Fanfics Brasil - Capítulo Quinze: Mentes Criminosas : a doce vingança

Fanfic: Mentes Criminosas : a doce vingança | Tema: Alfonso Herrera, Anahí, Christopher Uckermann, Dulce María, Originais


Capítulo: Capítulo Quinze:

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Quando Christopher retornou alguns minutos mais tarde, com uma agulha e linhas em mãos, encontrou Christian desmaiado. Porém, daquela vez, tinha a cara em um tom roxo, beirando o azul.


Uckermann derrubou tudo o que tinha, deixando somente a lanterna junto de si. Piscou sentindo-se completamente atônito. Mordeu o lábio inferior, sentindo-se agoniado de tanta raiva. Teria Chavez se matado?


Não. Não. Aquilo era impossível! Ele não tinha meio para tal coisa. A menos que segurasse sua respiração e... É claro. Chavez matou á si próprio asfixiado. Uckermann bufou, sentindo uma necessidade implacável de socar algo.


Sem pensar duas vezes mais, deu passos duros e firmes na direção de Christian. Retirou uma chave minúscula de seu bolso. Era toda entalhada em prata, reluzindo e polida. Com os dedos apertando o objeto com total força, abriu por fim as algemas de Chavez. Primeiro liberou seus pés, para enfim desprender-lhe as mãos.


Marcas arredondadas marcavam seus pulsos e tornozelos. O sangue seco cobrindo as marcas. Deixou o cadáver fresco bater no solo com um baque seco. Verificou o pulso de Chavez, confirmando sua teoria. O coração do garoto parara de bater.Deixou a lanterna repousar perto de um Christian já morto. 


E então, com a ponta de seus tênis, começou á chutá-lo. Desferiu pontapés por todo o corpo de Christian, chutando com violência e sem parar. Ficou naquele estado de estupor raivoso por vários minutos. Seus pés já doíam, mas não parou.


Em um dado momento, escutou as costelas de Chavez reproduzirem um barulho oco de galho seco se partindo. Chutou tanto Christian, que lhe quebrou ossos, deixando hematomas do tamanho de seu pulso no garoto.


Quando estava já suando e arfando como um doido, parou. Não deveria ter deixado Christian sozinho por dez minutos. Fora seu pior erro. Agora teria de descontar o resto de sua raiva em Alfonso. Maldito Chavez!


Grunhiu de raiva, chutando-o mais uma vez. Porém, agora bem na cara. O nariz de Chavez quebrou, o sangue pingou. Christopher sentou-se no chão, pegando seus cachos. Achou que iria arrancar todos seus fios em um só puxão.


Respirou profundamente, seus pulmões em brasa. Contou bem devagar até dez, o sangue pulsando fortemente. Acalmou seus nervos á flor da pele, piscou lentamente e ergueu-se. Iria deixar o cadáver lá.


Saiu do porão com as faces avermelhadas.Dulce ficou preocupada ao ver o namorado entrar batendo a porta com tanta ira que a mesma ficou vibrando. Achou que Uckermann iria bater em algo. Decidiu ficar quieta. Observou o namorado caminhar de um lado para o outro, movendo-se em círculos atordoados. Ele bufava e xingava, batendo com os pulsos na parede. E quando se sentiu recuperado o suficiente, virou-se para Dulce que estava sentada no sofá, de pernas cruzadas.


A garota encontrava-se envolta em um roupão de seda, os cabelos presos em um coque frouxo. Encarou o namorado, dando um tapinha no lugar á seu lado. Christopher sentou-se junto dela e sem cerimônia, deitou em seu colo. Ele parecia uma criança deitado em posição fetal, todo encolhido e com uma expressão emburrada.


- Quer me contar o que aconteceu? – Dulce perguntou com a voz baixa, maternal.


- O Christian se matou.  Ele estava perdendo muito sangue. Disse á ele que iria costurar suas feridas e o deixei no porão sozinho. Quando voltei, ele estava roxo e sem pulso. Ele próprio deve ter segurado a respiração. Provavelmente, prendeu a respiração por muito, muito tempo. E a mordaça ajudou, pois ela impede alguém de respirar.


- Acho difícil, Chris. – Concluiu Dul pensativa. – Ela estava tendo uma hemorragia. Talvez tenha sido isso que o matou. Perdeu muito sangue. Não iria resistir por mais tempo. E acho meio difícil ele segurar a própria respiração por tanto tempo. O Christian deve ter se sufocado á quase no fim de sua vida.


- Que maravilha. – Resmungou Ucker, os maxilar trincado. Os dentes rangendo uns contra os outros. – E eu achando que iria mantê-lo em meu controle. Que raiva! Mas tudo bem. Ainda tenho o Alfonso. E não posso me esquecer do Diego, é claro!


- Ah, sim. Você ainda tem com o que se divertir, meu querido. Então não se preocupe.


- Obrigado pelo apoio.


Dulce riu baixinho. A cabeça de Chris repousava em sua barriga. Ela não deixaria nada estragar a felicidade de Uckermann. Ele era o único que a entendia. Se não fosse por ele, estaria mais louca ainda. Christopher a fazia sorrir quando não tinha mais esperança. Foi a única pessoa que a aceitou de seu modo.


E era tão estranho para Candy, pois, para ela os psicopatas não nutriam sentimentos por ninguém e por nada. Mas ela era diferente. Uma espécie única com uma mente distorcida, mas coração bom. A ovelha negra.


 A rejeitada, a diferente. A que ia explodir o Mundo se pudesse. Dulce não era uma Clone. Ela era apenas ela mesma. E não uma garota de papel, plástico e cérebro controlável. Seu cérebro era engenhoso, maquiavélico. Dul era movida á sangue, lágrimas e tortura.


E ela não iria desistir. E quando o último corpo se desfizesse em suas mãos, iria voltar á seu estado inerte. Iria mudar o nome, sair da zona de conforto. Eram tantos planos, tantas coisas á serem feitas.


Quando fosse á Califórnia, iniciaria a faculdade, trabalharia e seria alguém mais normal. Não pretendia levar a matança adiante. Não viraria uma mulher perigosa para aqueles que nunca lhe fizeram nada.


Chegava á ser irônico o modo como sabia os limites de sua sanidade mental. Mas ela não era de todo ruim. Sabia disso. Sabia muito bem. E ás vezes, pensava em desistir. Quando estava matando Angelique, pensara em parar com a vingança. Queria se casar com Christopher, ter filhos. Ter uma casa, um carro. E viajar. Sim, viajar para todos os lugares possíveis. E depois ter netos.


Olhou para Uckermann. Ele ainda estava desperto. Beijou-lhe diretamente na têmpora, fazendo carinhos em seus cabelos. Ficou olhando a lareira por um longo tempo. As chamas lambendo as toras, consumindo-as. Lembrou-se do corpo em chamas de Zoraida. De como a matou e arrancou seu coração.


A cena ainda a assombrava, repetindo-se dia e noite em sua mente. E toda vez que via um vulto, parecia estar olhando para Zoh. Escutava ainda a voz de Zoraida implorando por sua vida. Via seus olhos frios. Sentia o coração dela em suas mãos.


E toda vez que fechava os olhos, via o sangue escorrendo. Aquilo a torturava, mas Dulce tinha certeza de que tudo aquilo iria passar. Estava assustada pois foi a primeira vez em que machucou alguém de verdade.


Suspirou de modo pesado, mordendo o lábio. Precisava descansar, já que o dia seguinte seria muito agitado. Teria de ser outra pessoa. Imaginou-se em roupas apertadas, com uma peruca e lentes. E foi pensando no que faria que adormeceu.


No dia seguinte, Dulce despertou com a luz da manhã lhe tocando as faces. A luz diminuta e tímida do nascer do Sol entrando por suas pálpebras cerradas, fazendo-a revirar os olhos dentro das órbitas. Despertou com uma dor aguda em seu pescoço que se estendia á sua nuca. Havia dormido de mau jeito.


Balançou a cabeça de um lado para o outro, resmungando baixinho enquanto esfregava os olhos. Christopher dormia em seu colo, seus pés vazando do sofá, as mãos tocando o piso de madeira.


Colocou a mão em seu ombro, sacudindo-o de leve. O garoto gemeu e se ergueu lentamente do sofá. Seus cachos haviam se grudado ao redor do rosto, caindo sobre os olhos. Ele retirou os fios, parecia muito mal. Estava ligeiramente pálido, olhos avermelhados.


Christopher não conseguira dormir muito bem na noite passada. Ficava despertando de meia em meia hora. Tentou em vão se aquietar, mas nada dava certo. Sentia como se uma manada de elefantes tivesse pisado nele.


Dulce notou sua inquietação. Uckermann estava igual é ela. Devia estar se remoendo por dentro. Deu tapinhas amigáveis no ombro dele. O garoto a olhou dando um sorriso tímido.


- Bom dia. – Murmurou Dulce com animação. – Hoje é um novo dia! Vamos acordando que temos muito que fazer!


Uckermann resmungou de modo relutante, mas se ergueu. Estava com os músculos extremamente doloridos. Os nervos formigando. O coração palpitava como um cavalo correndo. Sonhara com Christian na noite anterior. E foi o pior sonho que teve em sua existência.


As imagens voltavam como pedaços de um filme cortado: Um espírito conturbado de Christian o agarrando com seus dedos frios, arrastando-o por um abismo negro em sem fim. Os gritos e gemidos de Ucker enquanto Chavez o torturava. Estremeceu. Dulce percebeu.


- O que houve? – Perguntou já desconfiada.


- Nada. – Mentiu o garoto.


Dulce María queria contra-argumentar, pensou bem. Precisava ajudá-lo.


- Você está mentindo. – Declarou por fim, a voz pacífica combinando com suas feições. – Não adianta disfarçar, Chris. Sei quando está me escondendo algo. Por favor, conte-me.


O garoto rolou os olhos, sentindo-se pouco á vontade. Ignorou o apelo da namorada. Era orgulhoso até demais para admitir estar com medo. Apenas seguiu para a cozinha. As costas pareciam partidas ao meio.  Estalou o pescoço e abriu a geladeira, procurando por qualquer coisa que pudesse lhe satisfazer a sede.


Dulce parou no batente da porta. Não estava com fome e tampouco com sede. Só queria sair logo daquela casa e ir até a cidade. Iria insistir até Ucker lhe contar algo. Observou-o, os olhos indo para lá e para cá como duas bolinhas de gude em seus orbes. Deixou-o de lado por um tempo, resolvendo tomar banho.


Não teve pressa alguma, despiu-se peça por peça, deixando a umidade de a manhã lhe arrepiar os pelos do corpo. Olhou-se no espelho. E por algum motivo, parecia diferente. Sentiu-se como outra mulher. O reflexo fazia a mesma coisa, porém, uma luz surgia em si. Algo negro. De repente, Dul viu suas pupilas se dilatando como duas bolas de tênis até tudo se tornar algo negro e opaco. Eram olhos de demônio que á encaravam. Profundos e com almas doloridas e aflitas. Sua pele pareceu se trincar, formando profundos riscos negros através da brancura de leite. Os cabelos eram chamas lhe lambendo. Os dentes pontiagudos e a língua comprida e bifurcada.


Ela não passava daquilo. Contemplou por tanto tempo o monstro que eram suas colegas, que acabou se tornando algo igual. Se pudesse ver seu coração, ele seria uma pedra cinza com pontos negros e lisa. E seria uma pedra fria e impossível de se quebrar. Seria algo que bombardeava doses de ilusão e loucura para seu cérebro maquiavélico.


Dulce María piscou, atordoada. Voltara ao normal. Tudo fora uma peça pregada por seus devaneios. Desviou o olhar do vidro polido, entrando na água. Deixou que o chuveiro lhe massageasse como enormes dedos cristalinos e mornos.


Deslizou pela parede, as costas contra os ladrilhos frios. Caiu no chão ensopado, levando os joelhos á altura de seus peitos nus. Abraçou á si mesma, deitando em posição fetal e se encolhendo como uma bola. Permitiu-se ficar por um longo tempo de olhos cerrados, até que se encheu de tanta água. Desligou a ducha, a toalha secou seu corpo. A sensação era refrescante. Sorriu para si mesma, vestindo-se.


Quando chegou á cozinha, deparou-se com seu namorado um tanto ofegante. Ele bufava como um cavalo de corrida. De sua mão, um rio de sangue pingava. Cacos de vidro se espalhavam como flocos no chão. Brilhos escarlates   faziam uma poça.


Dulce correu até Uckermann, o coração subindo por sua garganta, indo até a ponta de sua língua. Abriu a mão do garoto. Um corte tão fino como uma linha de agulha marcava a carne macia dele.


- Você está louco ? – Sibilou a ruiva, tentando não ranger seus dentes. – Olha só o que fez! Vou precisar dar pontos nisso. Seu idiota !


Chris puxou a mão de modo severo, tornando á cerrá-la em um punho. Suas pernas tremiam. Queria sair correndo, sumir de lá. Mas não podia. Não iria desistir.  Bateu no tampo da mesa, fazendo a mesma sacudir com força.


- Escute Dul. – Falou com uma calma pétrea que não deixava espaços para qualquer tipo de dúvida. – Por favor, fique quieta só um minuto. Estou enlouquecendo, entende? Preciso acabar com tudo. Sinto-me inquieto.


- Eu sei. – Ela ficou por trás dele, massageando seus ombros tensos. Beijou-lhe os cachinhos. – Eu sei.


Ele pegou as mãos dela, apertando as mesmas. Beijou-lhe as pontas dos dedos. Os lábios mornos contra sua pele fresca e com cheiro de sabão.


- Sabe, Dul? Quero que me ajude á matar Alfonso. Quero que divida comigo essa vitória.


- Sabe que farei isso com o maior prazer.


- Obrigado, minha querida.


E o coração dele se acalmou. Acalmou-se para que pudesse, finalmente, sorrir.


 


Alguns minutos depois, eles partiram da casa solitária. O motor rugindo, o vento batendo contra a lataria. Insetos passeavam aqui e ali. As rodas esmagando a terra fofa. O Sol queimava forte. Dulce balançava as pernas nervosamente, enquanto Christopher descia a encosta. O carro chacoalhava fortemente, fazendo com que ambos batessem contra as portas da Mercedes.


A viagem se seguiu monótona. O tédio consumindo á ambos, o tempo se rastejando como cobra. Demoraram á avistar os primeiros sinais da cidade. Precisavam ir ao centro da cidade. Christopher pegou um atalho. Não tinham tempo á perder. Pisou fundo no acelerador.


Eles chegaram antes do pretendido á loja. Chris estacionou em frente ao local, ajudando Dulce á descer do carro. Dul estreitou os olhos para a fachada imunda do ambiente. A sujeira se acumulava como um denso tapete nas vidraças escuras.


Um arrepio subiu pela coluna da ruiva quando ela acompanhou o namorado para dentro da loja. Um cheiro rançoso de pó, coisas podres e drogas pesadas tingia a atmosfera. Dulce quase vomitou. A ruiva tapou o nariz.


O interior da loja era algo deplorável, totalmente acabado e mal iluminado. O piso estava manchado, as paredes rachadas e o teto com enormes buracos e teias de aranha.


Chegaram á um balcão, onde um sujeito com cara de poucos amigos se achava. Ele era atarracado, gorducho e demasiado velho. Tinha uma barba por fazer imensa e um cabelo imenso preso em um rabo de cavalo. Usava roupas de couro pretas e justas. Candy ficou imaginando de onde Chris conhecia o homem.


- Ah, olá Miguel. – Chris cumprimentou, sorrindo.


- Senhor Uckermann. – A voz de Miguel era pastosa e arrastada. – Que bom vê-lo por aqui. – Ele se virou para Dulce María. Deu um sorriso de dentes amarelados. – Quem é ela?


- Minha namorada. Dulce María, esse é o Miguel. Ele vendia drogas para meu primo.


- Prazer. – Disse o velho.


- Prazer. – Respondeu Dul com a voz arrastada.


- E então Christopher, veio buscar o que?


- Um pouco de Boa- noite Cinderela. Veja-me uma dosagem pequena, por favor.


- Mas é claro.


O homem sumiu por trás de uma portinha. Dulce ficou surpresa com o fato de ele não querer saber o motivo de Christopher. Talvez só quisesse passar a mão no dinheiro logo. Dul ficou espiando ao redor. Alguns insetos voam ao longo da lâmpada solitária. A temperatura estava fria. Dul se abraçou.


Quando Miguel voltou, tinha um pequeno pacotinho em mãos. Entregou-o á Christopher que lhe deu uma gorjeta gorda pelo serviço. Miguel assobiou, agradecendo á Ucker. E então, ele e a ruiva saíram da loja.


- Aquele cara me deu arrepios. – Dulce confessou, enquanto ela e o namorado iam ao shopping. – Ele parece doido.


Christopher riu. Era irônico que a namorada pensasse daquele modo. Miguel era um pobre coitado perto dele e de Dulce.


- Ai, Dul. Você já matou duas pessoas e ficou com medo dele? O Miguel só vende drogas para não ser um mendigo. Ele em sabe mexer em uma arma. O máximo que ele pode fazer é matar um inseto.


- Muito engraçado. – Disse Dulce com sarcasmo.


- Acalme-se ruiva. O importante é que conseguimos a droga. Só faltam alguns itens e tudo estará pronto. – Ucker sorriu, apertando a coxa de Dul. Piscou para ela.


Dulce mal podia esperar pela noite.


Quando o crepúsculo foi se anunciando, o céu foi ganhando um tom de sangue. O Sol sumindo por trás das árvores. A hora estava bem perto. Só mais alguns minutos e eles iriam partir.


Havia chego á casa de Uckermann algumas horas mais cedo, após encontrar o que queria. O plano já estava traçado.


Dulce María estava se aprontando, tentando dar um jeito na peruca, que parecia lutar bravamente contra ela. A touca que lhe ocultava as madeixas era demasiada quente, fazendo-a coçar a cabeça. Estava ficando impaciente, até que por fim, os fios enegrecidos deslizaram por seus ombros.


A garota se olhou no espelho. Sentia-se aflita. A peruca negra a deixava ainda mais pálida. Usava lentes de contato em um tom de mel bem claro. O batom vinho deixava sua boca mais carnuda. Passara um blush que lhe deixava corada. Tentou dar uns efeitos á mais. Colocou longos cílios, afinou o nariz se utilizando da maquiagem


Parecia outra pessoa. Ajeitou o vestido de lantejoulas azuis. O brilho refletido em seu olhar. Calçou seus sapatos de salto-alto e saiu do banheiro. Ela carregava um cheiro doce de perfume e algumas jóias caras em forma de pulseira e anéis. Lembrava uma socialite muito poderosa. Pegou a bolsinha com seu celular e com o saquinho de droga.


Quando Christopher a viu, quase caiu do sofá. Dulce María estava mais alta, tinha um ar de importância.  Sorriu para ela. Mostrou-lhe a mensagem que enviara para Alfonso. O garoto já estava á caminho da boate.  Chris levou Dulce até a boate, repassando o que tinham combinado.


Quando Ucker estacionou próximo á boate, deu um selinho estalado em sua namorada. A garota colocou seus óculos escuros. Queria criar um pouco de expectativa. Jogou os fios falsos para trás e saiu andando.


Dul imitou o caminhar de Anahí : lento, jogando os quadris para o lado. Sorria de modo confiante e quando entrou no recinto, atraiu diversos olhares. Foi passando de mesa em mesa, procurando por Alfonso Herrera. O ambiente estava bem escuro, apenas algumas luzes de neon se acendiam aqui e ali, em intervalos de dois em dois. O rosa, o amarelo, o verde e o azul refletindo nas paredes. O som tocava uma batida eletrônica. Pessoas se apinhavam no bar. Um cheiro intenso de cigarro, cerveja e colônia pairavam no ar.


Os caras assobiavam para Dul quando ela passava. O barman piscou para ela, que apenas acenou brevemente.


Achou o amigo de Christian sentado sozinho lá nos fundos. Ele já bebia um copo regado á Vodka com Coca-Cola estava á sua frente. Candy respirou bem fundo, ajeitou os óculos na cara e foi até ele.


O garoto se espantou ao ver uma figura feminina se aproximar. Era bonita, pelo visto. Podia ver boa parte de suas penas, braços e pescoço. Observou-a atentamente, enquanto ela parava perto. Deu um sorriso, a garota retribuiu e perguntou:


- Essa cadeira está ocupada?


- Ah, não! – Ele quase se engasgou. – Pode se sentar.


- Obrigada.


A morena misteriosa se sentou de frente para ele. O decote profundo do vestido exibindo boa parte dos seios fartos e redondos. Um colar de diamante brilhava. A pele dela era clara como neve. Poncho teve de desviar o olhar.


- E então... Como é seu nome querido? – A voz dela era forte, sensual.


- Alfonso Herrera. E o seu?


- Guadalupe. Mas pode me chamar de Lupita.


- Prazer Lupita.


Com certo atrevimento, Dulce esticou a mão na mesa, tocando na de Alfonso. O garoto estremeceu. Os dedos dela eram delicados e quentes, macios como pluma. Não tirou a mão da dela.


- O que faz por aqui sozinho?


- Esperando meu amigo.


- Ah, será que ele não vai se incomodar se eu ficar aqui?


- Ah, não! Não. Imagine... – Poncho limpou a garganta. - Vai ser um prazer tê-la por perto. Tenho certeza de que Christian irá te amar.


- Sério? – Dulce fez um biquinho, apoiando-se ainda mais na mesa, jogando seu corpo para frente. – E o que te faz pensar isso ?


Alfonso sentiu-se corar até as raízes do cabelo, pigarreou, bebendo um pouco mais de sua Vodka com Coca. O bar era quente, fazendo-o suar.  Olhou para a morena por trás do copo.


- Bem. Você parece muito engraçada.  E é bonita também.


Dulce riu, jogando a cabeça para trás. Pegou o copo de Poncho ainda pela metade e bebericou um pouco da bebida. Sua marca de batom ficou gravada no copo. Pousou o objeto na mesa. O gosto do álcool lhe queimou a garganta, fazendo-a tossir de leve. Um gosto amargo se impregnou em sua língua.


- Obrigada pelo elogio.  – Ela retirou os óculos, piscando para Poncho.


Alfonso estava quase babando em cima da mesa. Os olhos dela eram extremamente atraentes. Claros e profundos com um brilho próprio. Sentiu-se ferver por dentro. Lupita tinha de ir para sua casa. Iria ficar com ela até o fim da noite.


- Que horas seu amigo vai chegar?


- Não sei. Christian sempre demora. – Poncho deu de ombros. – Gosta de se arrumar.


Dul quase emitiu um som de nojo, mas se conteve. Queria ir logo com a palhaçada do fingimento. Consultou seu relógio de pulso, devia ficar ali só mais um pouco. Tentou manter uma conversa amigável com Poncho. Teve de inventar informações falsas sobre sua vida. Chegou até a falar que tinha vinte anos.


E Alfonso acreditava nela. Parecia muito interessado e nem piscava quando Candy falava. A garota ria na hora necessária e fingia prestar atenção em tudo que ele contava. E com tanta distração, Alfonso nem notara que Christian não havia chego.


Quando Dul decidiu que estava ficando em cima da hora, lembrou da bebida de Herrera. Ergueu-se com um solavanco brusco. Alfonso se assustou. Dul tentou amenizar a situação:


- Acho que vou pegar algo para beber? Precisa de alguma coisa?


- Gostaria de mais um pouco de Cuba.


- Claro. Já volto, meu bem.


Ela jogou um beijo estalado para ele e saiu andando. Ao chegar ao bar, sentou-se em uma cadeira, esperando por ser atendida. O barman que havia piscado para Dul mais cedo foi á seu encontro. Ele devia ter quarenta anos ou até mais. E definitivamente não era bonito. Sorriu para Candy, que se forçou a ser simpática:


- Ah, oi. Gostaria de uma Cuba e um pouco de uísque.


- Pode deixar graçinha. – Ele tinha bafo de cerveja, o que fez a ruiva recuar.


- Obrigada.


Quando o cara saiu, Dulce verificou o pacotinho em sua bolsa. Precisava ficar de olho para ninguém a flagrar. Quando o homem voltou, pegou as bebidas, agradecendo pelo serviço. Esperou ele sumir de vista para poder então retirar a droga da bolsa. Olhou para todos os lados. Todos pareciam ocupados. Rapidamente, virou o pó para dentro da bebida, misturando-a com a ajuda de um canudinho.  Guardou o pacote vazio, indo até a mesa.


Deu o copo para Alfonso, esperando que ele bebesse. Deu uma pequena golada no uísque, forçando o líquido á descer garganta á baixo. Estava se sentindo tonta. Olhou para Herrera, erguendo o copo em um brinde. Eles beberam mais um pouco depois. Dulce María empurrava mais bebidas á Poncho, deixando-o muito bêbado.


Quando viu que o garoto havia consumido cada gotinha de todos os copos, entrou em ação. Colocou seu lado “vadia” para agir. Deu um sorriso sugestivo para Poncho, colocando uma mecha atrás da orelha. Mordeu o lábio inferior, sem desgrudar os olhos dos dele. Mais uma vez, colocou sua mão por cima da dele, massageando sua pele.  Piscou de modo lascivo.


- Sabe Alfonso? Aqui está muito cheio, não acha?


Poncho sentiu-se mais animado. A bebida junto da droga estava fazendo efeito, deixando-o leve como pena e com reflexos lentos. Nem mesmo se recordava do amigo. Sua mente se tornando um borrão complicado.


- Ah, sim! Está muito cheio. – A voz dele estava pastosa, arrastada. Mal conseguia falar direito.


- Acho que podíamos ir á outro lugar, que tal?


- Seria maravilhoso. – Ele soluçou, rindo-se.


Ambos se levantaram. Dulce deu a mão para Alfonso, passando por entre corpos e mais corpos. Saíram para a noite úmida. A rua estava deserta, pouco iluminada. Dulce precisava atraí-lo para perto de um beco que havia ali perto. Foi o puxando junto de si.


Enquanto andavam, Alfonso tropeçava. Parecia não ter controle de seus membros. Quase caiu duas vezes, os seus pés deslizando. Quando chegaram á uma rua escura e com cheiro podre, ele quase desmaiou. A droga estava agindo rápido. O garoto suava frio.


Dulce entrou no beco, prensando Poncho contra a parede. Estava com nojo, mas precisava fazer aquilo. Uckermann iria tentar filmá-los. Já estava dentro do beco, aguardando-os. A câmera em mãos. Ligou-a assim que apareceram.


Candy desceu os lábios vermelhos pelo pescoço de Alfonso, beijando-o. O garoto abriu os lábios e gemeu baixinho. Dul seguiu a trilha de beijos pelo queixo, bochechas, testa e ponta do nariz de Poncho. As mãos dela deslizavam pelo tronco do garoto, indo desde seus ombros até a cintura. Ela o arranhou de leve nos braços.


E então, capturou seus lábios. Eles deram um beijo ardente, apaixonado. As mãos dele estavam na cintura dela, apertando-a contra si. Ela tinha os dedos enterrados em seus cabelos. Alfonso virou Dulce contra a parede. A garota colocou as pernas em volta da cintura dele.  . Uma das mãos de Herrera apalpava o seio da garota por cima da roupa, enquanto a outra apertava sua nádega.


Ficaram ali no escuro, agarrando-se ferozmente. A boca de Poncho saboreando a pele de Dulce. Porém, não durou mais que alguns minutos. Alfonso estava perdendo os sentidos. Sentia a morena o agarrando, mas não conseguia mais corresponder. Sua visão estava ficando turva.


Chris desligou a câmera no exato momento em que Alfonso desmaiou. Eles pegaram o cadáver e arrastaram para o carro parado bem em frente ao beco. Dulce o acomodou no branco de trás, colocando seus óculos escuros em Poncho. Colocaram o cinto no garoto.


Tudo dera certo. Dulce María dava saltinhos nervosos em seu banco, quase batendo palmas. Iria mandar o vídeo para Anahí depois. A loura iria sofrer ao ver o seu amor agarrando outra. Dul queria estar presente e presenciar a dor de Portilla. Bateu palmas para si mesma, quase se dando um tapinha nas costas. Soltou um grito eufórico.


A reta final se aproximava.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 12



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • ib_vondy Postado em 11/07/2014 - 10:35:12

    Quem vai ser a próxima vítima? Posta mais*-*, to ansiosa--^!!!!!

  • ib_vondy Postado em 10/07/2014 - 20:06:55

    Nossa, to amando*-*!!! Cortar os dedos O.o! Posta mais, to ansiosa-^!!!

  • camilla_gabriel Postado em 10/07/2014 - 11:48:54

    Meu deus ela é louca, mais curiosa

  • candy_wilt Postado em 10/07/2014 - 11:41:48

    Dío mío! Ela é completamente louca!!! Claro que eu já desejei espremer o coração das inimigas até transformar eles em pó, mas era no sentido figurado! Agora sim tô com curiosidade, quero saber o que acontece com o casal de psicopatas no final. Posta maisss

  • ib_vondy Postado em 10/07/2014 - 11:23:05

    Oie! Nunca tinha achado uma web igual a sua, amei*-*!!! Posta mais, quero mais capítulos, to morrendo de ansiedade^o^!!!!

  • camilla_gabriel Postado em 10/07/2014 - 08:06:25

    Em cada capitulo fico mais curiosa, adorando posta mais

  • candy_wilt Postado em 10/07/2014 - 00:42:19

    ri mt com o Ucker humilhando a vendedora kkk impressionante o que o dinheiro não faz! Dul obvio que vai ficar diva, mas claro que td isso além de ser louco é perigoso. Em cada capítulo fico com mais curiosidade. Posta maisss

  • candy_wilt Postado em 08/07/2014 - 20:33:50

    eles são tão lindos juntos :' pena que estão perturbados... posta maisss

  • candy_wilt Postado em 08/07/2014 - 11:48:10

    nossa ele são maluquinhos... posta maisss

  • candy_wilt Postado em 07/07/2014 - 13:02:54

    tudo bem sim. Amei o capítulo, continua.


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