Fanfic: One less problem without you - vondy | Tema: Vondy

POV CHRISTOPHER UCKERMANN

Observei a sala cheia, preenchida por meus familiares e amigos mais próximos.

 Era incrível o quanto nossas vidas haviam mudado.

 Anahi e Alfonso estavam muito bem casados e Henry, agora com quatro anos, corria pela sala atrás de Pietro que voara da Itália junto com meus pais para passar o natal conosco. Maite e Christian continuavam juntos e ela com os hormônios a flor da pele, andava pela sala segurando um prato cheio de comida com seu barrigão de quase oito meses de gestação.

 Oh, falando nisso ela acabou de jogar uma pinha em Christian.

 — CHRISTIAN, VOCÊ ESTÁ ME CHAMANDO DE GORDA? — ela gritou, atirando outro enfeite nele que desviou novamente.

 — Meu amor eu só perguntei se você estava satisfeita — respondeu, tentando se explicar.

 Balancei a cabeça, rindo.

 Olhei para o outro lado da sala e meus olhos iluminaram-se ao ver minha garota.

 Ela estava mais linda do que nunca. Usava um vestido vermelho, os cabelos tinham um novo corte e estavam loiros, num tom de dourado que fariam os raios de sol parecerem pobres luzinhas de natal. Dulce estava sentada conversando e rindo com meus pais que a adoravam, enquanto acariciava o pelo macio de Benji que ressonava em seu colo. Faltava apenas um ano para ela se formar na faculdade e tínhamos vivido todo o tipo de aventura desde que reatamos naquela viagem à Itália.

 Me pego pensando em como sou apaixonado por essa mulher, nós não precisávamos de malditos títulos ou anéis em nossos dedos... Enquanto tivéssemos um ao outro tudo ficaria bem. Mas vendo nossos melhores amigos construindo suas famílias me faz pensar desesperadamente em como queria dar o próximo passo. Aliás, eu sempre quis... Mas concordamos em não ter pressa em levar as coisas.

 Mas porra, eu queria tudo com ela! Queria tanto que já estava me sufocando.

 Como se soubesse que eu a olhava ao longe, minha menina se virou e abriu aquele sorriso que era só meu. Ela se levantou, entregando Benji para minha mãe e veio em minha direção.

.— Oi — sorriu, assim que parou a minha frente — posso saber o que está olhando tanto?

 — Você está linda — a puxei pela cintura, depositando um beijo em seus lábios.

 Dulce suspirou.

 — Desse jeito, eu quase ia me esquecendo do que queria te falar — riu — saca só… — e apontou para Any no meio da sala repreendendo Henry.

 — Filho… — Anahi segurava um pedaço de torta nas mãos, ela tinha se transformado em uma pessoa fitness agora e como suas inúmeras tentativas de arrastar a gente para esse estilo de vida falharam, sobrava para o coitado do Henry comer aquelas gororobas saudáveis — você não deve comer isso, apenas deve comer a tortinha integral para crescer saudável, ok?

 A criança assentiu, achando graça de tudo.

 Assim que a loira se virou, Poncho tirou um enorme pedaço de bolo e deu escondido para a criança que lambuzou a cara inteira com glacê.

 — Se ela descobrir que aquilo é açúcar refinado, Alfonso vai dormir no sofá por uma semana — sussurrei e gargalhamos juntos.

 — Agora ele está enfiando açúcar no nariz, olha! – Dulce apontou.

 De repente, um grito ecoou pela sala.

 — Isso é açúcar?! – Any gritou, vendo a cara de Henry inteira branca – Alfonso, você está dando açúcar para ele? – esbravejou.

 — Não – ele negava ofendido – eu jamais faria isso!

 — Eu vi ele dando sim! – Maite apontou, com a boca cheia de bolo – e fez bem, porque isso está uma delícia!

 — Maite! – Christian repreendeu.

 — Você cala a boca, porque isso é culpa sua! – rebateu nervosa.

 — Como isso é culpa minha? – gritou exasperado.

 — Por sua culpa eu não posso beber vinho então tenho que comer!

 — Oh mio Dio... – Christian esfregou as têmporas.

 Dulce me abraçou de lado e apoiou a cabeça em meus ombros.

 — Todo esse papo de crianças, grávidas e comida açucarada está me fazendo lembrar de tomar meu anticoncepcional – ela riu.

 — E se... – comecei, incerto – você parar de tomar?

 Dulce me olhou, franzindo o cenho.

 — O que? – questionou.

 Maite se aproximou de braços cruzados.

 — Viu, já são meia noite e cinco... essa ceia não vai sair não?

 Porra!

 Ela tinha um bebê ou um dragão dentro dela?

 — S-sim – Dulce se prontificou – bem lembrado! Mãe, me ajuda a servir a ceia?

 — Claro que ajudo querida... – Blanca se prontificou e sorriu cínica, do outro lado da sala – se o anfitrião não vai ajudar... – terminou, me olhando feio.

 Sim, ela ainda me odiava.

 — Mãe... – Dulce revirou os olhos – para de pegar no pé dele!

 Blanca revirou os olhos e as duas se dirigiram para a cozinha.

 — As mulheres Saviñón... ame-as com suas personalidades fortes ou deixe-as – Richard disse e demos risada.

 — Eu escolho amá-la, pelo resto de meus dias se ela me permitir.

 — Dulce é como a filha que eu nunca tive, faça-a feliz. Você tem a minha benção filho. – e bateu em meus ombros, cúmplice.

 [...]

 Me despedi dos últimos convidados que estavam indo embora e fechei a porta.

 Encontrei minha garota terminando de colocar a última taça na lava-louças. Me aproximei sorrateiramente e a abracei por trás.

 — Feliz natal – sussurrei em seu ouvido.

 Ela se virou, passando os braços por meu pescoço e me beijando.

 — Feliz natal – disse contra meus lábios – já foram todos?

Assenti.

 — Precisa de ajuda? – ofereci.

 — Não... Quer comer alguma coisa?

 — Achei que Maite tinha acabado com toda a comida – Dulce jogou a cabeça para trás e gargalhou.

 — Vem, vamos dormir – e me puxou em direção ao quarto.

 Respirei fundo, inalando o cheiro doce que emanavam dos cabelos dela, que tinha a cabeça deitada em meu peitoral.

 — Você não respondeu minha pergunta... – sussurrei, passando as mãos em suas costas nuas.

 Ela se apoiou nos cotovelos e me olhou.

 — Você estava falando sério? – perguntou.

 — Sim... e talvez eu ache uma boa ideia você terminar de trazer suas coisas para cá. Nós já praticamente moramos juntos desde sempre Dul, até Benji já se acostumou aqui! Há quanto tempo você nem pisa no seu apartamento? – me sentei na cama, ficando de frente para ela – você não precisa decidir nada agora, mas eu quero a experiência completa e merda, eu estou me sentindo como um otário ansioso agora!

 — O que está querendo dizer? – arregalou os olhos.

 Não deveria ser surpresa que eu pediria isso. Mas relembrar toda a nossa história, era de se surpreender que tivéssemos nosso final mais do que feliz

 — Que talvez você deva olhar na gaveta do seu criado mudo.

 Dulce se virou incerta e abriu a gaveta do pequeno criado mudo ao seu lado da cama. Meu coração deu um salto quando ela pegou a caixinha em mãos.

 Dei a volta, me ajoelhando a sua frente.

 — Talvez eu esteja querendo dizer que quero que você seja minha para sempre... – ela levou as mãos a boca, emocionada – que quero dar comida escondida aos nossos filhos, ou brigar pela cor das paredes da cozinha e todas as coisas que um marido faz por sua mulher! – fiz uma pequena pausa, absorvendo a magnitude do que eu estava lhe pedindo – Eu quero tudo... e quero com você – abri a caixinha azul turquesa, revelando o anel que guardei por meses, apenas esperando o momento certo de lhe entregar – Eu sempre soube que você era a mulher da minha vida mas agora quero ser também, seu marido.

 Então, Dulce se inclinou deixando o lençol que cobria sua nudez escorregar. Me senti caindo em queda livre quando ela me beijou, sussurrando em meus lábios em seguida:

 — Você vai colocar esse anel no meu dedo ou não?