Fanfics Brasil - Capítulo 1 ∿ The Cake.

Fanfic:  ∿ The Cake. | Tema: Web Novela


Capítulo: Capítulo 1

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- Será que dá pra parar de mudar de canal?! – eu exclamei finalmente, fechando a revista na qual eu tentava inutilmente me concentrar.


Ele voltou os olhos castanhos em minha direção, me lançando um sorrisinho sarcástico antes de lentamente erguer o controle remoto outra vez e continuar mudando de canal.


 


Eu contei dez segundos de trás para frente, fechando os olhos e tentando conter meu surto de raiva. Nos últimos tempos esse truque andava se revelando bem útil ao me ajudar a controlar o impulso de assassinar Rafael com o facão da cozinha.


Ele ainda me encarava quando voltei a abrir os olhos, a provocação escrita em cada linha de sua expressão. Lancei a ele um olhar feio que o fez apenas alargar o sorriso antes de voltar a atenção para a TV a sua frente, se ajeitando no sofá e voltando a zapear os canais. Eu apertei com força o braço da poltrona na qual eu estava, desejando que o inocente material estofado fosse o pescoço de Rafael. Lá estava ele, largado no meu sofá, um braço apoiado atrás de sua cabeça, as pernas abertas e os jeans caindo perigosamente baixos em seu quadril. Ele era tão cheio de si, tão irritante, tão idiota, tão... Gostoso, sexy, deliciosamente cafajeste...


 


Oh, sim. Eu tenho uma queda gigante pelo imbecil filho da mulher do meu pai.


 


“Filho da mulher do meu pai”. Estranho, eu sei. Mas eu prefiro isso à “filho da minha madrasta”. Ou pior, “meio-irmão”. Argh! Rafael Sales não é nem nunca vai ser nada sequer perto de um irmão pra mim. Ele é só o cara que eu quero ver morto cinqüenta por cento do tempo.


 


E na minha cama nos outros cinqüenta.


 


Não, esse não é um caso de simples atração pela pessoa que você detesta. Porque se eu for totalmente sincera, terei que admitir que não odeio Rafael tanto assim. Na verdade, eu gosto dele. Mas odeio a necessidade que ele parece ter de tornar minha vida um inferno. Não só com as constantes implicâncias, armações e etc... Mesmo sem isso, ele complica minha vida simplesmente existindo. Existindo com seus olhos castanhos, voz sexy, corpo perfeito... Me fazendo desejar o único cara no mundo que eu não devia querer de jeito nenhum. Porque além de aparentemente me detestar, a criatura mora comigo, é parte da minha família há um ano. Na verdade, exatamente um ano, já que hoje é o primeiro aniversário de casamento dos nossos pais.


 


É por isso que eu estou aqui agora, na verdade. Servindo de babá do Rafael enquanto meu pai e a mãe dele passam o dia velejando. Rafael está proibido de sair de casa para qualquer lugar além da escola depois de ter sido flagrado pichando no lado de fora do prédio da diretoria algumas noites atrás. Tudo porque a diretora se recusou a deixar a banda dele tocar no baile de formatura.


 


Como nem meu pai nem minha madrasta são inocentes o suficiente para acreditar que Rafael simplesmente se comportaria, e como os dois só voltam mais tarde para sair e jantar conosco... Eu fiquei encarregada de ficar de olho na peste, já que meu pai simplesmente assumiu que eu não teria nada mais para fazer nesse final de semana. Bom, eu não tinha mesmo, mas isso não vinha ao caso. Ter um bom motivo para grudar meus olhos em Rafael por horas não melhorava em nada minha situação, além de que ficar sozinha em casa com ele era algo que sempre me deixava... Nervosa. Não acontecia muito, principalmente com nós dois sendo forçados a ficarmos tão próximos, mas quando acontecia, era algo que me deixava inquieta. Eu tinha medo que meus hormônios vencessem por saberem que não havia ninguém na casa para me tirar de cima de Rafael caso eu o atacasse.


 


Eu suspirei, irritada, voltando a abrir minha revista. Se quando eu conheci Rafael eu já soubesse quem ele era, talvez nada disso estivesse acontecendo. Talvez se eu soubesse que ele era o filho de Anne e a criatura mais irritante do planeta antes de vê-lo pela primeira vez, talvez eu estivesse mais preparada. Mas com a sorte que eu tenho, eu não sabia de nada disso. Então quando o vi encostado àquela árvore, usando o smoking que o deixava ainda mais sexy, não o classifiquei imediatamente como “meio-irmão”. Foi algo mais como “coisa mais perfeita que eu já havia visto”.


Fazia exatamente um ano. Como Rafael ainda morava na Inglaterra na época, eu só o conheci no dia do casamento. Meu pai conheceu a mãe dele em uma viagem para a Europa, e foi amor à primeira vista. Ambos eram viúvos, ambos ainda eram jovens e atraentes... Não demorou muito para Anne se mudar para Seattle, deixando o filho com os avós até o ano letivo acabar. Eu nunca havia tido curiosidade de pedir para ver uma foto de Rafael, e ninguém nunca pensou em me mostrar. Assim quando, ao seguir para o lago de forma a olhar os peixes, eu o vi a poucos metros de distância, tudo o que eu pude pensar era o quanto eu queria que aquele Deus grego reparasse em mim. Eu havia fugido da confusão que estava aquele rancho enquanto o casamento não começava, e lá estava ele, encostado em uma árvore, fumando e observando a paisagem. Eu devo ter olhado tanto para ele que em algum momento ele sentiu meu olhar, voltando àqueles olhos castanhos na minha direção pela primeira vez. Naquele momento eu soube que estava perdida. O olhar dele me sugava, me prendia, me fazia esquecer do resto do mundo, e todos os outros clichês nos quais você puder pensar. Naquele momento eu entendi da onde vinham aqueles clichês. 


Os lábios perfeitos de Rafael haviam se curvado em um meio sorriso e seus olhos deslizaram por meu corpo de cima a baixo. Eu me forcei a não abaixar o olhar como uma garotinha envergonhada, e o sorriso dele pareceu se alargar com isso. Quando Rafael jogou o cigarro no chão, o esmagou com o sapato e começou a vir na minha direção, porém, eu ouvi a voz de Letícia me chamando, e em seguida vi a criatura correndo em minha direção, os olhos avermelhados pelas lágrimas enquanto balbuciava coisas como “o Lucas está dando em cima de uma loira siliconada!”. Eu lancei um sorriso de desculpas ao garoto que parara de se aproximar e ele sorriu de volta, assentindo com a cabeça e se afastando.


Com a confusão pré-casamento, eu não tive outra oportunidade de tentar falar com ele. Os parentes do meu pai que eu não via desde criança cismavam em me parar para dizer como eu tinha os olhos do meu avô, a boca da minha tia, e outras idiotices. Apenas consegui trocar mais alguns olhares com Rafael, e já odiava Letícia por ter nos interrompido mais cedo quando a voz do meu pai declarou as palavras que serviriam para acabar com minhas esperanças:


 


- Querida, venha conhecer o Rafael.


 


Ele pareceu tão chocado quanto eu, mas disfarçou o desconforto e as apresentações foram feitas. Eu tentei esconder minha decepção durante o casamento e a posterior festa, mas havia sido difícil, principalmente por Rafael ter, por uma extrema infelicidade do destino, conhecido Lucas e se juntado ao idiota na caça a mulheres solteiras. 


No dia seguinte Rafael voltou para a Inglaterra, e eu só voltei a vê-lo quando ele se mudou de vez para minha casa. Os olhares sugestivos já eram passado, e só o que eu passei a obter dele eram provocações e ofensas, como se o interesse que ele demonstrara em mim de início houvesse dado lugar a puro ódio.


Nenhum de nós nunca mais mencionou o dia do casamento.



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Autor(a): laizaohai

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Eu respirei fundo, tentando novamente me concentrar na revista em meu colo. Já fazia um ano. Já era para eu ter superado minha quedinha ridícula. Em algumas horas meu pai e Anne voltariam para casa, e nós quatro iríamos jantar fora para comemorar o aniversário de nossa “família”. E eu teria que me sentar durante to ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • ceeh Postado em 10/07/2014 - 01:06:05

    Concordo.

  • biizcoita Postado em 09/07/2014 - 04:14:55

    Era disso q o site estava precisando, fanfics boas e originais. ;)


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