Fanfics Brasil - Capítulo - 04 Just a Kiss .. ♪

Fanfic: Just a Kiss .. ♪ | Tema: Just a Kiss .. ♪


Capítulo: Capítulo - 04

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Guilherme Lizarga Narrando:


 


Depois de ouvir aquelas acusações absurdas que a minha mãe fez pra Anna, eu não podia, não podia passar a mão na cabeça dela como das outras vezes, ela estava errada e teria que assumir isso. Sai do meu quarto deixando a Anna e a Isabel e fui atrás da minha mãe que entrou em seu quarto e se jogou na cama, fazendo o maior drama. Entrei e fechei a porta atrás de mim parando em frente da cama com os braços cruzados.


 


— Vai embora, não adianta pedir desculpas estou muito magoada – falou em gritos abafados no travesseiro.


— Eu não vim pedir desculpas – falei sério.


— Então veio fazer o que? – perguntou chorosa tirando o rosto dos travesseiros.


— Eu vim falar com você mãe.


— Meu amor me entenda, a pulseira sumiu – se fez de vitima – e ninguém sabia aonde estava e nem...


— Ai você vai e acusa a Anna? – a interrompi


— Eu não a acusei, só fui perguntar se ela sabia aonde estava, mas ela entendeu errado e começou a me agredir com as palavras e...


— Ela te agredir? A Anna mal sabe falar um palavrão mãe, quem dirá te agredir de alguma forma, se bem que quando eu cheguei quem estava dizendo poucas e boas era você.


—  Você está me acusando?


— Não, eu não estou te acusando, até porque quem acusa quem aqui é você!


— Tá eu acusei – se entregou – mas meu amor, ela não teve educação, ela não tem berço, ela...


— Chega – gritei – chega de acusar a Anna, chega de achar defeitos nela porque ela não teve a mesma criação que a gente, chega – ela se calou – ela é minha mulher, sua nora, tem o meu sobrenome, não só o sobrenome mais tudo que diz respeito a mim pertence a ela. Foi ela quem eu escolhi pra casar comigo, é ela quem eu amo e você querendo ou não, vai ter que aceitar isso.


— Não, eu não aceito.


—  Eu não estou pedindo pra você aceitar nada, eu estou dizendo que querendo ou não você vai aceitar, ou seja, você não tem o que fazer!


—  Ela matou o teu filho garoto – gritou


— Ela não matou ninguém caramba – falei no mesmo tom – você sabe que não foi bem assim que aconteceu – falei agora mais calmo.


— Mas se ela não tivesse...


—  Se ela não tivesse o que? Saído aquele dia? Mãe ninguém prevê o futuro, a Anna não é diferente, você não previu que o meu pai fosse ficar doente, não cuidou dele quando ele precisou , e nunca te acusaram de ingratidão e nem de assassinato.


— Mas eu amava o seu pai. - gritou


— E eu amo a Anna – respirei fundo – você sabe, você sempre soube, desde o primeiro dia que eu a vi, todos sabem mãe, ela é a minha vida! E você não tem noção do quanto dói ver você brigando com ela dessa maneira.


— Ela não serve pra você. – suspirou.


 — Eu a quero mesmo assim – ela abaixou a cabeça – não quero brigar com você mãe, mas pra isso preciso que você pare de maltratar a minha esposa, para de implicar com ela.


— E ela é santa?


—  Mas ela não entrou no seu quarto e te acusou de roubo sem prova nenhuma – falei sério – eu amo você mãe, eu te amo tanto quanto eu amo ela, mais entende que ver as duas brigando me destrói?


— Porque vocês estão fazendo isso comigo Guilherme? Isabel me despreza, e você, meu filho a razão da minha vida me trata dessa forma desprezível, como se eu fosse um monstro.


—  E como você quer que eu trate depois dessa cena ridícula que você fez?


—  Você não pode mudar o que eu penso.


— Então guarde seus pensamentos pra você mãe. Eu sei que a Anna não é nenhuma santa, mas ela nunca foi ladra, e eu não vou admitir que a trate dessa maneira novamente, você deveria ter visto melhor, procurado, ligado pra Isabel e em ultimo caso pensar em roubo.


— Isso não te dá o direito de acusar a minha esposa de roubo. Não vê a atitude ridícula que tomou? – perguntei indignado.


— Desculpa meu amor...


—  Não é só pra mim que deve desculpas.


—  Para – voltou a chorar – para de me tratar como uma qualquer, eu sou sua mãe.


—  Por isso mesmo, antes você errava e sempre tinha um alguém pra cobrir teus erros e te perdoar, eu sei que prometi cuidar de você e da Isabel, mas eu não sou seu marido mãe, eu sou seu filho. Então coloque-se no lugar de mãe e comece a entender que as coisas mudaram a algum tempo. –Falei seco e sai do seu quarto.


 


Ainda pude ouvi-la gritar e xingar a Anna, mas não voltei, eu falaria coisas que a magoariam e certamente me arrependeria depois, e por falar em arrependimento...


Desci pra sala e me servi um uísque, me sentei no sofá pensando em algo pra dizer a Anna quando a Isabel desceu as escadas de roupão com os cabelos molhados.


 


— Acho que vou ter que contratar um alguém pra te seguir. – Falei irônico.


— Porque? – perguntou confusa se jogando no sofá ao meu lado.


— Eu disse que ia cuidar de você Bel, mas não quero ter que te criar. Sumir um dia inteiro, não é normal. – Falei sério e ela riu.


—  Sai pra beber um pouco – deu de ombros.


—  Beber?


—  Não aguento mais ficar trancada dentro dessa casa, as lembranças me torturam.


—  Você devia se dar conta do quão linda é, qualquer cara se apaixonaria por você sem pensar duas vezes.


—  Talvez esse seja o problema, eu poderia ter qualquer outro.


—  Ele não serve pra você. – falei sério.


—  Serve sim, tamanho ideal, acredite eu já usei muito – riu e eu ri também – prometo avisar antes, tá?


—  Isso não basta, quero que prometa não passar uma noite inteira fora novamente. – dei um gole na minha bebida.


—  Vai me dar um carro? – perguntou divertida.


—  E o seu?


—  Você troca de carro três vezes no ano.


—  Eu trabalho – falei o obvio.


—  Você não vai ficar menos rico se me der um carro.


—  Não, mais não quero ser acordado de madrugada por uma ligação dessas que a policia faz. – ela riu


—  Eu não vou matar ninguém – a olhei repreendendo-a – tá eu não vou me matar – revirou os olhos impaciente – mais isso não quer dizer que se caso um dia eu ver o Richard na rua eu não possa... ah, atropela-lo. – eu gargalhei vendo a cara presunçosa que ela fazia.


—  Tá eu dou o carro, até porque ficar com as sobras da mamãe não deve ser muito legal, né?


—  Até que aquele carro dela que eu uso, da pro gasto, mais parece uma tartaruga. – fez um careta.


—  E você tá pensando o que? Que vou te dar um cavalo? – ela riu – eu vou te dar outra tartaruga.


—  Não é justo, a Anna nem anda de carro e tem um super veloz.[b]


—  Ela tem juízo, é diferente.


—  Aff, então amanhã a gente vai ver meu carro.


—  Você vai ter que seguir algumas regras, você sabe disso, né?


—  Tá bom papai, eu sigo – falou irônica e eu ri, ela se sentou no sofá – vai falar com a Anna?


—  Estou tomando coragem – dei outro gole – como ela tá?


—  Acho que a sua mãe exagerou dessa vez.


—  E o pior é que eu nem sei o que dizer...


—  Talvez seja isso que ela queria escutar..


—  O que, nada?


—  É, não tem coisa melhor. – dei outra golada.


—  Vou pensar no assunto – sorri e me levantei – amanhã vai na empresa, na hora do almoço a gente vai ver teu carro.


—  Já disse que te amo hoje? – neguei – te amo viu, seu delicia – eu ri


—  Boa noite Isabel


—  Boa noite amor – riu e eu sai da sala.


 


 


Subi pro quarto de hospedes e tomei um banho, coloquei uma cueca Box preta e um pijama em cor azul clara, e não, eu não iria dormir aqui de novo, preciso que a Anna seja a primeira coisa que eu veja quando acordar. Preciso dela! Entrei no meu quarto e ela estava na cama com os olhos inchados, até tentei conversar, mas desisti.  Não queria ficar abrindo mais feridas nela. Me virei pro outro lado e dormi, no meio da noite eu passei a mão no lugar da Anna com a intenção de abraça-la e o lugar estava vazio, passei a mão novamente e nada, abri os olhos e a procurei pelo quarto, mas estava escuro, ascendi o abajur ao meu lado e ela não estava na cama e nem no quarto, a chamei mais nada, olhei para a porta do banheiro e a luz do mesmo estava pagada, então me levantei, estava preocupado não é normal alguém sumir da cama ás... Olhei o meu relógio no pulso, 3: 27 da madrugada.


Cocei os olhos sonolento e levantei ainda descalça, fui até o quarto de hospedes e nada, desci as escadas e quando cheguei na sala nada também, fui até a cozinha, a varanda e nada, já estava ficando preocupado quando retornei a sala e a vi deitada no sofá, toda encolhida. Respirei aliviado e fui até ela, me agachei e alisei seu rosto.


 


—  Que susto meu amor – tirei uma mecha de seu cabelo que estava jogada em seu rosto – tenho medo de não conseguir fazer você feliz minha vida. Tenho tanto medo de te perder - falei baixinho e me levantei pegando-a no colo com a intenção de leva-la para o nosso quarto, mas assim que a tive em meus braços algo caiu dela, olhei o que era e fiquei surpreso por achar um quadro do aniversario da Isabel de 12 anos, o dia que havíamos nos conhecido, com toda a certeza ela havia dormido abraçado ao quatro e eu senti uma saudade daquele dia, senti uma saudade dela, mesmo tendo-a ali nos meus braços. Eu a apertei mais forte em mim e levei seu rosto até o meu – Eu te amo tanto – sussurrei contra seu lábios e lhe dei um selinho demorado, mas a mesma não acordou. Subi com ela para o quarto e a deitei na cama me deitando ao seu lado, a abracei o mais forte que consegui e ela não acordou, fiquei analisando-a, amando-a com os olhos até pegar no sono.


 


Uma semana depois


 


Não nos falamos, não nos tocamos, convivemos por conviver e eu sinto a falta dela! Na manhã seguinte daquele dia, ela não ousou se quer falar comigo, quando acordei a mesma já havia acordado, até tentei conversar, mas acho que acabei piorando tudo. Disse com todas as palavras que talvez tivéssemos cometido um engano, que não existia lugar pra ela em minha vida, até tentei esclarecer que não era isso, mas acabamos brigando. Eu disse coisas horríveis pra ela e cheguei a dizer que me traia, o que resultou em uma crise de choro e mais saudade. Fui trabalhar somente por ir, a empresa cada dia que passa sofre um desfalque diferente, os valores sobem e descem como se a pessoa estivesse me testando, querendo ganhar espaço pra ver até onde chegaria. No horário do almoço recebi uma ligação da Ruth desesperada me dizendo que a minha mãe teve uma crise e tentou se matar, parei tudo o que estava fazendo e fui para a casa. Ela estava tão triste, tão abatida que eu me envergonhei da jura que fiz ao meu pai, eu fracassei com a Isabel, eu fracassei com a minha mãe e fracassei como homem para a minha esposa. Que me recusava, continuava saindo todos os dias e não me falava nada, até satisfações parou de me dar. Ela recebia ligações restritas de madrugada, flores, cartões e cheguei até a atender uma dessas ligações, mas desligaram assim que ouviram a minha voz. Ela jurava que não, mas as provas eram evidentes e eu fracassava a cada noite que a via dormi pra baixo na cama, me ignorando, evitando-me.


 


— Tem certeza que você consegue não ser visto? – perguntei ao David, ele era um detetive, sei que parece patético mais eu precisava saber.


—  Claro que sim senhor.


—  Eu quero informações rápidas, pra onde vai e com quem vai.


—  E eu começo quando? – perguntou se levantando.


—  A partir de amanhã.


—  Não decepcionarei. – estendeu a mão pra que eu apertasse e assim eu fiz.


—  Assim espero – ele assentiu e saiu.


 


Eu não queria segui-la, até porque eu já tentei, mas a perdi de vista. Eu tinha medo de ver o que não queria então, eu precisava de outra pessoa, talvez fosse mais fácil ouvir do que ver.


 


—  Como assim vai investigar a vida da sua mulher? – perguntou alterado.


—  Não estou investigando a vida dela, só quero saber por onde anda – falei o obvio.


—  E ISSO NÃO É INVESTIGA-LA? – Perguntou nervoso, estranhei.


—  A esposa é minha, e eu faço o que quiser com ela.


—  Você deveria confiar mais nela. Sei lá, talvez seja invasão de privacidade.


—  Não estou te pedindo opiniões sobre a minha vida Marcos – falei grosso e ele se retirou da minha sala.


 


Ele até era um bom amigo, mas algo nele me suava estranho. Quando cheguei em casa a Anna estava sentada no sofá com um livro, aparentemente não havia ninguém ali, então me sentei ao seu lado na esperança de que pelo menos ela falasse comigo pra que eu pudesse me sentir um pouco culpado por estar querendo investiga-la. Ela lia distraída e eu quis saber o que lhe chamava tanta atenção.


 


—  O que tá lendo? – perguntei como quem não quer nada e ela me olhou surpresa, acho que nem tinha me visto ao seu lado.


—  Que susto – riu – eu nem tinha te visto ai – sorri e apontei pro livro. –  é, eu estou lendo a Três metros a cima do céu.


—  De novo? – perguntei surpreso.


—  Eu gosto da História, mas eu não sabia que você se lembrava dos livros que eu já li.


—  Esqueceu que você fazia questão de contar – RI – cada história – revirei os olhos me lembrando das vezes que estava mega cansado e ela me fazia ficar acordado pra contar as suas histórias – mas então, como é o final desse?


—  Eu não te contei sobre esse? – neguei – eles não ficam juntos.


—  Então não tem graça. Não é você que gosta de finais felizes?


—  O mundo deles é diferente demais, e as circunstâncias nos fazem ficar conformadas com tal fim.


—  Diferente tipo o nosso? – deduzi.


—  Menos complicado, mas ainda sim é igual. – ficamos em silencio – Guilherme – falou do nada e eu a olhei – preciso te contar uma coisa. – apertou os lábios e suspirou.


—  Se for algo ruim, eu não quero saber – fui sincero.


—  Não é nada tão ruim.


—  Esse nada tão ruim faria mal a gente?


—  Depende do teu ponto de vista.


—  Então fala ué – respirei fundo – seja o que for a gente vai dar um jeito.


—  É que – suspirou – eu recebi um convite.


—  Convite de...?


—  Trabalho – apertou os lábios.


—  Recuse – falei simples.


—  Mas eu quero.


—  Mas eu não deixo – Falei grosso – não vai me dizer que você aceitou?


—  Eu não aceitei, mas é que...


—  Mas é nada Anna, eu disse que não – respirei pesado – A gente já conversou sobre isso e você tinha me prometido parar com essa maluquice.


—  Não é maluquice.


—  É sim, você entende que vai me desrespeitar dessa maneira? Entende o quanto me sinto inútil? Eu te dei uma vida de princesa e você a joga fora como se não fosse nada, como se eu não pudesse te dar conforto. Eu jamais perdoaria você por me humilhar de tal forma.


—  Eu não quero humilhar você, eu só quero viver, quero ser livre um pouco.


—  Se você quisesse ser livre, não teria se casado comigo.


—  Eu não me arrepende disso, eu só queria..


—  Cala a boca Anna, cala essa boca porque toda vez que você abre ela me dá mais raiva de você. Porque toda vez que eu venho conversar eu me arrependo amarguradamente de tudo. – ela abaixou a cabeça – eu não quero mais ouvir nada sobre esse assunto, não acaba com o resto de paciência que eu ainda tenho com você. Eu já tenho problemas demais pra aguentar essas suas crises de tédio. – falei grosso e sai da sala a deixando lá.


 


Fim de narração


 


 


Anna Lizarga Narrando.


 


—  E se ele não me perdoar Isabel? – perguntei aflita pra ela que havia ido me visitar no meu horário de almoço lá no hospital.


—  Anna você tem que contar.


—  E como eu vou explicar as flores? Os cartões e as ligações que venho recebendo.


—  Diz a verdade, diz que você não sabe de onde vem. E nem quem as manda.


—  E você acha que ele vai acreditar? Isabel falta tão pouquinho pra mim sair daqui. Talvez ele nem se importe tanto.


—  Mesmo assim, ele sempre vai ter um pé atrás com você, ele sempre vai pensar no que você vazia quando saia de casa sem avisar – passei as mãos no cabelo agoniada.


—  Ele não vai me perdoar por ter mentido pra ele, ainda mais quando souber que foi o Celo que me arrumou o emprego.


—  Mas é melhor do que a mentira.


—  Eu não quero que ele pense que estou fazendo isso para humilha-lo, eu tenho medo de perde-lo.


—  Tenta de novo. – sugeriu


—  Como?


—  Diz que recebeu uma proposta de emprego, joga um verde pra ver a reação dele. Porque do jeito que está, vocês não podem ficar.


—  As vezes eu acho que a gente acabou. – apertei os lábios.


—  O que acabou foi eu e o Richard, e eu não vou permitir que você deixe o seu amor acabar.


—  E o dele?


—  Ele te ama, ama demais.


—  Eu estou com tanto medo.


—  Se você não tentar, vai perder ele por puro medo.


—  Eu vou dizer a verdade, juro que vou. – o sinal tocou – o sinal tocou, tenho que entrar.


—  Pensa no que eu te falei? – assenti – estou do seu lado, tá?


—  Eu sei e amo você – enchi os olhos de lagrimas.


—  Sem chorar, hein? – eu ri – também amo você senhora confusão – sorri e ela me deu um beijo na testa e logo foi embora


 


Depois que ela saiu eu pensei, pensei, pensei e pensei e cheguei a conclusão que sim, eu iria falar com ele e acabaria com essa duvida de uma vez, parece até patético esconder uma coisas dessas, mas eu tinha medo da reação dele, é difícil de admitir, mas ás vezes por mais estranho que pareça, sinto medo dele.


Eu me sentia tão bem a cada idoso que sorria pra mim, a cada bebê que entrava sorrindo, a cada dia que eu me sentia útil. Eu era feliz só por não ser julgada, só por poder ajudar, mesmo que sendo pouco, mesmo que sendo algo inútil, eu me sentia mais eu.


Quando acabou o meu expediente, arrumei minhas coisas me despedi de todos e sai, ainda estava cedo, eu trabalhava somente cinco horas por dia e isso não me cansava. Fui em direção ao estacionamento porque apesar de preferir ir de ônibus o carro me poupava tempo e tempo era tudo o que eu precisava. De longe eu avistei um homem encostado ao meu carro, de principio estranhei, mais quando ele levantou a cabeça e exibiu um sorriso falso, minhas pernas travaram, minhas mãos tremiam e o medo que tomou conta de mim foi inexplicável.


 


—  Que saudade meu amor – abriu um largo sorriso e eu pensei seriamente em gritar socorro.


 


Fim de Narração


 


Marcos Arantes Narrando:


 


Eu a queria, eu precisava dela, mas com a inútil da Cristine do meu lado, o Máximo que conseguiria seria uma briga entre ela e o jovem velho empresário. Cara chato!


No meio do expediente eu encontrei um cara muito esquisito saindo da sala do Guilherme, eu nunca havia visto ele, então fui até lá. De principio ele não quis me contar nada, mais como sempre já abriu a boca o que me fez ficar apavorado. Se ele investiga-se, iria descobrir que ela está trabalhando, iria descobrir que sou eu quem mando as flores e logo sacaria todo o resto, ou seja, eu ficaria sem dinheiro e sem Anna.


 


— Como assim detetive?


— Você não sabe o que é um detetive imbecil? – perguntei bravo ando de um lado pro outro na minha sala.


— Mas se ele colocar um detetive atrás dela, logo vai descobrir o que ela faz.


— Me responde uma coisa – perguntei cauteloso – Foi você quem comprou as flores?


— Sim, mas não tem como ele descobrir que é a gente que manda as flores e escreves os cartões.


— Assim eu espero.


— Marcos – falou um pouco apreensiva – eu preciso te contar uma coisa.


— O que foi anta? – perguntei sem paciência.


— O motorista me procurou hoje.


—  Que motorista?


— O motorista que tentou assassinar a Anna.


— Você me disse que ele tinha ido embora.


— E ele foi – respirou fundo – mas voltou, e quer mais dinheiro.


— Eu não sei porque ainda confio em você Garota – falei irritado – e quanto ele quer.


—  10.000 mil reais, ele disse que se não pagarmos em dois dias que ele conta tudo pra policia.


— Diz a ele que eu pago.


— Mas se pagarmos ele vai voltar sempre.


— Diz que eu quero um servicinho novo.


—  Você não tá pensando em atropelar o Guilherme, não é?


— Claro que não idiota. Eu quero dar um jeito naquele detetive enxerido.


— Mas como?


— Atropelando ué – ri – só que dessa vez pra matar.


— E se descobrirem? Marcos a gente já correu risco demais.


— E prefere o que? Você não queria o seu Gui precioso? – perguntei irônico.


—  Eu ainda quero.


— Então pronto, liga pra ele. Diz que amanhã ele tem um servicinho novo e que eu só vou entregar o dinheiro quando ele matar o cara, e faz isso rápido e sem deixar vestígios.


— MAS...


— Mas nada, eu tenho pressa – falei irritado – e vê se pelo menos dessa vez faz algo certo, e não se esqueça assim que ele terminar o serviço se informe bem pra onde ele vai, não podemos deixar vestígios.


— Você vem me ver a noite?


— Se você fizer o que estou mandando sim, agora eu preciso desligar, tenho uma pessoa importante pra encontrar. – sorri


— Posso saber quem?


— Minha esposa se chama Natalia, não te devo satisfações – ela bufou – a noite fica bem bonita pra mim, estou com saudades.


— Ué, e o seu anjo Anna?


— Isso também não te interessa, agora vá fazer o que eu mandei e não se esqueça de estar bonita a noite, já disse, estou com saudades!


— Eu te odeio – falou maliciosa


— Eu também – desliguei o telefone e logo abriram a porta.


 


 


— Pelo visto a noite vai ser boa, né? – O Richard perguntou irônico e eu o olhei confuso – mandando se arrumar porque está com saudades – Riu


— Era a Natalia – sorri – Porque, estava escutando atrás da porta?


— Não, não, estava me aproximando e ouvi – deu de ombros – mais isso não vem ao caso, eu trouxe uns papeis pra você analisar – estendeu a pilha.


— Papeis? – perguntei confuso – eu analisei uma pilha ontem.


— Desculpa, mais são ordens.


— Porque ele mesmo não vê isso? – perguntei irritado


— Talvez por que ele seja o chefe, né?


— Eu estou cansado desse manda e desmanda do Guilherme. – falei irritado – estou começando a me arrepender de ter vendido as minhas ações.


— Mas vendeu cara, pra ele – riu – mas relaxa é coisa simples, até porque você é pago pra isso.


— E você?


— Eu o que? – perguntou confuso.


— É pago pra ficar enchendo a bola dele? – perguntei com desdém


— O cara é meu amigo e meu chefe, só faço o meu trabalho. – falou sério.


— Se você tivesse casado com a Isabel talvez sua vida fosse melhor – deduzi.


— Não bota a Isabel no meio, até porque, eu tenho ótimas condições financeiras e faço o meu trabalho com gosto. Ao invés de você, que deveria parar com essa sua inveja e tentar crescer um pouco por si mesmo.


— Tá querendo insinuar o que com isso?


— Você acha o que Marcos? Que ninguém percebe essa sua inveja, ninguém percebe que você cobiça tudo o que o Guilherme tem? A empresa, os amigos, o dinheiro e a Anna?


— Eu não cobiço, só acho que ele não faz por onde merecer tudo isso. – ele gargalhou.


— O pior de tudo é que você nem se esforça pra esconder isso Marcos. Entende que tudo o que ele tem pertence a ele, e não importa o que você faça ele sempre vai ter tudo, tudo inclusive a Anna.


— A Anna não é propriedade dele.


— Mas ele é seu amigo caramba – falou bravo – Marcos a gente cresceu junto, você viu ele namorar a Anna e casar-se com ela. Ou você já esqueceu de quem éramos? Eu juro que pensei que você tivesse superado aquela paixão inútil que você sentia por ela.


— E eu superei, me casei não foi? – riu irônico.


— Eu espero mesmo que esteja fazendo a Natália feliz. Não quero imaginar o que o Guilherme faria com você se descobrisse que você cobiça a mulher dele dessa forma.


— Você não tem provas – desafiei.


— Não tenho e nem quero ter. Não sou eu quem vai afundar você, você vai fazer isso sozinho.


— Não aceito ameaças de alguém feito você – sorri.


— Alguém feito eu?


— Você diz que cobiço tudo do Guilherme e que não tenho capacidade de conseguir nada? – Ele assentiu – Agora me diz, porque mesmo você se casou com a Lorena? Será porque o seu melhor amigo mandou você se afastar da irmãzinha dele?


— Não confunda os meus erros com os seus.


— Então eu desisto da Anna e vou atrás da Isabel, você não a quis mesmo – dei de ombros.


— CALA ESSA BOCA – Gritou – LAVA ESSA BOCA ANTES DE FALAR DA ISABEL, VOCÊ NÃO SABE NADA DA MINHA VIDA!


— Sei o suficiente pra saber que você não é nenhum santo Richard. Você aprontou tanto que acabou perdendo a mulher que amava.


— Eu não vou ficar aqui discutindo isso com você, não vou perder o meu tempo com os seus jogos idiotas.


— A verdade dói né?


— Um soco no meio da sua cara iria doer muito – me ameaçou – mais como eu disse, não sou eu quem vai derrubar você, você vai cair por si mesmo. Efeito dominó, já ouviu falar?


— Não tenho medo de você.


— Pois devia ter – falou presunçoso – os papeis estão aqui, faça como quiser – jogou os papeis em cima da minha mesa e saiu batendo a porta com força, imbecil.


 


Não que eu quisesse prejudica-lo, eu até o achava um bom amigo, gostava muito do Richard e como ele mesmo disse, éramos bons amigos. Eu gosto do Guilherme também, só não aprovo algumas coisas e não é mentira, eu desejo tudo que ele tem mesmo, principalmente a Anna, há minha Anna!


Já tem alguns dias que eu ando seguindo-a, e a cada dia eu tenho mais certeza do que quero, ela!  O acidente? Ah o acidente, eu não tinha a intenção de mata-la, não queria mata-la eu só não suportaria saber que ela teve um filho dele, um laço com ele. Eu a quis dês da primeira vez que a vi, eu tinha 16 anos e a encontrei sentada no jardim da casa do Guilherme cheio de rosas em volta, até parecia um anjo e os cabelos cacheados e loiros só ajudavam a complementar tudo. Eu até tentei me aproximar, ela era pura, ela era doce, ela era o encaixe perfeito pra me tornar completo, eu ainda era um menino eu sei, mas eu tive certeza do que queria no estante em que a vi. Eu não era um santo, eu sei, mas o Guilherme era bem pior do que eu umas três vezes, na verdade éramos um grupo de meninos estúpidos e mimados, que nos aproveitamos da vida boa que os nossos pais nos proporcionavam, passávamos por cima de tudo e todos pra conseguir o que queríamos, não éramos malvados, só gostávamos da vida que levávamos. A Anna era simples, ingênua era tudo o que qualquer um de nos poderíamos desejar pro resto de nossas vidas, e como o Richard sempre foi ligado na Isabel, sobravam somente eu e o Guilherme, pra mim tinha ficado fácil, ele nunca havia se interessado por ninguém mesmo.  Ela era simples, vinha de família pobre e até chegava a falar errado, ela era o oposto do que ele estava acostumado, e jamais a família dele permitiria tal namoro. Então eu investi, a via todos os dias de longe, imaginava o nosso futuro junto e cheguei até a falar com ela investi pesado, mas o que eu não sabia era que pra minha surpresa outro alguém já fazia seus olhos brilharem, eles se apaixonaram, namoraram e pro meu espanto, ele casou-se com ela. Ele casou com o meu amor! Eu já era casado com  Natalia quando ela engravidou dele e logo em seguida casou-se, eu casei com a Natalia por influencia, interesse, não havia amor apesar dela ser linda, eu queria a Anna, eu precisava da Anna. A Cristine surtou quando ela engravidou e armou tudo sozinha, todo o atropelamento. Eu confesso que sabia, mas não ajudei! Na época eu não queria o mal dela, mas também não queria o bem, ela carregava um filho dele e isso ao meu ver era inaceitável. Quando eu soube que ela não havia morrido, que somente o bebê tinha partido para uma melhor tudo voltou a ter sentido novamente. Ela voltou a ser pura e eu voltei a deseja-la como antes, era simples eu continuava querendo-a.


Eu sei que parece capricho, pois eu poderia ter quem eu quisesse, e isso nem seria necessário já que eu tenho uma esposa linda, mas o que mais me irritava era o fato do Guilherme sempre ficar com tudo. Sempre ser o filho de ouro, o amigo perfeito e o homem que a mulher que eu amo amava, não, ele não podia ficar com tudo. Eu não queria ver a desgraça dele porque como já disse, eu gosto dele, mais também não queria ver a felicidade. Tudo seria meu, o dinheiro, o prestigio e o amor da Anna. Ele sempre foi desconfiado com todos, mais nunca percebeu quem realmente faria mal a ele.  Ele tem o mundo nas mãos e não aproveita, ele tem a perfeição dormindo ao lado dele todos os dias e a despreza, não confia, o que facilita muito mais a vida pra mim, se ele não quer eu quero e farei um bom trabalho com a sobra dele, ou devo dizer com o ouro que ele joga pela janela?


Eu já havia terminado os malditos papeis, mas esses dias de empregado e amigo estavam acabando. Eu não teria mais que ouvir ele dizendo o que eu devo e o que não devo fazer, não nasci pra ser comandado. Assim que terminei peguei as chaves do meu carro e sai, sem dar explicações nem nada e quando dei por mim, já estava no estacionamento encostado no carro da Anna, vendo-a se aproximar de mim distraída. E confesso que adoro a cara de medo dela toda vez que encontra comigo, dá prazer.


 


— Que saudade meu amor – abri um largo sorriso para ela.


— O que você tá fazendo aqui? – deu um passo pra trás.


— Vim te ver, por quê? Não gostou? – ela deu outro passo pra trás – não corre amor, não vou te fazer mal – me desencostei do carro e me aproximei dela.


— Se você der mais um passo eu vou gritar?


— Há é? – ela assentiu – então grita amor, grita alto, chama e pede socorro, isso é musica pros meus ouvidos – falei sorrindo.


— Me deixa em paz – suplicou – eu amo o Guilherme, já cansei de te explicar isso.


— Não, você me ama! É a mim que você ama – ela se esquivou mais pra trás – para de correr de mim caramba – falei irritado.


— Isso é doença, você precisa se tratar. Eu não te amo, eu não te quero, nunca quis e nunca vou querer.


— É claro que quer – me aproximei tanto a ponto de segura-la pelos braços – e isso que você chama de doença, eu prefiro chamar de amor – sorri e a puxei pra mim – sabe que não gostei quando você cortou e alisou os cabelos? Preferia você como antes.


—  Me solta – pediu brava.


— Mas apesar de tudo você continua linda, desgraçadamente linda! – Soltei um de seus braços e segurei em sua nuca trazendo seu rosto pra mim – Você me faz cometer loucuras menina. – falei roçando os lábios em sua bochecha.


— Eu vou gritar – Ela avisou – socorro – gritou – socorro, alguém por favor socorro – puxei seu cabelo com a mão que estava em sua nuca.


— Cala essa boca.


— Você disse que não ia me fazer mal.


— E nem quero, mais você está me obrigando – falei irritado.


— O que é que você está fazendo aqui?


— Vim te ver, já disse. Ou você acha que eu sou igual ao Guilherme e não aprovo o seu emprego? – ela me olhou assustada.


— Emprego? Que emprego? Não eu vim aqui porque uma amiga minha...


— Desiste Anna – a interrompi – eu já sei de tudo.


— Não conta pro Guilherme – pediu – pelo amor de Deus não fala nada pra ele.


— Xiiiiiiii isso eu já não posso prometer amor. – ri – quer dizer, se você me der um beijo, ele nunca vai saber de nada.


— Eu nunca vou beijar você.


— Então eu vou contar.


— Você é um desgraçado, asqueroso, nojento, invejoso e falso.


— Cala essa boca – gritei – cala essa boca se você não quer receber um tapa no meio dela.


— E ainda abre a boca pra dizer que me ama.


— Mas eu amo, só não suporto que me desobedeça.


— Eu não sou nada sua pra ter que te obedecer – ela arrancou o braço com força e se soltou – me esquece, sai da minha vida, eu não te suporto, não te quero, tenho nojo de você – falou brava


— Então é assim? Você prefere que o Guilherme saiba de tudo?


— Eu prefiro morrer a ter que encostar em você.


— Cuidado com os pedidos meu amor, alguns podem virar realidade.


— Não tenho medo de você Marcos, você não passa de um invejoso de quinta.


— E você de uma vadia que engravidou pra se Ca... – ela virou a mão na minha cara com força e doeu, doeu muito. Abaixei a cabeça por causa da pancada e ela me olhou assustada – você não devia ter feito isso.


— Não faz anda comigo, por favor não... – eu me aproximei dela pronto pra agredi-la quando...


— Tá acontecendo alguma coisa aqui? – ela olhou pra trás assustada. E era um homem.


— Graças a Deus – Disse aliviada.


— Está tudo bem? – perguntou a ela que assentiu meio desesperada – tem certeza? – perguntou desconfiado.


— Tenho... é tenho sim. Só estávamos conversando.


— Não foi o que pareceu – falou agora olhando pra mim.


— O que foi? Estávamos conversando ela já não disse?


— É.. acho que já to de saída. – A Anna disse.


— Eu quero falar com você – disse  segurando-lhe o braço.


—  Eu não tenho nada para conversar com  você – puxou o braço com força e saiu de perto de mim entrando no carro.


— E você? – perguntei ao homem que me encarava – tá fazendo o que ai que ainda não foi embora? – perguntei bravo.


— Estou esperando a moça sair. Por quê? Você quer tentar fazer com que eu saia daqui? – perguntou provocativo.


— Não vou descer até teu nível. – falei enojado.


— Boa escolha – sorriu e a Anna saiu disparada com o carro e eu fui logo atrás para o meu. Quem aquele cara acha que é pra atrapalhar algo? E quem ela acha que é pra me bater? E não, isso não ia sair barato.


 


Cheguei em casa quando o sol já estava se pondo, a Natalia estava sentada no sofá da sala vendo revistas.


 


— Porque chegou cedo? – perguntou interessada quando passei reto por ela.


— Isso não é da sua conta – falei parando ao pé da escada.


— Pelo visto o Guilherme anda muito generoso com você – Falou distraída voltando a olhar suas revistas.


— Do que te importa?


— De nada – deu de ombros - mas não pense que se ficar desempregado eu vou deixar você se aproveitar do meu dinheiro. Não é porque você destruiu a fortuna do teu pai, que vou te deixar usufruir a minha.


— Se não está satisfeita querida, vá embora – falei irônico.


— Negativo – riu – a casa também é minha, ou esqueceu que foi o meu pai que deu?


— Por quê? Quer que eu saia?


— Não Marcos, eu não quero que você saia daqui.


— E o que você quer?


— Meu marido.


— De novo com isso?


— Eu sou sua esposa caramba, é muito querer que você aja como o meu marido?


— Natalia eu tive um dia cheio, não estou a fim de discutir as suas fases de carência, por favor! – falei impaciente e subi as escadas.


 


Que ela era linda, eu não poderia negar e sim, séria completamente apaixonado por ela se eu não desejasse a Anna, se eu não a quisesse mais do que qualquer coisas no mundo.  Sei que algumas pessoas vão chamar de obsessão, de doença, mas eu prefiro chamar de amor.


Entrei no quarto e tomei um banho caprichado e quando sai já era noite, ventava então coloquei uma calça jeans, uma camisa polo branca e um sapato. Passei pela sala e nada da Natália, mas antes de chegar na porta eu ouvi a voz da mesma me chamando.


 


— Que foi? – perguntei impaciente.


— Vai sair de novo?


— A casa não é sua? – perguntei irônico ainda de costas.


— Não foi isso que eu quis dizer, mas se entendeu assim. – deu de ombros e eu me virei-  Volta ainda hoje?


— Você sabe que não.


— Então peça a sua piranha que pelo menos dessa vez, não deixe marcas pelo seu corpo. Isso torna você vulgar muito mais do que ela.


— Ela não o fará, prometo.


— Se é pra vivermos uma farsa, que pelo menos você a faça bem. Não quero acabar com a minha reputação.


— Jamais querida – pisquei – volto antes da hora de ir trabalhar.


— Com tanto que não me acorde, pode voltar no horário da janta.


— Se você prefere assim – sorri e abri a porta saindo em seguida.


 


Cheguei no apartamento da Cristine por volta das sete da noite, a porta estava aberta como sempre a casa estava todo escura somente o quarto estava iluminado pois era ele que dava luz a sala e um pedaço da cozinha, me aproximei d aporta do quarto e adentrei devagar, deparando-me com ela deitada na cama, já nua com um sorriso safado na cara.


 


— Demorou – Fez bico.


— Vim o mais rápido que pude – falei sorrindo


—  Então vem pra mim, e rápido, muito rápido. – falou passeando a mão port do o seu corpo.


— Cachorra.


— Você ainda não viu nada – riu e eu tirei a camisa, me jogando na cama. 


E quer saber, não era amor. Ambos tínhamos os mesmos desejos e compartilhávamos isso, não fazia mal a ninguém.


 


Fim de narração.


 


 


Anna Lizarga Narrando:


 


Depois de sair disparada do hospital eu tomei a decisão quer seria hoje, hoje eu contaria ao Guilherme que trabalho, contaria a ele do Marcos e de todo o resto, estava sufocada, eu precisava contar pra poder me sentir livre, protegida, pra poder tê-lo de volta! Mais tudo dependeria da reação dele, somente disso.


Estava na sala distraída com um livro quando ele chegou puxando assunto, parecia outra pessoa. E no principio fiquei com receio de contar tudo de cara, séria como a Isabel me orientou, jogaria um verde pra ver a reação dele, e assim, depois contaria tudo, explicaria e nos acertaríamos, sem mentiras e segredos, somente a gente. Mas o que a Isabel não sabia, era que ele é muito mais machista do que ela pensava, do que eu pensava. Disse com todas as letras que se arrependia todas as vezes que vinha conversar comigo e mais uma vez eu perdi a coragem, não só de falar do meu estagio e sim, de todo o resto, do medo que sentia e da segurança que ele a algum tempo, já não me passava.


Saiu da sala bufando, não sei se com raiva ou entediado, eu realmente não o conhecia mais. Fiquei na sala da mesma maneira como ele havia me deixado, dessa vez eu não chorei, tava preocupada demais pensando na possibilidade do Marcos aparecer novamente, do que eu iria falar, o que eu iria fazer. E se ele tentasse me agarrar?  Ou pior, e se ele tentasse me forçar a algo? Se pelo menos o Marcelo estivesse aqui, eu poderia contar com ele, se pelo menos o Guilherme confiasse em mim...


 


[...]


 


A noite na hora de dormir foi como sempre, um virado pra cada lado. O quarto era aquecido, não fazia frio mas ainda sim eu sentia, não era frio físico, era por dentro era entre a gente. Na manhã seguinte quando acordei ele já não estava na cama, no quarto e nem em casa, não estava em canto nenhum.  Me levantei tomei um banho e vesti uma calça jeans com uma camisa branca social, calcei uma sapatilha vermelha, prendi o cabelo em um coque mal feito, olhei o relógio e já estava atrasada, talvez por isso eu não tenha visto o Guilherme. No caminho havia um carro me seguindo tentei desviar dele e a principio até me apavorei pensando ser o Marcos, mais o carro virou uma esquina antes do hospital então fiquei mais tranquila e segui meu caminho. Quando cheguei ao hospital cumprimentei todos como de costume e fui até a sala da enfermeira chefe, eu sempre ia lá para vê-la, já era costume.  A porta da sala dela estava aberta e ela estava com gente, então bati três vezes na porta e ela me olhou, surpresa.


 


— Anna?


— Eu – sorri e adentrei a sala – e então o que temos pra hoje? – perguntei animada quando a moça que estava com ela se virou e me olhou, eu nunca havia visto mais pela cara da Celina ela era bem querida. Não era nova mas também não era velha, tinha olhos cansados e um cabelo cumprido, e era bonita, bem bonita.


— Anna quero te apresentar a Claudia. – se referiu a moça.


— Claudia? – perguntei confusa


— A enfermeira que você está substituindo – a olhei surpresa – ela voltava somente daqui a uns dias mais conseguiu retornar mais cedo – apertou os lábios.


— Muito prazer Anna.


— O prazer é meu – sorri.


— Acho que devo te agradecer, né? – a Claudia perguntou.


— Me agradecer?


— É, por ter cuidado tão bem do meu lugar. – Sorri.


— Imagina, foi um prazer!


— Então Anna, como sabe a Claudia volta a trabalhar aqui e você... – a Celina me lembrou.


— É eu sei – a interrompi – foi temporário desde o principio, eu já sabia.


— Quero que saiba que foi ótimo ter você aqui durante esses meses. – A Celina disse.


— Que isso, o prazer foi todo meu. Há muito tempo eu não me sentia tão bem. – sorri – há vou chorar.


— Vamos sentir sua falta – ela veio até mim me dando um abraço – saiba que mesmo sendo inexperiente você se saiu muito bem. – desfez o abraço.


— Eu que agradeço!


— Pode ter certeza que assim que eu tiver uma vaga não vou pensar duas vezes para indicar você.


— Agradeço por isso também.


— E não esqueça de agradecer o Marcelo por ter mandado um anjo desses pro meu lugar – a Claudia disse e riu – pelo visto você fez sucesso aqui.


— Fiz o que pude.


— Ou seja – riu – deixou as crianças, médicos e idosos todos bobos com a doçura e com a beleza. – ri


— Não é pra tanto. Mas fico feliz que tenha deixado uma boa impressão.


— Boa impressão e boas lembranças, pode ter certeza. – A Celina comentou sorridente.


— Bom, acho que devo me despedir, né?


— E prometer voltar sempre, iremos sentir saudades.


— Não tenho nem palavras pra dizer o quanto – a abracei novamente e era verdade, eu iria morrer de saudades. Abracei a Claudia que era uma linda – Seja bem vinda de volta.


— Obrigada mais um vez. – ela disse.


— Não foi nada – sorri.


 


Eu conversei com elas durante algum tempo, mas depois fui embora, me despedi de todos, os médicos, as outras enfermeiras e todas as outras pessoas que fizeram parte dos meus dias durante o tempo que fiquei ali. Enrolei mais um pouco e finalmente fui embora. Agora sem rumo, tudo voltaria a ser igual antes e o meu antes não era um dos melhores. Estava distraída nos meus pensamentos quando fui surpreendida por um multidão de pessoas, duas ambulâncias e um carro de policia na rua ao lado da do hospital, acho que havia sido atropelamento, e quando o carro passou perto eu olhei pro lado, talvez por medo de ver algo ou por não ter boas lembranças afinal, um dia fui eu ali e sinceramente, esse não era um momento pra lembrar de mais dor, as que eu tinha já me bastavam.


 


Fim de narração.


 


Guilherme Lizarga Narrando:


 


— Atropelado? Como assim atropelado? – perguntei nervoso ao telefone olhando a cara do Richard que estava sentado em uma cadeira a minha frente na minha sala.


— Sinto muito senhor, mais acidentes acontecem.


— Não com uma pessoa especializada em seguir outras, como assim?


— Senhor eu... – desliguei irritado.


 


— Aconteceu algo? – O Richard perguntou confuso.


— Aquele seu detetive inútil, foi atropelado – falei irritado.


— Como assim atropelado? – perguntou preocupado se desencostando da cadeira.


— Como é que alguém é atropelado Richard? Tem certeza que quer que te explique como isso acontece?


— Ei calma, não fui eu quem o atropelei.


— Eu não deveria ter embarcado nessa ideia ridícula de seguir a Anna. – bufei – e você?


— Eu o que?


— Porque não me impediu? Porque me deixou ser tão babaca assim?


— Ué você pediu pra que eu te arrumasse um detetive e foi o que eu fiz.


— Você não acha coincidência demais ele ser atropelado justamente quando vai seguir a Anna? – ele riu


— O que? Cê tá pensando que a Anna o atropelou? – gargalhou – que maluquice.


— E agora?


— Agora o que?


— Como eu vou saber se a Anna me trai ou não?


— Guilherme para de loucura cara, chega a ser engraçado imaginar a Anna fazendo qualquer coisa errada.


— É, deve ser engraçado imaginar ela enfeitando a minha testa. – falei irritado.


— Eu ainda continuou achando que essas suas desconfianças não passam de saudade reprimida. – falou sério e eu escorei a cabeça nos braços, irritado, nervoso e com saudade.


— Eu não sei o que fazer – confessei – tá tudo uma droga. Minha mãe surta todos os dias, a Isabel não tem parada, não tem limites, a empresa anda sofrendo desfalques e a minha esposa dorme do lado ao contrario da cama, não nos falamos e quando falamos é pra brigar, ela sempre sai chorado.


— Viu? Não doeu. – respirei fundo – não dói dividir os problemas.


— Diz isso porque vê tudo de longe.


— Claro, você afasta todo mundo. – falou irritado – cara, você tem que deixar as coisas acontecerem, tem que parar de tentar cuidar de todo mundo e esquecer o principal, você a sua esposa, a família que estão construindo.


— Como? Não posso virar as costas pra tudo, não posso simplesmente abandonar a empresa, a minha mãe a Isabel, não é só porque estou tentando construir uma família que vou abandonar a que já tenho.


— E você não está deixando a Anna de lado enquanto cuida da sua “família”?


— Eu não a deixo de lado Richard, só acho que ela deveria entender e ficar do meu lado. É pra isso que as esposas servem não é? Pra apoiar o marido em qualquer situação.


— Você vai perdê-la – lamentou – e vai ser triste quando isso acontecer. Porque se as coisas já estão assim com ela, imagina quando você não a tiver.


— É mesmo? E como tem tanta certeza disso? – perguntei provocativo.


— Eu já perdi um alguém tão especial quanto a Anna é pra você, e acredite, muita coisa perdeu a graça depois dela. – ele falava da Isabel, era obvio.


— Não confunda os seus erros com os meus. Se você perdeu foi porque mereceu Richard. Isabel não nasceu pra ser traída e você sabe, jamais permitiria que continuasse com ela depois de tudo. – falei sério e ele suspirou.


— Já conversamos sobre isso, e o assunto já não vem mais ao caso. Só estava te alertando, tudo parece péssimo mais pra piorar não falta muito.


— Piorar? Você acha mesmo eu tem como piorar? – perguntei incrédulo – eu enterrei duas partes de mim em menos de três anos Richard, assumi uma família, uma empresa, um casamento.


— Ninguém te obrigou a fazer nada.


— Esse é o problema, não tinha que ser forçado, é minha obrigação.


— Para cara – falou irritado – me diz dentre essas três coisas qual foi a única que você realmente quis fazer?


— A resposta é obvia.


— Então não acaba com a única coisa que você fez por você. Desde menino eu te ouço falar sobre seus planos ao lado dela, sobre a vida que iriam levar. O que aconteceu, desencantou? O amor acabou?


— Claro que não – falei sério – continua igual, como se fosse ontem que eu tivesse a visto pela primeira vez na cozinha de casa, distraída, uma menina.


— A sua menina – respirei fundo e ele sorriu – e os desfalques? – mudou o rumo da conversa do nada.


— O mesmo de sempre, sem pistas, sem falhas. Golpe de mestre. – falei irônico.


— Não desconfia de ninguém?


— De todos! – suspirei – porque, desconfia de alguém?


— Nunca pensou na possibilidade de ser um alguém próximo, talvez um amigo?


— Não imaginaria uma traição vinda de algum dos meus amigos.


— Hipocrisia da sua parte pensar que todos vão ter lealdade a você sempre Guilherme.


— Hipocrisia seria imaginar você, o Afonso ou o Marcos me passando a perna.


— Tá ai o erro, vê defeitos aonde não tem e finge não enxergar o que está debaixo das suas vistas.


— É mesmo? – perguntei irônico – se você vê tantos erros assim então me diz, de quem desconfia?


— Você nunca parou pra pensar que talvez a pessoa que esteja fazendo isso seja alguém próximo, alguém que saiba das finanças, alguém que mexa com algo desse tipo.


— o Marcos não faria isso.


— Eu já não tenho tanta certeza. – bufei irritado – você vai ir ver o cara?


— O detetive?


— O Próprio, sei lá ele foi atropelado trabalhando pra você.


— E você quer que eu faça o que? Dê assistência a ele por ter falhado?


— Se quiser eu posso ir até lá, ver o estado dele.


—  Faça isso, dê toda a assistência que a família precisar e veja quando ele vai se recuperar.


— Ainda pretende saber se ele descobriu algo?


— tanto faz, acho que a certeza já não vai fazer mais diferencia – dei de ombros.


— Se prefere assim – se levantou – até mais tarde.


— Ate – sorri e ele saiu


 


A parte ruim de ser amigo do Richard eram as verdades, algumas não me faziam bem, mas ele insistia em jogar na minha cara, sempre. Foi assim desde de quando éramos crianças e o pior era saber que ele tinha razão, a Anna foi a única coisa que eu quis de verdade, a única coisa que não foi me dado, que tive que lutar pra conseguir é o meu maior troféu. E todos ao meu redor sabiam, todos percebiam que a melhor parte de mim era ela, não podia negar.


 


1 semana depois.


 


O tempo passa, algumas coisas melhoram enquanto outras simplesmente se vão.


Minha vida não melhorou em nada, muito pelo contrario eu achava que estava no limite mas as desconfianças só pioram e as certezas me vão a cada dia. O tal detetive está em coma, ou seja, agora está mais do que impossível saber pra onde minha esposa ia, com quem ia, esposa a qual agora deu pra ficar em casa, simplesmente não sai, depois do dia do acidente com o detetive ela mudou, e as minhas desconfianças só pioraram. Se passava pela minha cabeça a possibilidade dela sair somente pra esfriar a cabeça e ser realmente uma grande coincidência ela mudar os hábitos logo depois do acidente, mas eu não podia descartar a possibilidade de ter  sido ela quem atropelou o detetive, eu sei que parece patético e talvez seja, mais eu já não sei quem ela é, não sei quem somos.


E o problema da Anna agora, me parece o menor de todos devido a Isabel agir feito criança, minha mãe feito minha dona e todos me achando egoísta, frio e calculista, como se eu também não sofresse, como se tivesse que ser de ferro pra aguentar tudo.


 


 Hoje é quinta feira, são exatamente 2:13 da tarde estava analisando a alguns papeis de fornecedores quando abriram a porta da minha sala, por impulso olhei rapidamente e mesmo estando longe pude sentir o perfume dela invadir a minha sala.


 


—  O que faz aqui? – perguntei grosso.


—  Boa tarde pra você também, querido – riu e se aproximou.


—  Não estou com paciência para as suas brincadeiras Cristine.


—  Não vim brincar – se curvou em minha mesa – estou com saudades.


—  Pois vai morrer dela – falei sério voltando minha atenção aos meus papeis.


—  Lembra quando namorávamos? – perguntou sentando-se na cadeira de frente a minha mesa – Eu sei que você lembra! – riu – Já te contei que sempre tive uma vontade louca de fazer amor assim, em cima da sua mesa.


—  Eu sou casado Cristine – falei sério e ela gargalhou.


—  É isso que te impede? Pensei que ia dizer que não queria, e não que era casado.


—  É por isso? – larguei os papeis e olhei pra ela – eu não quero, sou casado e estou feliz assim.


—  Mesmo? – perguntou irônica – não foi isso que ouvi falar.


—  Não te devo satisfações da minha vida.


—  Ah, qualé Guilherme? Todos sabem que seu casamento não anda muito bem das pernas, e se a sua esposa pode ter amantes, eu pensei que você tam...


—  Cala essa boca – falei irritado – você não sabe o que fala, não te devo satisfações da minha vida.


—  Eu adoraria que um dia desses, por um acaso, você fosse até o meu apartamento, fazer-me uma visita. – falou provocativa abrindo os botões do vestido branco e justo que usava, e apesar dela ser um demônio, não poderia negar que era linda. Passei meus olhos rapidamente pelo seu decote e ela deu uma risada diria que maliciosa.


—  Eu e você presos em um apartamento – ri irônico – resultaria em morte ou suicídio, acredite! – falei sério.


—  Ou talvez em prazer, saudade, excitação – riu e se levantou sentando-se na mesa passando para o lado aonde eu estava– eu sei que você quer tanto quanto – alisou as coxas e eu fingi não a notar, por mais difícil que fosse eu tentaria – sabe, sua mãe me disse que já faz alguns dias – ela riu – eu disse dias? Não, não, semanas ou talvez meses que está brigado com aquela coisa que escolheu pra me usurpar – ri


—  A Anna não usurpou nada seu.


—  Você era meu. – A Cristine abriu as pernas colocando cada uma de um lado do meu corpo, eu queria me afastar, mas eu não conseguia, ela abriu o vestido todo de uma vez só, deixando seus seios apenas coberto pelo sutiã, eu analisei cada parte do seu corpo. Ela estava certa, faz bastante tempo que não faço nada com a Anna. – pode tocar, eu deixo. – Ela pegou minha mão e alisou sua perna, eu não podia me deixar levar por ela, mas a carne é fraca, e eu não conseguiria resistir por muito tempo –  sabe amor. –ela falou com a voz manhosa- Eu sonho todas as noites, suas mãos acariciando meu corpo. – Ela passou minha mão pela sua barriga até chegar em seus seios, involuntariamente eu mordi meus lábios. Então, ela desceu da mesa e sentou-se no meu colo, a senti dar leves reboladas e foi inevitável meu membros não ganhar vida.


—  Você pode me ter amor. Basta você querer...


—  Eu não posso fazer isso com a Anna.


—  Esquece ela, garanto que posso te satisfazer melhor que aquela sonsa.


Ela passou os lábios molhados em meu pescoço, e eu segurei em seus cabelos puxando sua cabeça pra trás.


—  Você tem inveja da Anna, porque foi ela quem eu escolhi pra ser minha mulher.


—  Mas vai ser eu quem você vai ter. –ela puxou meu cabelo e beijou meu pescoço- Confessa amor, confessa que não ta conseguindo resistir a mim. –ela rebolou com mais vontade enquanto puxava meus cabelos.


—  Você é uma vagabunda. –esbravejei, fechando os olhos. Estava impossível controlar-


—  Hoje, você vai ser meu. – Ela puxou meu lábio, e eu levantei da cadeira com ela, empurrei tudo que estava em minha mesa pro chão e coloquei-a sentada ali, ela entrelaçou suas pernas em minha cintura –  isso. –ela murmurou-


—  É sexo que tu quer? Eu vou te dar. – Puxei-a mais pra mim e comecei a beijar seu corpo, ela segurava em meus cabelos e soltava alguns gemidos abafados, eu não a queria, mais necessitava daquilo. Quando comecei  abrir minha blusa, ela apertou meu membro, soltei um suspiro longo e senti ela me empurrar, cai sentado na cadeira.


—  Te espero na minha casa, hoje você passa a noite comigo. – Ela me deu um selinho rápido e saiu rebolando em direção à porta, abriu e fechou a mesma logo em seguida.


 


Levei as mãos até a cabeça e joguei a mesma pra trás crente da besteira que quase cometi, e esse nem era um dos meus maiores problemas no momento.  Levantei e fui até o banheiro que ficava em minha sala, abri a torneira e passei um pouco de água na nuca, e escorei as mãos na pia pra ver se aquilo realmente havia acontecido e aonde eu estava com a cabeça, porque eu faria isso? Tentei levar meus pensamentos pra qualquer lugar que não fosse a Cristine ou o corpo dela e finalmente consegui me acalmar.


 


[...]


 


Cheguei em casa cedo e aparentemente não tinha ninguém, minha cabeça estava rodando a Cristine tinha conseguido me envenenar, mais ela tinha razão, eu não me lembro a ultima vez que a Anna me beijou, não me lembro da ultima vez que fizemos amor, éramos como estranhos, estranhos que dormiam na mesma cama. Mas nunca, ela nunca havia me negado um beijo, ela foge dos meus abraços, foge de mim quando a procuro e por mais doloroso que fosse admitir, a Cristine estava certa, ela não me desejava mais ou talvez desejasse outro e isso era atormentador.


Entrei no quarto e escutei barulho de água, provavelmente ela estava no banho então me sentei à cama. Ela saiu enrolada em uma toalha branca, com os cabelos presos em um coque mal feito, as pernas a mostra nem se dava conta do tamanho da sua beleza.  Ela estava distraída, se que se deu conta da minha presença, o que me fez querê-la ainda mais, esse jeito doce e inocente da Anna leva qualquer um a loucura, o que era bem o meu caso no momento.


 


—  Oi – falei levantando-me da cama me direcionando até ela, que me olhou surpresa mais logo em seguida tentou se cobrir com as mãos.


—  Tá fazendo o que aqui? – perguntou numa mistura de surpresa e medo.


—  ri irônico –  Minha casa, meu quarto, não sei porque a surpresa.


—  Só achei estranho, ainda é cedo, você não costuma chegar esse horário.


—  Desde quando tenho horário pra chegar em casa?– sorri me aproximando mais e ela se calou. – porque se cobriu?


—  Hã? – arquei uma sobrancelha – pelo susto, por isso.


—  Se assustou com o seu marido?


—  Claro que não. – sorriu e eu parei em sua frente.


—  Alguém já te disse que tem olhos lindos?


—  Você – sorriu – inúmeras vezes. – lhe acariciei o rosto e ela fechou o olhos ao sentir meu toque. – acho que vou me vestir – abriu os olhos e eu a segurei trazendo-a a pra mim.


—  Não Anna eu... – suspirei bem próximo a ela.


—  Você?


—  Eu tenho saudade de você. –disse passando o nariz em seu pescoço.


—  Gui... –ela sussurrou arrepiando-se.


—  Eu quero você Anna, quero você agora. –disse empurrando-a pra trás até que suas costas bateram na parede.


— Ai . –ela disse, mas eu não liguei e continuei a beijar seu pescoço. Eu estava com saudade dela, muita saudade da minha mulher. Deslizei minhas mãos pelo seu corpo e arranquei a toalha do mesmo. Ela não rejeitou muito pelo contrario, subi os beijos do pescoço para seu queixo e a olhei nos olhos antes de finalmente beija-la.


 


Fim de Narração.


 


Anna Lizarga Narrando:


 


Eu estava morrendo de saudade do beijo dele, do toque dele, então quando me beijou deixe que rolasse. Ele segurou em minha cintura sem parar o beijo e me colocou em um móvel ao lado fazendo tudo que estava em cima do mesmo ir para o chão, eu que já estava nua abri minhas pernas fazendo com que ele se aconchegasse no meio delas, ele desceu os beijo novamente pro meu pescoço e agora me apertava com força, os beijos no pescoço já não estavam tão gostosos, ele e apertava com força e subiu uma mão a colocando nos meus cabelos puxando-os e nem prazer eu estava sentindo mais, ele me apertava com força, tanto que podia sentir o sangue voltar a percorrer toda vez que ele me soltava, puxava meu cabelo com força enquanto beijava meu pescoço com raiva, não parecia o mesmo homem que havia chegado no quarto dizendo que estava com saudade, era outra pessoa, era um monstro.


 


—  Gui... para – pedi em um suspiro abafado e ele continuou agora descendo a mão que estava em meu cabelo para minha cintura apertando-a, puxando-me pra ele. – Guilherme você está me machucando – pedi chorosa e ele não me respondeu – Guilherme para, assim não – pedi novamente e o empurrei, inútil – me solta – ele subiu os beijos do meu pescoço pra minha boca novamente, segurando o meu rosto movendo os lábios em um beijo que eu não correspondi – Guilherme para, assim não – gritei e o empurrei com força e agora ele me soltou, me cobri com as mãos envergonhada enquanto ele me encarava bravo – o que foi que deu em você? – ele estava ofegante e parecia tão assustado quanto eu.


—  Eu quero você Anna – disse firme mais ainda sim ofegante e se aproximou mais o empurrei.


—  Mas eu não, não quero você assim – falei assustada – não a força.


—  Então quer dizer que eu forço você a fazer amor comigo?


—  Eu não disse isso.


—  Mas foi isso que eu entendi – disse furioso – você deveria me agradecer Anna, me agradecer por não te forçar, por não exigir meus direitos de marido, ou você acha o que? Que qualquer outro faria o que eu fiz por você? Largaria a vida que eu tinha pra...


—  Se casar comigo? – o interrompi – foi isso? É isso que tá doendo? Foi o casamento que te fez ficar assim?


—  E se fosse? – perguntou rápido – E se fosse o maldito casamento?


—  Não fala assim – pedi num sussurro quase chorando.


—  Para – gritou – não vem chorar e se fazer de vitima não, não vem agora querer me fazer de besta, porque essa suas lagrimas já não me comovem Anna. Pensa que eu não vejo que fingi? Ou melhor, pensa que sou idiota? Pensa que não sei que anda enfeitando a minha testa por ai?


—  Do que você está falando.


—  NÃO SE FAÇA DE SONSA – gritou – NÃO VEM QUERENDO MOSTRAR PRA MIM UMA PESSOA QUE VOCÊ NÃO É, EU TO CANSADO. TO CANSADO DAS TUAS CRISES, DOS TEUS CHOROS, DAS TUAS MAGOAS, DA TUA DOR, TO CANSADO DE VIVER ESSA FARÇA QUE VIVEMOS.


—  A minha dor não é fingimento e nem...


—  NÃO ME IMPORTA – Me assustei com o grito dele – não importa, já não importa – falou mais pra si levando as mãos na cabeça meio desesperado, atormentado.


—  Gui eu... – desisti de falar e desci do móvel aonde eu estava sentada e me cobri com a toalha novamente, enquanto ele permanecia de cabeça baixa com as mãos na mesma.


—  Porque Anna? – falou mais pra um sussurro – porque você fez isso, porque? – retirou as mãos da cabeça a virando para me olhar e me surpreendi, ele tinha os olhos vermelhos e se não o conhecesse diria que estava prestes a chorar – PORQUE VOCÊ FEZ ISSO COMIGO? – Falou agora voltando ao monstro de antes e vindo em minha direção – VOCÊ TRAIU A MINHA CONFIANÇA, EU PASSEI POR CIMA DE TUDO PRA CASAR COM VOCÊ, PRA TE TER AO MEU LADO E PRA QUE? PRA VOCÊ ME FAZER DE GATO E SAPATO E ME EXPOR AO RIDICULO NA FRENTE DE TODOS?


—  Eu já disse que não sei to que você está falando – falei agora alterada – E não vem achando que sou igual aquele tipo de mulher que você estava acostumado, mulher Fútil, vulgar. Eu não sou a Cristine Guilherme, não me compare com ela – ele riu irônico.


—  Quem é você pra falar da Cristine? Não tem moral, não tem caráter pra isso.


—  Não fala assim...


—  EU FALO ANNA, FALO E GRITO AOS QUATRO VENTOS, MENTIROSA, SINICA SE FAZ DE SANTA MAIS NO FUNDO É IGUALZINHA ELA, NÃO PASSA DE UMA VAGA... – fechei os olhos com força e só pude escutar o barulho da minha mão pegando em cheio no rosto dele, eu não queria mas foi preciso. Abri os olhos assustada e pude o ver passar as mãos no rosto, incrédulo.


—  Gui eu... me perdoa  - pedi chorando e ele negou ainda incrédulo – eu não ia fazer isso, perdão mas você me xingou você me comparou com ela... eu – suspirei – não foi por querer – Pedi em um sussurro.


—  Você não devia ter feito isso – falou fazendo sinal de negativo com a cabeça o que me desesperou, eu não queria machuca-lo, eu só queria..


—  Perdão – pedi entre soluços e ele apertou os lábios passando as mãos no rotos novamente, me olhou mais uma vez e  em seguida saiu do quarto batendo a porta com força,  me deixando aos prantos e assustada. Eu o chamei, mas foi inútil.


 


Fim de narração


 


 


A vida ás vezes nos leva pra caminhos diferentes, alguns são incertos e outros mais confusos ainda, mas a única certeza que temos nela é que todos eles nos levaram pra onde estamos hoje, e se não estamos bem à culpa não é dos caminhos, eles não se tomam sozinhos, a culpa é nossa por não sabermos fazer as escolhas e achar que sempre haverá alguém para tomar a dor no nosso lugar, porque o erro parece muito menor quando há outro alguém para repartir a culpa, porque somos egoístas a ponto de não saber enxergar o erro e se redimir, sempre esperamos o primeiro passo, passo ao qual nunca é dado por nossos pés. Porque como a culpa... ás vezes é mais fácil perdoar do que ter a capacidade de pedir para ser perdoado.


 


— Pensei que não viesse mais – falou num sorriso provocante, o puxando pra dentro do apartamento. 



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Autor(a): Writer Sophi

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • annakarolliny Postado em 22/04/2016 - 13:26:22

    Volta a postar

  • annakarolliny Postado em 22/04/2016 - 13:26:03

  • annakarolliny Postado em 22/04/2016 - 13:24:40

    Porque não postou mais ? É ótima ! Comecei minha leitura no orkut , só que você não postou mais lá e disse que iria postar aqui .. Desde então estou aguardando e até agora nada :(((

  • laisse_florencia_da_cruz Postado em 21/10/2014 - 14:22:17

    Web ótima...Mas pq não posta mais?? Abandonou???:/

  • samanta_shulz Postado em 09/09/2014 - 20:44:28

    uuuuuuuup


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