Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon
Com o coração menos angustiado pela compreensão de Dulce, Anahi partiu com Eduarda para Miami. Em outra condição, aqueles eventos seriam uma prova de fogo para Anahi que não imaginava adentrar em um mundo tão distante do seu, onde luxo não estava só nas roupas de marca, nos carros imponentes e joias caríssimas estava também na ostentação estampada na mansão da família Lancester. Os amigos mais próximos e a família aguardavam a chegada de Izabel Lancester, a viúva de Armando Lancester, quando a herdeira da família chegou acompanhada de sua suposta noiva.
Eduarda foi recebida pelos primos, que para ela, eram como irmãos. Minutos depois da acolhida dos mais chegados à empresária, foi a vez dos olhares e atenções se voltarem à Anahi.
-- Não poderia ter nos poupado desse constrangimento? Aparecer aqui com uma mulher?!
A tia de Eduarda falou com os dentes trincados.
-- Eu sou lésbica tia, esperava que eu aparecesse com um travesti aqui? E ela não é qualquer mulher, é a minha noiva. Se eu não estivesse tão envolvida na dor de ter perdido meu pai eu te expulsaria agora da minha casa, mas não farei isso, no entanto, se a senhora destratar o mínimo que seja a Anahi, me lembrarei disso no final do mês na hora de liberar a sua retirada de dinheiro mensal da empresa!
Eduarda foi incisiva, se afastou daquela mulher elegante e preconceituosa deixando evidente sua personalidade forte e sua postura firme diante de quem ousasse pisá-la.
Durante todas as cerimônias que precederam o sepultamento de Armando Lancester, Eduarda apresentou Anahi como sua noiva o que provocava na promotora um desconforto visível. Contudo pelas circunstâncias, apelar para a memória de Eduarda naquele momento acerca da situação delas era uma crueldade a qual Anahi não era capaz de cometer. Entretanto, a voz de Dulce ecoava na sua mente:
-- “Como você pode ser assim tão enrolada?”
Lembrou-se das vezes que calou, omitiu, consentiu um equívoco e sua história com Dulce foi mais conturbada por tal atitude. Mas como não fazer aquela verdade ser outro golpe fatal na alma de Eduarda, tão vulnerável naquele momento? Impôs-se um prazo: encerradas os rituais fúnebres, esclareceria tudo com a ex-namorada acerca da sua presença e apoio ali era tão somente uma manifestação de estima, carinho e amizade, mas que a relação amorosa das duas estava encerrada. Confiou na fortaleza que Eduarda demonstrou todo tempo para que ela aceitasse tal realidade.
A fortaleza que a empresária exibiu era o consolo e esperança de Anahi para conseguir deixa-la com sua consciência tranquila e foi isso que repetiu todas as vezes em que se esquivava para falar com Dulce reafirmando seus planos e juras de amor.
Por mais de uma vez, Anahi chegou a presenciar discussões cochichadas entre Eduarda e a mãe, talvez por conta do seu inglês não ser tão bom, alguns detalhes lhe escaparam, mas Izabel claramente reprovava a escolha da filha para o casamento.
-- Mãe pelo amor de Deus! Acabamos de enterrar o papai! A senhora pode ficar os últimos dias com ele e eu sequer tive esse direito por causa desse legado que ele me jogou nas mãos! Nem ao menos chorar direito a senhora me deixou tudo em nome de que eu mantivesse uma imagem de mulher inabalável para não prejudicar a confiança dos investidores da empresa! Agora a senhora quer interferir na escolha da minha mulher?
-- Chega a me dar náuseas do jeito que você fala:” minha mulher”!
-- Ok mãe essa discussão é completamente fora de hora, de contexto de tudo! A senhora já devia ter aceitado o fato de eu ser gay, eu sempre fui! Não adiantou os psiquiatras, as medicações, os namoros arranjados, nada que a senhora achou que ia me curar desse “mal” mudou isso. Tudo que eu preciso agora é da minha mãe ao meu lado, por que o meu pai está morto! Se a senhora não puder ser a minha mãe agora, ao menos me poupe de ser uma megera homofóbica preocupada com o mercado de ações.
-- Não fale assim comigo Maria Eduarda! Você perdeu seu pai, que era meu tudo! Sofri por seis longos meses a angústia de todas as manhãs acordar sem saber se o homem que estava ao meu lado na cama estava vivo ou morto, ou se lembraria de quem eu era!
-- Desculpe-me mãe. Mas a senhora não entende que estou me sacrificando para ser a filha que meu pai queria que eu fosse? Acha que não estou apavorada com essa função que ele me deu?
-- Armando sabia da sua capacidade, e você sempre foi a filha que ele quis ter. Ele tinha tanto orgulho de você... Por isso mesmo quero te ajudar nessa missão.
-- A senhora quer me ajudar como? Censurando a minha sexualidade, desdenhando a mulher que eu amo?
-- Eu só quero seu bem Eduarda! Não vê que essa menina não está à altura de sua condição agora? Se já é difícil uma lésbica ser aceita em um ambiente tão machista, imagine se não for do nosso meio.
-- Mãe você era uma modelo de passarela quando o papai te conheceu. Sua família morava na periferia de Porto Alegre, como a senhora ousa ser tão superficial? A Anahi além de ser uma mulher linda, é inteligente, forte, corajosa, orgulharia qualquer homem ou mulher apresenta-la como sua esposa.
-- Você não é qualquer mulher. Você é a presidente do grupo Lancester. Essa menina não tem classe que roupas são aquelas? A nova coleção de uma loja de departamento? Estava todo tempo à sua sombra, desconfiada, distante, parecia um bichinho do mato acuado, aposto que não sabe nem se comportar à mesa.
-- Cala a boca mãe! Nunca ouvi tanta baboseira! Roupas de marca a gente compra, se ela não souber se portar a mesa eu ensino, por que o mais especial dela não está nas roupas nem nos modos dela. Nisso o dinheiro dá um jeito.
-- Eu espero que essa jeca valha mesmo a pena. Espero que ela te ame o suficiente para se transformar na mulher que você precisa nessa sua nova vida. Por que o que não falta são cobras naquela direção querendo seu lugar e qualquer coisa será motivo para destituir você de lá, até mesmo a simplicidade exagerada dessa menina.
-- Eu garanto que a Anahi é a mulher perfeita para mim mamãe, esses detalhes de torna-la uma grande dama, acho que posso contar com a senhora nisso, já que disse que quer me ajudar não é?
Anahi que escutava a conversa no corredor sentiu um profundo alívio por não ter que conviver com tamanha futilidade e infelicidade. Mesmo que amasse Eduarda a ponto de se casar com ela, não suportaria aquela vida superficial, cercada de máscaras e falsidades. Sua integridade nunca sobreviveria em meio a tantas frivolidades.
Quando Eduarda entrou no quarto, Anahi já se preparava mentalmente para se despedir da empresária, disposta a cumprir seu plano de voltar para os braços de Dulce. No entanto, inesperadamente viu o corpo de Eduarda desabar ao chão desmaiada como se não suportasse o peso do próprio corpo e das imposições que enfrentaria a partir de agora.
-- Duda!
Anahi se ajoelhou ao lado de Eduarda, erguendo seu tronco tentando trazê-la à consciência.
-- Duda, fala comigo...
Logo a empresária dava sinais de voltar a si. Quando se deparou com Anahi abraçando-a, foi a vez de se entregar ao choro incessante.
-- Eu não vou aguentar Any... O mundo está sobre a minha cabeça me pressionando, tudo o que eu quero é sumir daqui com você, te proteger dessa gente medíocre, ser feliz do seu lado longe de tanta sordidez...
-- O que aconteceu Duda?
-- Sem meu pai eu me sinto completamente sozinha no meio dos abutres que são minha família e essa corja que é a direção da empresa. Minha mãe está mais preocupada com as aparências do que com a morte do meu pai e os efeitos disso em nossa vida.
-- Se você não quer essa vida, então não aceite. Não vai faltar gente para assumir essa presidência. Financeiramente você continuará tendo toda estabilidade como herdeira, além dos seus próprios negócios no Brasil.
-- Não é tão simples assim meu amor. Meu pai me empossou, não posso ser assim tão negligente.
-- Tenho certeza de que seu pai queria sua felicidade.
-- Eu queria tanto que ele tivesse te conhecido...
Eduarda afagou o rosto de Anahi que se esquivou, ajudando a empresária a levantar-se.
-- Duda eu estou voltando para Nova Iorque, meu voo para o Brasil parte de lá e não posso mais adiar meu retorno.
Autor(a): angelr
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-- Como assim Anahi? Você vai me deixar agora? Eu enfrentei minha mãe pra defender você... -- Espera um pouco, me defender? Por que você precisaria me defender de sua mãe? O que fiz de errado para ser defendida? -- Não fez nada de errado é que minha mãe tem um padrão diferente para julgar as pessoas. Precisei ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 327
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mariamarta Postado em 03/09/2021 - 01:58:10
Estou lendo essa fic pela primeira vez. A fic é ótima e muito bem escrita. Anahi é uma idiota, bem burra e fraca, na verdade não consigo sentir pena dela, pq ela é a responsavel pelo proprio sofrimento. Sofre pq é mole e pq não tem voz, deixa que façam dela uma marionete. Gratidão é algo bem distinto disso que ela tá fazendo. É até vergonhoso chamar isso de gratidão. Ela é fraca isso sim
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raphaportiñon Postado em 01/04/2021 - 12:37:53
Meu Deus ... Estou fascinada por essa FIC ... Amo encontrar Fics Portiñon desse nível... Sou apaixonada :) <3
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angelr Postado em 03/12/2014 - 13:40:31
Ai gente que bom que voces todas gostaram, gosto sempre de compartilhar com voces coisas boas que leio
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dyas Postado em 03/12/2014 - 08:55:43
Show *-*' Adorei a web toda. Como eu sofri nessa web, kkk. Beijos s2 - Você é demais! :)
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justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 19:33:31
mds que final lindo ,comfesso q chorei mas meus parabéns ,otima fic !!!
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:20:47
Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra de natal seri tipo um presente de natal para seus fãs
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:17:21
Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra especial para suas fãs que tal? Capítulo Anterior | Próximo Capítulo Autor(a): angelr PROMOVA A SUA FANFIC: More Sharing ServicesPromova| Share on facebookShare on twitterShare on emailShare on printShare on gmail Comentários da Fanfic (307) Comentários do Capítulo: s só um pedido de natal
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 16:41:55
Já estou com vontade de chorar só de pensar que hoje é o último capítulo mi viciei nessa história sério vou sentir muita falta mais já estou lendo sua nova web aconteceu você é estou gostando a Anny está demais atrapalhada que só já ri de cara logo no começo posta logo o fim mata minha curiosidade
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justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:51:25
terminei de ler a poucos minutos uma fic chamada "AMOR IMPROVAVEL" ,ao ir conferir a escritora tenho uma surpresa !! É VOCE QUE ESCREVE kkkk com essa ja são 5 fic's sua que leio , ja virei sua fã ,pode ter certeza que vou ler as outras . VOCE É UMA EXCELENTE ESCRITORA , cada vez que leio uma fic sua me surpreendo !! PARABÉNS .................................. anciosa para o ultimo capitulo.
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angelr Postado em 01/12/2014 - 23:49:33
flavianaperroni - ja sim