Fanfics Brasil - Capítulo 5 A Vinha e O Girassol

Fanfic: A Vinha e O Girassol | Tema: Portiñon (AyD)


Capítulo: Capítulo 5

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Dulce estava concentrada enredando sua teia, quando foi abalroada por um ser saltitante e afogueado que se pendurou em seu braço e começou a falar de modo afetado:


 


- Bibaaaa, tu não perde tempo, hein?! Já tá dando mole pro coroa que vai patrocinar nossos lanchinhos! Resolveu mudar de ramo agora é?! Nunca te vi dando mole pra Homem, ainda mais dessa idade! Cruzes, ele pode ser seu avô sabia?!


 


- Sai pra lá, Bicha! Tá querendo queimar meu filme se pendurando que nem um mico aí no meu braço?! Tô dando mole pro coroa sim e "ai" de você se me atrapalhar! Ele pode ser a chave para minha próxima casa, só que dessa vez não vou precisar dividir meu quarto com mais nove meninas...um lugar só meu! Agora desinfeta daqui antes que ele ache que alguém com a minha classe tem amizade com uma Bi...chinha feia que nem tu...sai fora!


 


E foi empurrando o amigo pra longe, caminhando em direção à mesa de comidas para se servir, não sem antes dirigir outro olhar cheio de sedução para o Sr. Antonio Carlos.


O rapaz olhou para a cena e balançou a cabeça com pena do pobre Senhor. Ele não teria a menor chance de resistir a Dulce!


 


O rapaz em questão conhecia melhor que qualquer outra pessoa a protagonista da nossa história, era seu melhor amigo! Olhando de longe para amiga, lembrou-se perfeitamente o dia em que chegou àquele abrigo, vindo de outro orfanato que havia sido fechado por falta de recursos. Tinha apenas 11 anos,  tão magro que mais parecia um fiapo, ou melhor, um palito de fósforo, pois foi esse apelido que ganhou dos outros meninos, no primeiro dia que chegou! E eles tinham razão.


Era muito tímido e triste e já com aquela idade, tinha trejeitos difíceis de camuflar, por mais que tentasse...e como ele tentava! Pra piorar, tinha um nome bem peculiar e isso o tornou o alvo principal dos garotos do abrigo. Adoravam implicar com ele e chamá-lo por adjetivos nada elogiosos, os mais simpáticos eram "bichinha", "franga" e "vela de macumba". Era da mesma sala que Dulce, e apesar de estar atrasado nos estudos, ela ainda estava mais que ele, pois era dois anos mais velha!


 


Durante os primeiros meses, ela nem sequer olhava na direção dele. Chegou a pensar que Dulce nunca o tivesse notado, quando então, num dia qualquer, estava no pátio na hora do intervalo das aulas e vários meninos caçoavam dele. Fizeram um circulo e começaram a empurrá-lo de um para o outro como se ele fosse um boneco "João bobo". Num dado momento, perdeu o equilíbrio e caiu no chão ralando os joelhos. Foi quando sentiu, pela primeira vez na vida, dois braços a envolvê-lo num abraço protetor, enlaçando-o e ao mesmo tempo fazendo com que se levantasse. Estava ainda de cabeça baixa, chorando, quando ouviu a voz de Dulce gritando com os meninos:


 


- Seus idiotas! Porque não vão fazer de bola o Jorjão que tem o tamanho de um Gorila?! Pois escutem bem, se vocês implicarem com esse menino outra vez, vai ser com o Jorjão que vocês vão ter que prestar contas! Vou pedir que ele proteja meu amigo aqui, ouviram bem?! Experimentem só!


 


E levou o pequeno menino com os joelhos sangrando para enfermaria do orfanato. Ele nem acreditava que a menina mais bonita do orfanato, que todo mundo respeitava e queria ser amigo, estava ali do lado dele, segurando sua mão, enquanto a enfermeira fazia os curativos. Quando terminou, Dulce passou um dos braços por sobre os ombros do menino e falou:


 


- Eu não acredito que vá acontecer de novo, mas se por acaso algum daqueles imbecis implicar com você outra vez, é só me avisar...eu chamo o Jorjão na hora e não tem nada que ele me negue.


 


O menino a olhava agradecido e ainda sem acreditar direito que ela se preocupava com ele. Ela sorriu pra ele e continuou:


 


- Chris...vai ser assim que vão te chamar à partir de agora! Afinal Christian não é nome, meu filho...é um xingamento! Chris soa como um nome Francês...chique né?! Mas quem foi que botou essa desgraça de nome em você, Chris?


 


- Não sei! Fui pro orfanato com menos de um ano...dizem que foi meu pai que me levou...as freiras do outro orfanato disseram que minha mãe morreu e meu pai não tinha como cuidar de mim...nunca mais apareceu!


 


Dulce olhou para aquele menino que mais parecia um palitinho mesmo de tão frágil e naquele momento se identificou com ele nos mesmos sentimentos de solidão e desamparo que de vez em quando sentia, mas que jamais confessaria a ninguém! E a partir dessa data, nunca mais se desgrudaram! Chris era o único que entendia o modo muitas vezes áspero e debochado de Dulce. Ela o xingava, fingia maltratar, mas devotava a ele um carinho e uma proteção que beirava ao maternal! Ele por sua vez, era como um cão fiel, tinha um amor incondicional pela amiga e adorava quando fingiam brigar para logo depois caírem na risada, se insultando mutuamente.


 


Chris não sabia o que seria de sua vida, dali a três meses, quando Dulce tivesse que sair da instituição. Ela era tudo o mais próximo que havia conhecido sobre família, amizade e amor! Essas palavras não tinham significado pra ele sem Dulce e sentia que também era importante na vida da amiga, mas tinha medo que a ambição desenfreada dela os afastasse. Seu medo era que ela fosse capaz de sacrificar qualquer coisa, inclusive a amizade deles, em favor de seu sonho de se tornar alguém importante, ou melhor, rica!


 


Continuou de longe a observar como a amiga se aproximou do novo Benemérito e da esposa dele, cumprimentou a ambos e parecia estar falando como as coisas funcionavam por ali, provavelmente agradecendo também a generosidade do casal. Dulce era expert em envolver e fazer as pessoas se encantarem por ela. Não era uma adulação explícita própria dos "puxa-sacos", era algo mais sutil, que enredava o seu interlocutor numa sedução só perceptível quando já não tinha como dela escapar! E num suspiro, pensou alto:


 


- Jeito de Dulce! Coitados!


 


Chris durante muito tempo, lutou contra seu jeito naturalmente efeminado. Não queria mesmo falar, andar e agir daquele modo meio afetado, mas sentia como se já tivesse nascido daquela maneira, e tentar mudar pra parecer mais homem, só o fez sofrer! Realmente não conseguia mudar seu modo de andar, de olhar, sua voz, seu gestual. Tentava ser comedido, menos espalhafatoso, mas muitas vezes "escorregava no quiabo", como Dulce falava! Foi ela mesma que o convenceu a não se preocupar mais tanto com aquilo, que ele fosse do jeito que era.


 


- Eu gosto de você de qualquer jeito, Bicha! Sendo machão ou "franguinha" eu vou te adorar sempre! Então deixe esse povo falar, vão falar de qualquer modo mesmo, você bancando o macho ou "escorregando no quiabo" como faz. O fato é que será Gay a vida toda e não tem como fugir disso! Você tem é que aprender a se fazer respeitar e não permitir ser objeto de chacota!


 


- Mas tem carinha que não quer ficar comigo só porque eu tenho esse jeito! Pôxa, acabo perdendo um monte de oportunidade de ficar com alguém por causa disso! Eles tem vergonha de serem vistos perto de mim, de ficar comigo! Queria ser menos pintosa!


 


- Bem, então tente mudar se acha que vai se sentir mais feliz assim! Mas sinceramente, acho que vai perder tempo, Chris! Você parado, de boca fechada, todo mundo vê que é Vi...ado! Acho que você vai ficar dando murro em ponta de faca! O melhor é se aceitar do jeito que você é e ficar com os que não se importam que seja assim!


 


- Quando fico empolgado com alguma coisa então, aí que desmunheco mesmo! Não sei controlar! Queria que existisse um remédio que me fizesse andar e falar grosso que nem os outros meninos! Mas você tem razão, eu sou assim, fazer o que?! Quem gostar mesmo de mim vai me aceitar desse jeito, que nem tu né sua bruxa?!


 


- Isso mesmo, Bi! Manda essa cambada de hipócritas se danar! Quando estão lá atrás da capela, no bem-bom contigo não sentem vergonha né?! Vão se ferrar!


 


- Aiiii...adoro quando você banca a minha mamãezinha!


 


- Sai pra lá! Vê só se eu ia ter um filho feio que nem tu!


 


E apertou a bochecha magra do amigo, fazendo um biquinho.



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Autor(a): foxxy96

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Chris acompanhava os passos de Dulce de longe e admirava como um fã que via seu ídolo atuar. Já conhecia o "modus operandi" da amiga. Percebia de longe seus estratagemas e a forma que se aproximava de suas vítimas como se não estivesse nem aí pra elas. Aos poucos ia se acercando do seu objeto de cobiça, enredava com aquele olh ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 75



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  • lifeoflola Postado em 04/11/2015 - 01:19:58

    Omg. Eu amo muito essa fic <3

  • foxxy96 Postado em 09/09/2014 - 23:16:49

    Que bom que vocês gostaram *--*

  • lunaticas Postado em 09/09/2014 - 00:42:52

    Ameiiiiii a web muito linda ja favoritei a proxima tbmmm :)

  • angelr Postado em 06/09/2014 - 00:02:20

    Aiii que lindo ameii essa web e ja favoritei a outra irei ler tbm

  • foxxy96 Postado em 05/09/2014 - 09:41:16

    *----*

  • jessealter Postado em 04/09/2014 - 23:50:40

    Oun que lindo *-* Amei !!!!!!

  • jessealter Postado em 04/09/2014 - 13:55:59

    Oun coitada da Any! !!Viver isso duas vezes e a treva! !!! Ansiosa por mais !!!!!!!

  • jessealter Postado em 28/08/2014 - 23:01:43

    Mulher continua!!!!!

  • foxxy96 Postado em 27/08/2014 - 11:16:08

    As emoções finais estão por vir... '

  • mattbomer Postado em 27/08/2014 - 00:42:56

    http://fanfics.com.br/fanfic/35760/dominic-love-story-romance-book-livros Hey passa em DOMINIC, espero você por lá. Te espero lá amore


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