Fanfic: One less problem without you - vondy | Tema: Vondy

Levantamos cedo no dia seguinte, sentindo uma pequena ressaca e fomos para o estúdio fotografar. Encontramos Tom por lá, que fora desejar boa sorte a nós duas. O maquiador precisou passar um tempinho extra cuidando de nossas olheiras, mas nada que não pudesse ser resolvido.

Eu fui a primeira a fotografar, enquanto o cabelereiro terminava de colocar extensões no cabelo de Maite. As fotos eram para uma campanha de jeans e tínhamos que estar nuas da cintura para cima, fiquei um pouco envergonhada no começo mas todos foram muito profissionais e me deixaram super á vontade, eu andava de roupão pelo estúdio e só o tirava para as fotos. Já Maite não teve problema nenhum, segundo ela era totalmente desnecessário ficar pondo e tirando o roupão e na metade da sessão já passeava pelo estúdio com os peitos de fora mesmo! Eu dava risada e sentia uma ponta de inveja por ela ser tão prática e descontraída a respeito de tudo.

A sessão foi bem tranquila, as fotos ficaram lindas e fomos avisadas que dali algum tempo receberíamos os negativos para serem avaliados, nos despedimos de todos e fomos até o carro de Maite quando meu celular tocou.

- Oi mãe - atendi, colocando o cinto de segurança

- Dulce Maria, estou cansada de conversar com a minha filha apenas pela secretária eletrônica! - segurei o riso. Podia imaginar Blanca com o lencinho na mão que acompanhava o tom de voz ancioso. Depois do meu acidente e da morte de papai, minha mãe se tornou extremamente protetora.

- Como vai mamãe? - revirei os olhos

- Ah, eu estou ótima! Obrigada por perguntar - ela disse irônica - apesar de achar que isso não te importa nem um pouco

- Eu estive ocupada mãe, apenas... Acabei de sair de uma sessão de fotos

- Oh Dulce, eu não sabia! E como foi?

- Cansativo, mas tudo bem. É para uma campanha importante.

- Querida, fico feliz! Tem noticias de Maite? Silvia está louca atrás dela - mordi o lábio olhando pro lado enquanto Maite suplicava que eu não dissesse nada

- Sim mamãe, ela está do meu lado e está tudo bem... está mandando beijos - Mai revirou os olhos

- Vocês duas, são duas desnaturadas que não ligam para as mães! - bufei - mande outro e diga para ela ligar para Silvia! Ela e Angus viajam semana que vem para Milão

- Pode deixar, eu aviso

- E Ponchito como está? Sentimos saudades, vocês deveriam vir nos ver - mordi o lábio, me lembrando que não havia contado para mamãe toda essa história de noivado, com certeza ela teria um surto com a omissão do fato

- Ele está bem, também sentimos saudades - suspirei

- Dulce querida... está precisando de algo? - sabia exatamente que ela se referia a dinheiro

- Não mamãe, estou bem.

- Está certo... se cuide filha! Richard está mandando lembranças 

- Obrigada, um beijo - nos despedimos e desliguei - mamãe falou que sua mãe e Angus viajam na próxima semana e ela está louca atrás de você - Mai revirou os olhos

- Eles devem pensar que ainda estão em lua-de-mel, não é possível - dei risada

Silvia era a mãe de Maite e irmã de Fernando, meu pai. Depois do meu acidente e da morte de papai, Mai e Silvia foram as únicas da família que nos ajudaram a enfrentar as dificuldades financeiras. Passados alguns anos, Silvia conheceu um grande arquiteto, anos mais velho do que ela e podre de rico. Engatou num relacionamento sério e assim que passou a frequentar os circulos sociais da alta sociedade Nova Yorquina, arrastou mamãe para alguns eventos, onde ela conheceu Richard, meu padrasto.

Tanto eu quanto Maite aceitamos os respectivos relacionamentos de nossas mães. Richard me tratava como filha, já que não tinha seus próprios e fazia questão de me proporcionar tudo do melhor, graças a ele eu vivia num apartamento na Quinta Avenida que deveria custar por mês mais do que o salário inteiro da maioria dos trabalhadores. Eu sabia que não precisava de tudo aquilo, mas mamãe fazia questão que eu morasse num lugar razoavelmente perto e que tivesse uma segurança extra.

Já Maite não teve a mesma sorte com o padrasto, que por ser bem mais velho vivia desaprovando suas escolhas: desde a faculdade de enfermagem até a vida badalada, mas mesmo assim Silvia nunca deixou faltar nada para ela.

Meu sonho era fazer um curso de Medicina, já que meu pai morrera de cirrose. Eu tinha esperanças de deixá-lo orgulhoso, por isso me negava a aceitar que o novo marido de mamãe pagasse o meu curso, eu tinha que juntar meu próprio dinheiro para pagá-lo. Richard me ajudava demais e apesar dele gostar muito de mim, sabia tudo o que me proporcionava era porque amava demais minha mãe, parte de mim se sentia culpada de aceitar tantas coisas dele já que meu pai não estava mais conosco.

- Mas e ai? Achei que as fotos ficaram lindas! - Mai quebrou o silêncio

- Realmente, acho que fomos bem! Espero que isso renda outros trabalhos - comentei animada

- Nem me fale, não trabalhei muito esse mês... Tive que pedir mais dinheiro a mamâe do que eu gostaria, Angus deve ter falado um monte - ela revirou os olhos

- Ele só faz para provocar, sabe como ele é... e tia Silvia jamais deixaria ele te negar nada

- Sim, ela pode ser realmente persuasiva quando quer - ela disse e demos risada - e Tia Blanca, como está?

- Por incrível que pareça... nada surtada

- Por enquanto - ela riu - espere só até ela saber que Alfonso te pediu em casamento e você não contou - fiz uma careta, prevendo a reação de mamãe.

Assim que chegamos no meu prédio, Mai parou no meio fio e nos depedimos rapidamente. Ia entrando pela porta do condomínio quando Paulo, o porteiro me parou.

- Senhorita Dulce?

- Oi Paulo - sorri

- Chegou isso para a senhorita - ele disse me entregando um buquê enorme de rosas vermelhas, minhas preferidas!

- Oh, obrigada! - disse um pouco surpresa - foi Alfonso quem mandou?

- Não sei, mas tem um cartão - ele sorriu e apontou

- Obrigada Paulo, boa noite! - agradeci e subi

Entrei em casa deixando o enorme buquê em cima da mesa da sala e fui correndo beijar meu gato que dormia tranquilamente em cima da cama. Retornei pegando o buquê e abri o envelope que continha um cartão, provavelmente de Alfonso.

Só para você saber que eu não vou desistir.

A propósito, você estava linda hoje... deveria andar sem blusa mais vezes.

C.

Senti minha boca cair lentamente, formando um grande O. Maldito Christopher!

Eu não podia acreditar, como ele se atrevia? E o pior, como ele sabia das coisas? Descobriu meu telefone, meu endereço e até onde eu estive hoje! Senti o sangue ferver e queria tirar satisfações o mais rápido possível, estava pegando minha bolsa para ir até o hotel dele quando minha campainha tocou.

Será que era ele?

Respirei fundo e fui abrir a porta, encontrando Alfonso parado, não sabia se ficava aliviada ou mais nervosa ainda.

- Oi - ele disse sorrindo com uma rosa branca nas mãos.

Mas é claro, Alfonso só me dava rosas brancas! As vermelhas não poderiam ser dele.

Ao ver minha expressão, ele imediatamente parou de sorrir.

- O que foi? - perguntou

- Nada - neguei com a cabeça e tentei sorrir - eu só não estava te esperando

- Fiz mal em vir?

- Não, você nunca faz mal - o abracei - que bom que veio! - ele suspirou aliviado, me deu um delicado beijo nos lábios e me entregou a rosa.

Entramos no apartamento e congelei ao ver o enorme buquê de rosas em cima da mesa, não dava mais tempo de escondê-lo!

- Quem te mandou isso? - ele perguntei e gaguejei um pouco

- Mamãe e Richard - disse apressada - mamãe me ligou hoje, disse que está com saudades

- Ah - ele sorriu - que bom, precisamos ir visitá-los

Respirei aliviada porque ele tinha acreditado.

- Amor, pega um copo de água pra mim? - ele assentiu e saiu para a cozinha.

Rapidamente peguei o cartão, rasgando-o em vários pedaços e joguei no lixo.

Benji veio andando até meus pés e abaixei para pegá-lo colo, dando um beijo no topo de sua cabeça. Poncho voltou minutos depois com o copo de água e lhe dei um selinho agradecendo, ele passou a mão em Benji e logo deu um espirro alto.

- Saúde - eu disse rindo. Ele até tentava, mas tinha alergia a gatos, o que não agradava muito a Benji.

Terminei de bebr a água e fui para o quarto tomar banho. Fiquei longos minutos apreciando o jato quente enquanto deixava o cansaço e a irritação irem embora. Quando terminei, vesti uma camisola leve e fui até a sala encontrando Alfonso esparramado e dormindo no sofá, me aninhei a ele e logo peguei no sono.