Fanfic: Brincando com fogo VONDY (Adaptada) | Tema: Vondy

—Sim, é isso. — Ela olhou para a avó. — Os doces estavam deliciosos,
mas os pais, os nossos e os de Martin, não terminavam nunca aquela espécie
de entrevista.

—Entrevista? — tia Fang estranhou. — Dulce é a entrevistadora da
família.

—Tia, Cat está dizendo que mamãe e papai interrogaram o pobre Marty.
E os pais dele me interrogaram... desculpem, questionaram para saber se eu
seria uma boa escolha para o filho. Trabalho, opiniões, carreira e casamento,
quantos filhos queremos ter, esse tipo de bab... de coisa.

—São coisas importantes — manifestou-se a avó.

—Ouço sinos anunciando um casamento — Maite cantarolou. — Se os pais
conseguirem o que querem...

—Ainda é cedo para isso — protestou Dulce. — Gosto de Martin; ele
gosta de mim. Queremos nos conhecer melhor, descobrir o que sentimos
realmente... e se insistirem em nos pressionar, como já estão fazendo, não
vai acontecer nada. Vamos acabar desistindo. Todo relacionamento é frágil
no início.

Ou... ela e Marty poderiam ceder à pressão familiar e aceitar o
casamento.

—É compreensível que os pais fiquem ansiosos — disse a mãe dela. —
Querem o melhor para seus filhos.

—Então, deviam confiar nos filhos e saber que eles podem descobrir o
que é melhor.

—As crianças são jovens demais para decidir — disse a avó. — Quanto
mais a pessoa vive, mas acumula experiência e sabedoria. Os pais e os avós
sempre sabem mais do que os filhos. Acha que seu pai e sua mãe
descobriram o amor sozinhos?

Maite gargalhou:

—E aí, pai? Mãe? Como foi? Teriam se casado, se vovó não houvesse
interferido?

Dulce sabia que o casamento dos pais havia sido... facilitado, se não
inteiramente arranjado. Mas nunca tomara conhecimento de todos os
detalhes. Eles sentiam alguma coisa um pelo outro? Havia outras pessoas,
alguém por quem estivessem apaixonados, e essas pessoas foram
descartadas?

E sua mãe estava vermelha?

—Talvez não nos houvéssemos conhecido sem a ajuda de nossas famílias
— contou o pai das meninas. — Por isso somos gratos.

A mãe olhou para o marido com ar surpreso.

—Mãe? — Dulce a incentivou a falar.

—Seu pai tem razão. Nossos pais sabiam o que era melhor para nós.
Pense no que conquistamos juntos! Duas filhas lindas, uma casa na qual toda
a família pode viver reunida, segurança financeira em um mundo dominado
pela instabilidade...

E eles se amavam, Dulce sabia, mesmo que não houvesse entre o casal a
paixão ardente que ela desejava encontrar.

Em sua casa, o amor era totalmente estruturado, dominado por regras,
expectativas, exigências. Filmes como o que haviam visto esta noite falavam
de outro tipo de amor. De ser amado por quem se é, sem regras ou
limitações.

O tipo de amor que Maite tinha com Jaxon.

Como seria vivê-lo? Como seria começar a planejar um futuro comum?
Não só os aspectos práticos, a economia, as ligações familiares, mas desejo,
paixão e um sentimento crescente de intimidade.

Ela suspirou.

—Dulce, você está cansada — deduziu a avó. — Foi um dia estressante.

Conhecer a família de Marty gerou ansiedade e nervosismo.

—Eles a aprovaram — a mãe revelou sorridente.

—Sim, Dulce conquistou os futuros sogros — disse Maite.

—Cale a boca — Dulce ordenou irritada.

—Cale a boca você! — respondeu a mais nova.