Fanfic: Just a Kiss .. ♪ | Tema: Just a Kiss .. ♪
Anna Lizarga Narrando.
Eu sorria feito uma boba, era o primeiro chute do meu bebê e não podia vir em ocasião melhor. O Guilherme ainda estava um pouco bobo, afinal isso nunca aconteceu antes.
Em três meses minha vida fluía perfeitamente, tudo parecia um sonho, o casamento, o nosso filho o nosso amor! Eu tinha o melhor marido do mundo e estava no 6º mês de gestação, a espera do maior presente que eu poderia receber. [i][b]“Luis Gustavo”[/i][/b] Era noite e estávamos no quarto deitados na cama, o Gui estava deitado de lado e acariciava a minha barriga com uma cara boba. É Ele tinha esse hábito mesmo de ficar horas babando e acariciando a minha barriga, mais nunca antes tínhamos sido surpreendidos por um movimento tão gostoso, por um sinal de vida do nosso bebê.
— Será que ele sabe que sou pai dele? – perguntou ainda acariciando a minha barriga.
— Amor você fala mais com ele do que comigo, é claro que ele sabe.
— Você já conhece a mão do papai né filhão? – perguntou como se ele fosse entender.
— Eu acho lindo quando você fala assim com ele. Ás vezes eu também converso, fico viajando, imaginando o rostinho dele, pensando em como ele deve ser – Me deu um selinho.
— Será que ele vai ser parecido comigo ou com você?
— Eu sinceramente espero que ele seja parecido com você! – sorri
— Já eu discordo, eu o quero com os seus olhos, com o seu sorriso – sorriu – eu faço questão que todos os nossos filhos sejam a sua cara.
— O que quis dizer com “ Todos os nossos filhos”, pretende ter mais?
— Há eu quero três, 2 Meninos e uma menina.
— E se eu quiser 2 meninas e um menino?
— Bom, ai a gente vai ter que encomendar duas meninas né? Porque o menino a gente já tem. – sorri e ele me encarou sorrindo.
— Que foi?
— To procurando uma forma pra te dizer o quanto te amo. Na verdade as palavras não me parecem suficientes, depois que você apareceu na minha vida, nada mais me parece belo, não com a sua beleza pra comparar! Sem duvida nenhuma, você é a mulher mais linda e a melhor coisa que poderia ter acontecido na vida! – senti meus olhos enxerem de lagrimas.
— Ah meu amor, você também não só é o homem mais lindo, mais o melhor namorado, melhor marido e logo o melhor pai. – me selou – te amo.
— Eu amo mais – me beijou...
8 Meses depois...
[...]
Eu esperei feito uma louca, mal via a hora de ter ele em meus braços, mas um acidente me privou de todos os direitos de ser mãe...
A pior parte de experimentar a felicidade suprema, e se deparar com a dor. Me acostumei com a ideia de viver uma vida perfeita, na verdade ela era perfeita até o dia que deveria ser o mais feliz da minha vida, o dia em que eu deveria somente ganhar, eu infelizmente perdi. Era de tarde e eu caminhava no calçadão, eu ia lá todos os dias de tarde era bom sair um pouco de casa, me ajudava a passar o dia. Eu andava despercebida em cima da calçada quando um carro em alta velocidade veio em minha direção, minhas pernas travaram e eu não pude correr, sendo assim acertada em cheio e arremessada longe. E a única lembrança que tive foi acordar em uma sala de hospital, sozinha e o pior de tudo, sem o meu filho. Eles me deram remédios e me disseram que não conseguiram salvar, disseram que ele foi forte, que lutou até o ultimo minuto, mais que como todo anjinho, ele foi pra junto de Deus! Eu tentei aceitar, tentei me conformar, mais a dor era mais forte, a saudade era torturadora.
[...]
Os meses passaram e com o tempo a ferida parava de sangrar, ela não cicatrizava e eu morria um pouco toda vez que eu pensava que se tivesse ficado em casa, se eu não estivesse ali naquela hora, talvez hoje ele estivesse aqui comigo, do meu lado. O Gui foi forte, teve forças por nós dois e eu sabia que ele estaria lá pra segurar a minha mão se eu pensasse em desistir. Com o tempo eu voltei a sorrir, voltei até a pensar em ter filhos novamente, mais tudo estava muito recente e eu já não era mais a mesma de antes.
O Guilherme também mudou, vive viajando, tá distante, a gente nem conversa mais e é muito raro quando rola alguma coisa. Minha vida dentro dessa casa é somente vagar, minha sogra me detesta e me atormenta a todo segundo, ás vezes acho que ela me acha pouco pro filho dela! E mesmo sabendo que só a opinião dele me bastaria, isso não parece mais suficiente. Somos de mundos muito diferentes e isso nunca vai mudar! Mais apesar dos pesares eu ainda tinha uma alegria em casa, Isabel minha cunhada. Eu a amo como irmã e agradeço a Deus por ter colocado ela em meu caminho.
[...]
Hoje é sexta feira e eu estou na cozinha aproveitando um pouco da companhia da Isabel, coisa que é raro já que ela vive fora de casa. Estávamos falando do meu marido, o qual teve uma crise de ciúmes por causa de um amigo meu de infância. Eu fiquei pasma com a falta de confiança dele, e também achei desnecessário o mini show. Eu sou dele ele sabe disso, e já perdi as contas de quantos dias estamos sem nos falar ou se quer tocar um no outro.
— Eu não acredito que vocês ainda estão brigados! – riu – isso já tem quase 2 semanas.
— Eu até tentei falar com ele, mais ele é tão mimado que chegou a dizer que só vai dirigir a palavra a mim quando eu acabar com a “minha amizade”.
— Eu não acredito que ele disse isso. – riu – Mas ele é egoísta e sempre foi assim você sabe, tudo tem que ser do jeito dele, e se não for, ele não quer.
— Ás vezes isso me tira do sério, ele quer mandar em tudo, ser dono de todos e de tudo.
— Bem vinda a família Lizarga – falou irônica e eu ri – Mas serio, eu acho que você deveria falar com ele, sei lá, fazer as pazes.
— Eu não, ele que tem que vir falar comigo, pedir desculpas e dizer que se arrende.
— Se tá esperando tudo isso? – assenti – no Maximo ele vai falar com você. Guilherme Lizarga pedir desculpas? É impossível!
— Ás vezes eu acho que deveríamos ter parado antes, sabe? Tudo era mais fácil quando éramos adolescentes e namorávamos escondido.
— Era melhor porque não tinha a Dona verônica pra acabar com a tua alegria não é?
— Não é nem por isso, aconteceram tantas coisas e a gente não tem nem dois anos de casado e sei lá, parece que às vezes o nosso amor tá desgastado. Eu acho que ele não me ama mais, que só está comigo porque eu sou a namorada pobre de quem ele não conseguiu se livrar. – Sorri torto.
— Não diz bobagem, ele enfrentou tanta coisa pra ficar com você. Se não te amasse de verdade, jamais teria feito o que fez.
— É, talvez ele ainda ame – sorri e sai dali indo para o quarto.
Ao chegar na sala me deparei com o Guilherme, acho que tinha acabado de chegar porque ainda estava com a maleta nas mãos. Passei direto, sem nem olhar, ele não disse nada então subi pro quarto. Já era de tarde e eu não tinha nada pra fazer então peguei um livro qualquer para ler e me joguei na cama quando o Guilherme entrou, o mesmo se sentou aos pés da cama e me encarou, esperando que eu dissesse alguma coisa, um Oi talvez? Mas cansei, quem errou foi ele e acho justo ele dar o primeiro passo.
— Anna? – chamou e eu respondi um “Hum” – será que a gente pode conversar?
—Claro – levantei a cabeça pra olha-lo – qual é a reclamação da vez? – falei irônica e ele bufou, entediado.
— Não tem reclamações dessa vez; é que eu tenho um jantar importante hoje e preciso que você vá comigo, todas as esposas estarão lá e... – o interrompi.
— Não! – me levantei e fui em direção ao banheiro, ele veio atrás.
— Porque não? – perguntou sem entender enquanto eu mexia em uns cremes na pia.
— Porque eu não quero ir! mais se quiser ir vá, não me importo – dei de ombros voltando pro quarto e ele veio atrás.
— Não perguntei se você se importa, eu estou falando que quero que você vá comigo a um jantar!
— E eu disse que não, simples assim.
— Mas eu não perguntei se você quer ir comigo, eu disse que temos um jantar para ir e que todas as esposas estarão lá.
— Que bom, mande lembranças a elas.
— Não entendeu ainda que isso não é um pedido? Eu estou avisando você de um jantar, o qual a gente vai ás 20:00. Espero que esteja pronta até lá.
— Mas eu não vou! Já disse.
— Anna não me provoca. – falou bravo
— Eu te provocar? Você briga comigo, fica dias sem nem se quer olhar pra mim e agora vem aqui exigir as coisas, dizer que eu tenho obrigação de ir com você a um jantar?
— E estou errado de ter ficado dias sem falar com você? Eu cheguei em casa e você estava de papo com outro homem, cheio de riso, cheio de carinho, você queria o que, que agora eu viesse aqui e implorasse pra você sair comigo?
— Não! – gritei – eu só queria um pedido de desculpas. Isso seria suficiente!
— Você quer que eu te peça desculpas por um erro seu?
— Que erro meu? Ele é meu amigo e você já está cansado de saber disso.
— Pensa que eu não percebo os olhares dele pra você? Amigo –riu ironicamente – eu sei bem o tipo de amigo que ele quer ser.
— Ao contrario do que você pensa, as pessoas têm amigos.
— Eu também tenho amigos, homens! Você poderia ter uma porção de amigas mulheres eu nem ligaria, mas parece que tem prazer em fazer amizade somente com homens. É toda doce, cheia de encantos, de qualidades. Enquanto eu não, eu fico a margem de tudo, me afasto das mulheres pra que Anna? Pra você se sentir bem.
— Você tá ficando louco!
— É você quem tá me deixando louco! – gritou
— Quer saber, eu desisto de você Guilherme, desisto! – cruzei os braços e o encarei – Você age como se eu fosse te trair com o primeiro que aparecesse, como se não tivesse mais sentimento – caiu uma lagrima, que logo limpei – Eu não vou a jantar nenhum com você! – falei séria e ele gargalhou.
— Há você vai, nem que eu tenha que te arrastar você vai.
— Eu não sou obrigada a ir com você a lugar algum!
— É sim – gritou – A partir do momento que você casou comigo, você é obrigada sim! Não só a fazer as suas obrigações como minha mulher, como a comparecer e a estar ao meu lado em todos os momentos.
— SAI DO QUARTO – gritei – SAI DAQUI AGOOOORA.
— Que ótimo! – Sorriu e se aproximou da porta – Então, esteja pronta as oito, não quero me atrasar – falou irônico e em seguida saiu.
Peguei o travesseiro e sufoquei um grito.. Que ódio. Eu não estava nenhum pouco afim de ir a porcaria de jantar nenhum, mais ele é louco e faria o maior escândalo, ou talvez me arrastaria como ele mesmo disse. Mais o coração é bobo, e tem esperanças de ter ele de volta então resolvi me arrumar. Tomei um banho bem demorado e quando sai ele estava sentado na cama, me olhando. Eu pensei em dizer alguma coisa, mais provavelmente brigaríamos então fiquei calada. Fui até o closet e peguei um vestido preto, tomara que caia cheio de rendas. A Isabel me forçou a compra-lo um dia desses mais eu nunca usei, não tinha ocasião para usa-lo. Vesti uma lingerie vermelha e coloquei o vestido, calcei um scarpin meia pata preto e fiz uma maquiagem bem leve. Passei prancha no cabelo deixando ele bem escorrido e joguei o mesmo pro lado, passei perfume, peguei um colar a uma pulseira e pronto, estava linda!
Quando terminei de me arrumar o Guilherme estava tentando dar um nó na gravata, e eu até poderia ajudar mais só faria isso se ele pedisse. Mais ele não pediu, saiu do quarto, com certeza deve ter ido pedir pra mamãe dele arrumar. Ele voltou pegou as chaves do carro e descemos, ele desalarmou o carro e entrou no mesmo, nem fez questão de abrir a porta e nem de trocar uma palavra comigo o caminho inteiro.
Chegamos ao local onde séria o tal jantar e ele por um milagre abriu a porta pra mim. Passou o braço pela minha cintura e entramos, era uma casa de festas bem luxuosa, e já estava cheia, só tinha mulheres e homens bem bonitos e bem vestidos. O Guilherme sorria e me apresentava a todos que vinham falar conosco e quando acabaram as apresentações ele foi em direção a uma mesa onde tinha alguns amigos dele, uns eu até conhecia, mais não estavam sozinhos, estavam acompanhados de belas mulheres, belíssimas mulheres.
— Pensei que não chegavam mais – sorriu cumprimentando-o e depois sorriu pra mim – como está Anna? – Richard é o melhor amigo do Guilherme, um dos poucos que eu conhecia e o único de quem eu gostava.
— Então essa é a tão famosa Anna Lizarga? – Um homem que eu não conhecia pronunciou.
— Anna esse é Afonso, Afonso Anna – nos apresentou e eu o cumprimentei. – você não o conhece por que ele trabalhava no exterior para o meu pai, só veio morar aqui a alguns meses. – o Afonso que era um senhor alto, loiro de olhos verdes, era muito bonito, aparentava ter no máximo uns 45 anos.
— É um prazer conhece-la, Senhora Lizarga. – estendi minha mãe para ele.
— Igualmente! – ele beijou minha mão.
— Quero te apresentar a minha esposa Jaqueline – ele apontou para linda mulher de cabelos ruivos ao seu lado, a mesma sorriu pra mim.
— É um prazer conhece-la, Jaqueline – a cumprimentei.
— A Lorena você já conhece não é amor? – o Guilherme referiu-se a esposa de Richard.
— E como poderia esquecer – sorri e ela também sorriu pra mim. Lorena era uma bela morena de olhos azuis, cabelo cumpridos, mas parecia uma modelo. De todas as vezes que a vi, ela me pareceu muito simpática, quer dizer tirando o fato de ser fútil, muito fútil.
— É um prazer revê-la – ela me deu dois beijos no rosto.
— igualmente.
— Bom, já que todos estamos apresentados vamos nos sentar que a noite é longa e vocês tem tempo de sobra para conversar. – Afonso disse apontando pra uma mesa que ficava ao canto do enorme salão.
Nos sentamos em duas cadeiras que estavam vagas. Os homens da mesa só falavam de trabalho, a Jaqueline até que era bem divertida e engraçada a Lorena eu já conhecia e também era uma boa pessoa. Chegaram mais pessoas e dentre eles Marcos e sua esposa, Natalia. Ele também era um dos melhores amigos do Guilherme, crescemos todos juntos, ele era sempre muito gentil, muito agradável, agradável até demais. Mas eu não o suportava, eu sentia nojo dele, a presença do mesmo me incomodava. Seus olhos, sua boca a forma como anda, como fala e como mente, me davam agonia. Sua esposa ao contrario dele era um doce, gentil, carinhosa, engraçada. Ás vezes eu sentia dó dela por ser casada com um monstro daquele. Os dois se sentaram e ele ás vezes olhava pra mim com um sorriso sínico, mas o meu marido ao invés de perceber isso, perdia o seu tempo falando de negócios. O Afonso os convidou para irem ao bar beber algo, e todos aceitaram, deixando só as mulheres na mesa...
— Ainda bem, eu já não aguentava mais escutar eles falando de ações – A Jaqueline disse e todas nós concordamos.
— E você Anna, como anda a vida? – a Lorena me perguntou tomando um gole de sua bebida clara.
— Já andou melhor. – sorri torto – mas estou levando e você?
— Com a mudança da casa da minha sogra tudo está muito melhor – rimos – vocês acreditam que ela tentou se matar no dia da mudança?
— Sério que a Roberta tentou fazer isso? – A Natália perguntou assustada.
— O Richard veio com um papo de esperar um pouco até a mudança, mas eu logo o cortei. Não aguentava mais viver aos pés daquela velha, ela me infernizava de todas as formas – falou indignada e nos rimos – me cobrava netos, dizia que eu estava gorda reclamava até da minha vida sexual.
— Ainda bem que meus sogros são pessoas maravilhosas. – A Jaqueline disse.
— Eu digo o mesmo, minha sogra é um amor de pessoa! – rimos - Mas e você Anna?
— Eu? – perguntei surpresa
— É, como é a sua sogra? – Queria dizer: Uma velha insuportável!
— A sogra da Anna com certeza de todas é a mais chata. – A Lorena disse sem papas na Língua.
— Porque acha isso? – a Natalia perguntou.
— A Verônica é a mãe mais coruja, e pelo o que o Richard diz, sempre mimou o Guilherme.
— Ela realmente é um pouco exagerada em relação a ele. – eu disse concordando.
— Ela deve implicar demais com você, tenho certeza! – rimos – mas até hoje eu não entendi o porquê de você ainda estar morando na casa dela.
— Talvez eu não tenha tanta influencia no Guilherme como você tem com o Richard – sorri torto
— Mas ele me parece tão apaixonado. – a Jaqueline disse meiga.
— E de fato é, o mais apaixonado! – A Lorena confirmou.
— Desculpa-me Anna, mas também é o mais bonito – a Natalia falou sincera e eu nem tive como sentir ciúmes, ele é. A Lorena negou bebendo um pouco da sua bebida.
— Negativo, meu marido é muito lindo também. Só minha sogra que é uma feia! – rimos.
— Ainda bem que meus sogros são uns lindos, eu não aguentaria ver ninguém dando palpite na minha vida de casada. - A Jaqueline disse, ah ckmo eu queria que minha sogra fosse assim.
— Eu me sinto uma inútil dentro daquela casa, somos de mundos muitos diferentes e ela faz questão de esfregar isso na minha cara – respirei fundo – nem do meu marido ela me deixa cuidar. – suspirei.
— Caraca, se ela fosse a minha sogra não parecia tanto!
— Mass pra minha alegria eu ainda tenho a Isabel, como a Lorena deixou de me visitar... – falei irônica e ela riu – eu fico sem companhias e quando a Isabel tem um tempo, nossa é uma alegria.
— Você entende o motivo pelo qual eu não te visito com tana frequência Anna! Sua cunhada meio que ainda sustenta uma paixão pelo meu marido, mas pode deixar que irei te visitar mais, não tenho muitas amigas e companhia é sempre bom – sorriu – mas você vai ter que me visitar também, vocês precisam ver a minha casa nova. Claro, que não é tão luxuosa como a da minha sogra. Mas ela é bem agradável e eu ainda estou arrumando-a do meu jeitinho. – a Natalia engoliu rapidamente algo e sorriu pra nós.
— Então fechado , vamos marcar pra sairmos todas juntas. Minha vida também é um tédio – revirou os olhos.
— Eu não conheço muita coisa por aqui, mas topo também – a Jaque disse e sorriu
— O papo estava ótimo meninas, mas nossos maridos estão voltando – a Lorena disse – nada de sogras megeras meninas, pra todos os efeitos elas são uns doces.
Rimos e eles se aproximaram da mesa. Sentaram-se e voltaram a conversar sobre negócios, aquele papo era estressante!
Tocava uma musica lenta, bem bonita até. Procurei por todos os cantos de onde vinha aquele som, mas só percebi de onde vinha quando vi todos olhando pra um piano que estava no centro do salão. Vários casais saiam pra dançar inclusive o Afonso e sua esposa, que sorriu amavelmente pra ele. A Lorena logo se animou.
— Eu também quero dançar – reclamou olhando pro Richard que estendeu a mão pra ela.
— Seu pedido é uma ordem, querida.
Era linda a maneira como ela a tratava, apesar dos pesares e de algumas reações que contraditam esse amor todo que o Richard demonstra, confesso que até senti um pouco de inveja. A Natalia e o Marcos também saíram, deixando somente eu e o Guilherme na mesa. Ele bebeu um pouco da bebida que segurava e depois ficou me olhando.
— Quer dançar? – perguntou calmo, como a muito tempo eu não o via. – assenti e sorri pra ele.
— Quero!
Fim de narração.
Guilherme Lizarga Narrando.
A Anna estava sentada na mesa com as meninas e parecia se divertir, fazia tempo que eu não a via sorrir e era bom saber que ela se dava bem com as mulheres dos meus amigos. Eu a observava de longe, mais fui despertado por um comentário do Marcos.
— A Anna continua linda, Guilherme. A Gravidez não a afetou em absolutamente nada. – O Marcos falou olhando-a e o Richard concordou.
— Realmente ele está linda!
— Eu nunca havia visto sua esposa antes. – O Afonso disse admirado – ela é incrível, filho.
— Obrigado! – sorri orgulhoso – e você nunca a viu porque quando foi embora namorávamos ainda, o casamento é recente.
— Pelo visto fez uma boa escolha em pedi-la em casamento. Só sinto pelo seu pai que não pode presenciar. – neguei.
— Ele presenciou todo um namoro, e sei que se ele pudesse escolher alguém pra mim, seria ela a escolhida, tenho certeza.
— Ele a conhecia? – perguntou confuso.
— Claro, a Anna é filha de uma das empregadas da casa, cresceu com o Guilherme, comigo e com o Richard – o Marcos se intrometeu.
— Eu não me lembro dela em nenhuma das visitas a sua casa – falou confuso.
— Ela sempre foi tímida e mal saia de casa. – expliquei – Então não é estranho que não a conheça mesmo. – O Afonso sorriu.
— Mas se ela te faz feliz, isso que importa! – ele me deu dois tapinhas nas costas.
— E quem não séria feliz com alguém como a Anna ao lado? – Marcos bebeu algo e voltou a falar – Parece um anjo de tão bela – falou a comendo-a com os olhos. Senti meu sangue ferver, odiava as malditas insinuações do Marcos.
— Você não seria! – falei sério – acho que a Natalia já te faz feliz o suficiente, não? – ele me olhou.
— Claro, só quis dizer que...
— Então vão querer beber o que? – o Richard o interrompeu, dei de ombros irritado.
— O Mais forte que tiver ai.
Falei seco e ele me entregou um copo com uísque. Ficamos algum tempo conversando ali e depois voltamos pra onde estávamos. Tocava uma musica lenta e todos os casais saíram da mesa, menos eu e a Anna, fiquei sem jeito de continuar com aquela briga então eu a convidei e ela aceitou e estava tão linda e tão cheirosa que eu até pensei em desistir dessa briga maluca. Eu a movia conforme a musica lenta e ela tinha os braços em volta do meu pescoço e olhava pra tudo, menos pra mim.
— Anna – ela me olhou – tá tudo bem?
— Não sei me diz você. Tá tudo bem? – ela mordeu os lábios e eu me perdi, a amava tanto.
— Olha Anna eu queria... – fui interrompido por alguém me chamando.
— Guilherme Lizarga? – o olhei confuso.
— Miguel? – disse surpreso e me soltei da Anna – quanto tempo – apertei sua mão
— Realmente muito tempo. – ele me cumprimentou e olhou a minha Anna – Sua esposa?
— Sim – sorri – Miguel fontes, essa é minha esposa, Anna Lizarga. – ela sorriu pra ele que beijou-lhe a mão.
— Encantado – sorriu – Não sabia que tinha se casado com uma moça tão bela assim. – ri
— Nem eu acredito ás vezes – depositei um beijo na têmpora dela e ela sorriu.
— Bom, desculpe atrapalhar a dança de vocês, mas já estou de saída e não poderia ir embora sem antes cumprimentá-los.
— Mas a noite mal começou. – protestei e ele suspirou.
— Minha filha me espera pra dormi, prometi que leria um livro pra ela hoje, não posso me atrasar. – assenti.
— Claro, esse é o único compromisso que vale a pena.
— Sem duvida nenhuma. – ele olhou a Anna – Então estou indo, desculpe novamente pelo incomodo e boa noite pra vocês.
— obrigada. – minha esposa respondeu.
— Uma boa noite pra você também – ele tocou na minha mão – dê um beijo na sua menina.
— Claro, pode deixar.
Sorriu e saiu, a Anna me olhou confusa e eu passei minhas mãos em sua cintura a trazendo pra mim novamente.
— Quem é ele? – Perguntou confusa enlaçando os braços em meu pescoço.
— Miguel fontes, tenho alguns negócios com ele. – dei de ombros.
— Estranho, eu nunca o vi.
—Não é estranho, O Miguel não sai muito, quer dizer, não pra lugares como este.
— Por quê? – perguntou curiosa.
— Está querendo saber demais da vida dele Anna – a repreendi e ela assentiu sem jeito, me fazendo aparecer um tremendo babaca grosso.
— Desculpa. – suspirei.
— Ele tem uma filha pequena e é pai solteiro. Por isso é difícil acha-lo em festas. – expliquei.
— Sabe o nome dela? – a olhei feio – tudo bem, já entendi.
Sorriu e eu a abracei forte colando nossos corpos, afundei meu rosto no pescoço dela porque a Anna tem um cheiro magnífico, um perfume suave, um cheiro só dela.
— Não quero mais brigar Anna. – Sussurrei roçando meus lábios em seu pescoço e pude senti-la se arrepiando. Levantei a cabeça para olha-la e me aproximei lhe dando um selinho que ela não recusou então a beijei. Ela tinha as duas mãos nas minhas costas enquanto eu matinha uma mão em seu rosto e a outra em sua nunca a acariciando- a...
— Vamos pra casa? – perguntei quebrando o beijo.
— Mas acabamos de chegar.
— Não importa, não vai fazer diferencia. – lhe dei um selinho – hein, vamos?
— Mas... – a interrompi.
— Por favooor.
Ela sorriu e assentiu, lhe dei mais um selinho e passei meus braços em sua cintura, fomos até os outros casais avisar que estávamos indo embora, eles estranharam porque realmente tínhamos acabado de chegar, mas a minha vontade da Anna era maior. A mesma disse que ia ao banheiro e enquanto isso fiquei conversando com os meninos, quer dizer menos o Marcos que havia sumido porque a Natalia estava o procurando feito louca. Marcamos de assistir uma corrida pro dia seguinte e nada da Anna voltar, estava indo atrás dela quando a mesma chegou, pálida.
— Porque demorou tanto? – ela se agarrou ao meu braço.
— É... o banheiro estava cheio – sorriu torto.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não – falou rápido – não aconteceu nada, vamos embora?
— Vamos sim – sorri – então, vejo vocês amanhã? – perguntei pros meninos.
— Claro, não se atrase. – O Afonso confirmou.
— posso saber pra onde? – a Jaqueline perguntou enlaçando as mãos no marido.
— Marcamos de assistir uma corrida. – ele explicou.
— A claro, corridas – riu – Então boa corrida pra vocês.
— Obrigado. E quando acharem o Marcos, avisem-no.
— Pode deixar que aviso. – O Richard que beijava o pescoço da Lorena disse.
— Então estamos indo, boa noite pra vocês... – me despedi sem mais delongas e todos responderam.
— Boa noite.
Cumprimentei todos e sai de lá com a Anna que ainda estava quieta. Entramos no carro e eu dei partida, ela olhava pro outro lado, distraída. Coloquei minha mão em sua coxa e a chamei.
— Anna... – Ela virou o rosto. – um beijo pelos seus pensamentos – ela sorriu.
— Oi
— Tem certeza que não aconteceu nada? – perguntei e ela assentiu.
— Tenho – apertou os lábios – só estou um pouco cansada – sorriu torto.
— Já estamos chegando – ela assentiu e virou o rosto novamente.
Chegamos em casa e ela abriu a porta do carro e saiu, entrou e nem ao menos me esperou. Fui logo atrás dela e quando cheguei no quarto ela estava em frente a penteadeira retirando os brincos, me aproximei e a abracei beijando seu pescoço.
— Espera um pouco Guilherme... – me repreendeu.
— estou com saudades – falei enquanto distribuía beijos por seu pescoço.
— Eu sei, mas não é assim. – ela encolheu o pescoço.
— Você quer que eu sei! – falei impaciente.
— Eu quero, claro que quero, mas não assim! – Parei de beijar seu pescoço e a virei pra mim.
— O que foi hein? Qual é o problema? – perguntei impaciente.
— O problema? Jura que não sabe. Você briga, ofende, maltrata e depois vem dizendo que tá com saudades? Não diga que não sabe o por quê.
— Não eu não sei, somos casados não somos? Então, não vejo problema nenhum em desejar a minha esposa. – enlacei sua cintura e ela deu um passo pra trás.
— Você parece que não enxerga o que está a sua volta. Brigamos Guilherme e eu não sou um objeto que você pode ter a hora que sentir vontade e depois recusar. – bufei, entediado.
— Olha, eu não quero brigar Anna, não quero – me aproximei e ela deu uma passo pra trás – não foge de mim.
— Não estou fugindo de você.
— Você não quer, é isso?
— Não é questão de querer, é que ainda to magoada com você.
— Eu estava bravo, mas agora não estou, quero você!
— Muito fácil, só porque agora você não está mais bravo, você quer vir pra cima de mim?
— não, eu só estou morte de saudades.
— Mas e eu como fico? Eu tenho sentimentos Guilherme. – me afastei dela, irritado.
— Poorra Anna, eu to aqui de boa falando com você e tu tá desse jeito comigo, custa me tratar bem?
— Eu te trato bem, você que não me trata.
— Eu estava com ciúmes, eu já disse mil vezes os meus motivos.
— E eu tenho os meus pra ficar magoada com você. – ela suspirou triste.
— Tá, tá bom, mas o que custa ficar de boa comigo? Eu estou com saudades, louco pra ficar contigo – me reaproximei – beijar essa sua boca linda – acaricie seus lábios – seu corpo – ela fechou os olhos – me perdoa vai, fica comigo?- ela não respondeu nada, só assentiu com a cabeça e eu quase me ajoelhei pra gradecer, mas ao invés disso a agarrei pela cintura e a puxei pra mim, segurei em seu cabelo e trouxe sua boca pra perto da minha. – Eu te amo – sussurrei antes de beija-la. O Beijo já começou acelerado, a empurrei até a parede sem parar de beija-la e ela riu entrelaçando as pernas na minha cintura. Ela encerrou o beijo puxando meu lábio inferior e eu desci o beijo pro pescoço dela que gemeu baixinho. Tentei abrir o zíper do vestido mais não abriu, tentei novamente e nada, ela riu puxando minha gravata e me beijando novamente. Eu já estava excitado e pressionava meu membro nela como se fosse a penetrar de roupa e tudo. Tava louco de saudade e aquela merda de vestido não abria de jeito nenhum.
— Eu vou rasgar – falei quando encerramos o beijo.
— Ele é novo amor – fez bico e eu selei.
— Eu compro outro – falei enchendo o pescoço dela de beijos – eu compro a loja se você quiser, mas me deixa rasga-lo?
Olhei pra ela que sorriu e mordeu os lábios e isso pra mim foi, um pode rasgar, então eu fiz. Ia beijando cada parte do corpo dela que ficava exposta, eu ainda a pressionava contra parede e enquanto isso ela abria minha camisa porque a gravata eu já havia jogado longe. Eu a paguei e a levei até a cama, deitando-a com cuidado. Ela estava somente de sutiã e calcinha e me ajudou a me livrar da minha calça enquanto eu retirava os sapatos,fiquei somente de cueca Box e subi devagar me deitando por cima dela que tinha um sorriso bobo nos lábios, a beijei novamente e tentei abrir seu sutiã mais tava pior do que o vestido. Ela riu e abriu o sutiã pra mim que retirei com delicadeza beijando seus seios em seguida. A Anna tinha uma mão em meu cabelo e dava alguns puxões enquanto eu beijava seus seios e ela gemia baixinho, me deixando louco. Desci o beijo pra barriga dela e fui arriando sua calcinha pra baixo, beijando cada parte que ficava exposta sentindo ela estremecer com cada toque meu, ela gemeu alto quando eu passei a língua em seu sexo a circulando por ali e quando ela estava quase gozando eu subi me deitando por cima dela novamente, que tinha os olhos fechados enquanto mordia os lábios e ofegava, eu ri e ela abriu os olhos me puxando pra ela iniciando um beijo malicioso, ela me acariciava por cima da Box, acabando com toda e qualquer lucidez que eu pudesse ter. Ela nos virou na cama ficando por cima de mim e se abaixou arriando a minha cueca, passou a mão bem devagar por toda a extensão do meu membro e sorriu maliciosa me olhando em seguida. Ela subiu e se sentou em cima de mim com uma perna de cada lado, me deixando penetra-la e a saudade daquilo era inexplicável. Eu empurrei meus quadris pra cima mais ela não se moveu, só sorria pra mim, maliciosaaaaaaa...
— Andou malhando? – falou numa voz pra lá de safada e eu ri impaciente.
— Sério... que quer saber disso... agora? – ela riu – não judia de miiim amor – Puxei seu cabelo a trazendo pra mim juntando nosso lábios – se move vai – pedi entre o beijo e ela sorriu se movendo, suspirei de alivio. No começo era bem devagar, parecia que era pra torturar mesmo, coloquei minhas mãos em sua cintura fazendo com que ela aumentasse o ritmo fazendo a mesma gemer descontroladamente, a puxei pra um beijo pra abafar os gemidos dela. Depois de algum tempo naquela posição ela se deitou na cama e eu me encaixei no meio de suas pernas, eu apertava a cintura dela enquanto estocava forte, ás vezes ela dava alguns gritos de dor e eu diminuía, mais era questão de segundos pra aumentar o ritmo novamente. Senti ela se contrair sobre mim e deu um grito alto gozando, aumentei as investidas e logo gozei também, lhe dei um beijo calmo...
— Eu amo você – falou assim que encerramos o beijo.
— Eu também, te amo. – Sorriu e eu sai de dentro dela me deitando na cama e a puxei pra mim a colocando em cima do meu peitoral. Ela ficou calada brincando com as ondinhas do meu abdômen enquanto eu acariciava os seus cabelos, mas ela estava distante. – Anna – ela olhou pra cima – tá calada, machuquei você? – ela negou – o que foi então?
— Nada – sorriu.
— Eu estava morrendo de saudades, sabia? E pelo visto vou fazer isso com você mais vezes, - beijei seu cabelo – porque a cada reconciliação parece que fica cada vez melhor – ela corou e eu ri – não acredito que ainda tem vergonha.
— Você deveria ficar orgulhoso, tudo o que eu sei, foi você quem me ensinou! – ela disse tímida.
— Ensinei bem pelo visto, você está uma delicia Anna – ela riu e me deu um selinho, fechei os olhos.
— Não vamos mais brigar não é? – abri os olhos pra ver aqueles imensos e tão lindos olhos verdes dela me encarando.
— Se você prometer não falar mais com aquele Marcelo e nem me deixar maluco de ciúmes de novo, a gente não briga nunca mais, prometo!
— Você sabe que eu não vou parar de falar com o Celo.
— Então a gente vai brigar! E Celo? Que intimidade é essa? – perguntei enciumado.
— Guilherme ele é meu amigo de infância, eu o conheço muito antes de te conhecer.
— Mas é comigo que é casada e porra Anna, te conheço desde quando ainda era uma menina, não é possível que ele te conheça melhor do que eu. Só se ele for gay, porque ao contrario, eu mato ele.
— Vai virar assassino? – riu e eu a olhei sério.
— Quando o assunto é você, eu cometo loucuras, nunca duvide disso! – falei sério.
— Então promete voltar a ser aquele Guilherme que eu amo, aquele menino lindo que pulava a minha janela todas as noites e me jurava amor eterno? – ri, eu era ridículo.
— O sentimento é o mesmo meu amor – falei acariciando seus cabelos – Só não sei mais ser aquele menino aventureiro que se encontrava escondido com você, crescemos. Somos marido e mulher, não precisamos disso. O único lugar onde podemos nos esconder e se encontrar é aqui, na nossa cama. Sou seu homem e não aquele menino inconsequente de antes.
— Mas foi por aquele menino inconsequente que eu me apaixonei – Sorriu torto e se deitou ao meu lado, a abracei novamente. Parecia que tudo o que eu falava pra Anna desde o acidente a deixava mal, a machucava.
— Ei, olha pra mim – ela me olhou – aquele menino por quem você se apaixonou ainda existe, só que ele deixou de te amar e de agir como menino, ele age e te ama como homem! – ela sorriu – O Amor não muda Anna, eu mudei, você mudou e o que eu sinto continua intacto, só que não sinto necessidade de te mostrar isso a todo o momento como antes, não que eu tenha deixado de amar, jamais. Só que agora temos outras necessidades alem do amor, não acha?
— O que eu sinto sempre esteve acima de qualquer necessidade! – respirou fundo – mas eu entendi o que quis dizer, não vou mais tentar procurar o meu Gui dentro do Guilherme Lizarga, eu entendo as suas mudanças amor, e amo você independente da maneira que tenha mudado. – Ela sorriu e eu procurei alguma maneira de entender o quão lindo é aquele sorriso no rosto perfeito dela e não achei nenhuma, então a beijei. Ela se aconchegou entre meus braços e dormiu rápido, e não demorou pra que eu dormisse também.
Acordei cedo e a Anna ainda dormia, agarrada a mim e juro que pensei muito antes de levantar, mais levantei. Tomei um banho, eu queria acordar a Anna para tomar café comigo mais ela dormia tão linda que preferi não acorda-la. Desci as escadas e dei de cara com a minha conversando distraída com a.. Cristine? Eles perceberam a minha presença e olharam pra mim.
— Bom dia filho – minha mãe sorriu
— Bom dia mãe – sorri e lhe dei um beijo na testa – a Isabel está em casa?
— Não ganho bom dia com direito a beijinho não? – a Cristine me interrompeu.
— Bom dia Cris – sorri e lhe dei um beijo na bochecha – como está?
— melhor agora com a sua presença, parou de me visitar?
— Ele parou de fazer muitas coisas desde que se casou! E por falar nisso, onde está a sua esposa que deveria estar de pé à uma hora dessas? – Minha mãe perguntou.
— Ela está dormindo e, por favor, não a acorde. – pedi.
— Vai sair?
— Tenho uma corrida hoje.
— Não vai levar a esposa? – a Cristine perguntou irônica.
— Acho que isso não é da sua conta, Cristine, mas não, ela não gosta desse tipo de coisa.
— Quando namorávamos você me levava, em todas as corridas. – ela fez bico.
— Não tente se comparar com a Anna, eu te levava porque sabia que gostava de frequentar lugares aonde existem muitos homens, se enturmava rápido, não? – ela deu de ombros – só era difícil saber com quantos você ia em uma dia só, mas quer saber? Nunca namoramos de verdade, durava o que? Dois dias? – ri da cara de tacho dela – Se conforme, foram só dias sem Anna... Meu estepe – pisquei pra ela que me mostrou um sorrisinho falso.
— GUILHERME – Minha mãe me repreendeu.
— Deixa ele sogrinha – a Cristine sorriu – no fundo isso é só saudade.
— Se você acha. – dei de ombros – Bom, estou indo comer algo se me dão licença.
— Toda querido, já já nos juntaremos a você. – minha mãe disse e sorriu e eu sai da sala e fui até a copa, e a Bel ajudava a Ruth a servir a mesa.
— Bom dia – elas me olharam.
— Bom dia – a Bel sorriu.
— Bom dia meu menino, está com fome? Fiz seu bolo favorito de laranja. – a Ruth disse, amava bolo de laranja.
— Claro, é Impossível rejeitar um bolo desses. – ela riu.
— Então se sirvam crianças, tenho uma bagunça pra arrumar na cozinha, graças a senhorita Isabel – A Bel revirou os olhos e ela saiu apressada.
— O que foi que aprontou na cozinha dessa vez?
— Nada demais, ela que é exagerada – riu e se sentou, me sentei de frente pra ela em seguida – então me conta, saíram ontem?
— Sim, fomos a um jantar de negócios, mas voltamos cedo.
— Se acertaram? – assenti – aleluia hein, pensei que ia sair divorcio – riu.
— Nem brinca com uma coisa dessas – falei sério me servindo um copo de suco.
— Ué não vai esperar a tua mãe?
— Não, vou sair e ela enrola demais quando está com visita.
— péssimas visitas, né? Vamos combinar – riu – mas me conta, aonde vai? – perguntou animada.
— Vou em uma corrida com alguns amigos, mais tarde estou de volta.
— Hum, e esses amigos que vão, conheço?
— O Richard vai Bel! – falei impaciente – você deveria esquecê-lo.
— Você esqueceria a Anna?
— Ela é minha esposa, ele é seu ex namorado que hoje é casado e feliz por sinal – ela apertou os lábios.
— Eles também estavam no jantar? – perguntou temendo a resposta
— Estavam sim e não vou te descrever como, esse seu amor por ele já deveria ter acabado desde o dia que recebeu o convite do casamento, conforme-se.
— Eu estou conformada, só perguntei por curiosidade.
— Eu sei – ri e minha mãe chegou, com a Cristine.
— Meu Deus, meus filhos não me esperaram pra tomar café?
— Deixe de ser dramática mamãe, nem começamos – revirou os olhos e minha mãe se sentou.
— Há querida sente-se, já que a Anna está dormindo o lugar dela ao lado do Guilherme fica vago e já faz tantos anos que você não se junta a nos em um café da manhã – sorriu
— Não se importa? – perguntou pra mim.
— Tanto faz – dei de ombros.
Ela se sentou ao meu lado e eu mal comia com ela passando os pés em minhas pernas e apesar de ser linda, ela não me despertava interesse nenhum. Tivemos um namoro que começava somente quando eu brigava com a Anna e terminava assim que fazíamos as pazes, ela sempre foi um... Premio de consolação. Minha mãe mal comia de tanto que falava sobre a família dos sonhos a qual excluía completamente a minha esposa, dando o lugar dela a Cristine que sorria como se de fato, fosse minha mulher.
— Sabe que olhando daqui, vocês fazem um belo casal? – minha mãe falou animada e eu quase engasguei com o suco.
— Ainda tá em tempo, se não acha Gui? – perguntou presunçosa passando a mão na minha perna.
— Acho que... – me interromperam.
— Bom dia. – Olhei pra porta e a minha Anna estava parada me encarando com uma cara péssima.
— Bom dia – a Isabel respondeu rapidamente com um careta pra mim.
— Bom dia amor – ela não me respondeu e olhou pra Bel
— Bel depois você da uma passada no quarto? Quero falar com você! – a Isabel assentiu e ela nem me olhou.
— Passo sim Anna.
— Então te espero lá – ela ia saindo.
— Não vai se juntar a gente, querida? – a minha mãe perguntou.
— Não, perdi a fome – falou seca e saiu. Minha mãe me olhou com um sorriso irônico.
— Vejo que a educação da sua esposa só melhora. – falou irônica.
— Você também a provoca – falei me levantando.
— Aonde vai? – A Cristine se fez de desapontada. — falar com a minha esposa? Aonde mais iria? – perguntei irritado.
— Isso vá, e a ensine bons modos, é o mínimo que você pode fazer. – Minha mãe disse irritada.
— Manhê, por favor, hoje não! – falei irritado e sai.
A Anna não é ciumenta, ela nunca me cobra nada, mas em relação a Cristine é tudo ao contrario, ela não suporta a ideia de me ver perto dela. Subi as escadas e ela não estava no quarto, desci e a Ruth estava na sala, perguntei se ela viu a Anna e ela disse que a mesma estava na piscina, então caminhei até lá. A encontrei sentada na borda com os pés dentro da água olhando pro nada, me aproximei.
— Amor? - chamei baixinho e cauteloso com medo de outra briga.
Fim de narração.
Anna Oliveira Narrando:
Depois da dança que resultou em esquecer completamente o porque eu estava brigada com o Guilherme, ele me chamou pra ir embora, mas a etiqueta do meu vestido estava me incomodando então pedi pra ir ao banheiro antes disso. Entrei no mesmo e logo arrumei a bendita da etiqueta, na verdade eu arranquei ela, sei que a Bel vai surtar porque é de maca, mas eu não me importo. Ia saindo distraída quando fui puxada por alguém, a pessoa enlaçou as mãos na minha cintura e me prendeu na parede e só então eu pude ver quem era.
— O tempo passa e você só faz ficar mais bonita. – O Marcos disse num sorriso presunçoso.
— ME SOLTA! – pedi brava.
— Não! – seu cheiro era horrível, seu sorriso me dava nojo – Sabe que te olhando assim é que eu percebo que você está no lugar certo ao lado do homem errado.
— Será que dá pra você me soltar? – ele riu – me solta se não eu vou gritar. – o amaeacei.
— Xiiiiiiiii, não grita. Será que sou tão feio assim Aninha? Olha que foi difícil dar um perdido na Natalia pra poder ver você. – suspirei, queria chorar, estava cansada dessa situação.
— Pelo amor de Deus eu sou casada com o seu amigo. Será que você não entende isso?
— Não, eu não entendo, não entendo como alguém como você possa ser casada com o Guilherme e não comigo. Sabe que te desejo dês da primeira vez que te vi? Você lembra?
— Você é maluco... – falei tentando me soltar dos braços dele.
— Ah, eu lembrei – ele sorriu, louco – você me serviu um copo de suco, não foi? Você já se pegava com o Guilherme naquela época? Eu nunca entendi o porque de você sempre fugir das minhas investidas – ele tentou me beijar mais eu o empurrei me soltando dele.
— Eu nunca quis você, nunca! Não sei porque você alimentou essa sua obcessão absurda e sem fundamento nenhum, a gente mal se falava.
— Mas eu desejava você, desde o primeiro momento, eu te desejo.
— Meu Deus você é maluco.
— Olha, eu não preciso de muito pra te provar que sou melhor do que o Guilherme, claro que a minha conta bancaria possa ser um pouco menor, mas acho que com o divorcio você pode conseguir arrancar boa parte do dinheiro dele, né? Ou melhor você... – o calei com uma bofetada estralada.
— Cala a sua boca, você não sabe o que diz – ela passou a mão no rosto e depois sorriu.
— Vai me dizer que casou grávida por amor? Ah, filho o qual você matou, não foi?
— Quem você pensa que é pra falar esse tipo de coisa pra mim? Você não sabe nada sobre o meu filho!
— É claro que sei, inclusive... – ele riu – deixa pra lá, minha linda Anna.
— Você é doente – falei enojada.
— Sou doente de amor – sorriu – doente de amor Anna...
— Espero que pense assim quando o Guilherme descobrir essas suas declarações repentinas.
— Ele não vai descobrir, por que, você vai abrir a boca? –sínico – tudo bem, pode ir. – deu de ombros – Vamos ver em quem ele acredita, na esposa empregada ou no melhor amigo de infância. Vai ser a minha palavra contra a sua, e provas? Quais você tem mesmo? – perguntou irônico. – o que te faz pensar que no fundo ele não te acha interesseira?
— Você não presta. – falei horrorizada.
— Você ainda não viu nada, amor –sorriu
— Eu tenho nojo de você, nojo! – riu – nunca mais, tá me ouvindo bem? Nunca mais se aproxime de mim.
— Você não manda em mim. Você não sabe do que eu sou capaz.
— Você é doente – ele levantou a mão pra mim – não se atreva a encostar em mim, ou eu vou gritar e você não vai ter como fingir.
Falei brava saindo de lá antes que ele fizesse alguma loucura. Avistei o Guilherme conversando com seus amigos e me agarrei a ele que logo se despediu e fomos pra casa. No caminho eu fui calada, tinha medo do Marcos e também vontade de dizer ao Guilherme tudo o que se passava, mas como o mesmo disse, seria a minha palavra contra a dele, que conhece o Guilherme tão bem quanto eu, a ponto de saber que ele é inseguro e que jamais acreditaria em nada que eu dissesse se alguém a quem ele confia, dissesse ao contrario. Ao chegar em casa eu subi direto para o quarto e ele logo em seguida me abraçando, confesso que estava tão chateada com a situação anterior e com todos os últimos acontecimentos que o rejeitei no começo, mais o coração é frágil e o amor fala mais alto então deixei que acontecesse.
Acordei e ele não estava mais na cama, me levantei e tomei um banho rápido, queria encontra-lo ainda em casa. Coloquei um short de tecido branco de cintura alta e uma camisa azul bem clara por cima, penteei o cabelo, passei perfume e calcei uma rasteirinha branca com algumas florzinhas e desci. Não avia ninguém na sala, então fui até a copa nesse horário provavelmente devem estar tomando café. No caminho escutei algumas risadas que vinham da Veronica, e outra risada feminina, que não era a Isabel. A verônica falava da família dos sonhos e dizia que sempre sonhou ser aquela, falava de netos e de que faziam um casal bonito? Perai, quem fazia um casal bonito? Entrei na copa e ninguém notou a minha presença estavam todos sentados a mesa, Isabel, Veronica, meu marido e Cristine, no meu lugar, ao lado do meu homem perguntando a ele se ainda estava em tempo de reatar aquilo que tiveram na maior intimidade, e antes da resposta dele resolvi me anunciar, estava a ponto de voar no pescoço da vaca. Falei um bom dia puxado e depois pedi que a Isabel fosse até o meu quarto, eu estava tão ansiosa pra contar sobre a minha noite com o meu marido, noite a qual já nem fazia sentindo. Sai de lá e sai de dentro daquela casa, logo ficaria maluca. Fui até a piscina, tirei minha rasteirinha e me sentei na borda e tudo, tudo o que eu tava sentindo veio à tona em forma de lagrima...
— Amor – ouvi ele chamar mais nem fiz questão de responder – Anna – chamou de novo – Qual foi, vai me ignorar agora?
— Eu deveria – falei chorosa.
— Princesa, tá chorando?
— Não quero conversar agora, me deixa. – ele bufou.
— Tá fazendo tempestade em um copo d’água, não tem motivo – se sentou ao meu lado.
— Ah não? – perguntei irônica – casal perfeito, família perfeita e adivinha só, eu não me incluo nessa perfeição toda!
— Ela não falou por mal vai, se sabe que a minha mãe sempre quis que eu me casasse com a Cristine.
— Mas você se casou comigo! – falei brava
— E esse é o motivo pelo qual você não deve ficar com raiva, eu casei com você!
— Mas talvez se a gente tivesse nossa casa, nossa cantinho nada disso... – me interrompeu
— De novo esse assunto Anna?
— É a casa da sua mãe é o canto dela, não o meu.
— Passou a ser seu quando se casou comigo, e fico muito decepcionado em ver que quer construir uma família afastando a minha mãe de mim.
— Eu não quero afastar ninguém de você Guilherme, eu só pensei que... – respirei fundo – deixa pra lá, não vai fazer diferencia nenhuma mesmo. E você, se quiser ficar trocando caricias com a Cristine, que faça isso longe de mim.
— Pelo amor de Deus Anna, eu não fiz nada. Ela sempre foi atirada assim e você sabe, ela chegou e se sentou ao meu lado já que você dormia.
— Com tantas cadeiras na mesa ela tinha que sentar justamente ao lado da sua? Aposto que foi a sua mãe que a mandou sentar ali.
— E você queria que eu fizesse o que? Que a expulsasse? Não é só porque somos casados que não posso nem ao menos conversar com outra mulher.
— Eu não posso fazer isso! – falei brava – Se você me visse ao lado de algum amigo, ou bem pior de algum ex namorado meu da maneira como ela estava com você, pediria o divorcio, tenho certeza.
— Não fala besteira – falou bravo – e eu não te dou motivos pra agir dessa maneira.
— E eu te dou? – perguntei irônica – tudo bem você ter ex namoradas como amiga, mais é o caos se caso eu quiser conversar com o meu melhor amigo – agora as lagrimas desciam freneticamente.
— Olha, eu não sou amigo da Cristine, dei fora nela desde quando acordei, mais se não acredita sinto muito. To começando a achar que a nossa reconciliação de ontem não adiantou em nada – falou se levantando.
— Claro, a noite já acabou né? Você vai ficar com raiva e quando sentir vontade, ai você me procura de novo.
— Você sabe que não é assim – falou bravo – parece que tirou o dia inteiro pra falar besteira.
— Não é besteira, é o que eu sinto.
— E desde quando eu te trato como objeto pra você se sentir assim?
— Você não percebe, mais um objeto vale muito mais pra você do que eu – sorri torto e ele passou a mão no rosto, impaciente.
— Vamo parar com isso vai, foi só um mal entendido e a gente não vai brigar por isso, não é? – não respondi – Eu vou sair daqui a pouco e não quero sair brigado com você, já basta esses dias que nem nos falamos.
— Eu também não quero brigar com você.
— Então levanta daí e vem cá me dar um beijo – neguei – anda logo Anna, para de ser boba. – Sequei as lagrimas e levantei indo até ele que me abraçou. Enrosquei meus braços pelo pescoço dele juntei nossos lábios em um beijo calmo que ele encerrou com selinhos – Bom dia meu amor – sorriu e eu me derreti.
— Bom dia.
— Sem brigas? – perguntou cauteloso e eu assenti – termina de tomar café comigo?
— A Cristine tá no meu lugar – fiz bico.
— Você senta no meu colo – sorriu e entrelaçou nossas mãos me puxando, mas eu não fui – o que foi?
— Você é meu, não é? – perguntei sem jeito e ele sorriu.
— Não consigo imaginar um dia que não vou ver! – perfeição o descreve – Agora vem, estou com fome.
Ele me puxou, me abraçando, minha cara de boba permaneceu e assim entramos. A Cristine me olhou com uma cara péssima e o Gui se sentou me puxando pra sentar em seu colo. A Bel ria e enquanto eu me servia, na verdade eu enfiava tudo na boca do Guilherme. Tomamos café com a Verônica reclamando da minha falta de classe por estar sentada no colo do filho dela e quando terminamos as duas cobras saíram da mesa e a Bel disse que tinha umas coisas pra fazer e eu e o Guilherme subimos para o quarto. Escovei os dentes e me sentei no mármore da pia enquanto ele escovava os dele.
— Vai demorar muito? – perguntei dengosa quando ele enxáguo a boca e se enfiou no meio das minhas pernas.
— Um pouco. – ele roçou o nariz no meu – por quê?
— Eu queria passar o dia com você – fiz bico.
— Nós temos a noite inteira para passarmos juntos. Posso matar sua carência mais tarde. – ele olhou pros meus seios por baixo da camisa e riu.
— Você também só pensa nisso? – ele assentiu me beijando.
— Prometo passar o dia inteiro amanhã com você. – disse quando separou nosso lábios – Tem algum lugar que queira ir?
— Praia – falei animada e ele riu
— Então tá, amanhã vamos a praia – sorri e ele me deu um selinho – se caso for sair de casa me liga primeiro pra avisar tudo bem? – revirei os olhos – e tenta não arrumar briga com a minha mãe, por favor. – bufei – é difícil pra você?
— Não vou nem falar com ela, juro. Mas e você, vem almoçar comigo?
— Não vai dar Caipira, eu vou assistir a corrida e não sei, talvez eu almoce em algum restaurante com os meninos. – fiz bico.
— Então tá bom – segurei seu rosto e lhe dei um beijo demorado – vou esperar ansiosa por você. – ele roçou nosso narizes e me deu outro beijo – agora você pode ir. – sussurrei.
— Deu até vontade de ficar – brincou – estou indo tá? – selinho – Eu te amo.
— Tchau meu amor – sorri e ele saiu.
Sai do banheiro e desci pra sala, minha sogra ainda estava lá, sem a Cristine. Ia passar direto, mais ela não deixou.
— Minha nora – falou irônica.
— Eu – respondi no mesmo tom.
— Sabe que quando eu te via passear pelos jardins dessa casa eu jamais imaginei que um dia você fosse ter o mesmo sobrenome que o meu. Ou que fosse se sentar a mesa comigo.
— Eu também não imaginava.
— Mas já queria não é? Porque convenhamos, é muito luxo, muita riqueza pra quem viveu da maneira como você viveu uma vida toda. Seus pais sempre foram muito humildes, não é?
— Meus pais sempre foram muito trabalhadores dona Verônica, não há nada que toda a sua riqueza e o seu conforto possa me trazer que apague metade do que eles são pra mim. Não me casei com o seu filho por interesse.
— Não foi? – riu – que meigo, foi por amor! – riu irônica – você estava esperando um bebê, sabe que eu até fiquei feliz por essa criança, mas nem essa alegria você foi capaz de me dar.
— Eu não tive culpa!
— É claro que não querida, ninguém teve culpa. Mas talvez se você não tivesse saído de casa...
— Foi um acidente!
— Foi um assassinato. Onde o herdeiro do meu filho se foi e você continua viva, no lugar dele.
— O que você quer dizer com isso?
— Que talvez se você tivesse deixado o caminho livre, hoje o meu filho estivesse casado e feliz ao lado de uma mulher do nível dele. Porque não sei se percebeu, mas ele não é feliz...
— Dona Veronica por favor, eu amo o Guilherme e se estou até hoje aqui é somente por ele, eu também perdi o meu filho e isso não dói menos em mim – pedi com os olhos marejados.
— Não deveria mesmo, mas um dia passa, é só a sua consciência pesada.
— Ninguém no mundo o amava mais do que eu.
— É justamente por isso você deveria protegê-lo – falou seca pegando a bolsa em cima do sofá – me deixa ir, estou atrasada pra um SPA com algumas amigas. – sorriu e passou por mim – e ah, cuide bem da minha casa na minha ausência, você e sua mãe sabem bem como fazer isso, não é? – riu e saiu.
Eu poderia ter xingado-a? poderia. Poderia dizer umas verdades na cara dela? Poderia. Mas isso na certa me levaria a uma discussão com o Guilherme que não acreditaria em mim. E ela saiu pela porta cantarolando, feliz. E eu fiquei na sala acabada, não por ter sido empregada, não tenho vergonha disso. É que apesar dela ser falsa, eu matei o meu bebê! E todos sabem disso, fingem mais sabem. E a minha dor é muito maior do que todo e qualquer outro sentimento que eu sinta. Ás vezes eu acho que ela supera até o amor que sinto pelo Gui, que é inexplicável.
E como nunca tenho nada pra fazer nessa casa eu fui para o jardim, fazia sol e me deitei no gramado, amava ficar ali, me distraia. O Motorista da Veronica chegou um tempo depois e eu pedi pra que ele soltasse o Cimba, ele um labrador. Ganhei do Guilherme uma vez que fiquei doente, ainda namorávamos mais ele raramente era solto, a Veronica não suportava cachorros e eu aproveitava pra soltá-lo quando ela saia. Ele veio todo feliz até mim com uma bolinha na boca e eu o abracei, ele era tão inocente, igual o meu filho e foi impossível conter as lagrimas. Ele pegou a bolinha e colocou de frente pra mim, empurrando a mesma, acho que tentando fazer com que eu parasse de chorar.
— Você sabe que eu jamais faria mal as pessoa que amo, não sabe? – perguntei pra ele que virou a cabeça de lado eu sorri e joguei a bolinha pra longe e ele foi buscar enquanto eu chorava.
— Anna, tá tudo bem? – me virei para a Isabel secando as lagrimas – Tá chorando? – se aproximou e se sentou ao meu lado – aconteceu alguma coisa?
— Não sei se já te contei alguma vez, mas eu perdi a conta de quantas vezes eu imaginei o Luis Gustavo correndo nesse jardim, comigo e com o Guilherme feito dois bobos correndo atrás dele – respirei fundo – E agora isso parece tão distante.
— Anna.. – neguei.
— Eu matei o meu filho Bel, eu o matei mais eu não queria... – ela me abraçou
— Não, foi um acidente. Você não teve culpa, ninguém teve.
— Não é verdade, a culpa é minha, eu sei. E eu... eu quero o meu filho. – ela me abraçou apertado.
— O que aconteceu pra você ficar assim hein? Você tava tão contente no café da manhã. Foi a minha mãe não foi? Ela disse alguma coisa pra você, foi isso? – neguei
— É só que me bateu saudade, eu queria que ele estivesse aqui.
— Todos nos queríamos, e ainda queremos! – me tranquilizou – você vai engravidar de novo e vai dar tudo certo. Ele é um anjinho que vai proteger você sempre...
— Eu é quem deveria protegê-lo. – solucei.
— Mas ele não precisa de proteção aonde ele está. Ele só precisa te ver feliz, melhor, todos nós precisamos – sorri e sequei minhas lagrimas.
— Eu sinto tanta saudades. – ela beijou minha testa – Obrigada Bel. – agradeci sincera.
— Não foi nada amor – sorriu. – O Cimba voltou com a bolinha e a Bel tacou de novo e ele foi todo contente atrás da bola novamente. A Bel me fazia rir e em segundos eu já estava bem. – Mas me conta, a Lorena e o Richard, se dão bem? – perguntou como quem não quer nada. – eu sorri.
— Ainda pensa nele?
— Não, é só curiosidade. – deu de ombros
— Tem certeza?
— Ele foi o primeiro Anna, e eu o perdi rápido demais. É só que é estranho..
— Talvez tenha sido melhor assim. Não era pra ser...
— Mas se não era pra ser, porque eu ainda sonho com ele todas as noites? Eu ainda penso tanto nele, sinto tanta falta.
— Talvez seja só a saudade insistindo em vocês, ou talvez o amor que você teve que esconder pra vê-lo feliz.
— Você acha que ele está feliz? Da mesma maneira como era comigo?
— O sorriso dele pra você é muito diferente do sorriso dele pra Lorena, não que ele não ame ela. Mas é que ele sorria... – me interrompeu.
— Da mesma maneira como o Guilherme sorri pra você, encantado.
— Exatamente.
— Você acha que o amor de vocês tem fim? – neguei – será que o meu teve?
— Eu não sei, mas quem sabe um novo amor, não te ajudaria a descobrir isso? - riu
— Quem? Tem que ser alguém que seja o oposto do Richard, um anti-Richard – riu.
— O que se acha do Celo? Ele é caído por você – falei presunçosa
— Somente porque você é casada né Anna? Eu vejo na cara dele.
— Impressão sua, entre a gente é só amizade.
— Mas ele não tá na áfrica?
— Mas logo volta... E você para de arrumar pretextos pra ficar correndo atrás do Richard.
— Não é pretexto Anna, é que sei lá, ainda tem muito dele em mim.
— Mas ele foi um canalha com você minha flor, ele terminou por telefone e três meses depois se casou. Nem explicou o porquê e nem te deixou acostumar ficar sem ele.
— E é isso que dói, foi terrível chegar aqui e me deparar com ele a lado de outra e eu nem tive tempo pra aceitar essa história. E eu só voltei por causa da sua gravidez...
— Que não vingou né? – pronto lá vai eu chorar de novo.
— Você não pode se torturar pra sempre por isso Anna... – sorri torto e ela me abraçou.
Ela ficou comigo ali bastante tempo, mais depois entrou pra almoçar quando a Veronica chegou. A Bel fez o maior show pra que eu entrasse também mais eu estava sem fome e não queria ter que me alimentar perto da Veronica então ela entrou. Fiquei sentada ali, pensando, matando a minha saudade e aproveitando um pouco o meu cachorro que logo teria que ser preso...
Fim de Narração.
Guilherme Lizarga Narrando:
Cheguei e já era final de tarde, a corrida foi uma merda e acabou que um americano que ganhou, ou seja, perdi meu tempo. Entrei em casa e a Bel estava sentada no sofá lendo algum livro.
— Boa tarde... – ela me olhou
— Boa tarde meu lindo, como foi a corrida?
— O Richard levou a Lorena – falei sério e ela revirou os olhos.
— Que m’erda Guilherme, eu nem sempre quero saber dessas coisas por causa dele.
— Então porque pergunta?
— Porque me interesso pelas coisas que você faz...
— Quem deveria se interessar por essas coisas é minha esposa, não você. – falei irônico – E por falar nisso, cadê ela?
— A sua esposa? – minha mãe chegou à sala gritando – ela está no jardim com aquele pulguento dos infernos, há Guilherme, o que foi que combinamos sobre aquele monstro?
— A Anna o soltou? – perguntei pra Bel.
— Soltou, mas ele não está fazendo nada de mais. Até porque o jardim é enorme e o pobre cachorro vive preso.
— Não importa – gritou – a casa é minha e não quero um cachorro nojento acabando com as minhas rosas, o que é que vou dizer as minhas amigas quando chegarem aqui pra tomar um chá no jardim comigo e tudo estiver destruído? Que o cachorro da minha nora infeliz, acabou com tudo?
— Mãe, também não exagera. – pedi entediado.
— Como não exagerar? Ela faz o que quer a hora que quer e você nunca vê isso, só briga e maltrata a mim, que sempre te amei e cuidei de você.
— Eu vou falar com ela – falei impaciente.
— Para de ser tonto Guilherme, não vê que ela está fazendo drama? – A Bel disse indignada.
— É drama preservar a minha casa? A casa onde vocês foram criados, onde seu pai viveu tantos anos e...
— Chega – gritei – eu vou falar com ela e, por favor, para de fazer drama.
— Ninguém me entende nessa casa. Acham que eu sou errada não é? Pois quando eu não estiver mais aqui vocês vão sentir minha falta e vão se perguntar onde está aquela mulher que sacrificou anos da vida dela pra amar e cuidar de vocês – começou a chorar e odeio ver minha mãe chorar. Ela foi em direção as escadas.
— Mãe... – chamei.
— Me deixe – falou chorosa e subiu as escadas, olhei bravo pra Isabel.
— Precisava falar com ela daquela maneira?
— Você é tonto Guilherme, tonto porque não percebe que ela faz isso porque quer te separar da Anna. É drama puro, não percebe?
— A Anna não tinha nada que ter soltado o Cimba.
— Você não percebe o que faz com ela né? Guilherme ela acabou de perder um filho.
— Eu também o perdi Isabel, e nem por isso vivo agindo feito criança por ai. E sabemos que eu tive que tomar decisões bem mais dolorosas do que Anna.
— Eu a encontrei aos prantos hoje, dizendo que o matou.
— De novo isso?
— Ela não se conforma. Por isso que você deveria pelo menos parar pra ver o lado dela às vezes, você sai, tem amigos, trabalha. Ela fica 24 horas dentro dessa casa, com a mamãe implicando com ela, sem amigos, sem a mãe por perto e o único amigo que ainda tinha contato com ela viajou e você também mal a deixava vê-lo.
— Ele não quer só amizade...
— Tá vendo? Você só presta atenção na parte em que você entra Guilherme, ela tá sofrendo e você finge que não vê.
— Eu vejo, mais a Anna tem que entender. Não posso trazê-lo de volta.
— Talvez se você dissesse pra ela o que realmente aconteceu... Que ela não teve culpa, que o bebê chegou vivo no hospital ela... – a interrompi.
— Não, ela nunca vai saber disso. Ela me odiaria e me culparia pela morte do nosso filho.
— Mas ela entenderia que você fez por amor...
— E se não entendesse? Um dia a dor vai passar e ela vai conseguir se conformar.
— Se você acha... – deu de ombros.
— Eu vou falar com ela.
Falei sério e sai da sala, quando cheguei no começo do jardim a avistei correndo com o Cimba, toda feliz. Parecia um anjo, meu anjo. Me aproximei e ela nem notou, só percebeu mesmo quando ele veio todo feliz pra cima de mim...
— E ai garoto – baguncei a juba dele e peguei a bolinha que ele tinha na boca e arremessei pra longe e ele saiu todo contente. Olhei pra Anna...
— Você demorou. – protestou.
— To aqui agora, não to? – ela assentiu – cadê meu abraço? – sorriu e correu até mim, me enchendo de selinhos – acho que a gente tem que conversar né?
— A Bel já foi fazer fofocas? – ri e me sentei no gramado.
— Vem aqui – a chamei com as mãos e ela se sentou no meio das minhas pernas e passei meus braços por sua cintura, enquanto afagava seu cabelo – Porque soltou o Cimba?
— Estava com saudades...
— Sabia que a minha mãe tá pirando por causa disso?
— Ele não fez nada demais, e juro que não fiz por mal, não precisa brigar comigo.
— Eu não vou brigar com você Anna. Só que a gente tinha combinado de deixar ele preso.
— Não é só porque ele é um cachorro que tem que viver preso, nem todo mundo gosta de viver preso – falou irônica.
— E ironia não combina com você, até porque eu não te prendo Anna, você pode fazer o que quiser a hora que quiser, desde que me avise.
— Não quero que me trate feito uma louca, que eu tenha que avisar se for sair por que se caso um carro me atropelar você vai saber onde estou.
— Não foi isso que eu quis dizer...
— Mas foi isso que eu entendi. Eu to sofrendo Gui, eu o quero de volta – pediu chorosa.
— A dor não é só sua, não perdemos o seu filho, perdemos o nosso filho!
— Por minha culpa!
— Não é sua culpa, ninguém teve culpa, foi um acidente.
— Que custou a vida do meu filho
— Nosso Anna, nosso filho – ela apertou os lábios e deixou uma lagrima escapar – não quero saber de você chorando pelos cantos da casa.
— É que às vezes a saudade é maior.
— Eu sei como é. Mas tudo vai passar e eu vou estar do seu lado sempre.
— Promete? – se virou pra mim.
— Eu prometo. – sorriu e me beijou.
Nos deitamos na grama aos beijos, que eram lentos, bem lentos. Ela se deitou por cima de mim e acariciava o meu rosto, bem devagarzinho. Encerrou o beijo com dois selinhos e me encarou.
— Tá tomando pílula? – perguntei e ela assentiu, a virei a deitando-a na grama também, ficando de lado acariciando-a 0 rosto – O que se acha da gente tentar de novo?
— Não sei se consigo – apertou os lábios.
— É claro que consegue.
— Você quer outro filho?
— Quero, quero muitos outros... – ela mordeu os lábios confusa.
— Gui... acho que ainda tá muito recente.
— Não tem problema – suspirei – eu espero o tempo que for preciso, eu quero muito ter outro bebê com você, mas se não quiser agora, eu espero.
— E se demorar muito?
— Eu espero, não importar o tempo, eu espero! – sorri e a beijei.
Fim de Narração.
Autor(a): Writer Sophi
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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As horas passam, os dias passam, os meses passam o tempo passa... Mas tudo aquilo que foi importante um dia volta, mesmo não estando presente volta, ou em forma de lembrança ou em forma de saudade. Fazia calor e a noite era importante, Laura fontes completará 5 aninhos, não quis festa, tudo o que quis foi passar o dia ao lado do pai, que era a &u ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 5
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annakarolliny Postado em 22/04/2016 - 13:26:22
Volta a postar
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annakarolliny Postado em 22/04/2016 - 13:26:03
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annakarolliny Postado em 22/04/2016 - 13:24:40
Porque não postou mais ? É ótima ! Comecei minha leitura no orkut , só que você não postou mais lá e disse que iria postar aqui .. Desde então estou aguardando e até agora nada :(((
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laisse_florencia_da_cruz Postado em 21/10/2014 - 14:22:17
Web ótima...Mas pq não posta mais?? Abandonou???:/
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samanta_shulz Postado em 09/09/2014 - 20:44:28
uuuuuuuup