Fanfic: Brincando com fogo VONDY (Adaptada) | Tema: Vondy

—Quase. Nós nem saímos, mas fingimos que estivemos juntos e que
estamos namorando.

—Isso é muito confuso.

—Somos álibis um para o outro. Por exemplo, nas últimas duas fantasias,
quando você dançou e quando eu fui a gueixa, fingi que estava com Marty. E
ele confirmou meu álibi, o que rendeu a ele uma noite com seu... amigo.

—Agora entendi. Mas é complicado... Não têm de estar sempre
combinando o que vão dizer? Por exemplo, onde foram, o que fizeram...

—Sim. Planejamos tudo por telefone. Nossas famílias fazem perguntas,
comparam respostas...

—Céus... Isso tudo é mesmo necessário? Não pode simplesmente dizer a
verdade? Quero dizer, não o que está fazendo realmente, mas... Não pode
dizer que vai sair com um bombeiro chamado Christopher?

—Você não é chinês. E é bombeiro.

—E daí? Está dizendo que eles vão me odiar porque sou bombeiro?

—Eles não odiariam você. Na verdade, teriam enorme prazer em vender
um pacote turismo ou alugar um apartamento para o bombeiro Christopher Uckermann, mas não permitiriam que saísse com a filha deles.

Ucker balançou a cabeça, mas pensou na própria família. Mantenha-se
entre os germânicos. Esse era o lema dos Uckermanns. E não confie em ninguém
que não suje as mãos em seu trabalho.

—Acho que posso entender essa questão racial, mas o que há de errado
com um bombeiro?

Ela riu.

—E uma longa história, mas vou tentar resumi-la. Se duas pessoas
namoram, é sério. O objetivo é o casamento. Uma família chinesa precisa
cuidar de suas filhas, casá-las com homens que possam cuidar delas. Se um
homem tem uma profissão perigosa, ele pode morrer e deixar a esposa
sozinha com os filhos.

—Pelo amor de Deus! Pessoas são atropeladas todos os dias! Sofrem
ataques cardíacos, levam tiros...

—Eu sei que é absurdo. E como acha que me sinto em relação a esse
conceito de que alguém precisa cuidar de mim, como se fosse incapaz de
cuidar de mim mesma?

—Você acata tudo isso? E mente para eles?

—Sei que parece horrível, sei que mentir é uma coisa ruim, mas esse é o
modo de vida da maioria dos filhos de chineses. E de muitos filhos de
indianos e japoneses, e assim por diante. Nossos pais nos obrigam a viver
vidas secretas e mentir sobre elas. Não é tão incomum. Pelo contrário.

—É uma questão de princípios! Se quer sair com alguém, deve se sentir
capaz de dizer a seus pais, e eles têm de aceitar sua decisão. Não é melhor do
que mentir?

—É fácil falar.

Ela estava certa. O discurso era excelente, mas na prática...

—Quero levá-la para jantar com minha família.

—O quê?

—Você ouviu.

—Mas... por quê?

—Porque... — Porque queria que um deles defendesse os tais princípios?

Porque queria testar sua confiança em seus pais contra o cinismo de Lizzie?

— Droga, não sei! Porque estamos namorando.

—Namorando? — Houve uma longa pausa. — Tudo bem, talvez
estejamos, mesmo.

Ah! Finalmente ela admitia que o relacionamento era mais do que
simplesmente se/xo.

—Disse que seus pais também são antiquados. Tem certeza de que eles
não se oporiam a uma garota chinesa?

Não podia mentir para ela.

—Eles podem se opor no início. Sim, sempre dizem que os alemães são os
melhores. Mas isso é loucura. Se quero namorar uma chinesa, tailandesa,
africana... Enfim, eles têm de aceitar. Se gosto da garota, eles devem gostar
dela também.

—E fácil falar — Dulce repetiu.

Praticar seria mais difícil, mas era indispensável. Não queria viver uma
mentira.

—Quero conhecer seus pais, também.

—Ucker, você é surdo ou é maluco? Não ouviu nada do que eu disse?

—Não quero mais ser renegado, apresentado como um conhecido que
você entrevistou para uma matéria qualquer. Temos um relacionamento,
Dulce.

—Não! Somos parceiros de cama!

A exclamação o feriu como um lâmina afiada. Estava magoado, furioso. E
não conseguia se conter. Era hora de encarar a verdade.

—E se eu quiser mais do que isso?

—Encontre uma boa moça alemã e... Oh, não, Ucker! Não é nada disso!
Por favor, não vamos brigar por essa tolice. Tudo bem, talvez tenhamos um
re... relacionamento. Gostamos um do outro e vivemos algo muito bom. E
temos as Regras da Fantasia, lembra?

—Sim, mas...

—Quer abrir mão disso? Eu não quero. Ainda nem encontramos uma
cachoeira!

vondy21eterna: Seja muito bem vinda amore <3, que bom minha linda, Continuando... ♥