Fanfic: A Prometida(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

edlacamila: Bem vinda nessa fic tbm amiga 

franmarmentini: Você pode imaginar ela como vc desejar 

A pergunta saiu de sua boca sem que ela pensasse. Instintivamente sabia que fizera a coisa certa ao aceitar a batalha — pois era uma batalha, sem dúvida — contra seu avô.

Ele o notou, e os olhos escuros escureceram-se ainda mais.

— Não fale comigo nesse tom — lançou, jogando a cabeça para trás.

O queixo dela se ergueu em resposta.

— Eu viajei mais de mil milhas a seu pedido. Tenho o direito de saber por que — a voz dela estava firme, apesar de seu coração bater loucamente.

O riso dele era duro, escarnecedor.

— Você não tem direito a nada! Nada! Eu sei por que você veio! No momento em que captou um vislumbre de quanto dinheiro poderia gastar se viesse, mudou o tom! Por que você pensa que lhe mandei aquele cartão? Eu sabia que a fisgaria! — Inclinou-se para frente, os braços um dia poderosos repousando na superfície da mesa de mogno polido. — Mas entenda isso, e entenda bem! Você estará no primeiro avião para Londres a menos que faça exatamente, exatamente o que eu quero. Entendeu?

Seus olhos lançavam faíscas. Ela manteve o olhar dele, apesar do peso. "Então", pensou, "Tony tinha razão.

Ele realmente queria algo dela." Mas o quê? Precisava saber. Somente quando soubesse o que aquele homem queria dela é que poderia começar a barganhar pelo dinheiro que queria dele.

Cabeça fria, garota... Cabeça fria...

Ela ergueu uma sobrancelha.

— E o que é, exatamente, que o senhor quer que eu faça?

— Você descobrirá... quando eu quiser — ele ergueu a mão, silenciando-a. — Já estou cheio de você agora. Vá para o seu quarto e se prepare para o jantar. Teremos um convidado. Com sua educação, você obviamente não sabe como se comportar, e eu lhe digo que é melhor mudar de atitude! Neste país uma mulher sabe como se comportar — tome cuidado para não me envergonhar em minha própria casa! Agora vá!

Anahí se virou e saiu. A caminhada até a porta pareceu maior do que o fora na direção oposta. Seu coração voava.

Continuou acelerada por todo o caminho até seu quarto. Ela fechou a porta e encostou-se nela. Então, esse era seu avô! Esse era o homem cujo filho tivera um romance breve e tumultuado com sua mãe, que a expulsara de seu país, grávida e sem um tostão, e a deixara criar sua neta na pobreza, recusando-se a reconhecer sua existência. Ela não devia nada a esse homem. Nada! Nem dever, nem respeito — e com certeza, nem lealdade nem afeição.

O que ele quer de mim?

A pergunta voltava sempre, sem resposta, corroendo-a.

No final, para se acalmar, ela decidiu fazer uso do banheiro opulento.

Você caminha perfeitamente bem...

Ela ouviu a dura acusação soar em sua cabeça novamente e sua boca se contraiu.

Quando ela emergiu da banheira, entrando na suíte generosamente decorada, envolta em uma toalha enorme, viu uma criada à porta aberta de seu closet, pendurando algumas roupas. A moça voltou-se e hesitantemente informou Anahí de que estava ali para ajudá-la a se vestir.

— Eu não preciso de ajuda — disse ela, direta.

A moça pareceu arrasada, e Anahí se arrependeu do seu tom de voz.

— Por favor — disse, temporizando. — Não é necessário.

Ela passou pela enorme cama, coberta com uma colcha branca e dourada, e pelo closet do tamanho de um quarto. O que quer que Puente tivesse imaginado que ela comprara com seu cartão dourado, tudo o que vestiria para o jantar seria uma saia e blusa comuns. Mas subitamente ela estancou, atônita. Os cabides estavam cheios de roupas cobertas por plásticos.

— O quê...?

— Kyrios Puente ordenou que elas fossem compradas para a senhora, kyria. Foram entregues agora mesmo. Há acessórios e roupa de baixo também — disse a criada. — Que vestido gostaria de usar hoje?

— Nenhum — disse Anahí, duramente. Pegou o cabide com suas humildes blusa e saia.

A criada pareceu desesperada.

— Mas... Mas é um jantar formal, hoje à noite, kyria — 

afirmou. — Kyrios Coustakis ficaria muito zangado se a senhora não se vestisse adequadamente...

Andréa olhou para a criada. A expressão no rosto dela a fez estancar. Só havia uma palavra para ela: medo.

Ela cedeu. Desafiaria a raiva do avô, mas não deixaria que ele aterrorizasse seus empregados por causa dela.

— Está bem. Escolha algo para mim.

Ela se sentou na cama e a garota apareceu com duas roupas, colocando-as cuidadosamente ao pé da cama.

Ambas eram claramente muito caras, e apesar de ter preferido o vestido semi-longo de gola alta, ela escolheu o outro, um longo de festa.

Era verde-esmeralda, cortado no viés. Anahí se viu estendendo a mão para tocar as dobras sedosas.

Uns 20 minutos mais tarde, olhando-se no longo espelho da porta do closet, ela se espantou.

Sua aparência era fantástica! O vestido era um milagre da costura, as dobras macias contrastando com a cor vivida. Ela prendera o cabelo em um coque, com cachos caindo soltos em volta de pescoço e sobre seu rosto, e havia refeito sua maquiagem para combinar com o vestido.

Com um último olhar ao seu reflexo, ela virou-se para a porta onde o criado que veio chamá-la estava esperando. Mesmo fazendo parte da criadagem, Anahí podia notar a admiração nos olhos dele. Por um instante, em sua imaginação, não era o criado que estava ali, mas o homem que havia encontrado no terraço aquela tarde, olhando-a com aqueles penetrantes olhos cinzentos, fazendo seu estômago revirar...

Ela se encaminhou para a escadaria de mármore.

Era hora de entrar na batalha novamente.

Alfonso Herrera pisou no acelerador, mudou a marcha e ouviu o som poderoso do motor da Ferrari mudar de tom. Não estava de bom humor. Era a segunda vez naquele dia que fazia aquele trajeto a pedido de Yiorgos Puente. Esta não era uma boa noite para jantar com o homem. Planejara uma noite de lazer com Xanthe, cujo corpo mignon era uma alternativa agradável à magreza de Esme Vandersee — ela estava claramente ansiosa em tirar Esme da mente de Alfonso, e fazia de tudo para renovar o interesse dele. O que significava, pensou ele, que ela teria idéias muito interessantes para fazê-lo.

Bem, ele teria que esperar antes de se entregar aos charmes de Xanthe! Seu encontro naquela tarde, para discutir a transformação da Herrera Inc. nas Indústrias Puente, não poderia ser chamado de urgente. Mas com certeza o velho Puente se divertia em fazer Alfonso se despencar de Atenas para aquela mansão exagerada a todo momento em que estalasse os dedos.

Pensar na reunião da tarde lhe trouxe outra memória à mente — da amante de cabelos de fogo de Puente.

Alfonso apertou os lábios. A mulher não tinha a mínima vergonha do que fazia na casa do velho. Isso para não mencionar encará-lo e tentar jogar as suas teias para prendê-lo!

Bem, pensou Alfonso, se ela não estivesse maculada pela sua associação de mau gosto com um homem com idade para ser seu avô, suatentativa poderia ter sido recebida com mais calor.

Bem mais calor, de fato...

A imagem do cabelo ruivo esvoaçando em torno do rosto perfeito, o modo como seus seios se apertavam contra o tecido de sua blusa pairava em sua memória. Sua beleza era tão flamejante, tão atraente, que ele se sentira tentado a passar por cima do fato de que ela se enfeitara naquela tarde, não para ele, mas para o velho de 78 anos.

Ele afastou-a da sua memória. Não importava o quanto fosse bela, não lhe interessava. Nas próximas horas, até que a provação de um jantar entediante com Puente passasse, era melhor manter sua libido sob controle.

Pense em sua noiva, Alfonso!

Isso o acalmou. Já era tempo de o velho trazer a garota de onde a tivesse enfiado. Com certeza ela já saberia tudo sobre o casamento, e ela e a sua mãe estariam provavelmente cheias de planos para o acontecimento.

Provavelmente ela desejaria um casamento luxuoso. Bem, ele não se importava, e, já que o propósito de se casar era selar a aquisição das Indústrias Puente, quanto mais divulgação, melhor! Apesar de tudo, ele nada tinha contra a garota — que ela tivesse seu casamento extravagante, se quisesse. Quando fosse sua esposa seria ela quem deveria se adaptar ao que ele quisesse — era isso que as esposas gregas faziam. Ele seria generoso — considerando aposição dela — e, claro, não tinha a intenção de ser um mau marido, mas não pensava em mudar muito a sua vida por causa da herdeira Puente.

Que pena que ela seja com certeza tão feia...

O pensamento de ter uma esposa sexualmente desejável, dócil e submissa era atraente, agora que ele pensara nisso.

Dirigiu sua Ferrari pelo caminho a uma velocidade maior que o normal. Queria que a noite acabasse logo.