Fanfic: Leis do Destino | Tema: Portinon

O intuito de Anahi para a noite parecia contemplado até o momento de ver ali mesmo na pista alguém que lhe despertou a lembrança que ela queria deixar esquecida. Uma ruiva magra de cabelos curtos, com calças justas, movimentava a cintura fazendo charme com seu chapéu “panamar”. Anahi não podia dali ver o rosto da ruiva, mas a imagem surgiu como uma miragem, ou projeção dos seus desejos íntimos, reportando a primeira visão que ela teve de Dulce na república. 

A partir dali, sua paz chegou ao fim. Tomada pelos sentimentos que aquela visão lhe trouxe, e impulsionada pela esperança de finalmente reencontrar ali seu amor do passado, Anahi caminhou em direção à ruiva que se afastava em direção ao bar.

Os segundos que antecederam o movimento de Anahi puxando o braço da ruiva para encarar seu rosto foram de pura expectativa por um presente do destino, mas tal expectativa foi frustrada ao se deparar com o rosto desconhecido.

-- Oi?

A ruivinha virou-se intrigada com o solavanco que sofrera. Anahi precisou de alguns segundos para se refazer da decepção e responder:

-- Desculpe-me... Pensei que era outra pessoa.

Anahi visivelmente sem graça se afastou quando a ruiva disse:

-- Ei! Espera um pouco, você está bem? Parece meio pálida...

-- Ah, estou, obrigada por perguntar.

-- Quer beber alguma coisa? Água? Cerveja? Veneno?

Anahi arregalou os olhos o que despertou o riso da ruiva. 

-- Estou brincando. Mas a oferta sobre a bebida continua de pé, aceita?

O jeito despachado da ruiva falar só contribuía para aumentar a semelhança com Dulce, fato que obviamente se tornou atrativo para Anahi.

-- Eu acho que vou aceitar água.

Anahi respondeu menos tensa.

-- Ok, vou te acompanhar.

A água precedeu muitas outras doses de bebida que as duas ingeriram encostadas no balcão do bar. O clima de flerte estava declarado, o bom humor da ruivinha despertou o lado amável de Anahi quase sempre mantido oculto pela promotora como instinto de defesa.

-- Você veio sozinha...? Nossa como é mesmo seu nome?

A ruivinha perguntou sem graça.

-- Anahi.

-- Desculpe-me, acho que tenho Alzheimer precoce, sou péssima com nomes.

-- Não se preocupe, porque eu também me esqueci do seu. - Anahi sorriu.

-- Ocorreu-me que não nos esquecemos... Acho que não nos apresentamos na verdade!

Tocadas pelo álcool as duas gargalharam.

-- Anahi Portilla. – Disse estendendo a mão.

-- Eduarda Lancester. 

A ruivinha puxou a mão de Anahi para a tradicional troca de beijinhos informal. Como não estava preparada para o gesto, Anahi se atrapalhou provocando o roçar dos lábios das duas. O toque acidental inocente acendeu a atração das duas, que se mantiveram próximas, intensificando o desejo.

-- Ah! Achei você!

Silvana surpreendeu Anahi. Tímida, a promotora se afastou de Eduarda, e formalmente apresentou as duas.

-- Vamos voltar para a mesa? O buffet está ótimo!

Silvana convidou visivelmente incomodada pelos olhares trocados entre a ex e a ruiva estilosa.

-- Acho uma boa pedida.

Eduarda se antecipou em aceitar o convite.

-- Sinto muito, mas é só para área VIP querida.

Silvana disse com descaso para Eduarda, exibindo sua pulseira de identificação.

-- Silvana deixa de ser grossa!

Anahi falou trincando os dentes.

-- Não se incomode Anahi. Ah minha querida, não preciso dessa pulseira para provar que sou VIP, vamos?

Sem nada entender, as duas seguiram Eduarda que passou pelos seguranças da área VIP tranquilamente. Diante da mesa na qual Emerson e Fernando estavam ela parou cumprimentando o administrador.

-- Eduarda? Nem sabia que você vinha!

Emerson pôs-se de pé, cumprimentando a ruiva.

-- Vocês se conhecem? - Silvana perguntou surpresa.

-- Eduarda é a dona da boate Silvana.

Boquiaberta Silvana engoliu seco. Enquanto Fernando deixava escapar a indagação:

-- Mas não falaram que essa boate é daquele ator o...

-- Especulação de nosso marketing, a Eduarda é a proprietária.

-- Resolvi dar uma passada para conferir as coisas Emerson, está tudo perfeito, parabéns. Anahi, vamos ao buffet? Escolhi pessoalmente o cardápio, modéstia à parte, disso entendo.

Eduarda cumprimentou a todos, antes de conduzir Anahi até a gigantesca mesa de petiscos e iguarias. O flerte entre as duas não cessou. Desfrutaram de uma afinidade incomum, a semelhança com Dulce confundiu Anahi que por vezes enxergou no belo rosto de Eduarda, a face do seu antigo amor.

-- Anahi? Você está pálida de novo, está se sentindo bem?

-- Estou um pouco tonta, só isso.

-- Vem comigo então.

Eduarda levou Anahi por um corredor no mesmo andar da área VIP, e abriu a porta de uma das salas.

-- Sente-se aqui. Acho que vai te fazer bem um pouco de sossego. – Eduarda ajudou Anahi a se acomodar no sofá espaçoso e macio.

-- Que lugar é esse?

-- Uma das salas da administração. Meu escritório.

-- Bem parecido com meu gabinete. – Anahi ironizou.

Eduarda sorriu, sentando-se ao lado da promotora, servindo-lhe água.

-- Aquela sua amiga...

-- Silvana?

-- Sim. Ela é apaixonada por você não é?

-- Uau, você é direta heim?

-- Sempre. Sou muito objetiva sobre o que quero saber, não gosto de jogos, subterfúgios... Sou clara em tudo que pretendo.

-- Sempre? Em tudo?

O tom de voz de Anahi insinuava o teor das entrelinhas da sua indagação.

-- Em tudo. – Eduarda falou aproximando seu rosto de Anahi.

-- O que você pretende comigo agora Eduarda? – Anahi sussurrou.

-- Pretendo beijar você.

-- Estou esperando sua objetividade...

A provocação de Anahi teve seu efeito esperado. Eduarda mergulhou seus lábios na boca sedenta da promotora, fazendo explodir uma onda de calor pelo corpo das duas, o que fez aquele beijo se prolongar o suficiente para as mãos seguirem o ritmo da excitação retirando o desnecessário para aquele momento e assim as roupas foram jogadas para qualquer lugar, enquanto Eduarda atirou seu corpo sobre o de Anahi, lambendo cada trecho daquela pele quente e eriçada.

A entrega de Anahi fora intensificada com a projeção de seus desejos que a todo tempo traziam a tona o rosto de Dulce na sua sósia. Seu inconsciente a traiu se fazendo no nome pronunciado em meio a gemidos enquanto Eduarda alcançava com os dedos o seu sexo encharcado:

-- Vai Dulce, entra em mim...

Eduarda não ousaria interromper aquele momento por conta desse deslize de Anahi, estava totalmente rendida ao prazer, pouco importava com quem Anahi estava no pensamento, bastava saber que ela mesma estava absorta no desejo pela promotora.