Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon

Sem ação Dulce permaneceu ali sendo banhada pela chuva e pelos sentimentos densos expostos pela verdade revelada naquela conversa e naquele beijo. Ficou ali mesmo, consumida pelo desejo de ter Anahi em seus braços para sempre, nem mesmo a chuva conseguiu apagar o fogo ateado com o encontro de sua boca com a boca da loira talvez por que Dulce ansiava se queimar, ansiava amar Anahi assim como nas suas memórias e nos seus sonhos, ansiava arder naquele amor que ela acreditava ter morrido, mas naquela noite deu toda sua mostra do quão vivo estava.



Anahi com seu corpo encharcado e transtornada pela tempestade em sua alma adentrou na casa coberta de lama e por sentimentos desordenados de culpa, desejo e medo. Medo da força do amor que ela julgava ser apenas uma ferida do seu passado, no entanto, acabara de experimentar a prova de que ele estava intacto em toda sua forma e dimensão, e isso a assustou profundamente. 



Danilo encontrou a promotora na cozinha, aturdida, trêmula.



-- Você está ensopada doutora! O que houve?



O rapaz não teve resposta e deduziu que não as teria, dado o estado da promotora.



-- Você precisa se secar, Dulce preparou o quarto para você, terceira porta.



Anahi precisava de um refúgio para tentar ordenar seus pensamentos, e seguiu para o quarto indicado por Danilo. Tocou os próprios lábios como se pudesse tatear as marcas da boca de Dulce neles, buscando na sua própria pele algum resquício do perfume da loirinha, rememorando o sabor do seu beijo e o calor do seu toque intensificando o desejo despertado minutos atrás. No intuito de retomar seu equilíbrio lançou-se em um demorado banho que em nada amenizou seu destempero.



Danilo encontrou a irmã ainda imóvel sob a chuva, usou seu casaco para se proteger e tirou Dulce do seu estado de inércia à frente da casa. Com cuidado o rapaz usou uma toalha para secar o corpo da irmã, e com a compreensão que nunca usara com a caçula abraçou-a sem nada perguntar. Dulce correspondeu ao gesto recostando a cabeça no peito do irmão.



O alento de Danilo, no entanto, não pacificou a tormenta que se instalara na mente de Dulce. Ela viu a madrugada chegar acompanhada da mesma chuva que fora ateada pelo fogo de seu amor por Anahi naquela noite, e não resistindo à força daquele sentimento caminhou pelo corredor e parou diante da porta do quarto onde Anahi estava. 



Anahi podia sentir a presença de Dulce quando notou a sombra dos seus pés pela fresta da porta. Ficou de pé diante da porta fechada, hesitando até mesmo se aproximar dela como se isso a fizesse ultrapassar seu campo seguro, todavia, ao passo que se impunha um limite a atração que sentia a empurrava para uma proximidade perigosa de Dulce. Assim, Anahi recostou sua testa contra a porta com sua respiração acelerada ao sentir o aroma da pele de Dulce atravessar a porta. 



Dulce por sua vez, travava uma batalha entre o orgulho e a sensatez contra sua paixão recém-renovada por Anahi. Ficou ali parada diante da porta sentindo a excitação crescer pelo seu corpo gradualmente ao perceber que do outro lado da porta sua amada também notara sua presença.



O desejo desmedido transcendeu aquela barreira física de madeira, e de uma maneira surreal, seus sentidos se uniram iniciando uma entrega inevitável que apesar de abstrata acendeu a paixão que já estava em brasas, transformando-a em uma chama ardente incontrolável.



Não foi preciso mais do que uma batida na porta para Anahi atender ao apelo do seu corpo e da sua alma. A loira abriu a porta com urgência, com seu corpo envolto apenas por uma toalha, encarando Dulce que emanava sua excitação através da sua pele alva agora ruborizada pelo calor que consumia seu corpo ao se deparar com a beleza estonteante da loira, protagonista absoluta dos seus sonhos.



Dessa vez, Dulce não precisou se aproximar, se isso fosse imprescindível, seria difícil tirar a ruivinha do estado hipnótico que ela aparentava ao ver Anahi exalando sensualidade. Não foi necessário mais do que cinco segundos para Anahi sugar a ruivinha do seu transe aparente puxando-a pelo pescoço para dentro do quarto tomando posse de sua boca faminta, sedenta, ardente, apetitosa, onde Anahi se perdeu, ou melhor: se encontrou.



Anahi soube disso no momento em que se sentiu liberta sendo tocada e beijada por Dulce mais uma vez. Era nos lábios de Dulce que ela se encontrava. Era nos braços de Dulce seu lugar mais seguro. Estava no corpo de Dulce a resposta para o vazio que lhe perseguiu por todos esses anos longe dela, estava nos olhos de Dulce o brilho que ela havia perdido no seu próprio olhar quando a deixou partir no passado.



Dulce por sua vez, extasiada pelo toque de Anahi, inebriada pelo seu cheiro, demorou a acreditar que aquele momento era real. Envolvida naquele clima mágico a ruivinha jogou o corpo de Anahi contra a parede e desprendeu a toalha que cobria seu corpo percorreu o corpo dela com o dorso de sua mão arrancando arrepios em cada poro da pele da loira. 



Os olhos de Dulce cintilavam a emoção que lhe tomava. Tal emoção não era resultado só da excitação que percorria seu sangue pelo que via: as curvas do corpo delicado de Anahi que para Dulce eram as mais perfeitas, era, sobretudo, uma emoção que transcendia a conotação sexual daquele instante. Era como caminhar de volta para o rumo da felicidade plena que só experimentara ao lado de Anahi.



Com um sorriso de satisfação nos lábios, Anahi abriu espaço para a boca de Dulce beijar seu pescoço, seu colo, deslizar sua língua pelos seus seios se deliciando com as sensações que os gestos da ruivinha lhe provocavam. 



Calmamente Dulce conduziu Anahi até a cama não interrompendo os beijos que inundavam de prazer o corpo de ambas. Sentada à cama, a loira contemplou Dulce diante dela, e com o mesmo carinho que fora tocada pela ruivinha, Anahi se desfez das roupas dela, beijando sua barriga, seu umbigo, puxando-a pela cintura, tal gesto desestruturou completamente Dulce, que excitada cravou suas unhas nos ombros de Anahi arranhando suas costas até enfim deixar seu corpo o cair sobre o dela dando início à entrega que elas guardavam na memória de seus corpos na definição de plenitude de um ato.



Os movimentos foram suaves, Dulce parecia querer prolongar cada toque, cada beijo, cada carícia como se necessitasse matar a saudade nutrida por todos os anos separadas em cada pedaço da pele de Anahi. Por isso, a ruivinha atiçou e sentiu todos os seus sentidos serem atiçados naquele encaixe. Sincronizados: tato, olfato, visão, audição e paladar levaram o casal ao ápice.



Com os corpos úmidos e nus abraçados, com as respirações descompassadas, se permitiram o benefício do silêncio, para não macular aquele momento de magia. Trocaram apenas o olhar apaixonado só destinado uma a outra e abraçadas, adormeceram, fugindo das consequências que o dia traria.

Enfim elas se deixaram levar pelo grande Amor e desejo que existe entre elas. E ai oque acharam ???