Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon

Daniela não conseguiu sequer dar continuidade à conversa com a linda mulher que já caíra em seu charme. Deu uma desculpa qualquer e saiu da boate às pressas seguindo para o estacionamento onde jogou-se na frente do próprio carro dirigido por Dulce.


-- Sua louca! Poderia ter te atropelado sua maluca! Tudo isso é ciúme do seu carro ou por que não quer pegar a japinha em um taxi? – Dulce berrou saindo do carro.



-- Tudo isso é por vontade de você Dulce!



Daniela não deu tempo para Dulce assimilar o significado daquela declaração. Quando deu por si, sua boca já estava invadida pela língua faminta da morena estonteante. O beijo avassalador se transformou em uma excitante coreografia das mãos e lábios, apossando-se de cada centímetro de pele que podia ser exposto ali, dentro do carro acomodadas no banco de trás.

Racionalmente Dulce sabia da grande bobagem que estava se permitindo naquele momento. Era insano ceder ao desejo recém despertado pela amiga, mas não teve forças para fazer a razão valer, era forte demais, intenso demais, quase tóxica a vontade de se dar e possuir aquele corpo.


Daniela que nas suas fantasias já se imaginou com a amiga leal, nunca poderia supor a dimensão daquela inspiração secreta quando sentiu atração visceral tomando de conta de cada beijo, cada toque, carregados de volúpia, que lançaram por terra qualquer rastro de sensatez deixando em seu lugar a satisfação ao sentir o corpo alvo da ruivinha se contorcer quando foi preenchido pelos seus dedos habilidosos que logo estavam inundados pelo gozo precoce de Dulce,que com o corpo arqueado, rasgou a blusa de Daniela expondo os seios apetitosos da morena que os ofereceu. Concomitantemente Dulce sugou aqueles mamilos eriçados, lambeu-os, se deliciou neles enquanto seus dedos se deleitavam no sexo encharcado de Daniela, levando-a ao auge sem demoras.


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A rotina de estudos de Anahi se tornara ainda mais intensa desde sua chegada da Holanda. Ao contrário de Dulce, a promotora se fechou acerca do assunto, não falando sobre nem mesmo com a melhor amiga Carla. Foi assim pelo menos até receber a primeira mensagem de texto de Dulce.


Por alguns momentos chegou a crer que nem tudo estava perdido, que Dulce estava arrependida do término e que podiam recomeçar. No entanto, a ferida estava lá, os motivos que as separavam também. Anahi cobrava explicações dos passos de Dulce sempre que suspeitava de algum encontro que ela podia ter tido com Angelique em eventos nos quais a cantora estava presente. Isso só as separou mais, Anahi reconhecia a exaustão da ex em ser tão cobrada e ser alvo de tantas desconfianças. Anahi compreendia racionalmente, mas suas emoções não correspondiam, estas explodiam a qualquer silêncio de Dulce, a qualquer resposta vazia da ruivinha.


Carla insistia várias vezes em trazer a amiga a realidade, explicitando os motivos que as separavam e que muitos dependiam da mudança de postura da promotora. Hora Anahi assentia a opinião da amiga, hora explodia sua insegurança e ciúme ao ver uma foto ou uma marcação em rede social na qual Dulce e Miss Flower estavam juntas.


-- Ser estranho, saia desse corpo que não te pertence! Anahi minha amiga se você ainda está aí dentro tome de conta de novo da sua vida!


-- Para de palhaçada Carlinha! Você não está vendo? Estão juntas de novo, como suspeitei.


-- Anahi eu não ia te dizer isso por que você me pediu que eu não falasse mais nada sobre a viagem para Amsterdã, que não queria mais noticias da Dulce e blá blá blá... Mas, eu vou dizer na esperança de que você reconheça o que precisa mudar.



-- Dizer o que?


-- A Dulce não voltou com a Angelique, nem mesmo ficaram como você deduziu ao encontra-la no quarto dela em Amsterdã.


-- Ah ela te convenceu disso?



-- Não precisou ela me convencer. Eu vi.



-- Viu o quê?



-- Vi com quem a Angelique estava em Amsterdã.



-- Han?



-- A Angelique está namorando a Maite, a ex da Dulce. Tomamos café juntas no dia que embarquei para o Brasil. Conheci a Maite na faculdade quando ela namorava a Dulce, e bem, nos encontramos no hotel, e bem, ela até me fez companhia nos passeios que fiz em um dos dias que fiquei lá. A Angelique comentou inclusive de quão engraçado era isso no mundo lésbico, que as duas eram ex da mesma mulher que as traiu com uma mesma mulher e hoje a Dulce era madrinha do casal, contou inclusive que conversou pessoalmente com a Dulce para comunicar a novidade.



-- Por que você não me disse isso?! Carla isso mudaria tudo!



-- Mudaria o que? Você não acreditou na Dulce, a mulher que você ama há dez anos, uma mulher que fez tudo por você. Então por que eu tenho a confirmação que Dulce não lhe traiu você acredita nisso? O que isso mudaria na relação de vocês Anahi? A Dulce teria sempre que te trazer uma lista de provas incontestáveis da inocência e fidelidade dela?


Anahi tentou responder, mas, não conseguiu. A amiga estava certa. Tal constatação cobriu a promotora de uma culpa que se mesclava a um sentimento estranho de vergonha.


-- Eu também terminaria comigo...


Anahi balbuciou jogando seu corpo no sofá.


-- Você precisa encontrar seu equilíbrio de novo Any. Eu acredito no amor de vocês, mas não dessa forma que as coisas tem caminhado. 


-- Eu sou uma vaca psicótica!


Carla riu e tentou consolar a amiga:



-- Não, você não é. Vocês enfrentaram um tumulto na relação de vocês, e a pressão foi maior para você, você ficou mais vulnerável.



-- Eu mais vulnerável? Carla a Dulce teve uma overdose, está em tratamento para dependência química, o pai está sendo julgado por dezenas de assassinatos e ela está testemunhando contra ele em um julgamento que eu estou na acusação. O irmão psicopata está internado depois de tentar matar outro irmão e ela o acompanha a pedido de um pai que está fingindo ser a nova versão do pai herói. Acho que a Dulce está mais vulnerável e ainda sim não se transformou numa neurótica ciumenta.



-- Any, você sabe o que passou também. A diferença é que a Dulce se acostumou a vida toda a enfrentar melhor as coisas sozinha e de certa forma se sai melhor quando está sob pressão.



-- Não sei se concordo com isso. A Dulce só tem pose de forte, as vezes eu queria tanto que ela só me deixasse cuidar dela, e ela se escondia naquela postura de mulher descolada e inabalável. Poucas vezes ela se mostrou frágil. E quando se mostrou eu fui uma filha da mãe insensível chamando-a de filha inocente e carente...


-- Any não vai adiantar de nada você se condenar assim. Você quer a Dulce de volta? Então lute contra o que afastou vocês, e não estou falando de Acrisio Savinon, você sabe disso.





Anahi sabia e pela primeira vez isso estava claro como água. As próprias questões mal resolvidas entre ela e Dulce, as palavras que ficaram no vácuo, os pensamentos que divagaram em hipóteses absurdas, as conclusões que foram feitas à revelia da grandeza dos sentimentos que as unia, as feridas que não foram curadas, as declarações que foram omitidas pela mágoa, estavam todas lá. Estavam a minar aquele território que devia ser de confiança, parceria, entrega e esperança. Estavam lá para afundar todas as tentativas de concretizar o amor que desafiava todas as leis do acaso e do desencontro.


O que antes estava tão confuso para a promotora, agora parecia incontestável como uma evidência de crime. O acúmulo daquelas marcas na sua história com Dulce não a machucou somente, mas tirou do seu centro de equilíbrio, a deixou perdida, nublou a pureza do seu amor por Dulce. 


Com o resultado de sua reflexão, Anahi experimentou o sentimento dúbio de alívio por enxergar o que a separava de Dulce e sentir que agora ela podia tomar as rédeas para reconquistar seu amor, no entanto, experimentou também o medo de sua descoberta ter acontecido tarde demais.


Aquela angústia cresceu a tal ponto de roubar o sono da promotora. Revirando-se na cama, com o pensamento em Dulce, desejou arrancá-la da sua mente e sentá-la ali diante dela para que ela ouvisse todos os pedidos de perdão e as promessas do seu amor incondicional. Não suportando aquela aflição, pegou seu celular e ao ver o relógio marcar as zero horas, se deu conta que esquecera o aniversário de Dulce, foi a desculpa perfeita para ligar-lhe na madrugada para desculpar-se pelo descuido.


O destino em mais uma de suas armadilhas não poupou o coração da loira.Com o coração aos saltos dentro do peito, não precisou esperar o telefone chamar muito, mas ao invés do esperado “alô” na voz de sua amada, Anahi escutou gemidos, frases desconexas no tom que ela reconhecia muito bem, mas em outra língua:


-- “Você é deliciosa Dani... Dá pra mim...”.


-- “Isso Dulce, entra em mim, entra gostoso, me faz go..zar...”.



Anahi soltou o telefone lentamente. No seu coração o medo agora tinha outro nome: Daniela, e pior, teve a confirmação do seu maior medo: era tarde demais para ela e Dulce.

Ultimos capitulos...  é uma peninha mas a web esta chegando ao fim em breve, ja adianto que irei postar outra assim que acabar essa.