Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon
-- …, Bruna. A primeira que amei. Ela era novata no colégio, uma patricinha típica. A mais linda de todas. Nossa como ela me irritava! Pelo simples fato de existir! Aquelas roupinhas enfeitadas, tudo muito rosa combinando, até mesmo a maquiagem. Para meu desespero, o pai de Bruna se tornou um dos principais aliados do meu pai, ele era representante de uma multinacional e logo já fechou negócios com o papai, o que aproximou as famílias, consequentemente, nós duas.
-- E vocês se apaixonaram perdidamente. – Anahi disse sarcástica.
-- Sim. Era aquela coisa adolescente gigantesca! Se o primeiro amor adolescente é um drama de novela mexicana, você imagina o primeiro amor adolescente lésbico! Bruna me deu a paz que eu precisava, direcionei minhas energias para coisas saudáveis, por causa dela me apaixonei por fotografia. Fazíamos tudo juntas, estudávamos, brincávamos nos amávamos... Eu já conseguia até manter um diálogo sem agressões com o papai, que já considerava a ideia de deixar eu fazer intercâmbio na Europa. Esse era meu plano com Bruna, irmos estudar fora do país, morarmos juntas. Tudo estava dando certo...
-- Até que...
-- Até que meu pai nos flagrou na piscina. Recusei a viagem familiar para curtir um feriadão inteiro brincando de casinha com Bruna. Meu pai voltou antes, e adivinha? Saiu farejando meu “delito” até achar o que procurava.
-- Meu Deus!
-- A única coisa que ele disse foi: “Bruna volte para sua casa, você não merece ser mais uma arma dessa daí para me atingir”. Coitada, saiu assustada da minha casa, enquanto meu pai pela primeira vez usou de força para me punir. Vi ódio nos olhos dele. Meus irmãos foram castigados pelas estripulias vez por outra na infância, sabiam o que era o peso do cinturão do senador Acrisio, mas em mim ele nunca tocou. Mas nesse dia, ele me surrou como se quisesse compensar por todas as vezes que não me bateu.
Anahi segurou a mão de Dulce compadecida com o relato.
-- Aquela surra doeu muito menos do que ficar exilada de Bruna. Acho que meu pai mesmo tomou a iniciativa de ligar para mamãe pedindo que ela retornasse antes quando viu o estrago que ele deixara no meu corpo. Certamente mais pelo meu estado emocional do que pelos machucados, adoeci, tive uma febre tão alta, que delirava chamando pela Bruna. Minha mãe não conseguiu trazer a Bruna para me visitar, nem tampouco convencer meu pai a me deixar voltar para o mesmo colégio. Fiquei incomunicável, isolada no meu quarto por dias. Só consegui falar com Bruna quase um mês depois, quando fui capaz de fugir de casa quando meu pai viajou a Brasília.
-- Você foi procura-la na casa dela?
-- Não. Fui ao colégio, achei que lá seria mais fácil falar com ela. E foi. Mas foi também uma das maiores decepções da minha vida vê-la aos beijos com um dos garotos mais populares da escola, que sempre deu em cima dela.
-- Que vaca! – Anahi deixou escapar.
-- Bruna não resistiu ao primeiro obstáculo que se levantou contra nós. Ficou tão assustada com as possíveis consequências de assumirmos nossa relação, que se refugiou aceitando o pedido de namoro do playboy na semana seguinte ao flagrante do papai. No dia que eu a vi com o namorado eu senti meu mundo desabar, meu impulso foi de arrastá-la, tirá-la dos braços dele. Mas, quando ela notou minha presença, seu olhar de pânico me fez recuar. Aquela menina apavorada não enfrentaria nada por mim. Ela não deu um passo em minha direção. Continuou nos braços do cara, pálida, enquanto eu experimentava uma dor excruciante. Ainda tive o impulso de ao menos me aproximar dela para ver a reação, mas minha mãe me impediu, quando notou meu desaparecimento supôs onde eu estaria.
-- Depois disso, vocês nunca mais se falaram?
-- Não. Ela me mandou uma carta quando soube da minha transferência do colégio. Desejou-me toda felicidade do mundo com alguém que tivesse coragem de me amar como eu merecia, pediu-me perdão pela covardia e finalizou dizendo que sempre ia me amar. Não respondi, eu estava muito magoada com ela. Minha mãe convenceu meu pai a me deixar fazer intercâmbio no exterior, assim, terminei meu ensino médio fora do país. Passei um ano nos Estados Unidos e um ano em Londres, se restava dúvidas na minha sexualidade, lá eu consegui mais algumas. Tive namoradas, namorados, conheci pessoas maravilhosas, lugares incríveis, me apaixonei ainda mais por fotografia, fiz curso de DJ. Amadureci em dois anos o suficiente para traçar minhas metas de vida.
-- E por que voltou ao Brasil? Por que não fez faculdade por lá? – Anahi quis saber.
-- Adivinha? O senhor Acrisio não deixou! Eu caí na besteira de contar meus planos de fazer faculdade de arte visual, ou cinema, queria algo ligado à fotografia. Meu pai disse que não ia sustentar minhas loucuras, ordenou que eu voltasse ao Brasil, e fizesse faculdade de Direito como sempre planejou para mim. Acatei a decisão dele, não só a pedido de minha mãe que prometeu me ajudar a continuar me especializando em fotografia, mas também, por que eu tinha acabado de conhecer a Maite. Logicamente ela não quis nada comigo, eu era uma adolescente de dezoito anos, mas eu estava completamente fascinada por ela, pela inteligência, pela arte dela. Achei não seria tão ruim voltar ao Brasil, estudar em São Paulo longe dos olhos do meu pai, protegida por minha mãe, teria a chance de conquistar a Maite, o que só aconteceu dois anos depois.
Dulce sorriu ao lembrar.
-- Você passou todo esse tempo tentando conquistar a Maite?! – Anahi exclamou enciumada.
-- O que você esperava? Maite já era uma mulher madura, com quase trinta anos, uma artista muito bem relacionada, culta, e eu uma universitária que vivia promovendo festas e farras. Nos dois anos que fiquei nesse jogo de conquista com ela, me relacionei com outras pessoas, inclusive no triângulo com Lucas e Pedro. Mas, como sempre era Maite que me chamava à razão, quando defini minha situação com os meninos e comecei a pegar geral as meninas, Maite me deu aquela lição que me arrasou moralmente e me fez cair de quatro de vez por ela.
-- E aí você a conquistou?
-- Ela me conquistou né Any? Estava enlouquecendo com a rejeição dela já, até que desabafei dizendo que eu não era mais uma menina, que eu a desejava como mulher, que estava apaixonada e que se ela não me expulsasse da casa dela eu iria agarrá-la e provar isso. Ela não se moveu, sorriu pra mim e eu a beijei. E aí começamos a namorar.
-- … você era mesmo apaixonada por ela.
O comentário de Anahi veio carregado de ciúme, fato que não passou despercebido por Dulce.
-- Você se lembra de que eu a deixei por sua causa não lembra?
Anahi acenou em acordo.
-- Então desfaça esse bico doutora.
-- Meu amor, como seu pai reagiu à conversa quando seu irmão falou das denúncias?
-- Imaginei que a reação ia ser pior. Ele acusou o Danilo de estar louco claro. Mas o pano de fundo de nossa discussão familiar deixou isso em segundo plano.
-- O que acha que ele vai fazer agora?
-- Não faço a menor ideia Any. Eu sinto ao tentar entender aquele homem como duas pessoas distintas: o meu pai que eu nem sabia que ainda existia em Acrisio Savinon e um escroque da pior qualidade, doente pelo poder.
-- Dul você considerou a possibilidade dele ter apelado para essas lembranças para amolecer você? Não acha que ele pode estar usando isso para dissuadir vocês a não prosseguirem com essas denúncias?
-- Anahi você se esqueceu de quem estamos falando? Acrisio Savinon não precisa apelar para sentimentalismo para conseguir o que quer. O método dele inclui ameaça, intimidação e violência. Ele nunca se faria de coitado para despertar nossa compaixão. A empáfia dele não permitiria isso. Além do mais, Danilo revelou que já havia entregado as provas, ele tentou me chantagear voltando a ameaçar você e sua família um ano atrás e nada conseguiu, ele não tinha motivos para apelar à nossa sensibilidade.
-- … muito surreal para mim tudo isso. Imaginar algum traço de humanidade e generosidade em Acrisio Savinon é completamente o oposto do que vejo nele.
Dulce baixou os olhos, voltando às suas reflexões acerca daquele dia. Anahi se policiava para não deixar seu julgamento acerca do pai da sua amada não ferir o amor de filha que se aflorava surpreendentemente em Dulce.
-- Meu amor, vamos tentar descansar um pouco. Foi um dia intenso, ontem você não dormiu bem e isso tudo é só o começo de dias tensos que enfrentaremos.
-- Minha cabeça não para Any. Tudo que estava submerso no meu subconsciente das minhas memórias com ele está vindo à tona sem que eu busque. Quanto eu tenho de culpa por ter expulsado meu pai da minha vida, e ter deixado só o monstro se relacionar comigo?
-- Meu amor não há culpados nisso. Você era só uma criança e depois uma adolescente carente de um amor que se acostumou a ter e de uma hora pra outra teve que achar uma justificativa para não tê-lo mais.
--Any,se eu tivesse ouvido meu pai em pelo menos uma das vezes que ele me procurou? Será que até mesmo essas atrocidades que ele cometeu a vida toda não seriam evitadas se eu estivesse do lado dele, com a confiança dele, apontando os erros dele?
-- Dulce não faça isso com você mesma! Não carregue essa culpa absurda, não tem sentido nisso.
Anahi abraçou Dulce e a fez repousar em seu colo. Talvez pelo cansaço ou pelo carinho demasiado da promotora, a ruivinha deixou o sono lhe tomar. Os acontecimentos que estavam por vir trariam as respostas que ela precisava, acreditou nisso para conseguir dormir.
Autor(a): angelr
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 327
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mariamarta Postado em 03/09/2021 - 01:58:10
Estou lendo essa fic pela primeira vez. A fic é ótima e muito bem escrita. Anahi é uma idiota, bem burra e fraca, na verdade não consigo sentir pena dela, pq ela é a responsavel pelo proprio sofrimento. Sofre pq é mole e pq não tem voz, deixa que façam dela uma marionete. Gratidão é algo bem distinto disso que ela tá fazendo. É até vergonhoso chamar isso de gratidão. Ela é fraca isso sim
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raphaportiñon Postado em 01/04/2021 - 12:37:53
Meu Deus ... Estou fascinada por essa FIC ... Amo encontrar Fics Portiñon desse nível... Sou apaixonada :) <3
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angelr Postado em 03/12/2014 - 13:40:31
Ai gente que bom que voces todas gostaram, gosto sempre de compartilhar com voces coisas boas que leio
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dyas Postado em 03/12/2014 - 08:55:43
Show *-*' Adorei a web toda. Como eu sofri nessa web, kkk. Beijos s2 - Você é demais! :)
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justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 19:33:31
mds que final lindo ,comfesso q chorei mas meus parabéns ,otima fic !!!
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:20:47
Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra de natal seri tipo um presente de natal para seus fãs
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:17:21
Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra especial para suas fãs que tal? Capítulo Anterior | Próximo Capítulo Autor(a): angelr PROMOVA A SUA FANFIC: More Sharing ServicesPromova| Share on facebookShare on twitterShare on emailShare on printShare on gmail Comentários da Fanfic (307) Comentários do Capítulo: s só um pedido de natal
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 16:41:55
Já estou com vontade de chorar só de pensar que hoje é o último capítulo mi viciei nessa história sério vou sentir muita falta mais já estou lendo sua nova web aconteceu você é estou gostando a Anny está demais atrapalhada que só já ri de cara logo no começo posta logo o fim mata minha curiosidade
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justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:51:25
terminei de ler a poucos minutos uma fic chamada "AMOR IMPROVAVEL" ,ao ir conferir a escritora tenho uma surpresa !! É VOCE QUE ESCREVE kkkk com essa ja são 5 fic's sua que leio , ja virei sua fã ,pode ter certeza que vou ler as outras . VOCE É UMA EXCELENTE ESCRITORA , cada vez que leio uma fic sua me surpreendo !! PARABÉNS .................................. anciosa para o ultimo capitulo.
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angelr Postado em 01/12/2014 - 23:49:33
flavianaperroni - ja sim