Fanfics Brasil - Capitulo 80 Leis do Destino

Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon


Capítulo: Capitulo 80

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O ataque de Sheila apesar de não ter declarado a verdade sobre Anahi e Diana claramente, deu margem para especulações que abalaram a moça do interior, se vendo mais uma vez como assunto de fofocas pelos corredores e banheiros do curso de Direito.

A gota dágua foi uma discussão fatídica na aula de IED, a polêmica sobre adoção de crianças por casais homossexuais. Instigados por Dorothea, os alunos explanaram diversos pontos de vista, alguns nitidamente homofóbicos, combatidos com veemência pela professora. No calor do combate de opiniões, Henrique lançou a pergunta para Anahi que até então se mantinha serena no domínio do assunto usando os princípios do Direito para embasar sua opinião.

-- E aí Anahi? Você e a Dulce já pensaram em quantos vão adotar?

Depois de algumas risadas e burburinhos, com muito esforço, Dorothea conseguiu o silêncio da sala e sabiamente mudou o foco da aula, notando os olhos de Anahi marejarem e Dulce apertar as unhas contra as palmas das mãos. Certamente o gesto da professora não objetivava proteger Dulce, mas uma retirada estratégica precisava manter o controle, uma vez que acerca desse assunto, Dorothea estava alheia, e nada que dissesse respeito à vida da filha do senador Acrisio poderia passar despercebido por ela, precisava se inteirar daquela insinuação, acreditando que lhe seria útil em algum momento.

Ao final da aula, Anahi saiu em disparada. Não queria enfrentar mais piadas preconceituosas, mais fofocas e insinuações, nem tampouco os olhares cheios de suspeitas de suas colegas mais próximas.

Preocupada com a situação de Anahi, uma vez que para a ruivinha aquele tipo de diálogo não era novidade, Dulce pensou que naquele momento, Anahi precisava dela, pelo menos com seu colo. Tinha necessidade de ampará-la, de cuidar, acolher. Assim, enviou uma mensagem de texto para a ex.

-- “Precisamos conversar. Espero você nesse endereço no final da tarde”.

Dulce escreveu o endereço do seu estúdio temporário no bairro da Liberdade e no horário marcado, com o coração quase saltando à boca diante de qualquer movimentação no prédio, aguardou Anahi bater à porta. 

Era quase noite quando enfim, a ruivinha sentiu a chegada de Anahi antes mesmo de ela bater à porta de madeira antiga. Sentiu seu perfume adentrar o espaço, despertando suas memórias, transportando-a aos momentos nos quais a teve em seus braços, e sorriu ouvir as batidas.

-- Desculpe a demora, me perdi algumas vezes até chegar aqui de ônibus.

Dulce sorriu e abriu espaço para que Anahi entrasse. Por alguns minutos a menina observou o lugar, as esculturas dispostas, os equipamentos montados. Fez menção de perguntar algo a respeito daquele cenário, mas não o fez por amargar o fato incômodo e doloroso de não mais participar da vida de Dulce, o desconhecimento dela acerca daquele cenário era mais um sinal do distanciamento de suas vidas em um curto espaço de tempo, o mesmo tempo curto que as uniu, teve a intensidade de separá-las.

Quando o campo de visão de Anahi se estreitou, e nada mais daquele ambiente desconhecido lhe desviou a atenção, ela encontrou os olhos de Dulce. A ruivinha a contemplava, com um pensamento bem diferente:

-”Deus, como ela está linda! Eu a amo?”

As indagações íntimas de Dulce davam ao seu olhar um brilho apaixonado. Anahi se desarmou do seu abatimento ao ler sua amada e caminhou dois passos em sua direção, gesto repetido por Dulce e sem nada falarem caminharam juntas até ficarem frente a frente e se entregarem a um longo abraço, cheio de saudade, carregado de esperanças e puro como os sentimentos que as uniam.

Por minutos permaneceram com os corpos fundidos. Pele com pele, face com face, corações batendo no mesmo compasso acelerado, e as palavras... Bem essas não ousaram interromper aquela harmonia. Os lábios expressaram o que era urgente, o que vital: tocaram-se delicadamente, desenharam um sorriso honesto e voltaram a se encontrarem. Trêmula Dulce contornou os lábios de Anahi com a ponta dos dedos, em seguida colheu uma lágrima emocionada que riscava sua bochecha rosada.

Anahi fechou os olhos como se quisesse guardar cada detalhe daquele momento, perpetuando a digital da ruivinha em seu rosto. Dulce beijou seus olhos, afastou uma mecha de cabelos e tomou sua boca com um beijo faminto, Anahi sentiu seu ventre estremecer, abriu sua boca para exploração da língua quente de Dulce que saboreava sem pressa aquela entrega.

Pausaram o beijo e trocaram um sorriso puro. Anahi fez menção de falar, mas Dulce a calou com um beijo delicado.

-- Dul... Você me chamou para conversarmos...

-- Nós estamos conversando, não percebeu?

Sorriram. Trocaram outro beijo e Dulce cedeu à necessidade de se entenderem de outra forma.

-- Venha, sente-se aqui.

Sentaram-se em meio a um acolchoado na janelas laterais espaçosas. Anahi acomodada no peito de Dulce, recebendo seu carinho, sentiu-se segura, mas, sabia que isso não era o bastante.

-- Sobre o que aconteceu hoje na aula de IED... Eu sei que te afetou, eu quis dar uma resposta na hora, mas sabia que não valia a pena, e poderia confirmar os boatos, te defendendo apaixonadamente.

-- Não merecia resposta. 

-- E sobre a Sheila...

Anahi a encarou esperando a declaração.

-- Não aconteceu nada entre nós. Na noite da festa, eu te esperei por mais de uma hora dentro do carro, a vi passando mal, tive pena de deixá-la sozinha, ela só dormiu no meu sofá, estava só de toalha porque suas roupas estavam sujas de vômito.

-- Você espera mesmo que eu acredite nisso?

-- Por que não? – Dulce retrucou indignada.

-- A Sheila está agindo como sua namorada, e você permite assim sem que tenham nada?

-- Você está se esquecendo do pequeno detalhe dela ter te visto e sutilmente ameaçado espalhar isso, como começou a fazer...

-- Isso não me convence Dulce.

Anahi baixou os olhos. Dulce ponderou o que falar, mas deixou escapar o ressentimento.

-- Depois de tudo que fiz, depois do espaço que te dei depois que fiquei passivamente esperando que as coisas se acalmassem e você voltasse pra mim... Não te pressionei, não fiquei com ninguém enquanto te via namorar o Pedro... Perdi a amizade do Lucas e tive que me afastar do Pedro também, meus melhores amigos. Fui fiel ao que sinto por você, nunca esperei dez minutos por alguém, estou te esperando há meses... Passei uma hora dentro do meu carro naquela noite, por que você não teve coragem de aparecer comigo em público, respeitei isso...

-- Você fala como se pra mim tivesse sido um período fácil.

-- Sei que não foi. Sei que não está sendo. Mas, o que eu queria era estar ao seu lado agora, e não posso.

-- Por isso, fez a fila andar...

Dulce afastou Anahi, pôs-se de pé, andou de um lado para outro e disse em tom magoado:

-- Não é possível que você ainda duvide do que sinto por você. O que preciso fazer mais para confiar em mim? Talvez se eu me jogar na frente de um carro pra te salvar não é?

-- Como você tem coragem de dizer isso? Sabe o que me custou esse ato heroico dele! Sabe o que custou a ele essa bravura, e você ironiza isso? Você não leva nada a sério Dulce?

-- Anahi acho que você não me lê tão bem quanto acha. Não me conhece, só por fazer essa pergunta, vejo que não me conhece.

O tom de Dulce era de mágoa. Não demorou a Anahi se dar conta do quão injusto estava sendo com a ruivinha.

-- Dul me desculpe. Estou muito atordoada com tanta coisa acontecendo em minha vida. Agora esses boatos, eu não achei que era tão vulnerável a preconceitos, mas tenho ouvido cada coisa... Fiquei apavorada, assustada, não sei se consigo enfrentar isso...

-- Eu nunca disse que seria fácil, mas se estivéssemos juntas, seria menos doloroso enfrentar isso.

-- Não consigo Dulce. Quando estou assim com você, só nós, é perfeito, me sinto a mulher mais forte do mundo, acredito na nossa felicidade. Mas, basta nos afastarmos e encarar a realidade vejo como sou vulnerável, vejo o quanto ainda tenho daquela menina do interior superprotegida pela família, vejo o quanto sou insegura, ciumenta. Estou enfrentando meus traumas alguns preciso até de ajuda profissional para tratar, tenho medos que me impedem de fazer tanta coisa, inclusive te amar como você merece, como eu quero te amar.

-- Então me deixa te ajudar a enfrentar isso Any!

Dulce suplicou, sentando-se mais uma vez perto de Anahi segurando suas mãos.

-- Dul... Não tenho nenhuma estrutura emocional para fazer isso agora. Em menos de seis meses nós brigamos mais do que meus pais em 25 anos de casados.


Anahi brincou arrancando um sorriso de Dulce.

-- O que temos é tão forte, tão sagrado... Dulce, eu te amo.

Os olhos de Dulce  marejaram.

-- … por esse amor que não posso continuar assim. Sei que não tenho o direito de te pedir isso, mas preciso de um tempo pra resolver a confusão que se tornou minha vida.

-- Mais tempo Any?

-- Dul... Meu amor...

-- … uma tortura ficar longe de você, não vê que essa distancia nos maltrata? Não quero perder mais tempo separada de você!

-- Dul... Quero te amar inteira. Estou aos pedaços. A gente não merece um amor assim, você não merece isso. Se continuar assim eu sei que vamos acabar destruindo as nossas chances com problemas que são tão menos importantes do que nós...

-- Eu não quero...

Anahi afagou o rosto de Dulce, segurou-os entre suas mãos, beijou seus olhos, enxugou suas lágrimas e prosseguiu:

-- Não quero macular nosso amor com sentimentos torpes, com a influência de preconceitos, com receios, restrições... Acredite em nós, me dá um tempo pra me encontrar pra que eu possa estar inteira nessa relação.

-- Não vou esperar a vida toda Any.

Dulce soluçava enquanto tentava se convencer que Anahi estava certa.

-- … um risco que estou correndo. Mas, é minha vez de te deixar livre.

Trocaram mais um beijo, dessa vez o sabor era salgado. Banhado a lágrimas. Anahi se desvencilhou com dificuldade de Dulce, relutando em separar seus corpos. Quando enfim alcançou a porta, Dulce gritou:

-- Espera!

Dulce a beijou com paixão e declarou:

-- Eu também te amo como nunca amei ninguém, e vou te amar pra sempre.

Diante dessa declaração, Anahi não teve alternativa que não fosse se entregar ao momento. Amou Dulce com toda intensidade que o instante lhe inspirava, selou cada pedaço de sua pele alva com seus beijos e sentindo uma dor dilacerante, a deixou dormindo, com a visão magnífica do seu corpo nu sob a luz dos letreiros coloridos, desejando que aquele corpo fosse seu quando se reencontrassem inteira para amá-lo.


 


 


 



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Autor(a): angelr

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 327



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  • mariamarta Postado em 03/09/2021 - 01:58:10

    Estou lendo essa fic pela primeira vez. A fic é ótima e muito bem escrita. Anahi é uma idiota, bem burra e fraca, na verdade não consigo sentir pena dela, pq ela é a responsavel pelo proprio sofrimento. Sofre pq é mole e pq não tem voz, deixa que façam dela uma marionete. Gratidão é algo bem distinto disso que ela tá fazendo. É até vergonhoso chamar isso de gratidão. Ela é fraca isso sim

  • raphaportiñon Postado em 01/04/2021 - 12:37:53

    Meu Deus ... Estou fascinada por essa FIC ... Amo encontrar Fics Portiñon desse nível... Sou apaixonada :) <3

  • angelr Postado em 03/12/2014 - 13:40:31

    Ai gente que bom que voces todas gostaram, gosto sempre de compartilhar com voces coisas boas que leio

  • dyas Postado em 03/12/2014 - 08:55:43

    Show *-*' Adorei a web toda. Como eu sofri nessa web, kkk. Beijos s2 - Você é demais! :)

  • justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 19:33:31

    mds que final lindo ,comfesso q chorei mas meus parabéns ,otima fic !!!

  • portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:20:47

    Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra de natal seri tipo um presente de natal para seus fãs

  • portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 19:17:21

    Acabei de ler o último capítulo adorei porém queria mais tipo um capítulo extra bônus sabe tipo especial de Natal talvez um dia de Natal delas juntas com a família da Anahi aceitando elas e tal uma ceia de natal com a família das duas e amigos seria bem legal um capítulo extra especial para suas fãs que tal? Capítulo Anterior | Próximo Capítulo Autor(a): angelr PROMOVA A SUA FANFIC: More Sharing ServicesPromova| Share on facebookShare on twitterShare on emailShare on printShare on gmail Comentários da Fanfic (307) Comentários do Capítulo: s só um pedido de natal

  • portinonnessa14 Postado em 02/12/2014 - 16:41:55

    Já estou com vontade de chorar só de pensar que hoje é o último capítulo mi viciei nessa história sério vou sentir muita falta mais já estou lendo sua nova web aconteceu você é estou gostando a Anny está demais atrapalhada que só já ri de cara logo no começo posta logo o fim mata minha curiosidade

  • justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:51:25

    terminei de ler a poucos minutos uma fic chamada &quot;AMOR IMPROVAVEL&quot; ,ao ir conferir a escritora tenho uma surpresa !! É VOCE QUE ESCREVE kkkk com essa ja são 5 fic's sua que leio , ja virei sua fã ,pode ter certeza que vou ler as outras . VOCE É UMA EXCELENTE ESCRITORA , cada vez que leio uma fic sua me surpreendo !! PARABÉNS .................................. anciosa para o ultimo capitulo.

  • angelr Postado em 01/12/2014 - 23:49:33

    flavianaperroni - ja sim


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