos de uma chuva torrencial. Chris teve o cuidado de evitá-las. Não queria provas bem na sola de seus sapatos. Pulando o sangue, chegou até Christian Chavez. Iluminou o rosto do garoto.

Agora, Christian lembrava um espectro. Pálido, feições atormentadas pelo horror, olheiras demasiada fundas, marcando seu olhar, eram manchas escuras em forma de meia-lua. Os lábios totalmente tapados pela mordaça em forma de bola. A pele quase azulada. E o mais berrante de todos os fatos: a cicatriz fina como um mindinho, rosada e contrastante.

Uckermann se aproximou e tocou o queixo do garoto, iluminando-o ainda mais, ergueu-o. O feixe amarelado deixava Chavez com os ossos do rosto ainda mais fáceis de se notar. As maçãs de seu rosto pareciam demasiadas grandes em comparação com suas bochechas murchas.

- Ah, pobre Christian. – Ronronou Chris, sorrindo. – Tão fraco. Que pena!

Apertou o queixo de Christian, virando o rosto dele de um lado para o outro, decidindo o que mais faria. Talvez devesse fazer mais três riscos na cara dele. Como marcas de garra de um animal selvagem. Alargou o sorriso. Depois que concluísse seu “ pequeno “ serviço sujo, iria fazer total questão de pegar um espelho e lhe mostrar como a beleza fora obstruída.

Colocou as luvas mais uma vez, pegando a mesma faca que Dulce usara para ferir Angelique. A lâmina ainda se encontrava imunda. Com um mão segurou a lanterna, e com a outra, mirou a lateral não machucada de Christian. Com mãos firmes e precisas de um cirurgião, começou á realizar os cortes. Deixou-os grandes, predatórios. O sangue dele se misturando ao de Angel.

 Fez um com calma, deixando-o perfeitamente monstruoso, depois, deu um pequeno espaço e se foi para o segundo. Deixou a lâmina penetrar bem fundo na carne. No terceiro, mal piscou.

E então, deixou a faca cair. O barulho do objeto se colidindo com o chão foi como o estouro de uma bomba. Christian havia desperto. Suas feições dançavam á luz fantasmagórica. Os olhos esbugalhados. Estava perdendo muito sangue, tanto pelas feridas das costas, quanto pelas do rosto. Christopher notou tarde demais. Ele não iria conseguir mantê-lo vivo por mais tempo. Mal sabia como Chavez conseguira se manter vivo até aquele hora. 

Tinha de “ salvá-lo “. A diversão não terminaria daquele modo. Não iria deixá-lo escapar tão facilmente assim. Iria costurar cada entalho das costas de Chavez á sangue frio.

- Já volto. – Prometeu solenemente ao prisioneiro. Falava normalmente, como se fosse um bate-papo qualquer. – Não se preocupe, não o deixarei morrer. Pode contar com isso.

Christian disse qualquer coisa. Ucker conseguiu entender. Era algo; uma súplica lenta,  cheia de dor. Christopher sorriu, passando a mão pelo rosto de Chavez. As palavras eram repetidas diversas vezes, como que em um disco quebrado. Saídas com velocidade.

Christopher balançou a cabeça, negando o pedido de clemência. Chavez só conseguia falar : “ Por favor, deixe-me morrer. Deixe-me morrer “ . Uckermann murmurou com calma :

- Ah, não posso deixá-lo morrer. Não ainda. Gosto de vê-lo sofrer. – Seu rosto era uma máscara sem expressões. Parecia ser feito de gelo. – Vou te ajudar. Mas só hoje! Não posso ser seu amigo e quero que entenda.

Christian deu um forte impulso para frente, como se quisesse bater em Ucker. As correntes balançaram, as vigas rangeram tamanha força de Chavez, que recuou na mesma hora, quase desmaiando de novo. As pernas dele estavam pendidas. Parecia Jesus Cristo na cruz : cheio de sangue, a expressão melancólica e olhar triste e desolado, os braços estendidos.  Chris sentiu arrepios com a sombria comparação.

Jesus era alguém puro, que possuía amor unicamente e morreu em nome de um bem maior. Sacrificara-se de boa vontade. Ao passo em que Christian Chavez era alguém sujo por dentro, frio e cheio de pecados e estava ali por ser mau. Christopher não mancharia o nome do filho de Deus comparando-o á um filho desgarrado dos piores requintes da humanidade.

- Não tente bater em mim, seu imundo. Não irá conseguir. E se tentar, faço o que fiz com a Angelique. – As feições de Ucker ficaram vivas de repente. Ele se lembrara de algo. - E ah, aliás, você não a viu ainda.

Sem aviso prévio, Christopher iluminou o cadáver mutilado de Angelique Boyer. Christian quase morreu de ataque do coração. A loura mais parecia uma versão escabrosa da “ Noiva  Cadáver “ de Tim Burton. Estava dilacerada, banhada em sangue. O corte de seu pescoço tinha o formato exato de um sorriso largo, deixando-lhe a carne exposta. Seus dedos haviam sumido.

Christian não conseguiu imitir um ruído sequer. Não conseguia. Parecia estar flutuando fora de seu corpo. Seu psicológico foi esmigalhado por mãos fortes e invisíveis. Ficou maluco. Queria rir. Sentiu a urina lhe escorrer quente por entre as pernas, enquanto lutava por sua sanidade.

Christopher sorriu, seu trabalho não poderia ter sido melhor feito.