Fanfic: Brincando com fogo VONDY (Adaptada) | Tema: Vondy

—Estou começando a gostar... Será que é possível introduzir um
motorista de trator no lugar do rapaz consertando cercas?

—É claro que sim. Se o motorista for você... Vamos lá, Ucker. O que você
veste para dirigir esse trator?

A música soava novamente do outro lado da linha.

—Jeans. Jeans verdadeiro, desbotado e rasgado. Sem camisa. E ainda
estou vestido assim.

—Perfeito. Então, por que não fecha os olhos e me deixa contar uma
história antes de ir dormir?

Dulce criou uma fantasia espetacular. Ele dirigia o trator sob o sol inclemente

de agosto e, cansado, vislumbra no meio do caminho uma mulher
maravilhosa, ela, é claro, com um vestido de verão muito leve e
transparente. Ela o provoca com movimentos sinuosos e o convida a ir se
refrescar em um rio próximo, onde os dois se despem inteiramente e entram
na água fresca. E fazem sexo na água, e na margem do rio. Era só uma ilusão,
mas o orgasmo de Ucker foi real. Forte, rápido, completo. E, a julgar pelos
gemidos de Dulce do outro lado da linha, ela também se satisfizera com a
fantasia. E, como se quisesse compensá-lo por tê-la excitado e levado ao
orgasmo, mesmo por telefone, Dulce lembrou que na próxima semana ela
faria a dança do mastro.

Como se Ucker pudesse esquecer.

Na segunda-feira, Dulce foi a primeira a chegar no Brid- ges, onde jantaria
com as amigas. Enquanto esperava por elas em uma mesa na varanda, ela
revisou o material de pesquisa que baixara da Internet sobre dança no
mastro. Estava dolorida da aula da tarde anterior, mas, apesar do desconforto,
adorara cada minuto da lição. Acabaria viciada em dança do mastro. E
em Ucker, e em sexo por telefone. A semana havia sido fantástica, e mal
podia esperar para contar tudo às amigas.

Teria de dividir as atenções do Quarteto com Maite, que passara o final de
semana em San Francisco com Jaxon e fora jantar com a mãe dele, e com
Anny, que havia saído novamente com Poncho. E ABel... Bem, provavelmente ela
não teria nada para contar. Na certa seria só trabalho, trabalho e trabalho.
Estressada, sempre pulando refeições, tomando analgésicos para uma eterna
dor de cabeça, ingerindo cafeína aos litros para conseguir dormir menos...
Preocupada com a amiga, Dulce pediu um drinque. Pure Passion.

A garçonete aprovou o pedido com um sorriso largo.
A bebida continha vodca, martíni, Curaçao, licor de melão e suco de uva.
Era difícil imaginar que sabor resultava dessa combinação, mas o nome
combinava perfeitamente com sua disposição.

Maite chegou sorridente. O brilho em seus olhos anunciava que o final de
semana havia sido muito bom.

—Não posso me queixar — ela disse ao ser questionada por Dulce. —

Mas aposto que o seu foi ainda melhor. Dois pretendentes!

—E uma fantasia sexual por telefone.

—O quê? O que é isso?

—Ah, não! As regras são claras. As histórias só podem ser contadas
quando o Quarteto estiver completo. Por que não pede um drinque?
Maite pediu uma margarita de morango.
Anny chegou quando a garçonete deixava o drinque sobre a mesa. Ela
aproveitou e pediu um pina colada.
Bel entrou correndo na varanda do restaurante, acenando para que as
três amigas não deixassem a garçonete se afastar.

—Ah, obrigada por ter esperado — ela agradeceu ofegante. — Quero um
mojito.