Fanfic: One less problem without you - vondy | Tema: Vondy

Parei para refletir e quase todos os fatos se encaixavam para Alfonso: as mudanças de humor, a raiva descontrolada, os sumiços e as intermináveis “reuniões de trabalho”. Ele estava usando drogas! Meu deus, como eu não desconfiei de nada antes?

O que não fazia sentido nenhum eram as atitudes de Christopher! Ele dizia tão veementemente que amava quando na verdade nunca tinha deixado de sair com outras? Ele realmente tinha dado um golpe em Jennifer?

Até onde tudo aquilo era verdade, até onde eu tinha sido enganada pelos dois?

Sai do banheiro e fui direto procurar Christopher ou Alfonso, ambos tinham belas satisfações para me dar.

O primeiro que encontrei foi Christopher, ele me encarou e segui em sua direção de cabeça erguida. Peguei uma taça de champanhe com o garçom assim que parei ao seu lado.

- Eu te odeio – sussurrei e então joguei a bebida inteira na cara dele – Ops – fiz uma cara de arrependida – sinto muito senhor Uckermann, foi TOTALMENTE sem querer – o fuzilei com os olhos antes de sair dali.

- Dulce – ele vociferou e eu nem dei atenção.

Depois de algum tempo procurando, encontrei Alfonso conversando com as três mulheres do banheiro, tinham mais algumas pessoas no círculo mas me adiantei e peguei a mão de Alfonso.

- Vamos embora – eu disse, assim que ele me olhou.

- Oi querida – ele estava meio bêbado – deixa eu te apresentar... Essas são Norry, Paula e Erica. Norry foi minha colega de faculdade e hoje é uma grande advogada, Paula é promotora e Erica é juíza.

Elas me cumprimentaram cordialmente e graças a deus não perceberam que eu sem querer escutei todo o papinho lá no banheiro. Me apresentei da mesma maneira e depois pedi licença, puxando Alfonso para um canto.

- Vamos para casa – eu exigi – agora.

- O que está havendo com você? Isso aqui é trabalho – ele disse baixo – está me fazendo passar vergonha.

- Então fique! – eu disse alterada – fique ai, porque eu já estou indo – disse com raiva.

E sai andando sem olhar para trás.

Pedi o carro para o manobrista e quando ele estacionou o mesmo na frente da porta do evento, Poncho se antecipou e pegou as chaves antes de mim.

Eu nem tinha visto que ele havia me seguido.

Ele gritou comigo o caminho inteiro, sobre como eu era irresponsável, como o tinha feito passar vergonha, que aquilo era errado e blablabla...

Eu fiquei quieta o tempo todo.

Chegamos em casa e fui direto para o quarto.

Tirei minhas jóias e as deixei na penteadeira, vi pelo reflexo do espelho ele voltar com um copo de whisky na mão.

Sentei na cama enquanto eu o observava tomando o líquido âmbar como se sua vida dependesse daquilo.

- Poncho? – eu o chamei.

Ele me olhou e cambaleou um pouco.

Se aproximou de mim e pousou a mão atrás do meu pescoço.

- Eu preciso de você – ele disse.

O hálito de álcool e os olhos desfocados me fizeram sentir um desespero tremendo.

Me levantei, fugindo urgentemente do seu toque e impus uma postura séria.

- O que está acontecendo? – eu perguntei – fala comigo.

Ele deu um sorriso de lado e se aproximou.

- Eu quero você meu amor, sem mais desculpas – ele disse – hoje sou todo seu.

E avançou em mim, me puxando para um beijo que eu fiz questão de me esquivar. Ele aproveitou a deixa para beijar meu pescoço enquanto eu tentava afasta-lo.

- Poncho, para! – eu gritei, o empurrando.

Ele olhou para mim estupefato, ofegante e com a mandíbula travada.

No momento seguinte, ele soltou um grito que me assustou.

- PORQUE? – ele gritava – PORQUE VOCÊ ESTÁ ME EVITANDO?

Meu peito subia e descia compulsivamente.

- Nós precisamos conversar – eu tentei dizer.

- SOBRE O QUE? – ele gritou – SOBRE O QUE QUER CONVERSAR, HUH? – ele avançou e pegou firme no meu braço, machucando um pouco – você quer conversar sobre como anda negando fogo pra mim, é isso? – e intensificou o aperto.

- Poncho, me solta – eu perdi o controle, começando a chorar de raiva – você esta me machucando!

- Então você quer falar sobre como agiu totalmente ridícula na frente dos meus colegas de trabalho? – ele perguntou ainda mais bravo.

- Me solta – eu implorei, tentei bater em seu peito e de nada adiantou.

- Eu estou disposto a perdoar isso sabe... – ele então pegou meu rosto, obrigando-me a olhar em seus olhos. Aqueles que antes me enchiam de alegria e que eram tão verdadeiros.

- Me fala a verdade, merda – eu exigi – me fala tudo! Voce está usando drogas! Você é um viciado!

Ele então me empurrou e eu caí sentada na cama, começou a jogar no chão o que via pela frente, eu me encolhi como uma garotinha indefesa.

- ISSO É MENTIRA! – ele urrava – EU NÃO SOU VICIADO! – e continuava a quebrar as coisas.

Eu chorava copiosamente e implorava para que aquele inferno acabasse.

Quando ele finalmente parou com a crise histérica, viu a própria bagunça com os olhos perdidos e arrependidos, se dando conta do estrago que tinha feito.

Ele olhou para mim, para o estado em que eu me encontrava e arregalou os olhos.

- Dulce – balbuciou – me perdoa meu amor... – começou a se aproximar.

- Não se aproxime! – eu gritei – não chega perto de mim Alfonso – eu tremia, abraçando meu próprio corpo – quem é você? – eu perguntei, com os olhos banhados de lágrimas.

Ele estava ofegante, talvez ainda descrente do que tinha acabado de fazer.

- Me desculpa – ele pediu, antes de sair correndo. Ouvi a porta da frente ser fechada com certa violência.

Encontrei forças para levantar e vi Benji parado na porta do meu quarto. O peguei no colo e o abracei forte, chorando tudo o que eu precisava.