Fanfic: Proposta Indecente- Adaptada- Finalizada | Tema: Dulce e Christopher - Vondy

- Não, Rodrigo. Por quê?
- Tem um sujeito de terno perto de seu automóvel. Dulce deu uma olhada e sentiu o sangue sumir das faces. Christopher Von Uckermann.
- Quer que eu o enfrente? A imagem de Rodrigo desafiando Christopher chegava a ser engraçada, mas ela nem sequer sorriu.
- Está tudo bem. Rodrigo olhou para sua professora e depois para o homem de ar indolente em pé, ao lado do veículo, esperando como se tivesse todo o tempo do mundo.
- Tem certeza? - indagou, em dúvida, sem saber se Dulce tinha idéia do poder que emanava daquele estranho.
- Posso buscar ajuda.
- Eu o conheço. - Não era bem verdade. Além do que lia nos jornais, nada sabia do verdadeiro ser existente por detrás daqueles fatos.
- Obrigada por carregar meus livros. Dulce esticou o braço para apanhá-los, mas desistiu, suspirando, ao ver Rodrigo dar a volta até o carro. Ele a esperou destravar a porta e colocou-os no banco do passageiro.
- Agradeço por sua gentileza, Rodrigo. O rapaz lhe deu um sorriso gentil antes de ir.
- Você tem um protetor e tanto - Christopher comentou, enquanto ela abria a porta. Tentar descobrir por que ele estava ali era inútil. Mas sem dúvida sua presença em pessoa significava algo.
- Sim. Ele tinha as cartas na mão. Era só começar a jogar. Christopher ergueu uma sobrancelha.
- Há algum lugar onde possamos conversar? O estômago de Dulce deu um nó.
- Existe um parque perto daqui.
- Seu apartamento seria melhor. É claro que ele investigara onde ela morava.
- A dona do lugar proíbe visitas. Christopher podia imaginar. - Entre no carro, Dulce, eu a seguirei. Cinco minutos depois Christopher estacionava próximo aos dois, velhos prédios de tijolos. O portão estava quebrado, a tinta das caixas de correio, descascada, e a grama, alta.
- Segundo andar. - Ela passou pela entrada da frente e foi até as escadas, ciente de que Christopher a seguia. O cheiro de comida atravessava as paredes finas, que não eram pintadas fazia anos. O apartamento dela era o que Christopher esperava. Avistou um fogão portátil; embaixo do balcão, um frigobar. Uma pia e uma tomada. Concluiu que a porta à direita daria para um minúsculo banheiro. Um sofá-cama, uma escrivaninha com um laptop, uma cadeira à esquerda. O básico. Ele vivera em condições muito piores.
- Quer sentar-se?
- Eu fico de pé. Christopher perceberia o quanto o lugar parecia menor com sua presença? Era alto demais, grande demais. Ele notava o nervosismo dela, quase podia senti-lo, e admirava-lhe o autocontrole.
- Preciso marcar uma hora para você encontrar-se com meu advogado. Dulce juntou as mãos.
- Isso é um "sim", sr. Von-Uckermann? Christhopher não queria dar margem a mal-entendidos.
- Estabeleci minhas condições. - Seu olhar era direto, inflexível.
- É fundamental que você as compreenda. Um "sim" condicional, baseado nas exigências dele. O que a fez imaginar que seria diferente?
- Só tenho tempo disponível entre as três e meia e cinco horas. Ele apanhou o celular, discou alguns números, iniciou uma conversa rápida e desligou.
- As quatro da tarde, amanhã. - Christopher puxou um cartão e fez algumas anotações.
- Nome e endereço. Dulce baixou a cabeça.
- Obrigada. Mais alguma coisa?
- Por ora, não.
- Então, se me der licença... - Foi até a porta, girou a maçaneta e ficou esperando Christopher sair. Percebeu um discreto divertimento e um sorriso sutil quando ele passou. Dulce fechou a porta e recostou-se nela por um longo momento, até que as batidas de seu coração voltassem ao normal. Então, foi até a sacola e escolheu um livro. Tinha de preparar a aula do dia seguinte. Selecionou os pontos que queria enfatizar. Depois, fez torradas, esquentou uma lata de feijão e comeu a refeição improvisada antes de ir para o chuveiro. O estado do pai não se alterara. Dulce ficou a seu lado por quarenta minutos, e foi para o Darlinghurst. O pequeno restaurante estava mais cheio do que de costume. Dulce ficou até tarde para satisfazer o dono italiano, que parecia estar ainda mais temperamental. O ruído dos pratos era ensurdecedor, o serviço, feito às pressas, o som de vozes, animado. Até os clientes pareciam mais exigentes.

Amanhã respondo vocês amores. Até amanha agora é sério. Beijos.Comentem