Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon

Na noite de domingo, depois de chegar da missa com sua família, Anahi recusou o convite para acompanhar os pais em um jantar em casa de amigos, preferiu se resignar sozinha em sua casa com a desculpa que precisava estudar. Em seu quarto, se perdeu nos próprios pensamentos fantasiosos, angustiados, imaginando Dulce beijando outras mulheres, quando ouviu estalos vindos da janela da varanda. Estranhou, levantou e foi até a janela, abriu-a e qual não foi surpresa quando teve que se desviar de uma pequena pedra lançada contra a janela, era essa a origem do barulho. Entretanto, a surpresa maior Anahi teve quando viu quem atirava as tais pedrinhas, da janela viu a projeção dos seus pensamentos personificada, ali nos fundos da sua casa: Dulce.

-- Joga as tranças Rapunzel!

Dulce disse com um sorriso moleque no rosto. Anahi completamente embasbacada abriu seu melhor sorriso, desejando se jogar daquela janela, direto nos braços de “seu príncipe".

-- O que você está fazendo aqui maluca? – Quase em tom de cochicho Anahi perguntou entre risos.

-- Vim passar o carnaval com minha namorada, será que ela me aceita?

Anahi por pouco não se jogou janela a baixo. Ao invés disso sorriu para Dulce e respondeu:

-- Só se você prometer que esse namoro não vai virar cinzas na quarta-feira.

-- Você tem minha palavra, agora preciso que você me resgate desse quintal, estou com medo de ser atacada por bichos selvagens...

Era a Dulce pela qual Anahi estava encantada: surpreendente, implicante, apaixonante. Não calculou a conseqüência daquela atitude impetuosa da agora oficial namorada, tudo que queria era abraçá-la para se assegurar que não era sonho aquele momento. Desceu as escadas às pressas, abriu a porta da cozinha e arrastou Dulce pela mão até seu quarto, com passos silenciosos afim de não despertar Marieta de seu sono.

Com o seu quarto trancado, Anahi segurou o rosto de Dulce entre suas mãos, como se duvidasse do que seus olhos viam, precisava tocá-la, seus sentidos não podiam enganar assim. Dulce fechou os olhos, se deliciando com o toque macio de Anahi.

-- Repete Dul... Repete o que você veio fazer aqui.

Anahi sussurrou roçando seus lábios no canto da boca de Dulce.

-- Vim passar o carnaval com minha namorada...

Dulce respondeu, puxando Anahi pela cintura, colando seus corpos, tornando inevitável o encontro das bocas, o passeio das mãos, a consumação da paixão. Peça por peça das roupas foram retiradas sem pressa, em um momento raro e delicado, Anahi contemplou o corpo nu de Dulce, sua pele alva devidamente eriçada pelo desejo emanado das esmeraldas cintilantes que eram os olhos de Anahi. Em outro momento incomum, Dulce ficou tímida, ruborizou ainda mais quando ouviu Anahi atestar depois da contemplação:

-- Você é tão linda Dul...

-- Any...

Anahi calou a boca da ruivinha com seus dedos.

-- Não fala nada...

-- Vem me amar então...

Dulce  tomou a boca de Anahi calmamente, como se desejasse enfeitiçá-la, dopá-la com a paixão que cada célula do seu corpo transmitia. Com as mãos Anahi percorreu o mesmo caminho já traçado pelos seus olhos, e depois sua boca seguiu os mesmos rastros, lambendo, sugando, beijando, selando o que as almas já sabiam: elas se pertenciam.

-- Any você está me enlouquecendo...

Em um tom lascivo Dulce deixou escapar a ansiedade de ser tomada definitivamente por Anahi.

-- Paciência... Calma... … a primeira vez que estou fazendo amor com minha namorada.

Anahi sussurrou enquanto buscava espaço entre as pernas de Dulce que sorriu emendando em um beijo de concordância ao pedido da namorada. Encaixaram-se, os corpos e as vidas, os sentimentos e os desejos. Movimentaram-se em sintonia: sexos, sons, fluidos. 

-- Minha namorada...

Dulce sussurrava em meio a sentenças sem sentido, o que aumentava a excitação de Anahi, foi a palavra de ordem para ambas se fundirem. Tocaram-se no ritmo que ditou-se pelas batidas dos corações e respirações aceleradas, preencheram-se com a plenitude que a natureza não ousaria contestar. O tremor dos corpos, os gemidos contidos por expressões do prazer inenarrável nas suas faces suadas anunciaram o ápice irrefreável, longo, avassalador.

-- Parece um sonho você aqui comigo.

Anahi desabafou, repousando seu corpo nu sobre o corpo de Dulce.

-- Quero estar nos seus sonhos e na sua vida real assim, pra sempre Any.

As palavras de Dulce, por mais românticas que soassem, naquele momento se configuraram afrodisíacas. Anahi invadiu a boca de Dulce com sua língua, ardendo em chamas. Beijos ávidos, lânguidos, precederam nova entrega dos corpos suplicantes por se possuírem outra vez. Inescapável, natural, necessário tal ato: se deram.

Exausta, depois de horas de paixão, mesmo sem julgar necessário saber, por curiosidade ou vontade de ouvir o óbvio, Anahi perguntou:

-- O que houve pra você aparecer aqui? Como você me achou?

-- Meu coração me guiou...

Anahi sorriu e beijou os lábios da namorada.

-- Adoro seu lado romântico, mas, e Salvador?

-- Estava tudo muito chato lá... Todos os rostos só me traziam uma imagem: você. Todas as músicas me lembravam você, ao invés de ficar delirando, vendo e ouvindo você em todos os lugares, correndo atrás de um trio elétrico, achei mais inteligente correr atrás de você, a original...

O sorriso de Anahi poderia iluminar toda cidade depois de ouvir a declaração bem do jeito que só Dulce conseguia fazer: displicente, mas, arrebatadora.

-- E como você me achou?

-- Deixei meu carro no posto de gasolina da cidade, achei que chamaria muita atenção... E vim perguntando onde era a casa do dono da única loja de material de construção da cidade... Cheguei à sua casa, e aí foi fácil achar sua janela, é a única que dá pro quintal da casa.


A narrativa de Dulce só fazia com que Anahi se rendesse ainda mais, percebendo que cada palavra que ela dizia, a ruivinha guardava atenta, mais uma prova de que seus sentimentos eram sinceros.

-- O que você vai fazer comigo até o feriado acabar? Vai me esconder debaixo da cama ou vai me apresentar como sua namorada?

-- Será que você cabe no meu armário?

-- Ah não! Armário não! 

Anahi gargalhou.

-- Eu vou dar um jeito, não se preocupe, agora vem cá, por que vou te compensar por correr atrás dessa caipira aqui...

Cheia de malicia Anahi avançou no corpo da namorada encerrando a noite amando-a outra vez, antes de dormirem apertadas naquela cama de solteiro, como se fossem uma só.