Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon

Dulce sentiu o chão se abrir, o ar faltar e por pouco não soltou o que trazia nas mãos, tamanha a surpresa que tivera ao ouvir o nome de Anahi envolvido nas denuncias contra o pai e o que era pior: em perigo mais uma vez por estar na mira de Acrisio.
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Miriam não se habituava a homossexualidade da roomate, com a continuidade do seu namoro com Eduarda isso começou a incomodar Anahi, uma vez que Miriam sempre reagia mal quando sua namorada lhe visitava. Tal fato limitou a presença de Eduarda ali, mas, naquele dia, a empresária decidiu aceitar o convite de Anahi e dormiu em seu quarto com ela.

- Ai Any não fico à vontade aqui.

- … eu notei, você segurou até seu grito quando te fiz Go..zar né?

Eduarda ruborizou, lançando o travesseiro contra a namorada.

- Isso você sabe que não seguro mesmo!

- E eu adoro isso...

Anahi  jogou seu corpo sobre o da namorada roçando seus lábios no pescoço de Eduarda.

- Amor não faz isso... Não resisto...

- Quem disse que é pra resistir?

- Sua colega vai virar lésbica por osmose...

- Ou por que está nos ouvindo e deve imaginar: mulher deve ser muito bom porque o que essas duas tem de orgasmos...

As duas sorriram maliciosamente colando ainda mais os corpos naquele roçar e quando a entrega era iminente, o celular de Eduarda tocou.

- Não atende Duda...

- Preciso atender Any

Anahi se sentou emburrada enquanto Eduarda concluía a ligação rapidamente.

- Amor, preciso do seu notebook, tenho que fazer uma transferência agora para conta de meu pai.

- Mas agora? 

- Amor...

- Está na escrivaninha, pegue. Vou tomar banho!

Eduarda sorriu com a birra da namorada, e pegou o laptop dela a fim de cumprir sua tarefa imediatamente intencionando encerrar a chateação de Anahi surpreendendo-a no banheiro. No entanto, acidentalmente ao salvar a imagem do comprovante de transferência, Eduarda abriu a última imagem salva nos arquivos, encontrando a foto de Dulce.


O banho de Anahi foi tempo suficiente para Eduarda estimulada pelo que encontrara, invadisse a privacidade da namorada e vasculhasse o histórico de sites visitados. Para sua decepção, encontrou uma vasta lista de notícias e imagens que envolviam o nome de Dulce.

- Terminou sua tarefa urgente?

Anahi surgiu envolvida em uma pequena toalha. Eduarda não respondeu encarando a namorada seriamente. Anahi se aproximou dela provocando-a, mas Eduarda não mudou sua fisionomia, atiçando a curiosidade da outra.

- O que foi? Ainda tem coisa melhor a fazer do que puxar essa toalha e fazer amor comigo?

Eduarda virou o notebook exibindo a foto de Dulce ampliada.

- Você pode me explicar isso?

Anahi não escondeu sua perplexidade, e não conseguiu responder.

- … esse o motivo de tanto empenho para prender Acrisio Savinon? Sua vingança pessoal por ele ter te separado da filha dele?

- Não Duda, claro que não!

- Não? Por que você não me disse então que a Dulce que você tanto chama em sonhos é a mesma Dulce, a fotógrafa famosa, filha do ex-senador Acrisio?

- Pra evitar essa sua desconfiança descabida que você está tendo agora!

- Desconfiança descabida? Encontrei essa foto no seu notebook, e um histórico de pesquisa sobre a vida de Dulce, o que foi Anahi, deu saudade do seu amor de faculdade?

- Você o que?

- Isso mesmo que você ouviu: vi seu histórico de páginas visitadas, e encontrei a vasta pesquisa que você fez sobre a vida de sua ex-namorada.

- Você não tinha esse direito de invadir assim minha privacidade.

Anahi furiosa deu as costas à Eduarda.

- Acha que vai fugir pela tangente assim? Eu quero uma explicação Anahi, você me deve isso.

- Por que você não vasculha mais aí no meu notebook? Quer as minhas senhas? Aproveite e procure no meu celular também, tome!

Anahi jogou o celular na cama e bateu a porta do quarto. Eduarda recolheu suas coisas, vestiu-se e deixou o apartamento da promotora, sem se despedir, a personalidade e a formação da empresária não tolerava discussões do tipo e principalmente aquela atitude que tomara de invadir a privacidade de suas parceiras, sentiu que estava perdendo o controle e a razão naquela circunstância e isso lhe apavorou.

A promotora por sua vez experimentou a culpa e o remorso por ter mentido e escondido fatos importantes da empresária que sempre abusou da honestidade com ela. Martirizou-se por estar convicta que magoara Eduarda, mas como cabeça dura que era hesitou em procura-la, especialmente porque não sabia como justificar sua atitude, nem muito menos como mentir sobre a foto de Dulce em seu computador.
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Dulce ficou aturdida com o que escutara. Fugiu da mansão dos pais como se acabasse de descobrir um segredo de segurança nacional. Estava tomada não só pela surpresa da notícia sobre Anahi que recebera, mas, sobretudo, estava tomada por um temor descomunal pela vida de sua ex-namorada.

As memórias que tinha de Anahi invadiram seus pensamentos com a intensidade que Dulce não estava preparada. O rosto, a voz da ex-namorada surgiu para a ruivinha de uma maneira tão vívida que Dulce desejou abraça-la. Imaginar Anahi como alvo das atrocidades do seu pai angustiou Dulce o suficiente para fazê-la tomar uma importante decisão, que ela comunicou a Angelique quando retornou à casa da tia.

- Dul, comprei nossas passagens para depois de amanhã.

- Eu não vou Angel, ficarei mais alguns dias.

- Por quê? O que houve? Algum problema com a procuração?

- Não... Surgiu outro problema...

Dulce desviou o olhar, e isso Angelique sabia o que significava: Dulce escondia algo.

- Dul? Que problema?

- Nada demais, umas coisas do meu pai...

- Dulce Maria!
Angelique segurou o braço de Dulce obrigando-a a encará-la.

- A promotora que está à frente das denúncias contra meu pai é Anahi, e agora ela está em perigo, preciso fazer algo para impedir que ele a machuque, a prejudique.

- Você vai ficar no Brasil para enfrentar seu pai para proteger a Anahi?

Ouvir o resumo dos fatos da pela boca de Angelique denotou o ciúme da namorada e a dimensão do que aquilo representava para o relacionamento delas para Dulce.

Angelique contentou-se com o silêncio de Dulce como resposta à sua pergunta. A cantora deixou o quarto, como se precisasse se esquivar do desconforto daquela armadilha do destino em aproximar Dulce e Anahi mais uma vez.