Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon

Angelique comemorava no camarim com Dulce a ovação que recebera ao final do espetáculo quando um dos produtores surgiu parabenizando-a e convidando-a para o jantar com uma patrocinadora em uma Boate no centro da cidade.



-- Jantar em uma boate?


-- Não é só uma boate, tem um espaço gastronômico lá, é bem interessante.


-- Então vamos não é amor?


Dulce sorriu e acenou em acordo. Seguiram para a Lances, elas não imaginavam quem o destino colocou no caminho delas naquela noite.


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Anahi já esperava Eduarda quando ela chegou à boate a fim de acertar os detalhes para o jantar. 


-- Eles chegam daqui a pouco. Meu amor queria tanto que você tivesse ido à apresentação. Ela é espetacular! Desde que vi a apresentação no Queens fiquei encantada com o estilo dela.



-- Teremos outra oportunidade. Mas trate de conter essa empolgação viu? Esses adjetivos aí você só pode direcionar a mim!



-- Que ciumentaaaa!



Eduarda abraçou Anahi fazendo cócegas na sua cintura, arrancando os sorrisos da namorada, quando os convidados para o jantar adentraram pelo espaço reservado para o evento.


-- Chegaram amor.


Eduarda anunciou se desvencilhando dos braços de Anahi. Os segundos seguintes foram de choque para os dois casais: um em frente ao outro. Dulce e Angelique encarando pálidas as não menos atônitas Anahi e Eduarda. 


Até a música pareceu não ser ouvida. 


Os olhos de Anahi e Dulce se encontraram por segundos, o suficiente para fazer romper um casulo cheio de lembranças, mágoas, saudades e desejos confundidos por uma estupefação óbvia na reação de ambas. As esmeraldas cintilantes no rosto das duas evidenciaram quão vivo era o sentimento que as atraía ainda, ao menos para elas que sentiram cada célula do seu corpo reagir naquele reencontro.



Angelique teve a sobriedade suficiente para quebrar o clima constrangedor instalado e apresentou fingindo naturalidade:



-- Olá Anahi, quanto tempo! Como vai? Que surpresa reencontrá-la!



A cantora cumprimentou com simpatia Anahi, visivelmente atordoada mal conseguiu retribuir aos dois beijinhos de comadre. A promotora sentia-se incapaz de pronunciar uma palavra, a mais simples que fosse sentindo seu coração saltar à boca, assim apenas sorriu.


-- Você eu não conheço ainda. – Angelique se dirigiu à Eduarda.



-- Que anfitriã mais relapsa que sou! Desculpe-me, Eduarda Lancester.



A empresária estendeu a mão para Angelique empolgada.



-- Sou fã do seu trabalho desde que a vi em um bar no Queens a cerca de dois anos.



-- Fico lisonjeada com sua admiração Eduarda. Deixe-me apresentar, essa é Dulce Maria Savinon Campos, minha parceira.



Angelique mantinha sua postura a fim de minimizar o desconforto, mas ficou reticente na escolha do título para apresentar Dulce. Eduarda estendeu a mão para a ruivinha e disse:


-- Também sou uma admiradora do seu trabalho Dulce, vi algumas exposições suas em Nova Iorque também.



A exemplo de Anahi, Dulce limitou-se a sorrir e retribuir o cumprimento de Eduarda não conseguindo se expressar. 


-- Creio que vocês já se conhecem não é?


Eduarda disse apertando a cintura de Anahi encarando a namorada objetivando tirá-la do estado de choque que ela aparentava estar.


-- Claro, como vai Dulce? - Anahi perguntou com a voz trêmula. 


-- Bem e você Anahi? – Dulce respondeu pálida.


Não ousaram um contato físico, o choque do reencontro desenvolveu uma espécie de campo de força que as isolava.


-- Miss Flower é uma honra recebe-la, vamos nos acomodar? – Eduarda convidou.


-- Ah! Por favor, me chame pelo nome, Angelique Campos.


-- Campos? – Eduarda franziu o cenho. – Vocês são casadas?


A pergunta de Eduarda empalideceu mais uma vez Anahi e Dulce imediatamente.


-- Ah... Ainda não, é só uma coincidência de sobrenomes mesmo. 


Angelique respondeu sem graça.


-- Quando se casarem nem vão estranhar a mudança não é? 



Eduarda tentou brincar, mas, o desconforto da situação não permitia descontração. Acompanhados de dois produtores que se aproximaram os dois casais se acomodaram na mesa preparada para o jantar que mesmo antes de ser servido já mostrava ser indigesto.


O esforço de Angelique e Eduarda para promover a cordialidade naquele clima de saia justa do destino não teve efeito nas suas respectivas namoradas, que limitaram suas manifestações durante as conversas variadas emplacadas pela empresária e pela cantora. As tentativas de qualquer troca de carinhos entre elas foram discretamente freadas pelo constrangimento gritante. 


Não suportando o peso daquela situação Anahi cochichou para Eduarda:


-- Estou cansada, você se incomoda se eu for pra casa agora?


-- Claro que me incomodo meu amor. 


Deduzindo o que se passava, Dulce pediu a Angelique:


-- Meu bem, vamos indo? Temos uma agenda cheia amanhã.


-- Temos? – Angelique franziu a testa.


-- Sim, temos... – Dulce apertou o joelho da namorada sinalizando a desculpa para encerrar o jantar.


-- Ah! Sim, temos sim! Que cabeça a minha! Dulce tem dezenas de coisas a fazer amanhã.


O mal estar instalado evidente configurou-se em tortura para Anahi e Dulce. O fim do jantar representou o anúncio das consequências daquela noite para os dois casais.