Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon

Dulce engoliu a intenção de responder à provocação de Anahi que fazia caras e bocas ao se referir a Angelique. Ponderou as palavras para continuar a discussão.



-- A Angelique é especial sim, e não merece que eu a deixe, a 
traia, minta e mesmo assim é o que estou fazendo por que amo você. Não vou terminar minha relação com ela por telefone, o farei pessoalmente, depois do lançamento do disco dela, que deve ser ainda esse mês. Não quero perder o respeito e a amizade dela.



-- Nem com a Maite você teve toda essa integridade... Responde Dulce, você a ama?



O tom enciumado de Anahi estava exposto nos seus olhos apertados.



-- Não preciso e não tenho porque mentir para você. Amo. Amo a Angelique por tudo que ela fez por mim, você não sabe de um terço do que ela fez. Mas, o meu amor por ela é composto de amizade, gratidão, respeito, admiração, tudo que amo nos meus amigos.



-- Você dorme com todos os seus amigos?



-- Any... Essa discussão está saindo do foco. 



-- Engano seu. O foco é ainda o mesmo: nossas namoradas. Melhor dizendo sua companheira não é?



-- Correção: a minha companheira e sua NOIVA. 



O ciúme instalado acalorando ainda mais aquela discussão beirava a comicidade com as expressões caricatas de ambas ao se referirem às rivais.



-- Você precisa mesmo ficar usando esse anel?



Dulce disse emburrada olhando para o chão. Anahi mal percebera que se esquecera de tirar o anel antes de chegar ao apartamento de Dulce no dia anterior como eram seus planos. Sem pestanejar retirou a joia e armada com seus olhos e sorriso apaixonado se aproximou da ruivinha erguendo o rosto dela:



-- Olha pra mim Dulce.



-- Não quero... Nem consigo te ver! O brilho desse anel está ofuscando minha visão.


Anahi não segurou o riso.



-- Quando falei de você não perder seu jeito de moleca não me referia a essas pirraças Dulce! Vou te colocar de castigo assim!



Qual criança mal criada, Dulce deu de ombros, se esquivando de Anahi.


-- Dul, olha pra mim meu amor.


A voz dócil de Anahi desfez a resistência da ruivinha que ergueu os olhos encarando a promotora.



-- O que você está vendo? – Anahi indagou.



-- Que você está escondendo suas mãos. – Dulce respondeu rabugenta.


-- Não estou escondendo nada. 


Anahi expôs as mãos a fim de que Dulce atestasse que o anel fora retirado.



-- Não tem nada mais ofuscando sua visão. E agora olhe para mim e me diga o que você está vendo.



-- Isso é uma pegadinha? Eu tenho que responder de uma maneira fofa e romântica o que enxergo nos seus olhos ou eu tenho que falar de verdade o que estou vendo?


Anahi balançou a cabeça negativamente e sorriu.



-- Você não existe... Responde a verdade. Olhe com atenção para mim e responda o que você está vendo?


-- Uma remela no canto do olho?



-- Deus! Eu amo uma criança de doze anos! – Anahi bufou revirando os olhos.



-- Ai Any não faz pergunta difícil... Dessas perguntas de mulher do tipo: alterei a cor do meu cabelo de castanho escuro para castanho escuro achocolatado ou que cortou meio centímetro repicado do cabelo, isso não vale! Só te vi uma vez na semana passada e seu cabelo estava ensopado e não foi o alvo principal da minha atenção na ocasião...



-- Dulce cala a boca! 



Anahi berrou impaciente, colocou os cabelos atrás das orelhas e repetiu:



-- Agora Dulce Maria, você pode só me olhar com atenção e me dizer o que você vê?



-- Hum... Vejo os olhos mais lindos da face da terra, que só fica bonito especificamente no seu tom de pele... 



Anahi se derreteu e sorriu motivando Dulce a continuar:



-- Arrisco dizer que esses olhos estão reluzentes com um brilho apaixonado, ou pode ser encantamento por estar vendo um espetáculo de mulher como eu diante deles...



Dulce fez charme arrancando outro sorriso tímido de Anahi.



-- Continue...



-- Hum... Vejo os lábios mais apetitosos do universo, essa simetria, essa angulação deles parece ter sido desenhada pelo artista mais talentoso de todos, Deus é mesmo o cara né? E quando esses lábios se articulam pra me dar esse sorriso tenho a certeza incontestável que Deus existe mesmo! Ele colocou perfeição em você.



A timidez de Anahi dava lugar a uma emoção pacificadora.


-- Você descreveu meus olhos e minha boca. O que mais você vê?


-- Suas bochechas... Estão vermelhinhas... Tímida doutora? Ou está excitada?



Anahi mordeu os lábios arqueou a sobrancelha e respondeu:



-- Os dois talvez.


-- Estou perto de responder sua charada? O que ainda não vi no seu rosto?


-- Sua visão não pode ser tão linear Dulce. Como boa profissional de fotografia você deveria saber que uma imagem só é vista completamente com a visão periférica não é?


Dulce franziu a testa intrigada com as informações que Anahi acrescentava.



-- Olhar para os lados? Ou seria ver você em 3D? 



-- Como você consegue ser tão boba hein? – Anahi perguntou depois de gargalhar. – Dulce vou te dar mais uma chance, se você não conseguir ver o que estou tentando te mostrar vou recolocar esse anel só pra te castigar.



-- Ameaça doutora? Será que posso te processar por isso?


-- Fique à vontade, mas ainda sim a cumprirei.