Fanfic: Snague Fresco - Caçadores da noite - Vondy | Tema: Vampiros, Dulce María, Christopher Uckermann, Alfonso Herrera, Anahí Portilla , Christian , Maite
Dulce María narrando:
O único som que capto na atmosfera é o de minhas solas das botas se chocando com violência no asfalto, fazendo um estrondo de machucar meus tímpanos. Passos atrás de passos, enquanto sinto meu coração se esmagar cheio de veemência contra minhas costelas, fazendo o som do mesmo ressoar em meus tímpanos tal qual o som se um enxame de abelhas. Um, dois, três... Conto o número de minhas expirações e inspirações. O ar saindo em grandes lufadas por meus lábios entreabertos.
As palmas de minhas mãos suam, deixando um rastro quente e salgado em minha pele. Meu cabelo insiste em grudar contra minha testa, os fios do mesmo tocando minhas faces enquanto o vento gélido e seco do meio de Dezembro abafa as ruas desertas. O silêncio junto da escuridão monótona obrigou á todos se esconderem por de trás do concreto e dos vidros escuros de seus imensos prédios que cercam o Central Park.
O farfalhar alto das folhas preenche o ambiente, enquanto o vento assobia de modo desafinado, levando um cheiro agridoce ao meu nariz. Este cheiro, o cheiro almiscarado e de toque apimentado que reconheço de qualquer lugar.
Sinto meus olhos se estreitarem, formando pequenas rugas ao redor dos mesmos. Meu maxilar se cerra juntamente de meus punhos de modo automático, enquanto sinto minhas cordas vocais vibrarem com força, enquanto um rosnado voraz escapa por meus lábios semi- abertos.
Giro o pescoço, procurando-o. Nada vejo apenas as mesmas coisas de sempre. Mas eles sabem se ocultar. São espertos demais para andarem por aí de modo desprotegido como se estivessem apenas dando um passeio ao ar livre. E isso é o mais frustrante de tudo: ocultação. Mas isso não me faz recuar, pelo contrário: motiva-me! É bom perseguir por aí, sentir a adrenalina pulsar por minhas veias enquanto enfio-me em locais distintos, a ansiedade que me faz arquejar, que me deixa desnorteada. Em um estado de torpor infinito.
Com um sorriso de deboche brincando nos cantos de meus lábios, balanço a cabeça, como se estivesse brincando de esconde-esconde com uma criança mimada. Com naturalidade de uma caçadora, toco minha estaca. Seu metal polido e frio desliza para minha mão, encaixando-se á mesma como se já soubesse seu trabalho. Giro o objeto prateado por entre meus dedos, brincando com o mesmo.
Recomeço a caminhada, mas desta vez, com mais lentidão quase dançando, movendo os quadris no ritmo que uma serpente desliza pelo chão prestes á dar um bote. Deixo meus ouvidos apurados, minha mente conectada á este local, como se eu fosse parte dele, como se eu fosse ele.
Não há como o ser me escapar, afinal, uma hora a brincadeira fica enjoativa, não é mesmo? E sabemos muito bem quem é o gato nessa relação.
- Apareça! – Cantarolo, cheia de ironia. – Vamos, venha aqui. Eu não vou te machucar muito!
O silêncio é a resposta. A única que obtenho por enquanto é claro! Bufo baixinho, rolando os olhos de modo dramático e paro, cruzando os braços. Estou desafiando a criatura. Lambo o lábio inferior com a ponta de minha língua avermelhada e aguardo pacientemente, enquanto os segundos se arrastam lentamente, pulsando como o sangue em minhas veias. O relógio movendo-se para frente. Tick-Tack.
Os minutos logo chegam e ainda estou aqui, parada como uma estátua de cera, uma escultura de carne e de ossos. Começo a achar que a criatura está brincando até demais!
- Vamos! Não tenho a noite inteira! – Resmungo para o vazio do parque. – Venha, vamos lutar um pouco! Não seja um covarde.
Sei que não é saudável brincar com o fogo, afinal, ele vai me queimar. Porém, minha vida sempre foi assim: colocando a mão no fogo, queimando e aprendendo. Após cem anos vivendo na uniformidade da luta, do sangue e das luas, acostumei-me com os erros. Mas isso não significa que me sinta feliz ao deslizar. E bem, estou prestes á desistir da criatura. Tenho mais ninhos por aí para revirar e estou ansiosa para derramar um pouco de sangue. Ver o vermelho brotar e manchar o chão. Sentir o cheiro entorpecente e amargo do líquido.
Que irônico! Sinto-me atraída e ao mesmo tempo tão enojada quando o assunto é sangue. Não sei se isso se deve a minha divisão natural. Pois é, divisão. Não estou nem lá e nem cá, apenas “em cima do muro” . Uma híbrida entre tantos outros. Uma garota que aos dezessete anos teve seu ciclo de crescimento totalmente interrompido e que teve de se adaptar á imortalidade, á sede de sangue e a fome humana.
Sou o fruto da luz e da escuridão, um amor obscuro entre uma mera mortal e um vampiro de alta potência social. Sabe-se Deus como meu pai se chama de onde ele provém e se ainda está vagando por aí. Nunca soube nada dele e nem quero, prefiro deste modo. Odeio á ele mais do que tudo, por causa deste homem de face misteriosa e uma mera sombra de meu DNA, minha mãe morreu. Quer dizer, por metade da culpa deste vampiro da aristocracia. Eu na verdade fui a responsável por sua partida. Matei-a quando ainda era uma bebe! Um feto que a rompeu de dentro para fora para sair de seu útero, rasgando-a com selvageria. É o que você leu: rasguei-a.
O nascimento de um híbrido é fatal, doloroso até demais. Os ossos vão se rompendo aos poucos como gravetos secos sendo partidos. Minha mãe sofreu durante três meses e meio até eu abrir os olhos para este mundo. Acabei quebrando algumas de suas costelas e sua espinha. Uma gravidez na qual drenei seu sangue, tornando-a fraca, anêmica, doente até por demais. Minha natureza imortal já surtia efeito naquela época.
E quando nasci, fui apenas achada, por assim dizer. Uma enfermeira do hospital no qual fui “ parida “ entregou-me á meu primeiro pai humano. Convivi com aquele homem durante doze anos, pois após este tempo, ele descobriu o que eu realmente era e preferiu me expulsar de casa. Afinal, quem vai querer uma criança que é considerada um “ meio- demônio “ ? E depois disto vaguei atordoada, vivendo nas sombras e passando fome e sede, quase achando a morte.
E não serei hipócrita dizendo que adorei quando Carlisle me achou. Quando este vampiro de natureza dócil e olhos firmes e palavras filosóficas retirou-me das ruas depois de cinco anos longos e difíceis como uma peregrina.
Eu simplesmente odiei sua auto-piedade, preferia que ele tivesse me matado de vez, rasgado minha garganta e me deixado sangrar até a morte. Ele sabia de minha vida através de outras pessoas. Eu era uma criatura de contos de terror.
Todos sabiam de mim na sociedade vampiresca, eu era algo inédito, afinal, fui a primeira criança de sangue misturado a nascer. E depois uma ninhada veio. Eu me tornei ma espécie de lenda e se você perguntar á qualquer ser meu nome, este irá saber. Livros á meu respeito começaram á estampar as estantes de livrarias dos imortais.
E isto não passa de um fardo por sobre minhas costas. Apenas isto: ser famosa neste mundo tão morto e fútil é como ter uma câmera em minha fuça, capturando cada passo meu, onde quer que eu vá. Se pudesse, iria voltar ao passado e me matado. Não é difícil: apenas uma ponta afiada contra minha pele sensível, perfurando o meu coração fraco e um sangramento grave e já era. Ou quem sabe uma bala perdida ou até mesmo uma queda de um local alto.
Sim, tenho a mente perturbada por meus demônios interiores, mas você também teria. Não ter pais, vagar sozinha, ter vontade de matar um humano e depois de tudo parar de crescer e ficar estéril não é para qualquer um. E bem, vamos dizer que minha vida social é um verdadeiro zero á esquerda.
Não possuo amigos, parentes e nem vínculos. Namorado? Nunca namorei na vida! Não por que me faltou oportunidade, mas sim por que não quis e ainda não pretendo me amarrar á um garoto. Não me vejo beijando alguém todos os dias, deixando mãos fortes me segurarem e fazendo amor sempre com o mesmo cara. Sou uma espécie de “vadia psicótica” . Fico apenas para me alimentar um pouco, ter uma noite de flerte, beijos, sexo selvagem e depois deixar o garoto com o coração destroçado. Nada mais doce do que magoar machos.
A única pessoa que tenho certo afeto é Alfonso Herrera, meu pequeno homem. O único que adoro á ponto de me matar por ele. Ok! Exagerei, mas ele é meu parceiro há anos e duvido que vá me dar um pé no traseiro. Poncho é ingênuo para tal coisa, mesmo sabendo de meus distúrbios e que tenho de levar um homem para casa toda santa noite.
Um barulho súbito me distrai. Ouço algo leve como um farfalhar. Apuro meus sentidos, pronta para a luta. Viro-me lentamente, girando sobre meus calcanhares e quando ouço seu rosnado agudo e alto ecoando feito um órgão de igreja, estalo meus dedos.
Meus caninos logo se projetam para fora, expondo-se á partir de minhas gengivas, roçando na carne de meu lábio inferior. Sinto aquela famosa energia elétrica percorrer cada nervo e músculo meu. Minhas juntas estalam prontas para se moverem. Minha respiração logo acelera o ar entrando e saindo de meus pulmões com fúria. Minha garganta se aperta levemente, ressoando com um barulho de excitação alto.
E ele aparece em sua glória morta. Observo seus olhos frios e mortos sobre mim feito uma intimidação, mas não recuo. Isso só me motiva, é bom! Vejo-o caminhar cheio de potência com um sorriso cheio de orgulho e certo cinismo em seu rosto. Os dentes pálidos como um esqueleto e tão afiado e protuberante como os de um tubarão sendo exibidos. Ele é alto, mas não me intimida, sua postura séria e rígida. Há um halo ao redor de si, emanando ondas frias em minha direção. Sinto sua cólera e o reconhecimento aparece em suas expressões faciais. Ele sabe muito bem quem sou, o jeito de agir me mostra isso.
- Híbrida. – A voz metálica sai dele. – Caçadora. Carregadora da Morte em mãos. Venadora!
- Não diga! – Ralho, cheia de sarcasmo. – Como descobriu isto? Leu em seus livros de vampiro ?
Ele ri sem humor, é um som de rasgar os tímpanos, oco e parece pedra raspando em pedra. O riso não reflete em suas íris ou pupilas. Este riso é falso e tão morto quanto ele. E dá nojo. Franzo os lábios em um “v”, olhando-o cheia de puro desprezo.
- Todos sabem de você! – Clara e curta sua resposta. Sem nenhuma sutileza.
- É eu sei! – Minha voz é gélida e monótona. – Mas acho que não veio aqui para uma conversa amigável, não é? E nem para ter uma noite de sexo comigo. – Não espero sua resposta, apenas prossigo: - Quem te mandou?
- Ela. Minha princesa, nossa mãe e criadora.
É óbvio. Belinda Volturi, um nome tão delicado e belo para uma garota fria e de pedra, a princesa dos vampiros. Ela é a mestra da morte, só com sua beleza e suas presas já matou mais de duzentos caras. Sua prole é tão grande e diversificada que dá inveja nas outras. E bem, eu a odeio infinitamente, é pior do que eu. A mãe de todos os imortais quer guerra, ela não é uma vampira “boa” , que só mata o necessário. Pelo contrário, sua gangue mata mais humanos do que as outras. Fora as tropas que ela faz total questão de espalhar ao redor dos continentes. De todos eles, ninguém escapa.
- Aquela vadia não tem jeito. – Rio cheia de desdém. - Ela não pode me atingir.
- E nem você á ela.
A resposta é direta e violenta como um soco na boca de meu estômago. Ninguém pode me dirigir a palavra deste modo. E quando ele ri debochadamente de minha cara, descontrolo-me cem por cento. Sem hesitar, atiro-me para cima do imortal, meu corpo se colidindo com o dele. Caímos no chão, rolando feito animais selvagens. Rosnamos de modo animalesco, nossos olhares se cruzando. Uma linha de fogo é aberta e logo estamos desferindo golpes um no outro. Minhas unhas encontram sua pele, fazendo marcas em seu rosto, enquanto ele tenta sair debaixo de mim. Aperto-me mais contra ele, colocando todo meu peso em cima dele. Ele tenta agarrar meu pescoço, mas sou mais rápida, agarrando-o pelo pulso.
Com força, rodopio o imortal no ar, apanhando-o pelo flanco. Antes de eles me acertar um chute na canela, faço meus caninos encontrarem seu pescoço. Meus dentes abrem caminho através de sua carne macia até acharem sua jugular.
Ele grunhe de dor e se debate, tentando me derrubar. Mas sou forte e faço força para baixo, puxando-o junto de mim. Ele se inclina, as pernas formando um ângulo quase que reto com seu tronco. Seu sangue explode em minha boca, jorrando em minha língua. Não é igual o dos humanos, é mais denso e pesado. Mais amargo, mas ainda sim saboroso.
Dreno cada gota de seu sangue, enquanto o vampiro geme de agonia e seus membros se contorcem de modo descontrolado. O líquido frio vai se encaixando á minha garganta, fluindo através de meu corpo, deixando-me renovada. Sinto que a vida dele se esvai á cada gole longo e lânguido e quando menos espero, ele está morto.
Deixo seu cadáver frouxo cair no chão com um baque seco. Olho-o de cima á baixo, contornando-o como um abutre faz antes de atacar. Sem remorso algum e com seu gosto ainda em mim, deslizo a estaca até seu peito, bem no centro. O metal colidindo com sua pele, músculos e abrindo caminho para seu coração frio.
Quando o objeto toca a parte do vampiro, uma luz densa e forte cruza seu corpo. Trincos secos e firmes estampam seu corpo, deixando densas marcas cinzas enquanto pequenas cinzas vão encobrindo cada centímetro de sua pele e então, um clarão parte de cada trinco e ele explode. Suas cinzas voam ao vento, batendo contra meu rosto e é o fim.
Desabo no chão, limpando meus lábios com as pontas dos dedos. Estou cansada de uma noite cheia de caças e este último até que me deu certa vantagem, afinal, oito lutas depois, preciso de um descanso. E bem, nada melhor do que ir flertar.
Sorrio cheia de malícia á mim mesma e me ergo, sabendo muito bem o que vou fazer.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 2
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leticia_santos_costa Postado em 12/07/2014 - 15:08:54
holaa sou a segunda leitora kkk eu adoro fic de vampiro e a sua parece ser muito boa gosto muito de jeito q vc escreve estou ansiosa para o segundo capitulo ahh eu tenho uma duvida o ucker tbm e vampiro continuahh estou ansiosa
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evitavondy Postado em 10/07/2014 - 20:49:28
1° leitora. ja li pode continuar agora. kkk tambem tenho uma fic de vampiro. chama-se deixe-me entrar ...slá so pra avisar msm kkk sim eu sou um pe no saco de louca