Fanfic: Brincando com fogo VONDY (Adaptada) | Tema: Vondy

Estava excitada. Muito excitada.

Podia sentir a pulsação entre as pernas. Era uma sensação deliciosa.
Ucker dançava. A pulsação ganhava intensidade.

Ele fizera apenas uma modificação no número. No palco, mantivera os
olhos fechados como se estivesse concentrado apenas no próprio corpo. Agora, ele olhava para Dulce, rstudando seu corpo com desejo e com um olhar provocante, convidativo.
Dulce também estudava o corpo másculo. Por isso sabia que ele estava
excitado.

Desejava esse homem mais do que naquela primeira vez. Ora sabia do
que ele era capaz, e isso só aumentava a ex- Invetativa do que estava por vir.

Ele despiu o colete e o jogou para o lado. Peito perfeito...
A fumaça parecia acariciá-lo. Dulce estava ofegante. Quase não conseguiu
pegar a gravata-borboleta que ele jogava em sua direção.

Na última vez, a apresentação terminara nesse momento. Mas, agora,
outra música começava. Uma melodia sensual, sedutora, lenta...
Dançando, Ucker levou a mão ao botão da calça.
E o abriu.

Podia se atirar sobre ele, despi-lo e exigir que a possuísse. A fantasia era
dela. Podia fazer o que quisesse. Mas ela continuou sentada, observando.
Deliciando-se. Deixando o desejo ganhar força em seu corpo.

Ele desceu o zíper bem devagar, abrindo-o aos poucos até revelar... o
membro ereto, nu.
Nada por baixo da calça.

Dulce temia perder o controle.
Ucker segurava a calça pelo cós e ia abaixando lentamente, despindo-a,
revelando as pernas musculosas. Completamente nu, ainda envolto pela
fumaça do gelo seco. Ele estendeu a mão.

—Quer dançar?

Dulce se levantou, aceitando o convite.

—Não prefere se despir primeiro?

—Oh, sim!

Ela tirou a saia e a blusa, revelando um sutiã de renda cor-de-rosa e uma
tanga minúscula da mesma cor, peças que também foram removidas em
segundos.

Ucker cruzou as mãos no alto da cabeça e continuou dançando, movendo
o corpo ao ritmo da música sexy. Ela o imitava, mantendo-se a alguns passos
de distância, sem tocá-lo.

—O que você quer? — ele perguntou.

—Tudo.

—Venha buscar...

***

—Ela é uma boa moça — Ucker dizia à mãe. Lizzie, os pais e os avós o
escutavam com atenção. — Jornalista. Seu nome é Dulce.

Eram seis da tarde de um domingo. A família se reunira em tomo da mesa
de jantar da casa da fazenda para comer sauerbraten. Sua mãe acabara de
perguntar se ele estava saindo com alguém especial, e ele cometera a tolice
de ser honesto. Agora era submetido a uma verdadeira inquisição.

—Jornalista? — perguntou o pai.

—Ela é forte e saudável? — perguntou a avó.

—Ela é pequena, mas é forte. — Ou não teria se sustentado naquele
mastro! — E parece saudável. Tem um apetite invejável!

Preferia evitar a questão principal: ela seria uma boa esposa para um
fazendeiro? Dulce? Em uma fazenda? Nunca! E nem ele seria fazendeiro.
Nem pretendia se casar.
Certo?

—Não vou perguntar se ela é inteligente, porque nosso Ucker nunca se
interessou muito por isso — disse o avô.

—Dulce é brilhante. E linda.

—A família dela faz o quê?

—Eles têm uma agência de viagens. E um prédio de apartamentos —
contou.

—Ah! Não é como cuidar de uma fazenda, mas são pessoas trabalhadoras
— concluiu o pai.

—E o que ela diz.

—Ainda não os conhece?

—Não, mãe. Nós nos conhecemos há duas semanas.

—Qual é o sobrenome de Dulce? — Oma perguntou.

—Yuen.

—Yu-en? Que tipo de nome é esse?

—Chinês.

Silêncio.

—Chinês? — perguntou a mãe dele. — Dulce é chinesa?

—Sino-canadense.

—Está namorando uma chinesa? — O pai de Ucker parecia estar
sufocando.

Lizzie olhou para o irmão, levantou uma sobrancelha com aquele ar de
“eu disse", depois olhou para o pai.

—Algum problema?

—Minha filha, é sempre melhor manter a proximidade com seus
semelhantes! Chineses são esquisitos. Comem coisas esquisitas, têm hábitos
esquisitos...

—Muita gente acha que carne assada e temperada com sal e vinagre é
um prato esquisito — Ucker argumentou. — Estamos no Canadá, um país de
muitas culturas diferentes.

—Ele olhou para a mãe. — Não tem nada a dizer?

—Bem, fazemos negócios com muitos asiáticos, mas trazê-los para casa,
para nossas vidas... E diferente.

Ucker descobriu que havia perdido o apetite.

—Estão dizendo que Jenny não seria bem-vinda nesta casa?
—Ela é estrangeira! — exclamou a avó.

—Nós também somos — Lizzie lembrou, irritada. — E isso é preconceito!

—Ela se levantou e saiu da sala.

Ucker a seguiu.

—Vou voltar para a cidade.

—Você disse que ia passar a noite aqui!

—Mudei de idéia, mãe. E há algo que devem saber: se Dulce for minha
amiga, vocês nunca terão de recebê-la aqui. Mas, se formos além disso,
vocês vão ter de aceitá-la.

Ninguém respondeu. Ele foi ao quarto pegar a mochila. Antes de partir,
Ucker passou pelo quarto de Lizzie.

—Posso entrar?

—É claro que sim.

—Tudo bem?

Ela olhava pela janela para a noite lá fora.

—Não sei por que ainda insisto em ficar. Eles são impossíveis! Parecem
mais apegados às tradições a cada dia

—Não está tão aborrecida só por causa de Dulce, está?

—Não. É a atitude deles que me aborrece. Chineses são estrangeiros e
esquisitos, não servem para nós. Eu sou mulher, não sirvo para cuidar da
fazenda. Ucker, isso é ridículo! Acha que há alguma esperança de nossa
família mudar? — Havia lágrimas nos olhos dela.

—Eles são intransigentes, mas, sim, vamos ajudá-los a mudar. Porque eles
nos amam, Lizzie, e nós os amamos. Tudo vai dar certo.

—Meu irmão, o eterno otimista! Já pensou no que vai fazer se decidir
ficar com Dulce, e eles a rejeitarem? Se tiver de escolher entre um amor e
sua família?

—Não vai acontecer. No dia em que eu amar de verdade uma mulher,
nossa família terá de aceitá-la.

—Espero que esteja certo.

—Somos jovens e fortes, minha irmã. Vamos nos unir e persistir até que
eles vejam as coisas a nossa maneira.
—Oh, Ucker... Quero conhecer essa Dulce!