Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon
O resultado do teste de DNA no corpo encontrado possibilitou a intimação de Acrisio Savinon para depor acerca de tal crime em suas terras e precedeu ainda a descoberta de outros dois corpos que exigiram procedimento semelhante.
Acrisio compareceu acompanhado do mesmo advogado de Danilo, e manteve a alegação de que desconhecia os crimes ocorridos na fazenda de sua propriedade, apesar de assumir a preferência para contratação de trabalhadores considerados inapropriados para o mercado de trabalho convencional, assim eles aceitariam as condições impostas inclusive a confissão de dívida pelos gastos com moradia e transporte além de abrirem mão de direitos trabalhistas básicos.
No depoimento, o fazendeiro ainda negou o envolvimento de seu filho mais velho Douglas, apesar de Lucas confrontar aquela negação com o depoimento do outro filho do ex-senador, Danilo.
As investigações continuaram a todo vapor, agora com as primeiras vítimas identificadas, o depoimento dos familiares destas começaram a relacionar diretamente as denúncias de trabalho escravo, violência e assassinato com a fazenda Verdes Canaviais. À contramão dos eventos que se somavam naquele inquérito, a prisão de Nilton Silva foi relaxada, o que se configurava em um grande risco de fuga, uma vez que ele era apontado como o bode expiatório dos crimes cometidos na propriedade de Acrisio.
Douglas seguia os passos do pai para subornar e influenciar o judiciário para seus objetivos, um desses era libertar Nilton a fim de assegurar a estratégia de atribuir a ele toda autoria dos crimes praticados na Verdes Canaviais. Com o objetivo alcançado o deputado visitou o pai para comunicar o que ele considerava um grande feito.
-- Douglas o que você faz aqui? Hoje é feriado em Brasília?
-- Vim tranquilizar o senhor. Nilton está em liberdade e já acertei tudo com ele, não se preocupe, o senhor não vai ser responsabilizado em nada, é uma forma de me redimir pela trapalhada que fiz.
-- Mas o que você fez Douglas?
-- Um acordo com Nilton. Ele vai assumir toda culpa no próximo depoimento dele, isentar o senhor e eu de qualquer culpa nos métodos dele para manter a ordem aqui na fazenda.
-- Meu filho, eu não quero que você se envolva nesse assunto. Está tudo sob controle, por favor, volte para Brasília, cumpra seu mandato e me prometa que não vai abandonar o tratamento com o Dr. Carraro.
-- Pai! Como está tudo sob controle? O senhor foi intimado para depor! Aquele delegadinho e aquela sapatão dos infernos querem colocar o senhor atrás das grades, e seus outros filhos estão ajudando nisso! E agora o senhor me manda ficar de fora? O único filho que se preocupa com o senhor e que quer lhe proteger?
-- Meu filho eu agradeço sua preocupação, mas não há motivos para preocupação.
-- Pai o que está acontecendo com o senhor? O que Danilo e Dulce estão fazendo com o senhor?
-- Seus irmãos estão fazendo a coisa certa, Douglas faça o mesmo, estou lhe dando a chance de mudar de vida, aproveite isso.
-- Mudar de vida? Pai o que tem de errado na minha vida? Estive ao seu lado todos esses anos, fazendo o que o senhor me pedia, aceitando seus planos para mim.
-- … por isso que estou te mostrando esse novo plano. Eu te fiz muito mal durante toda sua vida, encobri seus erros para lhe proteger e não vi o quanto estava piorando essa sua tendência violenta, intempestiva. Quando você precisava de ajuda, de um médico, sua mãe tinha razão, sempre teve.
-- O senhor está fora de si. A morte da mamãe tirou a sanidade do senhor e agora me acusa de não tê-la.
-- Douglas, você se lembra do primeiro homem que você matou? Você ainda era um adolescente... Eu me enganei, e ainda convenci sua mãe de que aquilo tinha sido apenas um acidente, mas eu me lembro do seu estado com as mãos ensanguentadas olhando satisfeito pro corpo daquele homem.
-- Ele estava roubando nossa casa, e ainda estava espionando a mamãe trocar de roupas, era escória e tinha que morrer!
-- Eu encobri aquilo, lhe protegi, colocamos você em terapia e vimos você mais calmo, eu e sua mãe acreditamos que você estava curado. Mas aquilo foi só o começo, por causa da morte daquele homem eu encomendei outro assassinato, um funcionário que testemunhou tudo começou a nos chantagear, e atordoado ordenei essa solução definitiva, justamente nesse dia, sua irmã ainda uma criança ouviu minha ordem, e a partir daí o pai dela virou um monstro.
-- O senhor depois de velho está ficando sentimental. Esses homens mereciam morrer. E eu não preciso de tratamento coisa nenhuma, sempre fui precoce, tomei atitude de homem forte como o senhor me ensinou a ser.
-- Isso não é força meu filho, isso é doença, agora vejo com clareza o mal que fiz, e o quanto sou culpado por esse rastro de mortes que nosso poder deixou. Alice convivia com essa cruz mesmo sem saber metade das atrocidades que você cometia e eu ordenava outra para proteger você.
-- A mamãe era uma fraca! Uma princesinha que não soube nem lutar contra um filho-da-mãe que se aproveitou dela. Danilo e Dulce saíram bem a ela, eu do contrário mesmo sem seu sangue herdei sua força, sua grandeza pai.
O olhar de Acrisio expressava mais do que piedade daquele discurso do filho, que indicava os sinais de uma realidade deturpada que Douglas vivia. Acrisio sentia uma grande culpa por todos os anos que preferiu uma venda aos olhos a enxergar os traços da personalidade psicopata de Douglas que Alice tanto se esforçava para mostrar. Até mesmo da mulher que amava, Acrisio escondia algumas atitudes do filho para evitar dar razão a ela e consequentemente intervir de maneira drástica para tratar Douglas de sua doença.
-- Sua mãe foi a mulher mais forte que conheci. Fraco fui eu de não reconhecer a razão dela e fazer por você o que era necessário. Não fiz no tempo certo, mas, estou tentando fazer agora. Por isso, pela última vez estou te pedindo: volte para Brasília, não se envolva mais nesse assunto e continue seu tratamento, talvez seja preciso você se afastar do trabalho, o Dr. Carraro adiantou isso, quem sabe fora do Brasil na melhor clínica do mundo! Mas faça o que seu pai está pedindo, por mim e por sua família.
Douglas saiu enfurecido do escritório do pai, nutrindo o ódio pelas pessoas que ele julgava culpadas por essa insanidade do pai: seus irmãos e Anahi, antes dela, nenhum membro do Ministério Público conseguira levar à frente os inquéritos ou processos abertos contra Acrisio. Antes de entrar em sua caminhonete, foi abordado por um de seus antigos seguranças, compassa de suas atrocidades naquela fazenda.
-- Doutor! Estava mesmo precisando falar com o senhor!
-- Agora não Sebastião, eu não tenho cabeça para conversar nada! – Retrucou irritado.
-- Mas é importante doutor e urgente!
Tomado de uma fúria animalesca, Douglas segurou a gola da camisa do segurança com as duas mãos e o jogou contra a caminhonete, bradando:
-- Escuta aqui seu merda! Quando eu falar não é não! Não admito que ordem minha seja contestada principalmente por um bosta miserável como você! Não me interesse sua urgência, estou cagando para o que é importante pra você seu filho-da-mãe! Agora saia do meu caminho antes que eu passe por cima de um nada como você!
O antigo capanga de Douglas se equilibrou com dificuldade quando foi empurrado pelo deputado e o observou arrancar naquela caminhonete deixando o rastro de poeira cobrir sua vista. A recusa humilhante do ex-chefe despertou a revolta em Sebastião, revolta suficiente para motivá-lo a por um fim na lealdade que dedicava a Douglas Savinon. O antes fiel comparsa do deputado, tomou a decisão que colocaria Douglas como principal responsável pelo massacre na Verdes Canaviais.
A decisão impulsiva de Sebastião foi compartilhada com seu companheiro de trabalho na antiga função de segurança de Douglas:
-- Você está louco? Vai se ferrar meu irmão! Já viu gente rica e poderosa na cadeia? O cara é deputado federal! Se o cara te deixar vivo, você vai é ser preso pelo resto da vida enquanto ele se livra bonitinho!
-- O cara é doido sim, mas eu sou mais! Ele está pensando que pode me tratar assim? Conheço os podres dele, ele tá na minha mão! O que foi ele nos prometeu hein? Lembra?
-- Que a gente podia contar com ele pra qualquer coisa.
-- Pois é! Minha mãe está doente cara! Preciso de uma grana alta para pagar a cirurgia dela e uma pessoa para cuidar dela e quando eu preciso o doutor me vira as costas? Ele vai ver o eu vou fazer...
-- Mas tu é burro mesmo! Do que vai adiantar você entregar o doutor? Isso vai pagar o tratamento da sua mãe?
-- Mas eu me vingo dele! Vou agora mesmo procurar aquele delegado, vou jogar a merda no ventilador!
-- Desculpa amigo, mas eu não vou permitir que você faça isso.
Sebastião deu as costas em direção a saída quando foi golpeado na cabeça por Moacir, que deixou seu companheiro desacordado no chão, e o trancou na sala seguindo para a sede da fazenda para relatar o acontecido a Acrisio.
-- Posso entrar senhor? - Moacir perguntou formalmente.
-- Entre Moacir, mas estou com um pouco de pressa, o assunto pode esperar?
-- Não senhor, é urgente.
-- Entre, seja rápido.
Moacir relatou para o patrão o que acontecera, deixando Acrisio transtornado.
-- Diga que me procure, eu pago o tratamento da mãe dele, não precisa ele cometer uma sandice dessas!
-- Se o senhor pode comprar o silêncio do Sebastião, pode ser generoso comigo também, e eu ainda mereço um agrado a mais, por que vim dizer ao senhor a intenção dele, fui leal ao senhor como sou a seu filho.
-- Mas é muita safadeza sua! Você está me chantageando homem?
-- Só acho justo ser recompensado. E se o senhor for esperto, vai me querer como seu homem de confiança. Confiança tem um preço, e mais cara ainda é a liberdade do seu filho...
Acrisio apertou os olhos, e mastigando a indignação por tal afronta deixou sua prepotência falar mais alto:
-- Você acha que está falando com algum borra botas? Acha que sou um frouxo qualquer? Não vou admitir ser explorado assim nem por você nem por ninguém por motivo nenhum! Acha que pode denunciar a mim ou ao meu filho, pois vá! Vocês estarão se entregando também, tenho os advogados mais caros do país ao meu serviço e pra vocês só restará um advogado de porta de cadeia ou um defensor público que não está nem aí pra culpa de um zé ninguém como você! Ponha-se daqui para fora, e leve seu par junto!
-- O senhor foi avisado doutor!
O impulso de Acrisio foi de ordenar a típica solução definitiva tão comum nas suas práticas para encobrir os crimes do filho e seus podres. No entanto, a mudança de consciência provocada por sua culpa no agravamento da doença do filho motivou outra postura do antes inescrupuloso fazendeiro. Convencido de que só havia uma atitude a ser tomada naquelas circunstâncias, Acrisio partiu para São Paulo depois contatar Lucas por telefone.
-- Quero mudar meu depoimento doutor, o senhor pode me atender ainda hoje?
-- Claro que sim senhor Acrisio, eu aguardo o senhor.
Eita oque sera que vai acontecer???
Autor(a): angelr
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 327
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mariamarta Postado em 03/09/2021 - 01:58:10
Estou lendo essa fic pela primeira vez. A fic é ótima e muito bem escrita. Anahi é uma idiota, bem burra e fraca, na verdade não consigo sentir pena dela, pq ela é a responsavel pelo proprio sofrimento. Sofre pq é mole e pq não tem voz, deixa que façam dela uma marionete. Gratidão é algo bem distinto disso que ela tá fazendo. É até vergonhoso chamar isso de gratidão. Ela é fraca isso sim
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raphaportiñon Postado em 01/04/2021 - 12:37:53
Meu Deus ... Estou fascinada por essa FIC ... Amo encontrar Fics Portiñon desse nível... Sou apaixonada :) <3
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angelr Postado em 03/12/2014 - 13:40:31
Ai gente que bom que voces todas gostaram, gosto sempre de compartilhar com voces coisas boas que leio
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dyas Postado em 03/12/2014 - 08:55:43
Show *-*' Adorei a web toda. Como eu sofri nessa web, kkk. Beijos s2 - Você é demais! :)
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justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 19:33:31
mds que final lindo ,comfesso q chorei mas meus parabéns ,otima fic !!!
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:20:47
Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra de natal seri tipo um presente de natal para seus fãs
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:17:21
Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra especial para suas fãs que tal? Capítulo Anterior | Próximo Capítulo Autor(a): angelr PROMOVA A SUA FANFIC: More Sharing ServicesPromova| Share on facebookShare on twitterShare on emailShare on printShare on gmail Comentários da Fanfic (307) Comentários do Capítulo: s só um pedido de natal
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 16:41:55
Já estou com vontade de chorar só de pensar que hoje é o último capítulo mi viciei nessa história sério vou sentir muita falta mais já estou lendo sua nova web aconteceu você é estou gostando a Anny está demais atrapalhada que só já ri de cara logo no começo posta logo o fim mata minha curiosidade
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justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:51:25
terminei de ler a poucos minutos uma fic chamada "AMOR IMPROVAVEL" ,ao ir conferir a escritora tenho uma surpresa !! É VOCE QUE ESCREVE kkkk com essa ja são 5 fic's sua que leio , ja virei sua fã ,pode ter certeza que vou ler as outras . VOCE É UMA EXCELENTE ESCRITORA , cada vez que leio uma fic sua me surpreendo !! PARABÉNS .................................. anciosa para o ultimo capitulo.
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angelr Postado em 01/12/2014 - 23:49:33
flavianaperroni - ja sim