Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon

-- Eu sou insuportável? Olha só quem fala! Está aqui reclamando desde que se perdeu nessa mata, e o que fez pra reencontrar a trilha? Nada! Aí fica aí buzinando no meu ouvido!

-- Eu me perdi? Você me arrastou pro meio da mata, e pra quê? Até agora não sei pra que!

Dulce ficou sem argumentos, andou de um lado para outro como se procurasse a desculpa perfeita para justificar sua atitude “furtiva”.

-- Fala Dulce! Por que você me puxou? Já não basta você me confundir com esse comportamento de me rejeitar e depois me beijar daquele jeito e me deixar cheia de interrogações?

Dulce permaneceu de costas para Anahi, nitidamente fugindo do olhar inquisidor da moça. Entretanto, Anahi colocou-se diante de Dulce, de maneira que a ruiva não pudesse se esquivar de encará-la.

-- Não vai me responder? – Instigou Anahi.

-- Você acha que é só você que está confusa? Acha que eu não fico totalmente perdida com você? Uma hora você é a pessoa mais íntegra e transparente do mundo, outra hora você é a mais intransigente e indecifrável! Não entendo você, não entendo o que você sente, nem muito menos o que você faz comigo!
-
-- E o que você faz comigo? Sou indecifrável por que você virou minha vida, meus conceitos e idéias de pernas pro ar! Não imagina como me martirizei por não ter acreditado em você, por ter te afastado de mim, não te dar meu apoio quando sua mãe adoeceu... Passei os dias mais longos e mais angustiantes quando você esteve ausente, tudo que eu queria era estar assim perto de você nem que fosse pra te xingar ou ouvir você me chamar de caipira!

O desabafo de Anahi calou Dulce por segundos, mas depois despertou um riso descontraído na ruiva.

-- Do que você está rindo agora? – Anahi perguntou irritada.

-- Nunca imaginei ouvir isso de você... Que sentiria falta de ouvir te chamar de caipira...

Anahi só conseguiu se manter séria por alguns segundos, antes de se entregar ao riso.

-- Você deveria sorrir mais... – Dulce disse em um tom mais suave, quase tímido.

-- Por quê?

-- Por que... Seu sorriso é lindo.

Anahi desfez a expressão tensa. Novamente os olhos se encontraram, dessa vez não estavam nublados por mágoas, Anahi e Dulce puderam se ler de novo, enxergaram o óbvio, e seus corpos se aproximaram como que atraídos por um ímã invisível. Dessa vez aquela atração irresistível provou sua força, como uma duna que se desfaz com o poder do vento, Dulce e Anahi se derramaram uma na boca da outra em um beijo cálido.

Não conseguiam nem se quisessem desgrudar seus lábios, seus corpos, por que aquela entrega parecia predestinada, e contra o destino, elas não estavam dispostas a lutar. Dulce apertou a cintura de Anahi na medida em que se deliciava no sabor dos seus lábios, enquanto Anahi envolvia seus braços no pescoço de Dulce. 

Todo aquele desejo contido, que só crescia desde o primeiro beijo, anunciava sua explosão de sensações pelo corpo de ambas. Aos poucos as mãos de Anahi desceram pelo pescoço de Dulce enquanto as mãos da ruivinha faziam o percurso inverso, subindo até os seios da outra, a essa altura, túrgidos, excitados por aquele toque. 

Não cabia mais a idéia de hora certa, e lugar ideal. Os gemidos que escapavam a pele eriçada e a umidade que não provinha só dos corpos molhados pela chuva, evidenciavam que o momento certo era a oportunidade mais próxima, o agora.

-- Dulce me faça sua.

Anahi sussurrou. O simples sussurrar da garota ascendia um prazer insano na ruivinha, nunca sentira tanto tesão diante de uma voz como sentiu naquele momento, especialmente pelo pedido urgente, não só libidinoso, era acima de tudo carregado de sentimento sincero. 

-- Você tem certeza? 

Dulce perguntou ofegante, trêmula, se sentindo tão virgem quanto Anahi.

-- Nunca tive tanta certeza de algo na minha vida.

Dulce beijou suavemente os lábios de Anahi. Pegou a toalha que usaram para se enxugar, estendeu-a no chão de madeira como se fosse um tecido nobre, queria um cenário especial, mas em qualquer lugar ela sabia que seria sagrado como estava sendo naquele momento. Aproximou-se de Anahi disfarçando seu nervosismo.

-- Está nervosa? 

-- Não, eu confio em você.

Anahi respondeu desabotoando a camisa que estava por cima de seu top, tal gesto demonstrou uma sensualidade nunca prevista para Dulce. A fotógrafa segurou as mãos de Anahi impedindo que ela continuasse a se despir, tomando para si essa tarefa. Abraçou Anahi por trás, beijando os ombros de Anahi agora desnudos, deixando que a camisa caísse pelo chão. Beijou as costas de Anahi, enquanto retirava seu top. A excitação que percorria o corpo de Anahi chegava a provocar espasmos no seu corpo e um arrepio ininterrupto na pele. As mãos de Dulce agora envolviam a cintura de Anahi enquanto mordiscava o lóbulo de sua orelha, intercalando com beijos. Com delicadeza girou o corpo de Anahi ficando de frente para ela, com o dorso de sua mão, acariciou seus seios firmes, fazendo a moça corar. Entendendo a timidez, Dulce colou seu corpo no de Anahi, emendando outro beijo tórrido acompanhado do movimento calculado de suas mãos pelo corpo que ansiava ser descoberto por aquelas sensações inéditas.

Anahi arrancou a blusa de Dulce enquanto se deixava ser beijada e acariciada, peça a peça que as vestia se perdeu pelo chão. Muito mais do que tesão, naquele momento o que ambas sentiam era uma emoção incontrolável, indescritível. Com os corpos nus, se permitiram deitar-se sobre a toalha no chão. Dulce caiu por cima do corpo de Anahi, num encaixe rematado. Os beijos que trocaram eram ritmados com os movimentos do corpo de Dulce, que ao sentir a abundância da umidade dos seus sexos deslizou sua mão até aquela cavidade, deixando que seus dedos massageassem, explorasse, tomasse posse enfim.

O sorriso na face de Anahi, seus suspiros e gemidos, foram à trilha de sons composta tendo como melodia de fundo a chuva que sempre as aproximou. Inexplicavelmente para Dulce, o seu corpo reagiu da mesma maneira que Anahi, mesmo sem ser tocada, chegou ao ápice no mesmo momento que Anahi.

Permaneceu sobre o corpo de Anahi, abraçando-a enquanto ambas recuperavam o fôlego e desaceleravam o coração palpitante.

-- Está tudo bem? – Dulce perguntou acariciando o rosto de Anahi.

-- Está tudo perfeito. – Anahi respondeu com um sorriso radiante.

-- Eu te machuquei?

-- Não, você me deu o momento mais perfeito da minha vida.

Dulce ruborizou. 

-- Ai que coisa mais fofa! Ficou tímida? – Anahi perguntou apertando as bochechas de Dulce.

-- Você expõe um lado meu, que nem eu mesma reconheço.

-- Dulce... Eu estou muito feliz por ter me guardado pra você...

-- Espera... Você nunca...? Nem com meninos?

-- Nunca.

-- Ai meu Deus, quer dizer que de acordo com seus costumes, agora vou ter que casar com você se não seu pai vai me obrigar com uma espingarda?

-- Sim... Você me desonrou, agora tem que consertar o erro.

-- Erro? Achei que fiz tudo tão certinho...

-- Fez sim... Foi perfeita, mas, vai me deixar mal falada?

-- Sério? Casar?

-- Seria tão ruim assim? – Anahi fingiu ofensa.

-- Não gosto de quebrar costumes, além do mais, não quero que ninguém mais erre ou acerte com você... Quero direito exclusivo.

Dulce encerrou o assunto com um beijo, antes de se entregarem mais uma vez ao desejo, como se fosse inevitável se darem ao prazer.