Fanfic: Proposta Indecente- Adaptada- Finalizada | Tema: Dulce e Christopher - Vondy

Dulce ouviu o que Christopher disse e viu-se envolta em clima de desânimo.
- Posso pegar um táxi até meu carro - afirmou, seca, com a amarga consciência de que tinha o dinheiro justo para a viagem na bolsa.
- Nesse caso, levo você até ele. Para que gastar com táxis? - Sua firmeza indicava que contrariá-lo não seria nada bom. Devia agradecer? Parecia inútil. Por isso, apenas inclinou a cabeça quando Christopher chamou o garçom e pagou a conta. Dulce permaneceu calada no automóvel, incapaz de pronunciar uma única sílaba enquanto o veículo deslizava pelas ruas livres.
- Onde está seu carro? - Christopher quis saber, quando chegou ao café onde ela trabalhava.
- Na próxima rua, à esquerda, no meio da quadra. A indicação precisa o levou até o carrinho velho e gasto, seu único meio de transporte. Dulce alcançou a maçaneta e virou-se para ele.
- Acho que minha proposta não lhe interessou. Christopher precisava falar com o advogado antes de tomar uma decisão. Além disso, não faria mal fazê-la esperar.
- Entrarei em contato nos próximos dias. Era melhor que um "não" definitivo.
- Obrigada. Dulce saiu, ciente de que ele a esperava abrir a porta e ligar o motor. Então, a seguiu até a avenida principal, onde tomaram direções opostas.
Christopher apanhou a minuta do documento trazida pelo mensageiro: o contrato entre ele e Dulce. Muito bem escrito, suas cláusulas cobriam qualquer eventualidade, e ainda mais. Seu olhar percorreu as páginas com atenção. Quinze meses. Por que capricho quisera aumentar o prazo? Ora, ele poderia querer terminar tudo muito antes. Havia até uma cláusula que lhe garantia esse direito. Existia um documento separado, que retirava todas as queixas contra Joshua Petersen e ainda outro que versava sobre o acordo pessoal entre Christopher Von Uckermann e Dulce Saviñón. A questão era... ele aceitava sua parte? Christopher mediu os prós e contras, e decidiu ser ousado. Como sempre fora. Havia uma vantagem em ter uma amante. Os limites eram claros, quase como em um negócio. Brincou com uma caneta, pensativo. Procurou uma ficha no arquivo, anotou um endereço, verificou as horas e resolveu sair. Antes avisou a secretária que demoraria um pouco e, em caso de urgência, deveria ser contatado pelo celular. Então, vestiu o paletó e pegou as chaves. Dulce ouviu o sinal que anunciava o fim da aula e do dia escolar, e suspirou de alívio. Ensinar literatura inglesa para adolescentes de dezesseis anos, de culturas e origens tão diversas, era uma arte. Conquistar e manter seu interesse ia mais além. Em geral, ela fazia tudo com bom humor. Estava cansada, pois dormira pouco, sentia-se ansiosa pelo estado de saúde do pai, e tensa sobre o contato de Christopher Von Uckermann.
Já fazia três dias que tinham se encontrado. Não recebera nenhuma ligação, e o nervosismo começava a se instalar.
- Não esqueçam, as tarefas são para amanhã - lembrou aos alunos apressados. Dulce arrumou uma pilha de papéis, guardou-a na sacola e pendurou-a no ombro. Recolheu alguns livros, apoiou-os no quadril e seguiu o último aluno pelo corredor. Graças a Deus não estava escalada para as aulas de reforço; podia voltar para casa, preparar o exercício para a aula do dia seguinte, tomar um banho, comer e passar no hospital antes de ir para o bar.
- Olá, srta. Saviñón. Dulce ergueu a cabeça e sorriu para o aluno.
- Como vai, Rodrigo?
- Posso carregar seus livros?
- Se quiser... - Ela lhe passou uma parte e pôs a mão no bolso da jaqueta. A ajuda era bem- vinda. Caminharam em silêncio até o carro, estacionado na vaga perto dos portões de entrada.
- Está com algum problema, senhorita? A pergunta a pôs em alerta.