Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon

Dulce foi obediente, sentou-se junto ao balcão, e observou praticamente com devoção em cada movimento, expressão que Anahi exibia. Perguntava-se interiormente como conseguiu viver até aquele dia sem vislumbrar a beleza serena e limpa de Anahi. A presença dela inquietava e ao mesmo tempo trazia um sentimento de calmaria em sua alma que ela sequer sabia que desejava.
*********

O final de semana foi reservado para mimos e cuidados de Dulce com Anahi, que por diversas vezes acordava de seus pesadelos assustada sendo acolhida pela namorada. A ruivinha também se responsabilizou pela tarefa de trocar os curativos de Anahi, usando uma delicadeza que comoveu Anahi.

-- Com uma enfermeira dessas, eu vou me machucar sempre! – Anahi brincou.

-- Nem brinca com isso... Meu coração não aguenta outra agonia dessas...

Anahi sorriu sem graça.

-- Prontinho! 

Dulce finalizou recolhendo o material de curativo da cama.

-- Dul, amanhã é segunda-feira, tenho que voltar para a faculdade...

-- Ei! Você só vai voltar para a faculdade quando você se sentir preparada para isso. Quando aquele criminoso estiver preso, enfim... Quando estiver recuperada.

-- Dulce na terça nós temos o tal júri simulado da Madimbu, ela não vai dispensar a oportunidade de te condenar!

-- Não se preocupe com isso! Eu e os meninos vamos dar um jeito...

Anahi sorriu, e aproximou a boca dos lábios de Dulce, depositando um beijo suave, mas cheio de desejo.

-- Você está doente, não pode beijar sua enfermeira assim... – Dulce disse com as bochechas coradas.

-- Assim como? – Anahi respondeu imprimindo sensualidade no tom de voz.

-- Assim... Quente...

Anahi se insinuou ainda mais contra o corpo de Dulce, roçando seus lábios pelo pescoço da ruivinha, que fechou os olhos sentindo o arrepio tomar de conta da cada poro da sua pele. Anahi acariciou a pele eriçada da namorada, que não se conteve, e retribuiu às investidas posicionando suas mãos por baixo da camiseta de Anahi, se desfazendo da peça.

Contemplou as marcas no corpo da namorada, que parecia se envergonhar dos hematomas espalhados pelo dorso e braços. Dulce deslizou o dorso da mão pelos machucados, depositou seus lábios por cada marca beijando ternamente, dando aquele momento um clima de especial de carinho e paixão, como se aquele gesto representasse cura e redenção.

Anahi caiu sobre o corpo de Dulce trocando beijos lentos e famintos, dando espaço para movimentos suaves, e o passeio das mãos, arrancando gemidos de prazer de ambas. 

-- Eu sou tão sua Dul...

-- Também sou sua Any... Só sua.

O prazer transformado em fluidos e sons ditou o trajeto dos dedos e bocas, que as conduziram ao ápice simultaneamente.

Abraçadas, trocando carícias, em um clima íntimo de cumplicidade, Anahi confessou:

-- Se existisse uma compensação pelo que aconteceu comigo, estar com você assim, dividindo uma casa, como foram esses dias, seria a melhor de todas.

-- Não fala assim minha linda... Pra termos dias assim, não é preciso que você passe por tragédias para receber compensações...

-- O que você quer dizer com isso?

-- Ah... Dividirmos uma casa, ficarmos juntas assim, pode ser um plano.

-- Está falando sério Dul?

-- Por que não?

Trocaram um sorriso, um sorriso que parecia preparar o clima para uma declaração contundente do sentimento óbvio que se consolidava entre elas, quando o celular de Dulce tocou.

-- Oi Lucas. 

-- Dul, o filho da mãe se apresentou a polícia. Está detido.

-- Jura? Pelo menos isso!

-- Agora não tenho como avisar a Anahi, ela não deixou telefones da casa dos pais.

-- Ela deve entrar em contato logo Lucas. 

-- …, na verdade ela precisa estar o quanto antes na delegacia para depor.

-- Lucas, na terça teria um trabalho da Madimbu, um júri simulado que Anahi apresentaria, será que você poderia falar com a bruxa para adiar? Se eu for, você sabe o que pode acontecer...

-- Pode deixar Dulce, amanhã a procuro no departamento, ou melhor, peço ao Pedro, ele é queridinho dela.

-- Valeu.

Depois de compartilhar a novidade, Dulce aconselhou Anahi a ligar para Lucas.

-- Nossos dias de paz acabaram? – Anahi perguntou contrariada.

-- Não minha linda. Não acabaram, estamos juntas, quer maior paz que isso?