Fanfic: One less problem without you - vondy | Tema: Vondy

Pedi licença para os ali presentes, eles estavam tão entretidos debatendo sobre um homicídio famoso que logo minha presença foi completamente esquecida, inclusive por Alfonso. Resolvi me servir de uma taça de vinho quando um dos garçons passou circulando com a bandeja.

Tomei um gole grande e respirei fundo, indo me sentar com algumas mulheres que conversavam animadamente.

- Olá querida – uma delas disse – venha, junte-se a nós

- Obrigada – dei um sorriso sem graça e me sentei

- Então, conte-nos... quem é você? Aliás, é casada com quem? – perguntou e as outras riram

- Como sabe que eu... – perguntei confusa

- Ora, se você fosse do ramo não estaria conversando aqui com a gente então suponho que seja casada ou envolvida com alguém

- Eu sou noiva, do Alfonso – respondi

- Alfonso... – ela parou para pensar – oh não! Alfonso Herrera? – arregalou os olhos e todas imitaram sua expressão – o novo sócio do Uckermann?

- Sim – assim que respondi, começou a algazarra

- Oh meu deus, fiquei sabendo que ele foi o escolhido para atuar no caso do Christian Chavez! – uma outra morena comentou

- E além de tudo, perdoe-me a sinceridade mas ele é um gato – uma loira comentou e todas viraram os olhos para Poncho que estava conversando com outros homens

- Imagino o que você não deve ter feito pra fisgar um peixão desses – uma delas me olhou ironicamente e comentou

- O que quer dizer? – perguntei um pouco irritada

- Nada querida – deu uma risada maldosa – suponho que você vá me dizer que isso é amor

Abri a boca para falar poucas e boas, mas fui interrompida.

- Ora Charlotte, cale a boca! – a loira ralhou para a mulher mais velha – pare de ser invejosa! Eles estão juntos há mais de dois anos, Alfonso começou como um reles advogado na empresa! Ao contrário de você que se casou com o Barry puramente por interesse ela começou a namorar Alfonso muito antes de ele subir de cargo – a tal Charlotte empinou o nariz e virou, provavelmente para fazer algum comentário maldoso com a mulher ao seu lado. Percebendo minha confusão, a loira virou-se de frente e tratou de me explicar com calma – suponho que você seja a Dulce, não? – assenti – sou Natasha, amiga de Julia que é casada com Paul! Eu estava no jantar da Ordem e Ju me falou sobre você – ela sorriu

- Oh – confesso que fiquei um pouco sem graça por essa mulher que eu não conhecia saber tantos detalhes da minha vida, mas ela parecia genuinamente simpática então relaxei um pouco – me desculpe não saber nada sobre você, mas é um prazer – demos as mãos

- Dulce – ela me contou em voz baixa – isso aqui é um ninho de cobras, tome cuidado com as amizades que vai fazer nesse círculo de pessoas mas não se deixe intimidar por elas – revirou os olhos – são apenas dondocas que preferem fofocar da vida dos outros ao invés de cuidarem de suas próprias vidas medíocres

- Entendo – dei risada – me sinto tão perdida – confessei, tomando mais um gole de vinho

Natasha me olhou por um tempo.

- É uma vida muito fabulosa eu não posso negar. Pertencer a esse círculo social te abre muitas portas, mas na maioria delas também nos leva por caminhos errados  – ela comentou com uma certa amargura que não me passou despercebida – já vi os homens mais altruístas virarem monstros

- O que quer dizer? – perguntei

- Meu marido Joshua, por exemplo – ela olhou na direção de um homem alto, aparentemente uns anos mais velho que ela, tomando um copo de Whisky e fumando um charuto junto a outros. O olhar de Natasha se prendeu a figura do marido e imaginei que algumas memórias estivessem passando por sua mente, eu quis perguntar mas talvez aquele fosse um território desconfortável. Finalmente olhou para mim e continuou – foi o homem mais generoso que conheci em toda a minha vida

- Foi? – perguntei

- Foi – ela assentiu – eu me apaixonei perdidamente e nos casamos quando ele ainda cursava direito em Yale. Desde o começo nosso relacionamento nunca foi um conto de fadas e tínhamos nossas dificuldades mas no final, o amor sempre justificava os meios – ela sorriu para si mesma – depois que ele se formou, parecia que as coisas foram melhorando gradativamente, ele ficava tão feliz por ver todo o esforço surtindo resultado e eu ficava tão orgulhosa – sorri, imaginando cada uma das conquistas que eles devem ter partilhados juntos – mas logo, percebi que as coisas começaram a ficar estranhas... Ele tinha uma carga horaria desumana de trabalho, que sempre era prioridade – suspirou – Vou pular os detalhes porque a trajetória foi longa, até que finalmente nos tornamos dois estranhos vivendo sob o mesmo teto

- Oh – expressei – realmente não esperava que fosse me dizer isso

- Tudo isso aqui? – ela apontou ao redor – é fachada querida, as pessoas realmente podem se transformar para conseguir o que querem, por isso você tem que ser esperta para distinguir quem é seu amigo ou não...

Não sabia exatamente o porque, mas lembrei de tudo o que Maite tinha me falado sobre Anahi em outras ocasiões.

Claro que não era o caso, ri comigo mesma.

- As vezes as pessoas podem te surpreender e não de uma forma boa – Natasha completou

- Me desculpe a indiscrição mas... e seu casamento? Porque não pede o divorcio? – perguntei

- Filhos – ela sorriu – talvez por eles ainda valha a pena viver dessa maneira

- Entendo – assenti

- Mas isso não significa que eu não tenha refeito a vida – ela levantou a sobrancelha e estranhei – o garçom moreno de olhos verdes? – apontou para um jovem muito atraente servindo algumas pessoas e assenti – meu amante – engasguei com o vinho e comecei a tossir – calma Dul – ela riu, dando um tapinha nas minhas costas

- Desculpe eu... – fiquei sem graça – você apenas me surpreendeu

- Eu e Matt estamos juntos há mais de 4 anos – ela disse e arregalei os olhos

- Uau! – eu disse

- É uma história engraçada na verdade – riu – eu já estava tão cansada das traições do meu marido, mas a gota d’água foi saber que ele tinha comprado uma casa para alguma das vagabundas dele em Aspen – ela revirou os olhos – até que eu parei no primeiro bar que eu vi para afogar as mágoas, adivinha quem me serviu aquela noite?

- Matt – concluí pela história

- Pois é – suspirou – ele foi tão lindamente petulante naquela noite, a atração foi inevitável

Nós rimos.

- Eu posso imaginar – comentei

- Continuamos juntos desde então – tomou um gole de vinho – Por amor? Talvez os fins justifiquem sim os meios... se meu marido não fosse tão infiel eu jamais teria chegado até o homem da minha vida – ela finalizou a história e sorriu

- Obrigada por partilhar isso comigo – eu disse e Natasha me piscou cúmplice, brindando a taça com a minha.

Dica: prestem MUITA atenção nessa conversa com a Natasha ;)