Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon
Anahi se esforçava, mas o tempo com Dulce era curto e a ruivinha não escondia insatisfação. Mesmo em casa, se afastava para atender telefonemas, acordava no meio da noite para fuçar algo na internet, o que acabava por entristecer a noiva.
Numa manhã de sexta-feira, Anahi surpreendeu Dulce revelando:
-- Não vou trabalhar, estou indisposta hoje. Quero passar o dia com você, te compensar por esses dias que trabalhei muito.
-- Está falando sério?
-- Claro que sim! Preciso só deixar uns papéis no tribunal, vem comigo? Depois nós saímos pra almoçar na serra que tal?
-- Ir com você no seu trabalho? Jura?
-- Ué, todo mundo já sabe quem é você pelo Youtube mesmo... Vamos?
Dulce saltou da cama animada como uma criança que iria ao parque.
-- Amor vista algo mais sério tá? Vamos ao tribunal, não quero que falem mal das roupas da minha noiva.
-- Visto o que você quiser!
Dulce berrou do closet.
-- Vou preparar nosso café da manhã.
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Anahi estacionou e Dulce estranhou:
-- Ué, aqui não é o fórum é?
-- Vem Dul, é rápido.
Mesmo sem saber ao certo onde ia, Dulce a seguiu, entrou no prédio que abrigava vários escritórios, entrou no elevador e cochichou:
-- Amor onde vamos?
-- Só preciso resolver umas coisas aqui meu amor.
Misteriosa, Anahi apertou o botão do quarto andar, chegando ao andar pretendido seguiu para o balcão, entregando para a funcionária uma pasta com papéis.
-- Terceira porta à esquerda senhorita.
Anahi segurou a mão de Dulce e seguiu pelo caminho indicado pela funcionária.
-- Any isso... Isso... Isso é um cartório?! – Dulce perguntou gaguejando.
Anahi abriu a porta da sala indicada que se tratava de um pequeno auditório utilizado para celebrações de casamento. Lá estavam Danilo e Lídia, Carla e Lucas, Maite, Daniela, Gerard e Lisa, Vanessa sua irmã acompanhada do marido, Dona Alda e seus filhos os primos de Dulce.
-- Meu amor o que é isso?! – Dulce perguntou com a voz embargada e as mãos trêmulas.
-- Eu estive ausente todos esses dias batalhando por isso, conseguir judicialmente o nosso direito de nos casarmos como qualquer outro casal, não sei se algum colega vai embargar essa autorização, mas nós teremos aqui no nosso país nosso casamento, esse cartório aceitou realiza-lo e estamos aqui. Vamos nos casar?
-- Mas... Eu... eu...
Dulce tremia, não conseguindo se quer sorrir sem sentir os músculos de sua face tremerem tamanha era sua emoção.
-- O cartório vai nos casar de verdade? – Dulce conseguiu perguntar.
-- …, descobri que a dona é militante da causa, além do mais, sabe aquela coisa do mundo gay, todo mundo se conhece... A mulher dela nos conhece, a propósito ela será nossa juíza de paz. Ah! Acabou de chegar.
Anahi também visivelmente emocionada com a reação da noiva, segurando suas mãos, apontou com os olhos a juíza de paz entrando pela sala.
-- Madimbu?!
Lucas e Carla foram os únicos a entender a exclamação de Dulce e contiveram a gargalhada com um riso discreto. A antiga professora e perseguidora de Dulce, Dorothea Gonçalves se aproximou do casal cumprimentando-as:
-- Então, estão prontas?
-- Sim meritíssima. – Anahi respondeu, enquanto Dulce permanecia boquiaberta.
-- Ora doutora Anahi, vamos dispensar essas formalidades entre colegas não é?
Dorothea parecia outra pessoa, ao menos no que diz respeito ao humor, apesar do peso ter reduzido visivelmente, conservava suas volumosas bochechas rosadas que lhe rendera o apelido dado por Dulce. Entretanto, seu semblante estava menos tenso, percebia-se até mesmo um brilho diferente nos olhos, algo que só mesmo o amor poderia provocar.
-- Como vai Dulce?
-- Be... Bem.
Foi tudo que Dulce conseguiu balbuciar.
-- Então vamos dar inicio a cerimônia, hoje o dia está cheio por aqui.
Dorothea seguiu até a grande mesa de carvalho envernizado no centro da sala enquanto Anahi tentava trazer Dulce de volta do seu estado de choque.
-- Ainda aceita casar comigo ou está se preparando para fugir?
Dulce pareceu relaxar, deixou um sorriso escapar, limpou o rosto das lágrimas de emoção, segurou a mão de Anahi e sob os olhares emocionados dos amigos e família ficaram diante da juíza de paz, de mãos dadas.
-- Estamos aqui hoje para garantir mais do que um direito de qualquer cidadão, estamos aqui hoje para celebrar o destino. Há quem chame de sorte, outros chamam de acaso ou conspiração do universo, mas o fato é que algo sobrenatural ou cósmico permite o encontro de duas pessoas, e o que é isso se não for destino? Destino é o fim de uma caminhada, ponto final de uma jornada, resultado de uma busca, penso que somos destinados ao amor, e quando o encontramos tudo muda: nossos planos, nossos conceitos, nossas barreiras interiores... O amor tem sua própria lei, que vence as leis da física porque dois corpos por instantes mágicos passam a ocupar um mesmo lugar no espaço, desafia as leis da matemática quando um mais um continua sendo um... Desafia qualquer lei de incompatibilidade quando une dois seres opostos, seja nas afinidades, seja na cor, na religião, na cultura... O amor desafia sobretudo as leis da conveniência, respeitando apenas as leis do destino, quando um ser está destinado a outro e ultrapassam os riscos dos encontros e a decepção dos desencontros para fazer valer a maior verdade de todos os tempos: amor sempre vence no final. Portanto hoje Dulce e Anahi, e todos que estão aqui testemunhando essa união, vamos agradecer ao destino por mostrar sua força através do amor que hoje vocês vem afirmar em mais esse desafio às leis humanas. … com muita emoção e satisfação que celebro a união de casais do mesmo sexo porque é um prova que amar é sempre um desafio e admiro quem consolida essa luta em uma instituição declarada pela maioria como falida. O casamento não é uma instituição falida, é sim um dos desafios do amor nos dias modernos, eu tenho certeza que este vocês vencerão sem dificuldades.
O discurso de Dorothea precedeu os protocolos frios daquele momento a ponto de tornar os termos técnicos igualmente emocionantes para todos ali presentes. Logo após assinarem os papéis, Dorothea foi cumprimentar o novo casal:
-- Meus parabéns, de todo meu coração desejo que vocês sejam muito felizes, assim como eu e minha esposa.
Dorothea acenou para uma senhora de meia idade que entrava na sala. Segurou a mão dela e apresentou-a às ex-alunas.
-- Eu não sei o que dizer professora. Estou surpresa em rever a senhora assim, nessas circunstâncias.
Autor(a): angelr
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Dulce tinha dificuldades em escolher as palavras mais adequadas. -- Dulce não precisa ficar constrangida. Não tivemos um passado muito bom não é? Não facilitei nem um pouco sua vida acadêmica e nem você a minha docência. Você era a aluna mais irritante que eu já tive! Para não utilizar outro adjetiv ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 327
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mariamarta Postado em 03/09/2021 - 01:58:10
Estou lendo essa fic pela primeira vez. A fic é ótima e muito bem escrita. Anahi é uma idiota, bem burra e fraca, na verdade não consigo sentir pena dela, pq ela é a responsavel pelo proprio sofrimento. Sofre pq é mole e pq não tem voz, deixa que façam dela uma marionete. Gratidão é algo bem distinto disso que ela tá fazendo. É até vergonhoso chamar isso de gratidão. Ela é fraca isso sim
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raphaportiñon Postado em 01/04/2021 - 12:37:53
Meu Deus ... Estou fascinada por essa FIC ... Amo encontrar Fics Portiñon desse nível... Sou apaixonada :) <3
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angelr Postado em 03/12/2014 - 13:40:31
Ai gente que bom que voces todas gostaram, gosto sempre de compartilhar com voces coisas boas que leio
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dyas Postado em 03/12/2014 - 08:55:43
Show *-*' Adorei a web toda. Como eu sofri nessa web, kkk. Beijos s2 - Você é demais! :)
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justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 19:33:31
mds que final lindo ,comfesso q chorei mas meus parabéns ,otima fic !!!
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:20:47
Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra de natal seri tipo um presente de natal para seus fãs
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:17:21
Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra especial para suas fãs que tal? Capítulo Anterior | Próximo Capítulo Autor(a): angelr PROMOVA A SUA FANFIC: More Sharing ServicesPromova| Share on facebookShare on twitterShare on emailShare on printShare on gmail Comentários da Fanfic (307) Comentários do Capítulo: s só um pedido de natal
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portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 16:41:55
Já estou com vontade de chorar só de pensar que hoje é o último capítulo mi viciei nessa história sério vou sentir muita falta mais já estou lendo sua nova web aconteceu você é estou gostando a Anny está demais atrapalhada que só já ri de cara logo no começo posta logo o fim mata minha curiosidade
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justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:51:25
terminei de ler a poucos minutos uma fic chamada "AMOR IMPROVAVEL" ,ao ir conferir a escritora tenho uma surpresa !! É VOCE QUE ESCREVE kkkk com essa ja são 5 fic's sua que leio , ja virei sua fã ,pode ter certeza que vou ler as outras . VOCE É UMA EXCELENTE ESCRITORA , cada vez que leio uma fic sua me surpreendo !! PARABÉNS .................................. anciosa para o ultimo capitulo.
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angelr Postado em 01/12/2014 - 23:49:33
flavianaperroni - ja sim