Fanfic: Brincando com fogo VONDY (Adaptada) | Tema: Vondy

Ucker não conseguiu conter uma risada relutante, um pouco amarga.

—Quem mais faria essas coisas com você? Que outra garota realizaria
todas as suas fantasias? Ninguém. E, mesmo que houvesse alguém, todas as
fantasias surgiam com Dulce no papel principal.

Era inútil negar. Sentia algo muito forte por essa garota, jamais conhecera
alguém como ela, e não queria desistir disso. Com o tempo, encontrariam um
meio de descobrir o que realmente sentiam um pelo outro.

Ela ainda jovem, influenciada pelos pais, mas, como jornalista, acabaria
descobrindo a verdade e a importância de ser honesta com ela mesma e com
todos a sua volta. Se o relacionamento se tornasse mais sério, então chegaria
o momento de defender seus princípios.

Por enquanto, talvez fosse melhor seguir essa idéia da cachoeira. Ou
então...

—Dulce, posso escolher a próxima fantasia?

—Bem, era minha vez, mas... Vou deixar você escolher. O que pretende?

O caminhão dos bombeiros? A cachoeira? Meias de renda e cinta? O quê?

—Minha cama. Pijamas de algodão. Televisão. Mãos dadas, conversa
corriqueira.

—Não entendi. Quer fazer sexo... de gente casada?

—Por quê? Acha que só funciona quando as pessoas são solteiras? Não
consegue se imaginar excitada numa noite tranqüila, com carícias delicadas e
um parceiro terno?

—Eu... não sei. Nunca fiz isso. Parece estranho.

—Estranho? — ele riu. — Seu conceito de estranho é que é estranho!

—Não é uma fantasia.

—Por que não? Nunca fiz isso, você também não...

—Nunca fez? Com ninguém? O que fazia com suas outras... garotas?

—Ah, nós saíamos, jantávamos, voltávamos para casa, bebíamos,
fazíamos sexo... Aparte do sexo era esperada desde o início; era o propósito
da noite. Havia uma expectativa desde o primeiro instante. Nunca tive
alguém com quem saísse para relaxar, conversar e me divertir, alguém com
quem o sexo fosse uma conseqüência natural. E você?

—Não. Nunca vou a lugares públicos, porque meus amantes nunca são
chineses, e não posso correr o risco de ser vista e delatada. Normalmente,
vou à casa do rapaz, comemos, conversamos, mas sabemos desde o início
que o objetivo do encontro é sexo. Meu último namorado tinha uma Jacuzzi
na varanda, e nós bebíamos vinho e fazíamos sexo lá fora.

Informação demais. Não queria imaginá-la com outro homem.

A situação era pior do que imaginava.

—Então, se a situação é nova para nós dois, pode ser uma fantasia.

—Fantasia? Sexo de casamento?

—Vamos experimentar. Talvez você goste!

—Tudo bem, vou pensar nisso. Mas você também devia pensar. Aposto
que pode imaginar coisas mais interessantes.

O verão chegava ao fim. Na segunda-feira, quando o Quarteto se reuniu
para jantar num maravilhoso restaurante indicado pela mãe de Anny, que era
fanática por jardinagem e paisagismo, Maite comentou:

—O Dia do Trabalho já é no próximo final de semana. O que acham de
transferirmos o jantar para a terça, depois do feriado?

—Por quê? — Dulce perguntou. — Vai para San Francisco?

—Sim, e essa será, provavelmente, minha última chance por um bom
tempo. As aulas logo recomeçarão, e não vai ser fácil equilibrar a escola com
o trabalho na clínica. As pesquisas, os trabalhos de casa... Não sei como Jaxon
e eu vamos fazer.

Bel tocou a mão dela.

—Muitas pessoas têm relacionamentos de longa distância, May.

Especialmente se uma delas ainda está na escola. Vai dar certo.

—Além do mais, você e Jaxon são experientes em sexo por telefone e
cybersexo! — Dulce brincou.

—Sim, mas não é como estar realmente com ele.

—É claro. Faltam alguns aspectos físicos...

—Não é só isso, Dul. Falta o abraço, a conversa com o olhar, o tempo
compartilhado...

—Encare como um teste — sugeriu Anny. — Vocês viveram a lua-de-mel
do início de relacionamento. Tudo era perfeito. Mas a realidade se impõe, e
isso é normal. Um relacionamento precisa ser testado. Se for real, sólido, ele
só vai se fortalecer.

Dulce ouvia com atenção. Não queria testar seu relacionamento com
Ucker. Preferia prolongar o período de lua-de- mel. Muito sexo, sem
preocupações... Felizmente, ele desistira daquela idéia maluca de levá-la para
conhecer família. Definitivamente, não eram como Maite e Jaxon. Se mal haviam
conseguido superar o encontro no cinema! Mas haviam superado.

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