Fanfic: Mentes Criminosas : a doce vingança | Tema: Alfonso Herrera, Anahí, Christopher Uckermann, Dulce María, Originais

Ás duas da tarde em ponto, Dulce ouviu uma buzina soar bem em frente á sua casa. Como era de se esperar, Chris chegou pontualmente. Parecia um garoto inglês, sempre preocupado com a hora.

Olhou-se mais uma vez no espelho, conferindo se estava tudo certo. E ao mirar-se, não pode deixar de lembrar-se do que fizera na escola mais cedo.

Ainda se recordava do grito de pavor de Angelique, a primeira menina que testemunhou o ocorrido. Logo depois, todas suas amigas entravam e saiam do banheiro. Até mesmo as líderes de torcida pareciam abaladas. Os garotos ficaram sabendo, logo, a notícia percorreu por toda a escola. Todos queriam saber quem seria a pessoa por de trás de tal brincadeira. Mas havia gente que achava a mensagem bem real. Alguns murmuravam coisas sobre ser alguma menina nerd. Outras diziam que devia ser até mesmo um garoto. E até mesmo as pessoas da limpeza estavam na lista de acusados. Nem mesmo os professores foram poupados.

E Dulce queria rir demais daquilo. Se eles ao menos soubessem... Mas bem, não podia culpá-los por serem lerdos. Dul teve de lutar para manter a expressão neutra. E Christopher fazia o mesmo, espiando-a de vez em quando e piscando com discrição.

Lembrou-se de como o caso chegou á diretoria. A Sra. Albuquerque deu um longo sermão de uma hora, falando o quanto aquilo era patético e que se aquilo acontecesse outra vez, toda a sala seria suspensa. Por sorte, a diretora não revistou a mala de ninguém e nem pediu que o culpado aparecesse. Na verdade, parecia que Albuquerque não estava nem ligando para o acontecimento. Era como se o discurso dela fosse algo mecanizado.

Dulce ficou feliz por deixar Angelique em estado alerta. Ela ficou paranóica, bem como Maite e Anahí. Apenas Zoraida estava crente de que era bobagem. E até Alfonso parecia pálido depois de ter escutado a frase. Diego estava ao lado de Zoraida, repetindo que todos deveriam esquecer aquilo. O professor fingiu nem notar o burburinho.

E durante repetidas vezes, Dulce e Christopher ouviram a expressão “ serial killer “ . E essas pessoas estavam certas.  Dul e Chris viraram aquilo.

E  aquela só era a primeira frase. Ela escreveria mais e mais. Até deixar todos loucos. Mas precisava ser mais discreta e tinha de ter um plano para tal. E tinha certeza de que Christopher a ajudaria.  Deu um profundo suspiro e desceu.  

- Mãe. – Anunciou a ruiva parada á porta da sala. – Vou sair com Christopher e já volto.

- Tudo bem. – Respondeu a senhora Saviñón sem desgrudar os olhos da TV.

Dulce María aproximou-se da mãe, beijando-a levemente na testa. A mulher lhe sorriu com ternura e beijou a bochecha da filha. Ela era tão parecida com Dulce. Tinha os mesmos olhos de cordeiro; a mesma pele de porcelana; os mesmos lábios afinados e expressão de menina. E a pobre mal sabia o que se passava com sua filha. E Dul se sentia extremamente culpada por esconder tudo de Blanca, mas não iria desistir.

- Vou demorar um pouco. – Alertou a filha de Blanca. – Vou levar meu celular e quando estiver voltando, ligo para a senhora.

- Pode deixar. – A senhora Savinõn arrumou uma mexa de Dulce, prendendo-a atrás da orelha da filha. – Não chegue muito tarde. Amanhã você tem aula.

- Não se preocupe. – Dul disse, já saindo. – Tchau mamãe.

A garota fechou a porta e avistou Ucker do lado de fora do carro, aguardando-a. Ele abriu a porta de passageiro para a garota, que tratou de entrar sem demora. Ajeitou-se no banco, botou o cinto e esperou por Christopher.

O garoto se inclinou e deu um selinho nela antes de ligar o automóvel, que ligou com uma pequena sacudidela. O motor roncou como um felino, fazendo o carro tremer cheio de potência. Chris fez o contorno, rumando até o centro de compras ( ou seja, shopping ).

- Chris... – Dulce começou, olhando para a paisagem. Ela estava suando frio e torcia as mãos no colo. – Eu não posso sair vestida de casa com as novas roupas e muito menos levá-las para casa. Então faremos o seguinte: vou deixá-las com você. – Dul mordeu o lábio inferior antes de continuar. – E então, antes de irmos ao colégio, irei á sua casa para trocar de figurino.

- Está bem. Tenho um closet desocupado, posso deixar suas coisas por lá. O que faremos com as maquiagens?

- Vou levar para casa. Será melhor e não irá levantar tantas suspeitas por parte de meus pais.

- Se preferir assim, tudo bem. Mas sabe que pode contar comigo.

Ela sorriu.

- É... eu sei. - Dulce colou a testa contra a janela do carro. – Quero ver a cara de minha mãe quando eu sair toda maquiada e com o cabelo diferente.

- Com certeza ela vai ficar surpresa.

- Nem me diga.

Dulce não gostava de se produzir para ir á escola. Andava de cara limpa, seria estranho se maquiar até parecer uma atriz de cinema. Precisaria caprichar ao máximo. Por sorte, sabia como passar tudo na medida certa, já que ia á várias festas familiares de Christopher.

- Bem, andei pensando em mudar meu cabelo. Deixá-lo igual ao das garotas.

- Nem pensar nisso. – Protestou Chris. – Seu cabelo é perfeito Dulce. Amo seus cachos. Mantenha-os.

- Tudo bem Senhor Mandão. – Dul brincou, fazendo carinha de piedade.

- Idiota.

- Eu sei. É por isso que você me ama.

- Ah, cale a boca! – Chris disse rindo.

- Venha calar. – Provocou Dulce.

- Não me faça parar o carro e te agarrar aqui mesmo.

Dulce María não aguentou e começou a rir. Estava corando fortemente, mas não podia evitar. As palavras de Christopher pareciam uma espécie de aviso sensual. Quem dera ele o fizesse de fato. Dulce podia parecer ingênua, mas quando de tratava de Christopher, a história mudava.

- Pare de me fazer de boba. – Reclamou, dando um pequeno tapa em seu braço. – Você não pode se distrair no trânsito.

- Agora não, porém, mais tarde posso.

- Fique quieto. – Dulce replicou, desviando o olhar do dele.

O resto do caminho foi feito em silêncio. Vez ou outra, quando paravam em um sinal vermelho, Chris tocava a coxa de Dul fazendo a mesma sentir arrepios da cabeça aos pés. A mão dele era quente e ela amava aquilo. As palmas eram macias, suaves. Os dedos a acariciavam de modo acolhedor. Era uma tentação, mas precisava se controlar.

Ao chegarem ao shopping, Dulce quase saltou do veículo. Estava com pressa. Quanto mais rápidos fosse, mais cedo sairiam do shopping. E estava com certo receio de encontrar com alguém da escola por lá.

- Que loja quer ir primeiro?

Dulce deu de ombros. Não fazia a mínima ideia. Eram tantas que mal saberia numerá-las. Deu a mão para Uckermann. Entraram no shopping. Chris teve uma ideia. Levaria Dulce Maria até a Victorias’s Secrets . Daria alguns perfumes de presente para ela.

Puxou-a junto de si para a loja. Ela merecia aquilo. Daria tudo á ela com o maior prazer. Ao se depararem com a entrada de um tom extravagante de rosa e com cheiro de perfume, empurrou Dulce para dentro. A loja era organizada em seções. Levaria á de perfumes e depois de lingeries. E poderia comprar alguns cremes também.

Uma música soava ao fundo, enquanto vendedoras corriam de um lado para o outro. Todas trajando o mesmo uniforme rosa. Tudo lembrava uma casa de boneca na loja. Uma das garotas mais novas deus as caras, sorrindo de modo doce e safado até demais para Christopher. Dulce estreitou os olhos.

A atendente mascava chiclete e tinha um forte cheiro de lavanda. Era muito, mas muito pequena mesmo. Parecia uma elfa. Os cabelos caindo até a cintura. Era bonita, mas tinha olhos afiados, lembrando o olhar de um gato. Tinha um bronzeado artificial e parecia ter apenas quinze anos. E ela estava simplesmente ignorando Dulce María.

- Olá, me chamo Jessica.  – Disse com a voz baixa, provocante. – Em que posso ajudá-lo?

Chris olhou para a garota. Ela tinha um olhar vidrado nele, como se estivesse prestes á atacá-lo. Ela piscava os cílios grandes. Engoliu em seco. Odiava quando alguém o olhava daquele modo. Passou os dedos pelos cachos e falou:

- Quero ver os melhores perfumes, cremes e lingeries que tiverem. A coleção nova, de preferência.

- Belo pedido. Para quem seria?

- Minha namorada. – Falou puxando Dulce para perto de si.

Quando Jessica olhou finalmente para Dul, seu sorriso metido murchou. Parecia não acreditar que Christopher estava com ela. Mediu-a de cima á baixo. Tinha olhar de reprova.

- Bem, sinto-lhe em informar, mas a loja de Rock não é aqui. – Disse seca.

- Nós sabemos muito bem. – Chris disse com a maior paciência do mundo, apesar de suas costas estarem rijas. – Mas queremos comprar aqui. – Ele deu ênfase na última palavra.

- Ah, claro que sim. – Disse a vendedora em tom de deboche. – Com essas roupas, duvido que ela use algo descente. Primeiro passe por uma transformação e depois retorne, por favor!

Dulce cerrou os punhos, pronta para desferir um golpe na cara maquiada de Jessica. Deu um passo para frente, mas Uckermann á puxou de volta. Não queria que algo feio acontecesse naquele momento.

- Bem, acho que você não deve saber quem sou. – Chris disse com um tom frio, comedido. Era a primeira vez que Ucker falava daquele modo com alguém. – Não é mesmo?

A menina deu de ombros, deixando claro que nem queria saber. Parecia mais interessada em olhar Dulce com desgosto.

- Sou Christopher Uckermann. Filho de Pablo Uckermann, que por acaso, é um dos homens mais ricos de todo o México.

Ao ouvir o que Christopher falou, Jessica se transformou completamente. Ela fez questão de virar a cara para ele, com um sorriso de orelha á orelha. Piscou sem graça para ele, ficando com as faces rosadas.

- Oh, perdoe-me pelo mal entendido. – Disse fingindo arrependimento. – Venha, vou lhes mostrar a coleção.

Na verdade, Jessica nem sequer falou com Dulce María. O tempo todo, a loura fazia questão de olhar fixamente para Christopher, sorrindo. Passava bem perto dele, quase o tocando. Vez ou outra colocava a mão no braço de Chis e piscava lascivamente, jogando as mechas platinadas para trás, á fim de exibir melhor sua camisa colada ao corpo. E para completar, deixava o rosto á centímetros do dele. Mas Christopher nem sequer notava.

Dulce ficou aliviada quando finalmente entraram no caixa. Queria sair dali, se não iria armar barraco. Quando Chris passou o cartão, Jessica ficou de olho. Parecia empolgada como se fosse conseguir algo com ele.

E antes de saírem, ela parou Uckermann. Segurou seu pulso e lhe de um pequeno papel branco.

- Aí está o número de meu celular. Pode me ligar se quiser.

- Você deve estar brincando! – Christopher disse sem ao menos pegar o papel. –  Não gosto de garotas artificiais, metidas e interesseiras. Você só me atendeu por sem filho de quem sou e não por que realmente queria. – Sua voz era cortante, fazendo Jessica recuar. -  E outra, já tenho uma mulher maravilhosa á meu lado e não a trocaria por alguém como você. Até mais!

Ele acenou para a vendedora, Dulce riu até perder o fôlego. Aquilo fora épico. Christopher podia ser malvado quando queria. Mas o que mais a deixou chocada, foi o fato de ele tê-la chamado de “ namorada “ . Olhou para ele de soslaio, fazendo-o parar.

- Chris, por que me chamou de namorada? – Perguntou sem jeito.

- Por que agora você é minha. E só minha. – Falou ele beijando-lhe calmamente e de modo rápido. – Mas se não quiser, vou entender.

Dulce achou que iria explodir de felicidade. Era como se seu coração fosse saltar para fora de seu peito. Quis pular no colo de Christopher, mas tudo o que fez foi sorrir e dizer:

- Claro que quero.

Depois de saírem da Victoria’s Secrets , Dulce e Christopher foram em outras lojas. E Dul já estava ficando agoniada de tanto entrar em provadores. Havia experimentado maus de dez peças. Queria logo ir á última loja. Carregava as sacolas com Chris, subindo e descendo escadas rolantes. Suas pernas já doíam de tanto andar de um lado para o outro. E quando por fim, entraram em sua última parada, Dulce María ficou mais relaxada.

Estava com fome e sua nuca estava arrepiada. Sinais de nervosismo. Queria ver como as pessoas reagiriam á sua transformação. De “ Patinho Feio “ á “ Princesa da Disney “ . Oh, Deus. Quando saíram carregando mais quatro sacolas, Dul sentiu uma insana vontade de se entupir de café puro. Ligou para Blanca, avisando que iria apenas comer algo e ir embora. A mãe não parecia preocupada, o que deixou Dulce mais tranquila.

Precisava se distrair um pouco. Resolveu parar na praça de alimentação. Ela e Chris pediram um lanche e um pouco de fritas e refrigerante. Jantaram em silêncio. Não fazia ideia de que horas seriam, mas estavam exaustos. Ucker sentia as pálpebras pesadas.

Após o termino da janta, Christopher levou Dulce em segurança para casa. Despediram-se com um beijo ardente, que fez Dulce perder o fôlego. Ela desceu, deu um último aceno e entrou em casa. As luzes estavam absolutamente apagadas, o que indicava que estava tarde e seus pais haviam ido dormir.

O início estava finalmente dado.