Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon

-- Dul... Vou precisar encontrar a Eduarda nos Estados Unidos, ela não tem prazo para voltar, aliás, talvez fique por lá para assumir os negócios do pai. Será que demora para conseguir o visto?



-- Acho que posso adiantar isso para você. Tenho contatos na embaixada daqui agora por causa da exposição. Digo que você vai comigo e não terá problemas.



-- E você vai comigo?



-- Você acha que vou te deixar encontrar aquela ruiva desbotada sozinha? Vai que ela tenta te roubar de mim? Não mesmo!



-- Não sei por que você tem medo disso... Você que me roubou dela... – Anahi brincou provocando Dulce.



-- Não mesmo! Eu cheguei primeiro! Ruiva desbotada e enjoada é o que ela é.



-- Não fala assim, ela é linda, se parece com você até.



-- Está querendo me irritar Anahi? Olha que te ataco bem nos seus pontos fracos!



-- Não! Cócegas não! Por favor, meu amor...



-- Então pare de implicar comigo! Imagina se aquela ruiva feiosa se parece comigo! Você não acha isso mesmo não é?



-- Por que você acha que me encantei e decidi namorá-la? A primeira vez que a vi ela estava usando um chapéu igual ao seu naquele trote da USP, tinha os cabelos curtos, e ela até se arriscou como DJ pra me fazer uma declaração de amor.



Anahi respondeu tentando sondar a reação de Dulce. A ruivinha apertou os olhos buscando reconhecer na promotora, sinais de verdade ou de pura implicância.



-- Você namorou aquela cópia paraguaiana da minha beleza, charme e encanto por mais de um ano por que ela te fazia lembrar-se de mim?



-- Mais ou menos.



Anahi segurou o riso e Dulce indignada comentou:


-- Vou processar essa mulher! 



-- Ai pronto! Qual o crime dela? 



-- Infração de direitos autorais. Compor meu estilo não foi fácil oras!

Anahi gargalhou apertando as bochechas de Dulce, puxando seu rosto para um selinho.


-- Te amo sua besta!


Dulce fez uma careta infantil arrancando outra gargalhada de Anahi. A loira se divertia com a fotógrafa nos pequenos detalhes do cotidiano delas, sempre foi assim: se divertia com o instinto competitivo da ruivinha em tudo, no vídeo game, no baralho, até mesmo nas apostas, as quais, Dulce sempre as perdia, em uma delas até teve que assistir aula de IED fantasiada de caipira. 



Estar na companhia de Dulce era sempre um convite a deixar a mostra o lado mais doce e leve de Anahi, brincava uma com a outra até caírem ao chão agarradas e logo estavam trocando beijos em meio a beliscões e mordidas, que se tornavam o início de uma tórrida entrega à paixão. 



Quanto a Dulce, nada lhe deixava mais à vontade do que os olhos atentos de Anahi e sua postura desafiadora que contrastava com sua ingenuidade disfarçada em amabilidade conferindo a loira o poder de despertar o que Dulce tinha de melhor. Por isso, a fotógrafa queria sempre se superar, se apegava a detalhes no dia-a-dia delas para conquistar mais um sorriso, mais um beijo, mais um encanto da loira. 



Foi nessa rotina que Anahi e Dulce se refugiaram dos problemas que as cercavam, como se aqueles instantes de felicidade pudessem ser armazenados como combustível para enfrentar o que estava por vir. Miriam estranhou o sumiço da sua roomate que praticamente só ia ao apartamento para pegar mudas de roupas, uma vez que dormia todos os dias com Dulce.



Entretanto, a necessidade de enfrenta-los surgiu finalmente com o telefonema de Danilo a Dulce.


-- Dulce agora é pra valer. O papai chegou a São Paulo, chegou a hora.



-- Ok, vamos juntos então. Passe para me pegar no meu apartamento amanhã cedo, pode ser?



-- Por mim, iríamos hoje. Mas, não estou disposto a enfrentar horas dirigindo à noite depois do acidente...



-- E nem eu. Amanhã resolveremos isso.



Anahi temia aquela conversa dos irmãos com Acrisio, especialmente pelo rancor existente de Dulce para o pai. Naquela noite, sua missão era de velar o sono da ruivinha que a todo o momento acordava assustada olhando o relógio do celular. A loira ainda viu Dulce disfarçar, mas não conseguiu esconder os comprimidos guardados na mesa de cabeceira que tomara na madrugada, na verdade, Anahi se angustiou ao ver tal manifestação de vulnerabilidade da sua amada.



Exatamente por isso, a promotora envolveu Dulce em seus braços, encaixando seu corpo no dela, beijando sua nuca e cochichou tentando tranquiliza-la:



-- Estou do seu lado meu amor, durma tranquila, protejo seu sono.



Mesmo que as palavras de Anahi não trouxessem a solução para a dimensão do peso que assolava sua paz, Dulce não pode deixar de se comover com o cuidado e a sensibilidade da promotora.