Fanfic: The Story - (Terminada) | Tema: Ponny

"Suba o primeiro degrau com fé.Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo." (Martin Luther King)

Como combinado,Alfonso foi buscar Anahí em casa as cinco da tarde,a aparência dela estava bem melhor do dia anterior. Assim que ela entrou dentro do carro,Alfonso começou a perguntar-lhe:
- Tomou café e almoçou direitinho ?
- Sim Alfonso - ela diz sem animo - eu juro que tentei comer mas estava sem fome,
- Mas não é assim Any - ele diz sério - você precisa se alimentar ou vai ficar doente
- Como se isso me importasse  - ela diz impaciente - Vamos antes que eu mude de ideia
- Não,não...já estamos indo - ele da partida no carro
O caminho da casa dela até a ONG onde aconteceu a reunião demorava apenas quarenta minutos,Alfonso estacionou em frente.
- Se quiser...posso entrar com você - ele diz ao ver preocupação nos olhos dela
- Não,prefiro fazer isso sozinha - ela responde
- Estarei esperando aqui no carro,não se preocupe - ele toca a mão dela que respira fundo antes de abrir a porta e sair
Ele ficou observando-a caminhar receosa para dentro da ONG.
- Boa tarde - uma moça que estava em pé na entrada lhe disse - meu nome é Lídia Albuquerque sou psicologa e orientadora da reunião,é a sua primeira vez ? - Anahí apenas confirmou com a cabeça - seja bem vinda,pode se acomodar em qualquer cadeira do circulo - Anahí assentiu e caminhou lentamente e sentou-se em uma cadeira 
- É a sua primeira vez aqui ? - perguntou uma moça que estava sentada do seu lado direito para Anahí que continua calada e só confirma com a cabeça - a minha também e estou tão assustada quanto você
Anahí pela primeira vez presta atenção na mulher que havia acabado de falar com ela,ela parecia estar magra demais, sua cor era pálida e tinha os olhos avermelhados como se tivesse acabado de chorar.
- Desculpe meu jeito...só estou...
- Confusa - a mulher se precipitou a falar - também estou.Meu nome é Angelique - estendeu a mão lentamente
- Me chamo Anahí - Any aperta a mão dela e logo as duas recolhem a mão rapidamente.
- Boa tarde novamente - Lídia chamou a atenção de todas para ela - Alguns aqui já me conhecem e outros estão aqui pela primeira vez,como é o caso das duas - ela apontou Anahí e Angelique que ficaram constrangidas com o olhar - não se preocupem,todas aqui entendemos vocês,pois estamos aqui pelo mesmo motivo. Perdemos nossos maiores tesouros e é difícil superar. Eu mesma perdi um filho á dez anos,ele tinha apenas quatro anos de idade - aquela informação afetou Anahí e Angelique mas pareceu não surpreender as outras,afinal se já estiveram ali já deveriam saber dessa história - Se chamava Antonio,era uma criança adorável,cheio de vida - ela dizia segurando as lágrimas - infelizmente descobrimos que ele tinha leucemia,fizemos todos tratamentos possíveis,mas não teve jeito,meu menininho alegre se tornou uma criança doentinha,fraca e frágil.Foi muito difícil pra mim e meu marido,no começo eu não queria aceitar,achava que Deus estava me castigando,mas não é assim,se Deus o levou é porque um bom motivo teve,talvez lá,pertinho de Deus ele esteja muito melhor.Depois de três anos engravidei e hoje tenho a minha bonequinha Emilly que completou 7 anos,e que veio para alegrar a minha vida e do meu marido,mas enfim,até hoje eu me recordo do meu menininho,mas  agora já não é que dor e sim com saudades e bonitas lembranças,e por conseguir superar essa dor que decidi que poderia ajudar outras mães como eu que perderam seus filhos. Então sintam-se a vontade para expressarem seus sentimentos,estamos aqui para ouvi-las,quem quer começar ?
Uma moça que estava sentada do outro lado do circulo,que se chamava Mônica se ofereceu para começar. O filho dela de 17 anos morreu depois de tentar assaltar um banco e um policial ter atirado nele,aquilo chocou Anahí,imagina a dor daquela mãe ter perdido o filho de uma maneira tão horrorosa,assassinado por ele estar cometendo um delito.
- Obrigado pelo seu depoimento Mônica - agradeceu atenciosa Lídia - temos mais vinte minutos,quem gostaria de falar ? - Ninguém respondeu - que tal você ? - apontou para Anahí - não gostaria de falar um pouco sobre você...
- Não estou pronta ainda - Anahí disse rapidamente
- Tudo bem,não se preocupe...aqui ninguém tem pressa,nada de pressão,cada coisa a sua vez
- Eu...gostaria de falar - a morena ao lado de Anahí se pronuncia e todos olham para ela
- Mas é claro,esteja a vontade - disse Lídia
- Meu nome é Angelique,tenho 26 anos,á dois meses minha filhinha Laura de poucos meses...mo-morreu - ela diz com dificuldade 
- Calma...não tenha pressa para contar - Lídia a acalmou
- Ela havia acabado de mamar,meu marido Pablo chegou do trabalho faminto e querendo jantar logo,ele sempre foi muito nervoso,com medo que ele gritasse e acabasse assustando a bebê,eu coloquei-a no berço e fui para a cozinha esquentar o jantar - ela diz com lágrimas nos olhos - foi tudo tão rápido,quando voltei uns minutos depois para coloca-la para arrotar,vi que ela estava sufocando - chorava mais forte
- Shh,acalme-se - Lídia diz dessa vez indo até ela e abaixando-se em sua frente - se quiser parar,tudo bem
- Eu quero continuar - Lídia assente e volta a se sentar em seu lugar - Eu e meu marido levamos para o hospital mas ela não resistiu e faleceu...meu marido me abandonou por dizer que eu tinha sido uma péssima mãe,que eu era a culpada,e eu concordo com ela...agora estou sozinha,abandonada pelo marido e sofrendo pela minha Laurinha - agora ela chorava baixinho - não sou daqui,sou de outra cidade,mas minha família também acha que sou culpada,por isso vim aqui,não tenho mas ninguém
Anahí estava surpresa com tal história,achava que a sua era a mais triste e dolorosa,mas ao ouvir as duas história,viu-se que não era a unica a sofrer.
A reunião acabou,Lídia avisou que a reunião seria todas as segundas e sexta as cinco e quarenta da tarde,logo depois ela e outras mães foram oferecer apoio a Angelique,Anahí preferiu se retirar. Alfonso esperava dentro do carro,despreocupado. Ele nem viu quando Anahí se aproximou do carro pois estava com a cabeça encostada no banco e os olhos fechados.
- Podemos ir? - ela diz ao entrar e ele abrir os olhos
- Como foi ? - ele pergunta curioso
- Não quero falar...desculpa - ela diz olhando pra janela
- Mas... - ele tenta mas uma vez
- Por favor... - ela olha para ele com um olhar triste e Alfonso não diz mas nada apenas assente - obrigado - ela diz baixinho antes de virar-se novamente para a janela e perder-se em seus pensamentos.