Fanfics Brasil - Capitulo 154 Leis do Destino

Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon


Capítulo: Capitulo 154

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Anahi  se angustiava a cada hora que passava sem notícias de Dulce. O celular da ruivinha desligado só contribuía para a apreensão da promotora que não calculava as consequências daquela conversa entre pai e filhos. Anahi sabia que se tratando de Acrisio, tudo de pior podia se esperar.



A noite chegou e com ela a aflição da loira tomou uma proporção maior, ao entrar no apartamento de Dulce ouviu um barulho pouco familiar vindo do estúdio da ruivinha.


Temerosa, Anahi abriu com cuidado a porta, se deparando com Dulce sentada no chão, encostada na parede, assistindo a um filme antigo projetado à sua frente.



Anahi reconheceu o homem nas imagens, Acrisio devia ter por volta de trinta anos e a menininha de cachos dourados, sapeca, deduziu que se tratasse de Dulce. O vídeo era comum, um registro de um domingo qualquer em família, nada de diferente de muitos vídeos caseiros, o estranho naquele enredo era o personagem principal.Anahi nunca imaginara Acrisio em uma cena daquelas: rolando na grama brincando com os filhos, o áudio captava a voz de Alice que orientava:



-- Dulce, ele tem cócegas no pé! Vai lá ajuda seu irmão a se soltar! 



A menininha de pernas curtas com cara de travessa peneirava os dedos na planta do pé do pai, fazendo com que este se contorcesse em meio a risos, a bagunça só mudou de cenário quando Acrisio arrastou os filhos para um salto na piscina.



“Só podia ser outro homem”. Era o que Anahi pensava. De repente, a promotora se deu conta que Dulce nunca falara da sua infância com o pai, era verdade que a ruivinha sempre se reservava de alguns assuntos, evitava uns e em outros ela era econômica nos detalhes. Por isso, Anahi se questionava sobre o porquê da sua amada assistir tal vídeo justamente naquele dia tenso. Olhou para Dulce imóvel naquele canto com o rosto banhado em lágrimas, e sua face alva denunciava as marcas de um pranto longo.



-- Dul? Meu amor o que houve?



Anahi disse se agachando para sentar-se ao lado de Dulce.



-- Liguei a tarde toda até agora pouco, estava preocupada com você. Faz tempo que chegou?



Como se não estivesse presente, Dulce não respondeu. Parecia transportada para aquele filme, com um semblante que beirava um estado hipnótico. 



-- Dulce? Meu amor?



Anahi girou o pescoço da ruiva e finalmente encontrando os olhos da loira despertou daquele transe, se entregando aos braços da promotora, permitindo-se desabar em lágrimas carregadas de uma dor inexplicável.



A loira abraçou forte Dulce, como se quisesse puxar para si um pedaço da dor que consumia sua amada. Não sabia o que acontecera, mas, o estado da ruivinha intensificou o ódio que Anahi sentia por Acrisio, atribuiu a ele a culpa por encontrar Dulce daquela forma.



Depois de minutos recostada e consolada por Anahi, Dulce repetiu o que para a loira parecia completamente sem sentido:



-- Eu quero meu pai de volta Any... Quero-o de volta...



Anahi mesmo sem entender o comportamento da amada, a acolheu ternamente, até senti-la mais calma para pedir:



-- Meu amor, você deve estar cansada. Venha, vou te preparar um banho relaxante, e algo para comermos, quem sabe assim você se sinta melhor para me contar o que está acontecendo.



Dulce assentiu. Sob os cuidados afáveis da promotora, a ruivinha se deixou ser acalantada naquela banheira de espuma. Com desvelo, Anahi massageava as costas de Dulce, espalhando óleo perfumado, tais gestos não se configuraram só em um afago revigorante das forças físicas de Dulce, sugadas por aquela tarde dramática, mas era também um abraço na sua alma machucada. 



Anahi não cobrou explicações naquele momento, manteve seu carinho derramado nos gestos suaves, no amor pacificador exposto na delicadeza das suas mãos, e no zelo colocado na escolha dos ingredientes daquela massa que rapidamente preparou para o jantar.



Refeita das emoções densas que lhe abalaram, Dulce se deleitou no colo de Anahi após o jantar, e segundo seu ritmo, narrou o encontro com Acrisio.



-- Foi isso. Eu que temia a ira e a crueldade do poderoso Acrisio Savinon foram surpreendidos com a memória dos fatos do homem que um dia amei como pai, que um dia foi meu herói.



-- Dul, eu entendo que todas essas revelações tenham tocado você profundamente, que tenha te confundido, remexido nas feridas que você se quer deixava que fossem vistas. Compreendo que esse abismo entre vocês não foi construído de um dia para outro, mas isso não apaga os motivos pelos quais Acrisio deixou de ser para você um herói. Você sabe que ninguém é todo bom, ou todo mal. Ele pode ser o pai amoroso, protetor, mas com a condição que você seguisse as regras dele. Foram essas regras que afastaram vocês, você sabe disso não é? Ou você aceitaria as práticas dele, os métodos dele se você continuasse sendo para ele o anjinho perfeito?



-- Anahi você não está entendendo. Estou falando do meu pai, não estou falando do mesmo Acrisio que você está processando. O que narrei nada tem haver com os crimes que ele praticou. Estou falando da minha relação com ele. Pela primeira vez eu me questionei hoje quantas vezes eu me fechei para ele, eu apaguei da minha mente todas as tentativas que ele fez de se aproximar de mim. Eu levei grande parte da minha vida, ou seja, toda minha adolescência, dedicando todas as minhas energias para provoca-lo, irritá-lo, magoá-lo. Inconscientemente eu me comportava como aquela criança que tinha a esperança de matar o monstro que se apossou do meu pai e tê-lo de volta finalmente. 



-- Ele tentou mesmo se aproximar de você, te entender? Dul, um homem que chantageou e usou a filha para seus propósitos políticos, que condenou você por sua homossexualidade é mesmo alguém capaz de te entender? 



-- Any, você conheceu o pior lado do meu pai e sofreu com esse lado. Não há defesa para o que ele fez contra nós. Mas, sabe... Analisando meu retrospecto, meu pai não foi um louco preconceituoso ao afirmar que eu me “tornei” lésbica só para atingi-lo. 



-- Meu amor não o justifique por isso... Ele disse que era mais uma moda sua!



-- Any, eu criei sim muitas “modas” só para provoca-lo. – Dulce calou e sorriu – Houve uma época que inventei de ser gótica, andava de roupas pretas, maquiagem pesada, e vivia às noites nos cemitérios com uma turma muito doida.



-- Credo Dulce!



Dulce gargalhou com a careta de Anahi.



-- Meu pai ficava possesso de raiva! Uma das noites ele foi me buscar no cemitério, me mandando parar de atinhar as pobres das almas.



Foi a vez de Anahi gargalhar.



-- Depois disso enjoei do estilo e me tornei vegetariana, e com isso, me associei a um grupo de ecologistas, e liderava manifestações contra a morte dos animais, e adivinha onde eu cismei de fazer um protesto?



-- Tenho medo até de supor.



-- Em frente ao frigorífico do papai, onde ele abatia o gado de corte.



Anahi arregalou os olhos.



-- Para minha sorte, como eu era menor de idade, não fui presa, e não apanhei na confusão porque os seguranças do meu pai me arrastaram para dentro do frigorífico. Minha onda vegetariana acabou quando inaugurou o Mc Donalds vizinho ao meu colégio.



Anahi  riu meneando a cabeça.



-- Foi a vez de arriscar outra estratégia, e resolvi dar uma de budista. Vivia cantando mantras com um incenso na mão, distribuindo flores no aeroporto e nos comícios do papai também, logicamente isso não tinha nada demais, até eu aparecer em uma reunião do meu pai com fazendeiros do estado. Nossa, as veias do rosto do meu pai pareciam saltar quando me viu.



-- Sua mãe não tentava te impedir?



-- Minha mãe até se divertia com minha criatividade. Vivia repetindo que eu tinha talento para atriz. Acalmava meu pai dizendo que eu fazia tudo isso para chamar a atenção dele. E muitas vezes meu pai me procurou tentando conversar comigo, me propunha até viajarmos juntos, só nós dois, mas isso despertava ainda mais minha revolta, eu berrava que ele não ia conseguir me comprar. E logo eu surgia com outra moda.



-- Por que Dul?



-- Eu não sei Any. Hoje me dei conta pela primeira vez que eu simplesmente declarei meu pai um inimigo e me fechei para qualquer chance de me entender com ele. Quando eu tinha recaída nessa postura de guerra, especialmente com os conselhos da mamãe, eu ficava sabendo de algum absurdo que meu pai cometera contra algum rival político, ou aliança com um juiz corrupto e aí a barreira crescia de novo e eu inventava uma moda nova. Fui rockeira, hippie e até naturalista tudo isso em um prazo de dois anos. 



-- E depois gay. – Anahi completou.



-- Isso pareceu para meu pai a resposta às preces dele porque foi o período mais tranquilo em minha vida, no qual não me preocupei em bolar formas mirabolantes para afrontá-lo. Tudo que eu queria era estar com Bruna.



-- Bruna?




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Autor(a): angelr

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 327



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  • mariamarta Postado em 03/09/2021 - 01:58:10

    Estou lendo essa fic pela primeira vez. A fic é ótima e muito bem escrita. Anahi é uma idiota, bem burra e fraca, na verdade não consigo sentir pena dela, pq ela é a responsavel pelo proprio sofrimento. Sofre pq é mole e pq não tem voz, deixa que façam dela uma marionete. Gratidão é algo bem distinto disso que ela tá fazendo. É até vergonhoso chamar isso de gratidão. Ela é fraca isso sim

  • raphaportiñon Postado em 01/04/2021 - 12:37:53

    Meu Deus ... Estou fascinada por essa FIC ... Amo encontrar Fics Portiñon desse nível... Sou apaixonada :) <3

  • angelr Postado em 03/12/2014 - 13:40:31

    Ai gente que bom que voces todas gostaram, gosto sempre de compartilhar com voces coisas boas que leio

  • dyas Postado em 03/12/2014 - 08:55:43

    Show *-*' Adorei a web toda. Como eu sofri nessa web, kkk. Beijos s2 - Você é demais! :)

  • justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 19:33:31

    mds que final lindo ,comfesso q chorei mas meus parabéns ,otima fic !!!

  • portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:20:47

    Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra de natal seri tipo um presente de natal para seus fãs

  • portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:17:21

    Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra especial para suas fãs que tal? Capítulo Anterior | Próximo Capítulo Autor(a): angelr PROMOVA A SUA FANFIC: More Sharing ServicesPromova| Share on facebookShare on twitterShare on emailShare on printShare on gmail Comentários da Fanfic (307) Comentários do Capítulo: s só um pedido de natal

  • portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 16:41:55

    Já estou com vontade de chorar só de pensar que hoje é o último capítulo mi viciei nessa história sério vou sentir muita falta mais já estou lendo sua nova web aconteceu você é estou gostando a Anny está demais atrapalhada que só já ri de cara logo no começo posta logo o fim mata minha curiosidade

  • justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:51:25

    terminei de ler a poucos minutos uma fic chamada &quot;AMOR IMPROVAVEL&quot; ,ao ir conferir a escritora tenho uma surpresa !! É VOCE QUE ESCREVE kkkk com essa ja são 5 fic's sua que leio , ja virei sua fã ,pode ter certeza que vou ler as outras . VOCE É UMA EXCELENTE ESCRITORA , cada vez que leio uma fic sua me surpreendo !! PARABÉNS .................................. anciosa para o ultimo capitulo.

  • angelr Postado em 01/12/2014 - 23:49:33

    flavianaperroni - ja sim


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