Fanfic: Fora da Lei - adaptada - TERMINADA

Quando ficou sozinho, Christopher pensou que era a segunda vez em dois dias que lhe diziam isso. Mas não era numa mulher que tinha que pensar naquele momento, e sim no ouro e num assassinato.
Pegou o diário de Fernando Saviñón e começou a ler.
Diferente de Dulce, não se importou com as primeiras páginas. Leu algumas do meio, onde Fernando havia escrito sobre seu trabalho na mina e suas esperanças de encontrar algo grande. Mencionava Dulce de vez em quando e seu arrependimento por ter que deixá-la na escola, assim como o orgulho que tinha com as suas cartas. Sempre manifestava o desejo de buscá-la.
Mas antes tinha que construir para ela uma casa de verdade, como a que tinha ela lhe descrito. Estava convencido que a mina iria permitir isso. Não tinha nunca perdido a esperança.
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“Cada vez que entro ali, eu sinto. Não é só esperança, é uma certeza. Sempre estou certo que será hoje. Ali tem ouro, ouro suficiente para dar a Dulce a vida de uma princesa, a vida que eu tanto desejei dar a sua mãe. Como se parecem as duas. O retrato que Dulce me enviou no Natal, poderia ser o retrato da minha querida Blanca. Ao olhá-la todas as noites antes de dormir, sofro pela menina que eu deixei e pela mulher que se tornou minha filha”.
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Era evidente que ele havia recebido o retrato. Christopher passou diretamente às ultimas páginas.

“Em todos os meus anos como mineiro, aprendi que o sucesso é tanto escorregadio quanto o sonho. Um homem pode ter um mapa e ferramentas, pode ser trabalhador ou vadio, mas há um fato que não se pode comprar nem aprender. A sorte. Sem ela, pode se cavar durante anos sem encontrar nunca a veia que busca. E isso é que aconteceu comigo.
Foi o destino que fez martelar o dedo com o martele? E quando me levantei cambaleante e com lágrimas de frustração e dor nos olhos, foi o destino que me fez cavar mais e mais o interior do túnel, movendo o pico como um louco?
E ali estava, debaixo dos meus dedos, então sangrando, brilhando contra a rocha escura. Corria como um rio estreito que se perdia na boca escura da mina, tornando grande e poderoso em seguida. Sei que não pode ser mas sem dúvida, brilhava como um ser vivo. Meu Deus! Até que enfim!
Não me envergonho de dizer que me sentei sobre o chão poeirento da mina, com a lamparina entre os joelhos e comecei a chorar”.
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Christopher ficou pensativo. Fernando havia encontrado. Já não era um sonho, nem um pressentimento, e sim um fato. Havia encontrado seu ouro e então morrido. Talvez nas páginas seguintes falasse do porque e do como.

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bjix da Naty