Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon

Dulce pegou sua cerveja e deixou o bar e continuou a procurar Anahi pelo clube, mas, o acaso não era aliado do casal naquela noite, um antigo affair de Dulce da faculdade atiçada pelo estrelato da DJ foi incisiva na sua abordagem, pegando a ruivinha de surpresa na escadaria que dava acesso ao primeiro piso.

-- Você está uma delicia Dul... Eu não sei resistir a tentações, que tal tocar outra coisa hoje?

-- Por exemplo...?

-- Aquele ponto que você conhece como ninguém...

Monica mordiscou a orelha de Dulce sem o menor pudor por estar em um ambiente heterossexual. Péssimo momento para a ruivinha ser encontrada por Anahi, que avistou a cena de longe.

Mais uma vez Dulce se esquivou, mesmo atraída pela sensualidade exuberante da moça.

-- Monica eu sou obrigada a ser seu anjo e te ajudar a fugir de tentações hoje. 

Dulce sorriu com seu jeito amolecado para Monica e sumiu entre as dezenas de pessoas que lotavam o primeiro piso. Anahi fez o mesmo trajeto, e viu a oportunidade perfeita quando Dulce se aproximava do depósito do clube. Apressou-se para alcançá-la, surpreendendo a ex-namorada, empurrando-a para dentro do depósito, pressionando-a contra a porta.

-- Chega! Chega de tantas mãos te cercando! Você é minha!

Afobada, Anahi invadiu a boca de Dulce com sua língua, roubando um beijo tórrido, urgente, sufocando qualquer insite de sensatez. As duas prolongaram aquele contato, intensificando a entrega dos lábios, aliada à busca frenética das mãos pelos corpos uma da outra, trocando gemidos de prazer entrecortados pela respiração ofegante denunciando a excitação óbvia, anunciando a força daquela paixão.

O desejo apossado de ambas calou qualquer palavra. A razão era secundária naquele contexto. A vontade justificava todas as atitudes do casal. Dulce inverteu a posição e jogou Anahi contra a parede, encaixou sua coxa entre as pernas da outra, suplicante, sentindo seu sexo encharcar-se, Anahi fechou as pernas e roçou seu sexo na coxa de Dulce aumentando a excitação de ambas.

-- Te quero tanto Any...

-- Que saudade das suas mãos, me toca Dul...

As mãos de Dulce que passeavam pela cintura de Anahi, desceram a fim de cumprir o que esta pedia, sem grande esforço desabotoou a calça de Anahi iniciando uma sensual massagem com os dedos na altura do clitóris dela, até enfim ganhar espaço e introduzir seus dedos por dentro da calcinha. Dulce se deliciou com a umidade abundante ali encontrada, tocou Anahi na intensidade ditada pelas expressões de prazer evidentes no rosto desta e acolheu-a em seguida nos seus braços sentindo-a trêmula, gozando plenamente.

A paixão não tinha limites naquela noite, as bocas continuavam a se procurar, sedentas por sua fusão cálida. As mãos exploraram as peles quentes, e as frases soltas sussurradas ao ouvido tinham uma única mensagem:

-- Quero mais, quero mais de você...

Os abraços e as trocas de carícias sôfregas mantiveram a excitação que culminaria com uma nova entrega e os orgasmos incontroláveis que se desenhavam em cada gesto e movimento de Anahi e Dulce, quando o barulho, provavelmente de algum funcionário do clube as interrompeu.

Calaram até mesmo a respiração acelerada e se esconderam atrás das caixas de cerveja para não serem descobertas. Livres do flagrante, Anahi pediu:

-- Dul, me tira daqui.

-- Vem comigo?

Dulce ofereceu a mão. Constrangida, Anahi hesitou.

-- Algum problema?

-- Não, nenhum, vamos sair daqui.

Anahi segurou a mão de Dulce.

-- Meu carro está nos fundos do clube, vamos pra casa minha linda.

-- Vá à frente, vou avisar as meninas que não volto com elas pra casa.

Dulce ignorou a suspeita de que Anahi inventara uma desculpa para não ser vista com ela, não era hora para discutir questões mais complexas, sua vontade de estar com Anahi em seus braços era muito superior a essas suspeitas, assim, apenas consentiu, fazendo como Anahi sugerira.

O que Anahi parecia ter se esquecido, era do seu guarda-costas compulsório da noite: Lucas, que surpreendeu a garota quando esta se dirigia ao bar onde Carla estava com Ricardo.

-- Onde você estava?!

-- Lucas eu estou indo embora.

-- Mas sozinha? Eu te levo!

-- Não! Já chamei um táxi.

-- Vou te acompanhar então.

-- Lucas pare!

Anahi berrou irritada.

-- Chega! Obrigada pela preocupação, pelo cuidado, mas, estou bem e não quero companhia! 

Lucas balançou a cabeça negativamente, colocou as mãos na nuca e retrucou em tom interrogativo, visivelmente perturbado:

-- Você está atrás dela não é?

-- O quê?

-- Você está procurando ela! O que quer? Vai se oferecer pra ela? Deu um chute no meu irmão pra isso não é? Ela já deu em cima de você não foi?

Os berros de Lucas despertaram a atenção de Carla que se aproximou perguntando:

-- O que está acontecendo aqui? De quem você está falando Lucas?

Anahi sentiu suas mãos gelarem, temendo que Lucas revelasse para a colega de república seu segredo, e para piorar a situação, Fernanda e Gisela, outras moradoras da república chegaram fazendo a mesma pergunta, claramente tocadas pelo álcool.

-- Que climão é esse minha gente?! Vamos pra pista meu povo!

Carla recuou, notando a troca de olhares tensos entre Lucas e Anahi. Mas o rapaz se aproveitando da situação insistiu:

-- Por que não responde às suas amigas? Diga de quem estamos falando.

-- Lucas, eu acho que você exagerou nos gorós, para de atormentar a guria meu irmão! - Ricardo interviu puxando o rapaz para longe do círculo das meninas ao sinal de Carla.

-- Anahi está tudo bem? – Carla indagou segurando o braço da amiga.

-- Está obrigada Carlinha. Eu só estava procurando vocês para avisar que estou indo embora.

-- Com quem? Mas já?

-- Ah Anahi para com isso! Está cedo ainda! – Fernanda berrou.

-- Estou indisposta gente, a tequila não me fez bem... – Anahi simulou uma careta de mal estar.

-- Vou com você então, o melhor da noite era o som da Dulce, esse amador que está tocando agora é muito fraquinho. – Gisela disse ficando ao lado de Anahi.

-- Não precisa Gisela, vou de táxi... – Anahi tentou argumentar.

-- Deixa a Gi ir com você Anahi, vocês racham um taxi e ela ainda te faz companhia já que você não se sente bem. – Carla comentou.

-- E eu fico sozinha? – Fernanda revirou a cabeça indignada.

-- Não dramatiza Nanda! Daqui a pouco você vai estar se atracando com um calouro, eu te conheço! – Gisela bufou.

Enquanto Anahi tentava fugir das amigas sem despertar suspeitas, Dulce esperava em seu carro, nos fundos do clube. Esperou vinte minutos, meia hora, quarenta minutos. Aquela espera Dulce não conhecia. Atestou que a postura expectante se configurava em tortura. Uma tortura que minava sua imaginação com todas as possibilidades responsáveis pela demora de Anahi.

Quase uma hora se passou, e a essa altura Lucas já estava ao lado de Anahi mais uma vez, junto com as outras meninas da república dela e Ricardo, namorado de Carla. Ainda irritado, não deixou de provocar a garota:

-- Ela não está mais aqui, não adianta procurar, já deve estar se esfregando em meia dúzia de menininhas curiosas...

Anahi fez cara de poucos amigos para o rapaz e se afastou dele caminhando em direção a saída, e foi seguida por Gisela.

-- Any agora sou eu que não estou passando bem, vamos comigo?

Acuada a menina não conseguiu dizer não. Tinha esperanças de conseguir falar com Dulce quando chegasse à república onde havia deixado seu celular. Entretanto, minutos antes de Anahi sair do clube com Gisela, Dulce assistiu a cena deplorável de Sheila totalmente embriagada, vomitando na calçada.